Fanfics Brasil - Capítulo 17 Até eu te encontrar

Fanfic: Até eu te encontrar | Tema: Romance, realidade, misticismo, bruxaria, wicca, amor, suspense, aventura


Capítulo: Capítulo 17

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   Era sexta-feira, cinco horas da tarde. Flávia havia acabado de voltar da sua última aula do dia na UFV e estava parada na porta da casa de Sônia fazia alguns minutos. Ainda não tinha certeza se realmente queria fazer a simpatia, mas, sempre que fechava os olhos, a imagem de Felipe beijando outra garota lhe vinha à cabeça, e isso a impulsionava cada vez mais a realizar a magia. Hesitante, tocou a campainha.

   — Oi, Sônia.

   — Olá. Pronta?

   — Nervosa. — Sorriu, seguindo Sônia até seu quarto. Reparou que ela terminava de arrumar uma pequena mala preta de viagem, feita de lona. — Para onde vamos?

   — Para um local na UFV.

   — Vamos fazer a simpatia dentro da universidade? — Flávia se espantou.

   — Calma, ninguém irá nos ver. Vamos para o Recanto das Cigarras. Lá é calmo, tranquilo e deserto.

   — Demora muito?

   — Acredito que não, mas não devemos ter pressa.

   — Não podemos fazer na minha casa ou aqui na sua? Não é mais seguro?

   — Poderíamos fazer, mas o melhor é estarmos em contato com a natureza, para energia fluir mais facilmente. — Sônia olhou para Flávia. — Não fique nervosa, você não está cometendo pecado nenhum, nem ferindo ninguém.

   George entrou no apartamento e encontrou as duas conversando.

   — Vamos? — perguntou ele, pegando a mala das mãos de Sônia.

   — O George vai conosco, mas vai ficar de longe, apenas vigiando se não aparece ninguém. Não quero ser interrompida durante a magia.

   Flávia concordou com a cabeça, ainda receosa. Eles desceram, entraram no carro de George e seguiram para a UFV em direção ao Recanto das Cigarras, que ficava no final da rua entre o prédio de Economia Rural e o de Laticínios. Flávia percebeu que nunca havia pensado em onde aquele caminho daria. Foram subindo uma ladeira e chegaram a um belo lugar parecido com um bosque, com várias árvores e algumas mesas no estilo piquenique.

   — Nunca vim aqui — comentou Flávia, descendo do carro.

   — Este lugar já foi muito utilizado para festas da UFV — respondeu Sônia.

   — Belas e boas festas — disse george em um tom saudoso.

   — Não tem perigo dos guardinhas da UFV aparecerem?

   — Por isso eu vim, Flávia — disse George, encostando-se no carro e cruzando os braços. — Tenho um amigo que está na vigilância nesse horário, já o avisei. Não teremos problemas quanto a isso, o máximo que eles vão fazer é passar aqui perto para ver se não há mais ninguém. Eu fico aqui vigiando se não vai aparecer algum estudante.

   Flávia sorriu, um pouco sem graça. Seguiu Sônia, que foi andando para um local até onde George não conseguisse mais vê-las.

   — Estou morrendo de vergonha do George.

   — Não fique — disse Sônia calmamente. — Ele já está acostumado comigo. Sempre vem aqui, me acompanhar, quando preciso estar em contato com a natureza, fazer meus rituais.

   — É que isso ainda é estranho para mim. Fico pensando se algum dia deixará de ser.

   — Quem sabe? — Sônia colocou a mala que carregava no chão e começou a retirar vários potes e sacos plásticos de dentro. Depois, ficou descalça e pediu que Flávia fizesse o mesmo. — Quanto mais em contato com a natureza estivermos, melhor.

   Flávia obedeceu e tirou seu tênis. Sentiu a aspereza da terra embaixo de seus pés, abrandada pelas folhas secas caídas de árvores, que estavam ali no chão. Tentou não se incomodar com as pequenas pedrinhas que machucavam a sola dos pés. Concentrou em sentir apenas o contato com a terra.

   — Antes de começarmos, você precisa ter em mente que não se deve praticar magia sozinha enquanto não tem experiência. Na Wicca, quando alguém entra para a religião, é necessário um ano de estudos antes de fazer uma magia ou ritual. Qualquer coisa sem experiência pode ser prejudicial à pessoa. Sempre que você precisar de algo, algum auxílio em uma magia, me chame. — Sônia explicou tudo calmamente e Flávia ouviu atenta cada palavra. Sônia ficou de frente para ela. — Feche os olhos agora, preste atenção na sua respiração. Sinta a terra embaixo dos seus pés, sinta a leve brisa que toca seu corpo, as folhas balançando nas árvores, tente sentir tudo ao seu redor. Quando estiver conectada com a natureza, com este local, tente sentir sua força interior. Não tenha pressa, leve o tempo que precisar.

