Fanfic: Deixe-me Ser O Único *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Capítulo Dois

Alfonso certificou-se de não demonstrar surpresa diante do cumprimento de Anahí.

Estava claro que ela precisava que passassem por um casal, pois o babaca ricaço com quem estava tomando um drinque estava dando em cima dela.

E não era para menos. Ela era linda.

Anahí havia sido uma adolescente bonita, mas agora tinha tudo de que Alfonso gostava em uma mulher: Cabelos compridos que dançavam sobre a curva dos seios, a suave linha do quadril à cintura, pernas estonteantes em sandálias de salto alto.

Sem dúvida, o tempo havia feito bem a sua velha amiga.

Tão bem, na verdade, que não era necessária nenhuma habilidade artística para pegar sua mão e abraçá-la.

— Desculpe por chegar cedo, meu bem. Jurava que você tinha dito que estaria liberada às oito.

Nossa, ela estava gostosa. Quente e macia nos lugares certos. Cheirava bem também, como flores ao sol misturadas com um toque natural da argila com que sempre trabalhava.

Ela ficou rígida em seus braços por um instante, antes de se lembrar de que estavam fingindo ser um casal.

Passou as mãos pelas costas de Alfonso, pousando-as logo acima da cintura dele.

— Obrigada — sussurrou ao abraçá-lo, e acrescentou baixinho: — Desculpe.

Ela não sabia que não tinha do que se desculpar?

Havia salvado a vida dele quando eram jovens. Ele ainda lhe devia isso e seria seu devedor a vida toda. Passar por namorado dela por uma noite estava longe de valer como pagamento.

Ainda mais porque isso significava que ele finalmente realizaria suas fantasias secretas.

Seis anos depois dela ter se mudado de Palo Alto, ele saíra da Califórnia e fora para Nova York a fim de surpreendê-la em sua formatura.

Ela nunca havia mencionado ninguém nos e-mails que frequentemente trocavam, portanto, quando ele a vira chegar à cerimônia de braço dado com um homem mais velho que obviamente a reivindicava para si, e ela estava toda sorridente e luminosa, o ciúme e a frustração quase o mataram.

Tinha chegado atrasado de novo.

Alfonso fora embora da formatura sem que ela soubesse que ele havia estado lá.

Em seguida, recebeu um recado dizendo que ela se casaria e se mudaria para a França.

Sentiu, então, que havia perdido algo essencial... ainda que ela nunca houvesse passado de uma amiga.

Nos dez anos seguintes, ela morara em vários países da Europa com o marido e, depois do recente divórcio, se estabelecera em Praga.

Alfonso andava brincando com a ideia de uma viagem para vê-la no final da temporada dos jogos. Em vez disso, ela viera para São Francisco, e ele ficara bem contente com isso.

Assim que ela se afastou do abraço, ele entrelaçou os dedos aos dela. Sabia como era estar apaixonado, pois havia visto o suficiente com seus irmãos.

Sempre tocando um ao outro. Olhares de adoração. Beijinhos quando achavam que ninguém estava olhando... e mesmo que estivessem.

— James, gostaria de apresentar Alfonso Herrera. Meu nam... — quando ela gaguejou um pouco na palavra, ele a puxou mais para si. — ... namorado. Alfonso, este é James Sedgwick. Lembra que lhe contei que ele é uma das maiores autoridades em arte moderna? — ela lançou a Alfonso um sorriso que pareceu um tanto forçado. — O James e eu estávamos conversando sobre o meu último projeto para concorrer à bolsa. Ele tem sugestões muito construtivas.

— O que vai beber, Senhor Herrera? — James fez um gesto na direção da mesa de vidro fartamente disposta.

— Pode me chamar de Alfonso — ele disse do modo mais normal possível, diante da vontade de socar a cabeça de James na mesa de mármore. — Uma cerveja desceria bem, obrigado.

— Claro. Com licença, por favor.

