Fanfics Brasil - APRENDENDO A VIVER NA GLÓRIA - Parte II 𝔸𝕋ℝ𝔼𝕍𝕀-𝕄𝔼 a chamar-lhe Pai (CONCLUÍDA)

Fanfic: 𝔸𝕋ℝ𝔼𝕍𝕀-𝕄𝔼 a chamar-lhe Pai (CONCLUÍDA) | Tema: Cristianismo, Islamismo, Fé, Amor


Capítulo: APRENDENDO A VIVER NA GLÓRIA - Parte II

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Lenta e seguramente comecei a compreender que estava
tentando viver tendo Cristo como meu companheiro constante! É
claro, simplesmente não era possível fazer isto. Tantas vezes dava
conta de mim mesma voltando a meus antigos hábitos! Mas continuava
tentando.
E no processo, descobri o lado prático da promessa: "Buscai,
pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas
coisas vos serão acrescentadas" (Mateus 6:33). À medida que
tentava colocar Deus em primeiro lugar, algumas de minhas
necessidades sinceras foram-me devolvidas.
Certa tarde Raisham entrou no meu quarto com uma
expressão de espanto no rosto.
— Há uma senhora na sala de visitas esperando para vê-la —,
disse ela.
— Quem é? — perguntei.
— Bem, Begum Sahib, se não estou enganada é a mãe de
Karim.
Certamente que ela devia estar enganada! A mãe de Karim
não viria aqui! Desci as escadas indagando-me quem poderia ser.
Mas, ao entrar na sala de visitas, avistei a mãe do meu falecido
primo. Ouvindo meus passos levantou ela os olhos, veio ao meu
encontro e abraçou-me.
— Bilquis —, disse a mãe de Karim com lágrimas nos
olhos, — eu tinha de vir pessoalmente dizer-lhe algo. A princípio,
no funeral, não a vira entre as pessoas. Mas preciso dizer-lhe
quanto conforto você me deu. É ... não sei ... algo novo. Alguma
coisa calorosa, especial.
E finalmente percebi por que não me fora permitido falar de
Jesus diretamente à mãe de Karim durante sua perda esmagadora.
Teria sido levar vantagem dela. Agora, entretanto, a situação era
totalmente diferente. Gentil e suavemente, em minha sala de
visitas, disse a ela o quanto Jesus significava para mim e como ele,
lenta e inexoravelmente estava mudando tantas das minhas
maneiras antigas e imperiosas, substituindo-as por sua
personalidade afetuosa e humana.
— É verdade — disse a mãe de Karim. — Você realmente se
preocupou. Você realmente desejava partilhar de minha tristeza.
Foi uma visita curta mas maravilhosa. Essa visita encorajoume
em duas direções: primeiro, que outro ser humano tinha, na
verdade, notado mudanças em mim; segundo, eu esperava que
este fosse o começo de uma trégua no boicote da família.
Todavia tal trégua não veio logo. Telefonemas só recebia de
meus amigos missionários. De modo que certa manhã logo antes
do sexto aniversário de Mamude, quando o telefone tocou,
esperava ouvir a voz de Marie. Em vez disso, ouvi a voz amistosa
da mãe do segundo primo falecido.
— Bilquis?
— Sim.
— Bilquis, simplesmente queria dizer o quanto significou
para mim a ajuda que você prestou à esposa de meu filho. Ela
disse-me que você realmente falou a seu coração.
Que interessante! Eu havia dito muito pouco. Foi Cristo quem
deu o consolo.
Trocamos algumas palavras agradáveis e desligamos.
De novo, não podia evitar o espanto que se apoderava de mim
ao ver como Jesus havia feito o trabalho através de mim quando
pouco ou nada havia dito a respeito dele. Fora minha presença,
representando seu Espírito nesta hora de necessidade que tinha
trazido a ajuda.
Com o correr das semanas alguns parentes vieram fazer-me
visitas curtas. No dia do aniversário de Mamude, passaram para
dar-lhe doces e brinquedos. O motivo aparente de sua visita era
ver o menino. Na realidade, eu sabia, o aniversário era
simplesmente uma boa desculpa. Eles tinham realmente vindo
para suavizar um pouco a mágoa do boicote. As visitas eram
