Fanfic: 𝔸𝕋ℝ𝔼𝕍𝕀-𝕄𝔼 a chamar-lhe Pai (CONCLUÍDA) | Tema: Cristianismo, Islamismo, Fé, Amor
1978 — Seis anos se passaram desde o dia em que vi minha
terra natal desaparecer na cerração. O pressentimento de que eu
não veria mais o Paquistão fora profético.
Nunca mais voltei. A curta visita foi prolongada por vários
motivos. Em primeiro lugar, meus amigos advertiram-me de que é
melhor para mim e para Mamude — um jovem robusto de quinze
anos de idade e agora chamado David — que não voltássemos.
Outras pessoas e autoridades em meu país haviam-me dado
mensagens semelhantes. Em 1976 houve uma reunião do
Congresso Islâmico Mundial na qual passaram uma resolução
conclamando a retirada do Paquistão de todas as instituições
cristãs estrangeiras, estações de rádio e missionários. É evidente
que eu não seria bem recebida de volta ao Paquistão agora.
O que é mais importante, o Senhor tornou bem claro que
devo permanecer aqui; parece existir nos Estados Unidos grande
necessidade de ouvir minha mensagem. Isto me foi mostrado em
visão, logo depois de chegar aqui. O Senhor estava de pé em meu
quarto. Pediu-me que falasse de seu fardo às igrejas; que haveria
uma separação das ovelhas dos bodes e que o juízo começaria na
Casa do Senhor. Retraí-me ante a tarefa; não cabia a mim dizer
aos outros dos seus fracassos. Neste país, eu era visitante e cristã
nova. De modo que perguntei:
— Por que eu, Senhor?
Em resposta, seus olhos encheram-se de tanta preocupação e
agonia tanta pelas igrejas que caí de joelhos prometendo obedecer-lhe.
Entretanto, humana e fraca como sou, ainda hesitava. Vinha
isto realmente do Senhor ou procedia de mim mesma? De modo
que fiz a prova do velo de lã, dizendo: "Se me levares no Espírito,
Senhor, então nada no mundo me impedirá de falar." Assim que
minha cabeça tocou o travesseiro, fui arrebatada em Espírito e
uma grande luz envolveu-me como se me ungisse para a tarefa.
Clara e inequivocamente, o Senhor ordenou-me que honrasse
e glorificasse seu nome e falasse de sua misericórdia e amor a
igrejas e grupos em todos os lugares.
Então, como confirmação posterior de sua direção,
praticamente todas as visões que tive no Paquistão se cumpriram
exatamente como as vira anos antes. Tenho visto pessoalmente
algumas cidades e igrejas norte-americanas que me foram
mostradas claramente em sonhos.
Uma confirmação muito espantosa de que o Senhor pode
falar a nós mediante visões foi-me dada pela Sra. Horold B. Wold,
cujo marido é pastor da igreja da Missão do Farol em Portland, no
estado de Oregon. Ela escreveu-me contando uma visão que teve
nos Estados Unidos mais ou menos na época em que o Senhor
falou comigo pela primeira vez no Paquistão, dez anos atrás. "Eu
andava e orava em minha sala de estar", escreveu ela, "quando
subitamente o poder do Senhor veio sobre mim tão fortemente que
senti como se meus pés não tocassem o solo. À minha frente
estava a visão mais linda. Era uma mulher de pele mais escura,
usando um sari; de alguma forma eu sabia que ela pertencia à
nobreza. Estava de frente para mim e ficou ali parada por um
longo tempo, e eu sabia que ao encontrá-la haveria de reconhecê-la.
Quando você veio falar em nossa igreja, reconheci-a como a
senhora de minha visão."
Hoje, vivo um instante de cada vez, esperando para ver o que
o Senhor há de fazer em seguida comigo e com meu tempo. Uma
coisa sei: devo testemunhar dele. Ainda mais, devo estimular os
norte-americanos a reconhecer a liberdade que têm de adorar a
Cristo. E também devo orar por meu próprio país. Não posso
testemunhar ao povo de lá diretamente, mas quando alguns vêem
visitar-me, como já o fizeram minhas filhas Tooni e Khalida, e meu
filho Khalid planeja fazer, então posso falar livremente. Outros de
minha família e amigos provavelmente nunca mais verei. Mas oro
por eles regularmente. Oro por todo o povo muçulmano, tão perto
de Deus, e ainda tão longe. Um povo que acredita ser a salvação
uma provação que nunca termina de boas obras. Oro para que
encontrem o Cristo vivo que é a salvação e que o encontre antes de
sua segunda vinda.
Penso em Nur-jan e Raisham e em todos os cristãos que
deixei para trás. Ao mesmo tempo em que me preocupo com eles
em seu andar solitário, tenho a certeza de que o Senhor está com
eles também, pois ele prometeu: "Não vos deixarei órfãos, voltarei
para vós outros" (João 14:18).
Passei uma procuração a Tooni, e pedi-lhe que separasse
fundos para o salário de um ano dos empregados. Todos haviam-se
tornado como membros da família e eu queria fazer tanto quanto
podia para que começassem com segurança em seus novos
empregos.
Meus jardins e minha casa? Sei que os jardins de Wah foram
desapropriados pelo governo, por causa de sua significação
histórica. Mas quando pergunto acerca de minha casa, onde me
encontrei com o Senhor, dão-me respostas vagas. Talvez minha
família e amigos não desejem que eu saiba da triste condição em
que se encontra. O que eles realmente não podem compreender é
que Wah agora pertence ao passado. As coisas do mundo já não
têm sentido para mim.
Agora meu lar é com o Senhor. Minha família em Cristo é
minha nova família. Estou vivendo na Nova Jerusalém. É um lugar
onde tenho de tudo e ao mesmo tempo não tenho nada. Tenho
aprendido dolorosamente, passo a passo, que quando não temos
nada então é que o Senhor pode realmente começar a operar por
meio de nós, pois é nesse instante que começamos a viver, com
maior segurança, em sua glória.
Bilquis Sheikh
ACERCA DOS AUTORES:
BILQUIS SHEIKH agora vive em Thousand Oaks, na
Califórnia, com Mamude, seu neto de dezessete anos de idade. (Os
amigos dele o chamam de David.)
Ela é uma testemunha poderosa para Cristo; faz palestras e
dá seu testemunho por todo o continente norte-americano.
RICHARD SCHNEIDER é redator assistente da revista Guideposts.
Fim
Autor(a): grandeshistorias
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