Fanfic: Flor do campo | Tema: Original
Um pouco de perfume sempre fica nas mãos de quem oferece flores. – Provérbio chinês
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O cabelo de Áurea estava preso numa trança, adornado com flores campestres que sua mãe tinha conseguido sabe-se lá onde.
Ela usava um vestido cor-de-rosa, nem muito claro, – para que não sumisse em sua pele extremamente branca – nem muito escuro – para que não chamasse muita atenção. As alças eram caídas, de modo que seus ombros ficavam á mostra. A saia era bem rodada, mas não muito cheia.
Estava usando sapatos simples sem salto e luvas de seda que iam até o cotovelo, tudo no mesmo tom de rosa do vestido.
Definitivamente era um visual simplório, todavia até mesmo a aparência de Áurea era simples e, naquela noite, ela estava tão linda quanto uma princesa.
Ela e sua mãe estavam hospedadas na casa de Emilie Parker, uma viúva muito amiga da família.
_Chegamos. – Amélie anunciou quando a carruagem parou diante da esplendorosa Devonshire house.
Um “Uau” escapou das bocas de Áurea e de Georgina, a filha mais nova de Emilie. Se somente a fachada deixaria qualquer um de queixo caído, imagine então, pensou Áurea, como seria por dentro!
Logo o condutor veio ajuda-las a descer e, uma por uma, as mulheres caminharam em direção á enorme residência do duque de Devonshire, sendo assim logo adentraram o grande salão de festas.
Naquele momento Áurea se perguntou como o pai pôde mantê-la longe de tudo aquilo por tantos anos. Dos lustres brilhantes no teto, das milhares de moças e rapazes, todos muito bem vestidos, dançando ou conversando em grupos.
A jovem já havia estado em muitos bailes, mas este, este especificamente parecia mágico.
Foi então que ela viu, no centro do salão, dançando com uma moça de cabelos afogueados que ela logo percebeu ser Elizabeth, seu amado. O homem que havia mentido para ela durante dez anos. O homem que roubara seu coração. O homem que a pedira em casamento.
Ela sabia que Colin era o pretendente mais cobiçado da temporada, Georgina havia lhe contado, e sabia também que a senhora McCabot iria dar um jeito de empurrar Elizabeth para cima dele. Exatamente como todas as mães. Mas aquele duque já tinha uma noiva, apenas não a tinha visto. Até aquele momento.
Foi de uma forma sutil que os olhares dos dois se encontraram. Marrom no verde. De repente, o duque parou de dançar com Elizabeth e ficou olhando, estático, para Áurea. E então a música cessou, todos os casais pararam de dançar e milhares de pares de olhos repousaram na moça mais linda do baile.
Justamente aquela que vestia o vestido mais simples, que tinha o penteado mais comum, e que não usava nenhuma joia. Justamente aquela moça, roubou quaisquer olhares que pudessem estar voltados para a senhorita McCabot e o duque.
Áurea deu um passo, depois outro, e quando se deu conta estava de frente para Colin, que surpreendentemente, tirou de algum lugar uma velha boneca de pano, com olhos de botão e um pouco suja de lama. Mary. Ele realmente estivera com ela todos aqueles anos.
Ele se curvou e, estendendo-lhe a boneca, disse:
_Você, Áurea Rosabella Beaumont, me concederia a honra de uma dança?
Áurea sorriu.
_Eu não poderia dizer não ao meu grande amor. – Respondeu e, entregando-lhe a boneca, Colin soube que aquela também era a resposta para uma certa pergunta, feita por meio de uma carta enviada ao que lhe pareceram anos atrás.
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Autor(a): TrisDosAnjos
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Este conto foi escrito para o concurso 6 do livro festa das palavras do perfil ConcursoFesta cujo tema é Bailes e mães casamenteiras. O conto é uma espécie de prévia de um romance de época que quero escrever futuramente. Obs¹: Devonshire house em Piccadilly era a residência de Londres dos ...
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