Alfonso contava com a saída de James para lhe buscar uma bebida. Assim que o sujeito saiu, disse:

— O que é que está acontecendo aqui, Anahí?

Ela balançou a cabeça, e, para seu desassossego, estava pálida e tensa demais.

— Conto tudo depois. Mas continue fingindo. Por favor.

James voltou em segundos, e Anahí tomou um gole de vinho enquanto ele entregava uma garrafa de cerveja a Alfonso, com óbvia aversão.

— O barman me garantiu que você não precisaria de um copo. Devo parabenizá-lo pelos resultados da temporada, Alfonso. — James voltou a atenção para Anahí de novo. — Estou surpreso por você não ter me contado quem era seu namorado. Estou... impressionado.

Dessa vez ela não gaguejou ao responder:

— Não achei que fosse fã de beisebol, James. — voltou-se para Alfonso e sorriu. — A esta altura eu já deveria saber que todo mundo é seu fã, né?

Ela disse isso com tamanho carinho que até mesmo Alfonso flagrou-se acreditando que formavam um casal.

Foi por puro instinto que limpou gentilmente o vinho do cantinho da boca de Anahí com o dedo.

Os olhos dela brilharam com um ardor inesperado, e ele desejou beijá-la para sentir sua doçura.

Dizendo a si mesmo que isso os ajudaria a continuar se fazendo de casal diante daquele sujeito, Alfonso baixou a cabeça e a beijou.

Havia anos que esperava por esse momento, e nossa, era ainda melhor do que havia imaginado!

Os lábios dela tinham gosto de vinho tinto e açúcar, e tudo o que Alfonso queria era aprofundar o beijo e continuar beijando-a por horas seguidas.

Quando finalmente conseguiu se afastar da boca mais macia e doce que já provara, Anahí estava corada.

— James e eu estávamos conversando sobre como ser capaz de aceitar críticas é um dos aspectos mais importantes na criação de uma boa de arte. — a voz dela estava um pouco mais aguda do que o normal, e Alfonso ficou feliz por ver o efeito do beijo sobre ela: — O que dizia quando Alfonso chegou?

— Simplesmente que qualquer um pode moldar argila. — James dirigiu-se a Alfonso com um gesto de cabeça. — Mas é preciso um artista de verdade para fazer uma observação ampla. Com certeza você sente a mesma coisa em seu treinamento, não?

Alfonso deu de ombros, mas cerrou os punhos nas costas de Anahí.

— É questão de dar e receber. O treinador confia na minha experiência em campo. — ele fez uma breve pausa antes de continuar: — E eu confio que ele não vai abusar de seu poder e me levar a fazer coisas que eu não deveria fazer.

A expressão neutra de James não se alterou diante do aviso não muito sutil de Alfonso.

Anahí, por sua vez, apertou a mão dele com força suficiente para que soubesse que não havia gostado muito da maneira como estava lidando com a situação.

Alfonso compreendeu, ela não queria aborrecer o sujeito. Mas, ao lhe enviar uma mensagem e depois chamá-lo de querido no instante em que chegara, ela deveria saber que ele a protegeria pra valer. De qualquer coisa.

— Parece que interrompi uma discussão importante. — ele disse, com outro sorriso tranquilo que não foi nem um pouco espontâneo. — Costumava fazer a mesma coisa com Anahí quando éramos garotos. Eu ia até a casa dela e ela mal tirava os olhos do que estava fazendo. Mas eu ficava completamente hipnotizado por ela e suas esculturas, mesmo aos 15 anos.

No tempo da escola, todo mundo supunha que ele andaria com outros atletas e moças da torcida, mas, depois de uma noite de jogo, ele ficava contente de saber que encontraria Anahí na garagem, junto do torno.

PS: Gnt vocês sabem que minha programação normal é postar todo dia, se algum dia eu não apareço é porque alguma coisa aconteceu, então deixo avisado que às terças-feiras NÃO haverão posts, tenho curso nesse dia e fica complicado, nos outros dias segue nossa rotina.

Att,

Mila :3