Fanfics Brasil - Capítulo 10 Até eu te encontrar

Fanfic: Até eu te encontrar | Tema: Romance, realidade, misticismo, bruxaria, wicca, amor, suspense, aventura


Capítulo: Capítulo 10

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  A véspera da Semana Santa chegou rápida. Era quarta-feira à noite e Flávia estava no quarto de Lauren, observando-a arrumar a mala.
   — Vocês não vão ficar mesmo em Itabira até domingo? — perguntou Flávia.
   — Minha mãe até queria, mas não estou com vontade. Minha tia é chata demais, só estou indo porque minha mãe insistiu.
   — Ela não ficou brava porque você quis voltar antes de domingo?
   — Não, ela entendeu. Sabe que não dá certo ficar muito tempo com minha tia, que reclama demais da vida e é uma pessoa extremamente negativa. Ninguém aguenta alguém assim.
   — Isso é verdade.
   — Nem minha mãe aguenta, embora seja sua irmã. Ela mesma não fica muito tempo em Itabira quando vamos lá. Dá para aguentar uns dois dias, que é quando a gente vai ficar na cidade. Tem também a minha prima, que é outra chata. Por isso vamos amanhã e voltamos sábado. Ainda pego o churrasco na casa dos meninos. — Lauren deu uma piscada para Flávia.
   — Todo mundo vai neste churrasco, menos eu. Você, os meninos, claro, o Gust.
   — O Gustavo vai? — O rosto de Lauren se iluminou, mas Flávia não percebeu. Ela estava folheando uma revista, desanimadamente, enquanto Lauren ia colocando algumas roupas na mala.
   — Vai, o Felipe convidou e ele se animou.
   — A Mirela vai? — Lauren ficou com medo da resposta, mas precisava fazer aquela pergunta.
   — Não, ela vai pra Ouro Preto, visitar os avós.
   — Ah! — Lauren sentiu um grande alívio dentro dela.
   — Incrível este namoro dele estar durando. Quase um mês! — comentou Flávia, largando a revista e olhando para a mala de Lauren. Estava aliviada porque já havia feito a sua. Não gostava muito de arrumar malas, então decidiu levar apenas algumas roupas para Lavras. Se precisasse de algo mais, usava o que tinha deixado lá antes de ir para Viçosa.
   — Vai ver ela é a alma gêmea dele, a que a Sônia falou — Lauren tentou arriscar, para ver o que Flávia falava.
   — Duvido muito. O Gustavo não está apaixonado. Se fosse ela, com certeza ele estaria.
   Lauren abriu um sorriso e continuou arrumando sua mala, desta vez mais empolgada. Era o que precisava ouvir para lhe dar ânimo de enfrentar a viagem do dia seguinte e os dois dias que passaria com sua tia.
   — Eu vou indo. Vou ver se ligo para os meus tios e durmo cedo. Amanhã tenho um longo caminho até Lavras.
   — Ok, vai lá. Boa viagem para você.
   As duas se abraçaram em despedida e Flávia saiu. Olhou para a República Máfia, em frente à casa de Lauren. Estava tudo apagado, quieto. Ela foi em direção ao seu Pálio e observou um papel preso ao para-brisa. Flávia o tirou dali e abriu a folha. Era um bilhete de Felipe.


Caloura,
Eu e o Mauro estamos tomando uma no Lenha.
Quando terminar a fofoca aí com a Lauren, vai lá nos encontrar.
Até!


