Fanfic: Flor do campo | Tema: Original
"Eu preferiria ter rosas em minha mesa que diamantes em meu pescoço." - Emma Goldman
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Mais uma vez Áurea dançava com alguém completamente desinteressante. Ela já estava cheia destes bailes. Nenhum pretendente lhe interessava, todos eram arrogantes demais, ou velhos demais, e um título de nobreza não era sinônimo de felicidade. Não para ela.
Haja vista o casamento de seu pai com Katherine McCabot. Ela ainda se perguntava o que havia o impedido de casar com sua mãe. Seu pai não era do tipo que se importava com títulos ou riqueza, ele fora o primeiro a ensiná-la que amor não se encontra na esquina.
Certamente ela não amava aquele visconde, com quem fora praticamente obrigada a dançar.
Amélie podia ser bem irritante ás vezes, mas Áurea sabia que ela só queria um bom marido para a filha.
Finalmente a música acabou e ela foi para o canto do salão onde sua mãe se encontrava.
_Por favor, me diga que este foi o último. – Áurea falou baixinho, para que ninguém a ouvisse.
Amélie rolou os olhos.
_Não posso afirmar, pode ser que mais algum rapaz se interesse por você, querida.
_Mamãe, a senhora me empurrou para cima de praticamente todos com os quais dancei!
A mãe dispensou o comentário com um aceno de mão.
_Bobagem. – Disse, como se aquilo não tivesse a menor importância. – Todos eles estavam encantados por você.
Foi a vez de Áurea revirar os olhos.
Ela estava prestes a perguntar se poderiam ir embora quando o terceiro visconde da noite se aproximou e convidou-a para uma dança. E é claro que Áurea não pôde recusar.
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Depois de algumas semanas, quando finalmente retornaram a Hampshire Áurea estava exausta e completamente consternada. Ela não sabia o que esperar de Colin. Estava com saudades e, por mais que tentasse, não conseguia esquecê-lo. Já havia escrito cartas para ele, algumas nos mesmo dia em que discutiram.
Ela passara dias imaginando como seria quando ele finalmente a respondesse. Ou quando fosse visita-la. Imaginou Colin pendendo-a em casamento, levando-a para morar com ele.
Mas agora, sentada em sua cama com uma carta dele em suas mãos, teve medo que ele apenas confirmasse o término dos dois.
Ela respirou fundo, tomando coragem. Não havia o que fazer. Se estivesse tudo acabado, ela se dedicaria mais em conseguir um bom marido. Como sua mãe queria. Mas... se ainda houvesse esperança...
Não, pensou, era melhor não pensar muito. Então abriu logo o envelope e começou a ler aquela letra de fôrma que ela conhecia bem.
Queria Áurea,
Perdoe-me. Sei que não fui nada gentil naquele dia, mas eu só queria que você tivesse a oportunidade de conseguir alguém melhor que eu. Alguém sincero, que nunca mentisse para você.
Sim, eu menti. E também peço perdão por isso. Menti sobre tanta coisa, mais do que seria aceitável.
Estou lhe escrevendo por achar que merece uma explicação. Não sei como contar isso, então, aqui vai: Eu sou o duque de Sussex.
Imagino que já tenha ouvido falar de mim. Bom, a verdade é que eu me chamo Colin Underwood, e herdei o título de meu pai. Te conheci um pouco antes daquele dia no jardim, quando fiz uma visita aos McCabot. Aparentemente a filha deles, Elizabeth, tinha brigado com você e jogou a sua boneca na lama. Eu queria falar com você, mas não sabia como.
Jurei a mim mesmo que iria lhe devolver a boneca. Bem, ela ainda está comigo. E eu só poderia entrega-la se você aceitasse a proposta que farei. Mas não agora, ainda tenho muito a dizer.
Nunca lhe contei a verdade, pois todos que se aproximavam de mim estavam, de alguma forma, interessados em mais que minha companhia. Eles queriam o dinheiro.
Mas não você. Minha querida Áurea, você sempre foi tão sincera! Me perdoe não ter sido sincero com você, não ter tido coragem o suficiente para dizer a verdade antes. Eu tinha medo que o seu carinho pudesse se transformar no interesse que os outros tinham.
Mas agora eu vejo que você jamais agiria desta forma.
Pois bem, não vou me estender muito, esta carta devia ser bem direta, na verdade.
Meu amor, você aceitar se casar comigo? Sim, eu sei que esse pedido não deveria ser feito por um carta, porém, se a sua resposta for sim, saiba que lhe farei a mulher mais feliz deste mundo!
Espero sua resposta no baile dos McCabot, em Londres. Se não comparecer, saberei que não quer nada com este homem que mentiu para você durante tantos anos. E entenderei perfeitamente.
Com todo o meu amor,
Colin Underwood.
O papel caiu das mãos de Áurea antes que ela pudesse compreender o que tinha lido.
Então era por isso que Colin estava tão transtornado naquele dia! Céus, ele era um duque! E a havia pedido em casamento!
Ela não sabia se ria ou chorava. Entendia o porquê das mentiras por ele contadas, porém não doía menos. Ele pensara que ela poderia ser uma interesseira! E se, aceitando o pedido, ele pensasse desta forma novamente? E se aquilo fosse uma espécie de teste?
Ela não sabia o que pensar. Portanto quando foi avisada de que seu pai tinha vindo para o chá, foi um grande alívio.
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_O que?! – Áurea gritou, sendo repreendida pela mãe imediatamente.
_Sinto muito querida, mas Elizabeth fez questão de deixar claro que não queria que fosse ao baile. –Argumentou o duque.
Ele não estava nada feliz em ter que dar aquela notícia. Havia séculos que não via a filha e quando finalmente podia vê-la, tinha que dar uma notícia desagradável como aquela.
_Papai, eu tenho que ir!
Amélie franziu a testa.
_Áurea, você sempre reclamou dos bailes!
_Mas esse é diferente mamãe! Tem... tem... alguém que eu quero ver. –Admitiu, corando.
William suspirou, derrotado.
_Sinto muito.
Os olhos de Áurea se encheram de lágrimas. Então era isso, ela não poderia nem decidir se aceitaria ou não o pedido que lhe fora feito. Ela e Colin jamais ficariam juntos.
Sem conseguir permanecer ali, correu para seu quarto e jogou-se na cama. O corpo todo se contorcendo em espasmos, enquanto ela soluçava.
É claro que Amélie se preocupou. Pediu a William que fosse embora e correu para o quarto da filha.
Não foi tão difícil descobrir o que havia acontecido quando ela pegou o papel caído no chão e o leu.
Após Áurea se acalmar e lhe conceder algumas explicações necessárias, Amélie olhou no fundo dos olhos castanhos da jovem. Ela podia ver a tristeza profunda que havia se instalado ali e, definitivamente, não iria permitir que ela ficasse sem o amor de sua vida.
_Esqueça o que seu pai disse. Nós iremos ao baile.
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Autor(a): TrisDosAnjos
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