   Flávia fez o que Sônia pediu, embora acreditasse que seria difícil se desligar dos vários pensamentos que estavam em sua cabeça. Tentou deixar de lado sua preocupação com Felipe, sua dor pelo acontecimento de sábado. Aos poucos, começou a relaxar e a se concentrar em sua própria respiração, percebendo que conseguia fazer o que Sônia pediu. Após algum tempo, conseguiu sentir tudo ao seu redor sem abrir os olhos, como se conhecesse aquele local havia anos, como se pertencesse àquele lugar. Sentiu um frenesi pelo corpo e uma grande força emanando dela. Abriu os olhos em choque.

   — Nossa!

   — Sentiu?

   — Sim. É estranho... Quanto tempo eu fiquei "desligada"? — perguntou Flávia, sentindo o coração mais calmo.

   — Alguns longos minutos, mas isso não tem problema. Nós não temos pressa. — Sônia foi para perto da mala que trouxera e começou a mexer no material que havia tirado dali de dentro. — Estamos prontas para começar. — Ela pegou um grande pacote. — Eu vou explicando tudo que fizermos, para você entender o que está acontecendo e poder se envolver melhor com a magia. Tente ficar concentrada ao máximo em tudo que fizer, sem se desligar da natureza ao seu redor. — Sônia entregou o pacote que estava em sua mão para Flávia. — Aqui dentro deste saco plástico existem pétalas de várias flores. Faça um círculo com elas e sente dentro dele. Peça à Mãe Natureza que encontre a pessoa certa para você. Pense nas qualidades que você quer que esta pessoa tenha e nos defeitos que não quer ver nela. Mas qualidades interiores. Nada relacionado a lindo, rico, famoso, essas coisas. Tem de ser relacionado à personalidade dele.

   — Entendi. Algo como simpático, generoso, educado.

   — Isso mesmo. Este é um feitiço para ficar disponível para um amor novo. Temos de tentar desvincular seu coração do Felipe. Você está muito presa e ele e isto atrapalha a aproximação de um novo amor. Como antes, não tenha pressa agora, leve o tempo que precisar.

   Flávia pegou o pacote das mãos de Sônia e, aos poucos, foi jogando delicadamente as pétalas no chão, até formar um círculo ao seu redor. Notou o bonito efeito que as pétalas davam, todas juntas, diferentes e coloridas. Ela se sentou e fechou os olhos. Ficou alguns minutos ali, quieta e concentrada na magia, até ter certeza de que havia feito o que Sônia pediu.

   — Pronto. — Flávia se levantou, mas ficou parada dentro do círculo, esperando as instruções de Sônia.

   — Agora pegue as pétalas e guarde-as. Quando chegar em casa, coloque-as dentro de um recipiente grande com aguá, deixe ali de molho por algum tempo e depois jogue do pescoço para baixo após seu banho. Não esqueça de que não pode se enxugar, deixe o corpo secar naturalmente.

   Flávia escutou com atenção enquanto recolheu as pétalas aos poucos. Sônia se afastou e voltou a mexer na mala. Retirou um incenso de rosas e o acendeu, passando-o em volta de Flávia. Depois, pegou um pedaço de papel em branco, um lápis e uma maçã bem grande e vermelha e a entregou a Flávia.

   — Escreva neste papel seu nome completo e embaixo "alma gêmea". Depois corte a parte de cima da maçã, cave um buraquinho e coloque o papel dentro, com mel e pó do amor por cima. Depois leia com concentração o salmo do amor. — Sônia pegou um pacotinho com um pó rosa, um vidro de mel e um papel onde continha o salmo escrito.

   Flávia sentiu e escreveu "Flávia Callaghan Borioni" e "alma gêmea" embaixo. Cortou a maçã e colocou o papel ali dentro. Depois jogou todo o pó que havia no pequeno pacote e regou com mel. Tampou com a parte de cima da maçã e leu o salmo. Quando terminou tudo, olhou para Sônia.

   — Você deve repetir o salmo de frente para a maçã durante cinco dias, depois a deixe em um lindo jardim, como oferta para os seres elementais da natureza.

   — Eu levo a maçã para casa ou tenho de vir aqui?

   — Leve para casa e repita o salmo.

   — Ok. — Flávia pegou a maçã com cuidado e a colocou em um recipiente que Sônia lhe entregou. Guardou também as pétalas que usaria para o banho naquele dia. De repente, começou a sentir um cheiro forte de perfume. Fahrenheit.

   — Está sentindo, Sônia?

   — O quê?

   — Este cheiro? De perfume...

   — Não. Não sinto nada. Só mesmo o cheiro de terra, de algumas flores, mas tudo bem fraquinho.

   Flávia franziu a testa e ficou compenetrada alguns instantes. Tinha certeza de que não vinha da natureza, que era o cheiro de perfume.

   — Estranho... — Deu de ombros e foi para perto da vizinha.

  — Podemos ir agora. — Sônia sorriu e foi na direção de George. Flávia a seguiu. Sentiu-se diferente, mais leve e mais calma, e esta sensação lhe trouxe paz e felicidade.




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Autor(a): biiviegas

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • _Estefani_Silva Postado em 19/10/2017 - 10:09:37

    Meu Deus!!!! Eu amo esse livro <3 <3


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