   Flávia sorriu e guardou o bilhete dentro da sua bolsa. Entrou no carro e dirigiu até o Lenha. A rua estava movimentada, por causa da véspera de feriado, e ela não conseguiu encontrar nenhuma vaga em frente ao restaurante de estilo rústico, remetendo às antigas fazendas de Minas Gerais. Decidiu guardar o carro na garagem do seu prédio e depois foi encontrar Felipe e Mauro.
   Assim que se aproximou do restaurante, viu os meninos em uma mesa na espaçosa varanda. Ficou feliz por eles já estarem ali, pois o Lenha estava lotado. Do lado de fora, algumas pessoas aguardavam por uma mesa. No salão de dentro, uma banda tocava MPB. As mesas ali também estavam ocupadas.
   — Olá, meninos — disse Flávia, cumprimentando Felipe e Mauro.
   — Até que não demorou muito para terminar a fofoca com a Lauren — brincou Felipe.
   — Ai, ai. Sabia que o ruim de você morar em frente a ela é que agora você adora controlar meus passos?
   — Repara não, o Felipe é chato assim sempre — disse Mauro. Ele chamou o garçom e pediu mais um copo.
   — Não, não vou beber cerveja. Traz um suco de laranja para mim, por favor — pediu ela ao garçom, que saiu para buscar o suco.
   — Está na lei seca?
   — Eu não vou beber, né, vou dirigir amanhã.
   — Certo, tem de ser responsável — Mauro concordou.
   — Um copo não mata ninguém. Você vai viajar só amanhã, não agora.
   — Mas eu sei que não vou querer ficar só em um copo. E também quero dormir cedo e tranquilamente.
   — Ok, ok — disse Felipe.
   — Pena que você não vai conhecer a Bruna e a Cecília — disse Mauro, triste.
   — É, eu estava curiosa para conhecê-las, mas fica para a próxima.
   — Elas chegam agora de noite, vamos ficar aqui até a hora. O ônibus deve chegar meia-noite, uma da manhã.
   — Pena que é tarde, essa hora já quero estar dormindo. Mas mande um beijo para elas, Mauro. — O garçom chegou com o suco de Flávia, que olhou para Felipe. — Não vai querer mesmo uma carona até Lavras? De lá para Alfenas é perto.
   — Não, não vai ter ninguém lá em casa, meus pais estão indo mesmo pra Curitiba. Fica para as férias, aí eu aceito a carona quando você for em julho.
   — Cuidado, não oferece muito que ele vai aceitar sempre.
   — É bom que faço companhia para ela. — Felipe abriu ainda mais seu sorriso. Mauro virou os olhos e Flávia começou a rir. Olhou para o lado de fora do Lenha e viu Gustavo passando. Flávia o chamou e ele foi até a mesa deles.
   — Oi, Flavinha, estava indo na sua casa.
   — Nós a trouxemos para um brinde de despedida, mas ela quis brindar com suco de laranja. — Felipe fez uma careta. — Senta aí, cara, e toma uma com a gente.
   — Não dá, vou até a casa da Mirela. Não dá para chegar na casa da namorada cheirando a cerveja.
   — Ei, você não disse que ia lá em casa?
   Gustavo sorriu envergonhado.
   — Sabe o que é, Flavinha, eu estava indo na sua casa me despedir de você, e depois ia até a casa da Mirela me despedir dela.
   — Sei, isso está parecendo mais o contrário, que você vai é se despedir dela, mas como minha casa é no caminho, resolveu dar um oi.
   — Ou então que ele só resolveu dar o oi porque te viu aqui — provocou Felipe. Mauro começou a rir e Flávia também.
   — Valeu, Felipe — disse Gustavo.
   — Liga não, Gustavo, não esquento com isso. Sei que o que você quer é ficar com a Mirela e está mais que certo. — Flávia terminou de tomar o suco. — Gente, vou indo, quero dormir cedo.
   — Eu vou com você. — Gustavo se levantou.
   — Pode deixar que o suco é por minha conta hoje. Aproveita — disse Felipe.
   — Grandes coisas, deve custar no máximo uns dois reais — Mauro tentou provocar Felipe.
   — Não desdenhe de mim, estou sendo cavalheiro. — Felipe olhou para Flávia. — Fica como um presente de despedida.
   Flávia deu um abraço em Felipe e outro em Mauro e depois foi com Gustavo até seu prédio, onde pararam na porta.
   — Vai querer subir?
   — Acho que não. Não quero chegar tarde na casa da Mirela.
   — Verdade, pega mal, né?
   — Nem fala, o pai dela é uma fera.
   — E como vai o namoro?
   — Vai indo — disse ele, suspirando e chutando uma pedra que estava na calçada.
   — Não senti muita empolgação.
   — E não tem mesmo. Gosto dela, mas não é aquela coisa. Mas é legal ficar junto dela.
   — Ai, credo, Gustavo, então termina. Fica aí enrolando a garota.
   — Não estou enrolando, gosto de ficar com a Mirela. Só não a amo.
   — Entendi. E ela?
   — Sei lá. Acho que está um pouco empolgada.
   — Mais um motivo para terminar.
   — Não quero terminar. Não agora. Quero curtir um pouco mais.
   — Você que sabe. Só não vai brincar com os sentimentos dela.
   — Pode deixar. Mas agora deixa ir logo lá. — Gustavo deu um abraço em Flávia. — Boa viagem e vai com calma na estrada, que deve estar cheia.
   — Eu sempre dirijo com cuidado. — Flávia ficou observando Gustavo e entrou no prédio. Antes de ir para seu apartamento, tocou a campainha de Sônia. George atendeu a porta.
   — Oi, George, acabei de vir do Lenha.
   — Estou indo para lá agora — disse ele. Flávia entrou no apartamento.
   — Está lotado, como sempre.
   — Véspera de feriado sempre é dia de bom movimento.
   — É verdade. As pessoas estão mais felizes, sempre saem, não querem ficar em casa. — Ela sorriu e olhou para os lados. — A Sônia está?
   — Sim, está lá no quarto, vai lá. Eu tenho mesmo de ir para o Lenha.
   Flávia se despediu de George, que saiu. Foi andando até o quarto de Sônia, e a encontrou sentada na cama, falando ao telefone. Rabisco, que estava ao seu lado, levantou assim que viu Flávia.
   — Oi, Rabisco — disse ela, pegando o cachorrinho no colo. Sônia fez um sinal para esperar e desligou o telefone. — Desculpa, Sônia, o George falou que eu podia entrar, não sabia que você estava ao telefone.
   — Não tem problema, já estava desligando mesmo. Era uma amiga combinando de ir ao clube amanhã, aproveitar a piscina. Se fizer sol, é claro. — Sônia sorriu e Flávia retribuiu. Colocou Rabisco de volta na cama.
   — Eu vim me despedir.
   — É mesmo, amanhã você vai para Lavras.
   — Sim. É bom ir para casa. Já estou com saudades dos meus tios, da fazenda.
   — Vá lá e aproveite bastante. Volte com as baterias recarregadas.
   — É o que eu espero. Bom, vim mesmo só dizer um tchau. Domingo estou de volta.
   As duas se abraçaram e Flávia foi para seu apartamento, indo direto para o quarto. Ligou o som, tirou a roupa, colocou o pijama e deitou. Ainda era cedo, mas ela sentia o corpo cansado, queria esticar em sua cama e só levantar no dia seguinte. Sem perceber, dormiu rapidamente.



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Autor(a): biiviegas

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • _Estefani_Silva Postado em 19/10/2017 - 10:09:37

    Meu Deus!!!! Eu amo esse livro <3 <3


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