sempre curtas e forçadas. Mas eram fendas claras e bem-vindas na
muralha erguida ao meu redor.
Passara-se quase um ano desde o dia em que tomei a decisão
de aceitar o chamado de Cristo. Como o tempo voa! Logo seria
novamente meu aniversário. Um ano desde que me havia entregue
ao Senhor. E agora olhava com antecipação para minha primeira e
real celebração do Natal. É claro que, na Europa, tinha visto festas
natalinas. Mas não tinha tido a experiência do Natal, quando é
celebrado de coração. Tomei um presépio emprestado dos Mitchell.
Quando vieram trazer a pequena manjedoura trouxeram também
um pequeno pinheiro e todos cantamos: "Ó pinheirinho de Natal...",
enquanto Mamude gritava de alegria. Os criados colocaram a
árvore num canto da sala de visitas e todos nós ajudamos a
decorá-la com fitas de papel.
Entretanto, algo estava errado.
Por mais que estas festividades me agradassem, não via nelas
muita significação. Comecei a perguntar a mim mesma se havia
um modo de celebrar o Natal de forma a expressar a mudança
ocorrida em minha vida.
Então veio-me à mente uma idéia. Por que não dar uma festa
para todos — missionários, aldeões, até mesmo para os varredores
de rua? Imediatamente ouvi a voz de minha família advertindo-me
a não fazer uma exposição de minha fé; e também ouvi a voz do
general advertindo-me de que se eu tivesse problemas não mais
podia dar-me proteção oficial. Eu sabia que a idéia de tal festa de
Natal seria uma ameaça para muitos. Entretanto, depois de muita
oração pareceu-me que a presença era mais forte quando eu
começava a fazer os planos para essa inusitada reunião.
De modo que segui adiante com o plano e no dia de Natal dei
uma festa que causou rumor em Wah. Os aldeões chegaram cedo e
congregaram-se ao redor da árvore na sala de visitas. Então
chegaram os missionários. Synnove dirigiu os cânticos. E, para
espanto meu, uma criada anunciou que uma tia e alguns primos
de Rawalpindi tinham chegado para uma visita não planejada.
Meu coração deu um salto. Qual seria a reação deles?! Não
precisava ter-me preocupado — reagiram à maneira típica da
classe alta, penso eu. Primeiro descaiu-se-lhes a boca, então,
quietamente, retiraram-se para outro cômodo onde ficaram a sós
em silêncio carregado.
Eu não queria deixar de dar atenção a nenhum dos grupos de
modo que passei o tempo andando de uma sala para outra. Era
como se corresse de um lado para outro, de um chuveiro quente
para um chuveiro frio.
Finalmente, talvez por causa de minha persistência, alguns
familiares começaram a descontrair-se. Alguns até foram para a
sala de visitas e juntaram-se às festividades ao redor da árvore. Já
pelo fim da festa estavam de conversa com os Old, com os Mitchell
e até mesmo com os varredores de rua.
A festa anunciava, esperava eu, o começo de um ano
diferente. Não um ano mais fácil, simplesmente um ano diferente.
A minha frente estavam muitas encruzilhadas que, tomasse eu a
esquina errada, levar-me-ia a grandes dificuldades. Pois com os
parentes e amigos que agora retornavam, veio também uma
espécie diversa de visitantes. Eram pessoas decididas a levar-me
de volta à fé muçulmana. Eu tinha a impressão de existir
espectadores ansiosos para ver como eu reagiria a essas vozes que
me chamavam de volta ao lar. Guardaria eu silêncio discreto, ou
realmente diria o que pensava?
A resposta veio-me de novo, em termos da presença de Deus.
Sempre que tentava ser ambígua sentia-me desconfortável e só;
mas toda vez que respondia às questões capciosas diretamente e
em amor, sentia que o próprio Senhor estava comigo.
Certa tarde, por exemplo, ouvi baterem suavemente à minha
porta. Fiquei surpresa; eram duas horas da tarde.
