Fanfics Brasil - APRENDENDO A ENCONTRAR SUA PRESENÇA - Parte I 𝔸𝕋ℝ𝔼𝕍𝕀-𝕄𝔼 a chamar-lhe Pai (CONCLUÍDA)

Fanfic: 𝔸𝕋ℝ𝔼𝕍𝕀-𝕄𝔼 a chamar-lhe Pai (CONCLUÍDA) | Tema: Cristianismo, Islamismo, Fé, Amor


Capítulo: APRENDENDO A ENCONTRAR SUA PRESENÇA - Parte I

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Várias surpresas aguardavam-me nos dias seguintes.
Ouvi palavras que não posso traduzir mas nunca me
esquecerei das cenas. Durante uma dessas experiências eu vi uma
torre que se alçava aos céus; subitamente, perante mim, estavam
centenas de igrejas, novas, antigas, igrejas de todos os estilos e,
finalmente uma linda igreja dourada. Outra vez a cena se mudou e
vi áreas do centro das cidades desenrolarem-se perante mim.
Centros comerciais modernos e praças antiquadas. Era tudo tão
claro; podia divisar os arranha-céus, as torres com relógios e
edifícios lindamente ornamentados.
Não podia deixar de pensar que isto me havia sido dado por
um motivo especial, ainda desconhecido.
Descobri também, ao ler as Escrituras, que era uma
experiência completamente diferente das que já tivera em leituras
anteriores. Alguma coisa acontecia comigo à medida que lia; em
vez de ler a Bíblia, encontrei-me vivendo-a. Era como se passasse
através de suas páginas para o mundo antigo da Palestina onde
Jesus Cristo andou pelas estradas pedregosas da Galiléia. Vi-o
pregando, ensinando, vivendo sua mensagem nas situações do dia-a-
dia, demonstrando o poder do Espírito, e finalmente, indo à cruz
e passando vitoriosamente pela experiência da morte.
Para minha surpresa, também descobri, que o efeito da
leitura bíblica estava começando a ser sentido pelos outros.
Percebi isto certa manhã quando minhas criadas preparavam-me a
toalete. Nur-jan arrumava os pentes e as escovas de prata numa
bandeja quando, acidentalmente, derrubou tudo. O barulho foi
grande. Ela enrijeceu-se, os olhos muito abertos; eu sabia que ela
esperava meu massacre costumeiro. E deveras, quando dei por
mim, estava a ponto de repreendê-la. Em vez disso, eu disse:
— Não se preocupe, Nur-jan. Não se quebraram. Então uma
ousadia peculiar começou a tomar conta de mim. Até então eu
tinha tido medo de dizer a qualquer pessoa do meu interesse por
Cristo. Primeiro porque tinha horror à idéia das pessoas fazerem
pouco da "Begum lixeira". E também, tinha medo de minha família
colocar-me no ostracismo; o pai de Mamude podia até tentar tirá-lo
de mim. Temia até que algum fanático levasse a sério a injunção:
aquele que se desvia da fé deve morrer.
De modo que não estava realmente ansiosa em ser vista na
casa dos Mitchell. O grupo de mulheres, que naquela noite havia
saído da cada de David e Synnove ainda me preocupava. Meus
próprios criados certamente sabiam que algo incomum estava
acontecendo comigo. Ao pensar em tudo isso, vi que estava vivendo
num estado de inquietação constante, não sabendo quando a
pressão contra mim iria começar.
Mas depois dos meus três encontros com Deus, fiz uma
admissão surpreendente a mim mesma certo dia. No que me dizia
respeito, minha decisão de tornar-me cristã era do conhecimento
público. Como diz a Bíblia, eu estava "confessando Jesus com os
meus lábios".
— Bem, — disse a mim mesma, de pé, à janela do quarto
certo dia — esperemos para ver os resultados.
Mas não esperava resultados assim tão rápidos. Logo depois
do Natal de 1966, a criada do andar térreo veio a mim com o
sobrolho enrugado:
— A Sra. Mitchell está aqui e quer vê-la, Begum — disse ela.
— Oh? — disse eu, tentando parecer casual — mande-a
entrar. — Meu coração batia forte enquanto ia à porta receber
minha visita.
— Fico muito honrada com a sua visita — disse eu,
certificando-me de que a criada, que estava ainda por perto, me
ouvisse.
Synnove tinha vindo convidar-me para jantar.
— Teremos outras pessoas presentes também, pessoas que
temos certeza a senhora gostará de conhecer — disse ela.
Outros? Senti a velha parede erguer-se dentro de mim.
Synnove deve ter percebido meu olhar hesitante pois procurou dar-me
segurança.
— A maioria é cristã — disse ela. — Alguns são ingleses,
outros, norte-americanos. A senhora viria? — seus olhos
imploravam esperançosamente.
E, com mais entusiasmo do que sentia, disse que seria um
grande prazer.
Perguntava-me a mim mesma por que tantos cristãos eram
tão tímidos! Eu tinha estado em contato com cristãos antes,
geralmente em jantares de estado, onde eu fora anfitriã e esposa
de oficial do governo. Os jantares, em geral, eram acontecimentos
formais, servidos por criados de libré; acontecimentos longos,
muita comida, cada prato servido separadamente, na melhor
baixela, melhor porcelana. Havia muitos cristãos de diferentes
nacionalidades entre os convidados, mas nenhum deles jamais
mencionava sua fé, ainda que tal assunto pudesse fazer parte da
conversa. As pessoas que eu haveria de encontrar na casa dos
Mitchell, sentia eu, não seriam tão tímidas.
No dia seguinte, estava de novo na estrada, que agora já se
tornava familiar, em direção à casa dos Mitchell. David e Synnove
cumprimentaram-me calorosamente e apresentaram-me a seus
amigos. Pergunto a mim mesma como teria me sentido se tivesse
ficado sabendo, nesse dia, o grande papel que algumas dessas
pessoas iriam desempenhar em minha vida.
O primeiro casal era Ken e Marie Old. Ken era um inglês,
cujos olhos azuis brilhavam cheios de humor por trás de óculos
espessos. Engenheiro civil com ar de informalidade tão fácil como
as roupas amarrotadas que usava. Marie, sua esposa, era
enfermeira norte-americana com uma atitude prática, desmentida
por um lindo sorriso. Os outros também eram pessoas afetuosas e
amigas.
E então, para meu horror, descobri que eu era o centro das
atenções. Todos estavam ansiosos para ouvir as minhas
experiências. O que esperava ser um jantar calmo transformou-se
num período de perguntas e respostas. A sala de jantar estava em
silêncio — até as crianças sentavam-se quietas — enquanto eu
contava meus sonhos, e meus encontros separados com as três
personalidades de Deus. No fim do jantar David cumprimentou a
esposa pela refeição mas disse que o alimento espiritual de minha
história fora ainda mais rico.
— Concordo — disse Ken Old. — Já a vi antes, a senhora sabe. Já
morei em Wah. De manhã cedo eu passava por seu jardim e
admirava suas flores. Às vezes a via no jardim mas devo dizer que
a senhora não parece a mesma mulher. — Eu sabia o que ele
queria dizer. A Bilquis Sheikh de alguns meses atrás tinha sido
uma pessoa que não sorria. — A senhora é como uma criança —
continuou Ken — que de repente recebeu um presente. Em seu
rosto percebo uma admiração incrível por causa dessa dádiva. A
senhora dá mais valor a ela do que a qualquer coisa que já possuiu.
Senti que gostava desse homem.
Tive conversas agradáveis com os outros, e percebi que
estivera certa. Esses cristãos eram muito diferentes dos cristãos
que tinha encontrado em outros jantares. Antes de terminar a
noite, cada pessoa havia contado um pouco do que o Senhor
estava fazendo em sua vida. David tinha razão. A refeição fora
excelente, mas o alimento verdadeiro vinha da Presença naquela
casa pequena. Nunca tinha visto nada parecido, e comecei a
desejar que pudesse conseguir esse tipo de alimento regularmente.
E é por isso que, quando ia retirar-me o comentário de Ken
teve tão grande impacto sobre mim. Ken e Marie vieram a mim e
pegaram-me pela mão.
— Você vai precisar de comunhão cristã regularmente, agora,
Bilquis — disse Ken — gostaria de vir à nossa casa aos domingos à
noite?
— Poderia? — insistiu Marie com esperança na voz. E foi
assim que comecei a freqüentar regularmente as reuniões com
outros cristãos. Aos domingos à noite reuníamo-nos na casa dos
Old, uma habitação feita de tijolos cuja sala de estar mal podia
acomodar a dezena de pessoas que ali se reuniam. Somente duas
destas eram paquistanenses, o restante eram norte-americanos e
ingleses. Conheci pessoas novas também, como o Dr. e a Sra.
Christy. Este médico norte-americano, magro e com aparência de
grande energia era um especialista de olhos e sua esposa,
enfermeira. Ambos pertenciam ao quadro de empregados do
hospital da missão local. Nas reuniões, cantávamos, líamos a
Bíblia e orávamos uns pelos outros. Rapidamente essas reuniões
tornaram-se o ponto alto da minha semana.



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Autor(a): grandeshistorias

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Então, certo domingo, não me senti com muita vontade de ir.Telefonei aos Old e dei algumas desculpas. Parecia uma coisamínima. Mas quase instantaneamente comecei a sentir-me mal. Oque era? Andei pela casa inquietamente verificando o trabalho doscriados. Tudo estava em ordem, entretanto tudo parecia fora deordem.Então fui para meu quarto e ajoelhei ...


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