— Sim? — A porta abriu-se. Era Raisham.
— Begum Sahib, a senhora tem visitas.
Havia certa hesitação em sua voz suave. Tinha dito a
Raisham que preferia não ser incomodada entre meio-dia e três da
tarde. Porém não fora uma ordem. Um ano atrás eu teria ordenado
a Raisham duramente que não me incomodasse por coisa alguma
entre o meio-dia e as três. Agora expliquei-lhe que já não
considerava o tempo coisa minha; pertencia ao Senhor. Se
acontecesse alguma coisa que ao seu pensar precisava de minha
atenção, então, é claro, devia vir a meu quarto não importando que
hora fosse.
— Begum Sahib, o homem é inglês. — Havia uma ponta de
humor em seus olhos castanhos. — Ele diz que deseja falar a
respeito de Deus.
— Está bem —, disse eu, um tanto intrigada. — Descerei
num instante.
Esperando por mim, na sala de visitas, estava um inglês
pálido, cabelos cor de areia. Meu interesse aumentou ao notar que
ele usava roupas típicas paquistanenses: camisa branca e calças
largas. Seu rosto pálido e suas roupas brancas quase se confundiam
com as paredes brancas da sala. Depois de se desculpar por
aparecer sem ter avisado, foi direto ao assunto. Disse ter viajado
desde Karachi a fim de vir visitar-me; e por ter-se convertido do
Cristianismo para o islamismo, seus familiares pensavam termos
interesses comuns. "Ah", disse a mim mesma, "agora compreendo.
Sabendo o quanto gosto dos ingleses, pensam que eu vou ficar
impressionada com um inglês que trocara o Cristianismo pelo
islamismo".
Meu visitante hesitou por uns instantes e então lançou-se ao
propósito a que vinha.
— Begum —, disse o homem — uma coisa realmente me
perturba acerca dos muçulmanos que se convertem ao
Cristianismo. É a Bíblia. Todos nós sabemos que o Novo
Testamento não é o mesmo dado por Deus.
Ele apresentava a principal acusação do islamismo contra a
Bíblia, isto é, que ela tinha sido tão alterada que a versão atual
não merecia confiança alguma. O original, diziam os muçulmanos,
estava de acordo com o Alcorão.
— Espero que você não pense que eu esteja tentando ser
engraçada — disse eu. — Na verdade, desejo saber uma coisa.
Tenho ouvido com tanta freqüência que a Bíblia foi modificada,
mas jamais me disseram quem a mudou, quando foram feitas
essas mudanças e que passagens foram corrompidas.
Meu visitante reclinou-se e olhou para as traves entalhadas
do teto, os dedos martelando os braços do sofá. Não respondeu. Eu
estava sendo injusta, pensei. Até onde sabia, não existiam
respostas a estas perguntas.
— Você percebe —, continuei, — no Museu Britânico existem
versões antigas da Bíblia publicadas quase trezentos anos antes do
nascimento de Maomé. Em toda a questão entre o Cristianismo e o
islamismo estes antigos manuscritos são idênticos à Bíblia de hoje.
Os peritos dizem que nos pontos básicos essenciais a Bíblia de
hoje não é diferente do original. Para mim, pessoalmente, isto é
importante, pois a Bíblia tornou-se uma Palavra viva: fala à minha
alma e me alimenta. Ajuda-me e me dirige ...
Meu visitante levantou-se sem dar-me tempo para terminar.
— ...e assim —, continuei — acho que é muito importante
saber se realmente há passagens bíblicas com as quais esteja
perdendo o meu tempo. Você pode esclarecer isso?
— A senhora está falando acerca da "Palavra" como se fosse
viva —, disse-me o visitante.
— Acredito que Cristo vive, se é isto que você quer dizer —,
disse eu. — O próprio Alcorão diz que Cristo é a Palavra de Deus.
Adoraria conversar a respeito dela com você em outra
oportunidade.
— Devo partir.
E foi tudo.



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Autor(a): grandeshistorias

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