Fanfic: Até eu te encontrar | Tema: Romance, realidade, misticismo, bruxaria, wicca, amor, suspense, aventura
Eram seis e meia da manhã de sábado, 7 de setembro. Sônia tocou a campainha do apartamento de Flávia, que atendeu rapidamente.
— Oi, achei que era o Felipe — disse ofegante.
— Ainda não. — Sônia sorriu. — Sei que você está indo viajar daqui a pouco, então vim te trazer isto. — Ela entregou um pacotinho para Flávia, que olhou sem entender nada. — É um saquinho com um pouco de verbera e alecrim. Isso protegerá você durante a viagem.
— Hum, ok, obrigada. — Flávia sorriu, um pouco sem graça.
— Proteção nunca é demais. Ainda mais quando pode precisar.
Sônia saiu e Flávia a olhou, em dúvida. Pegou o pacotinho e colocou dentro da bolsa. Logo depois escutou uma buzina vinda lá de fora. Foi até a sacada e viu Felipe em pé, parado ao lado de seu carro e acenando. Flávia pegou a mala e desceu as escadas. Dali, foram até a casa de Gustavo e voltaram para a frente da República Máfia, onde ficou combinado de saírem às sete da manhã.
No carro de Felipe, além dele, iam Flávia, Lauren e Gustavo. Luigi foi em sua caminhonete com Carla, Mauro e Bernardo. Flávia havia conversado com Felipe e combinado de dar um jeito de colocar Bernardo lá para que Lauren e Gustavo dividissem o banco de trás do Focus. Era uma maneira de os dois ficarem mais próximos e de Flávia se livrar de Bernardo.
A viagem foi tranquila, com apenas uma parada em Barbacena para esperarem por Bruna, que vinha de Belo Horizonte encontrá-los. Ela deixara Cecília com sua mãe para curtir o fim de semana com o namorado. Chegaram a Tiradentes na hora do almoço e foram direto para a Pousada Largo das Forras, onde ocuparam quatro quartos: um para cada casal, Luigi e Carla e Mauro e Bruna, outro para Flávia e Lauren e um triplo para os rapazes solteiros, Felipe, Gustavo e Bernardo.
Todos almoçaram na pousada, que ficava na praça central de Tiradentes, e logo depois saíram para conhecer a pequena cidade histórica. Subiram até a Igreja Matriz de Santo Antônio, uma antiga construção barroca do século XVII, que ficava no alto da cidade, com uma bela vista. Tiraram várias fotos da fachada branca e amarelo-ouro projetada pelo Aleijadinho, e visitaram seu interior, rico em ouro e barroco mineiro. De lá, foram a todos os outros pontos turísticos, inclindo o Chafariz São José e a Estação, na entrada de Tiradentes, onde tiraram fotos da Maria-Fumaça.
Voltaram para a pousada no final da tarde. Enquanto todos iam para os quartos, Flávia viu Felipe conversando com a jovem recepcionista.
— Então a boa da noite é a praça?
— Sim. O Largo das Forras, nome da praça principal, é onde fica bom. Nos feriados fica cheio de jovens turistas. Eu recomendo. — Ela deu uma risadinha histérica, nitidamente forçada, tentando provocar Felipe.
— Hum, então vamos todos para lá hoje. — Ele deu seu lindo e largo sorriso e se afastou do balcão. Flávia notou a recepcionista corar, enquanto abanava o rosto com a mão. — Ouviu, Baixinha, de noite vamos para a praça. Pode ir para o quarto se arrumar. — Ele abraçou Flávia, que se sentiu melhor após sua cena de flerte com a recepcionista, que agora olhava para ela com a cara fechada.
— Não preciso começar a me arrumar agora. Você sabe que não demoro a ficar pronta.
— É verdade. A Carla que demora, mas quem faz questão da presença dela?
Os dois foram andando em direção aos quartos, parando na porta do de Flávia, que era de frente para o dele.
— Vou dar uma descansada da viagem.
— Vai lá. — Flávia deu um beijo na bochecha de Felipe e entrou em seu quarto, encontrando Lauren deitada, vendo TV. — Pronta para a noite?
— E como! — Lauren sorriu. — Espero que o Gustavo me note hoje.
— Quem sabe já não notou?
— Ele comentou algo? — Lauren levantou eufórica.
— Não, mas se ele é sua alma gêmea mesmo, uma hora vai te notar.
— É...
— E vocês estão cada dia mais próximos.
Lauren concordou com a cabeça e deitou novamente.
— Eu vou tomar banho logo, para ver se meus cachos secam até a noite.
— Ok. Vou colocar meu celular para despertar umas sete horas, caso eu durma.
Flávia foi para o banheiro. Após o banho, voltou para o quarto e encontrou Lauren dormindo. Vestiu uma blusa de frio branca e uma calça jeans, colocando a jaqueta preta de couro por cima. Eram seis e meia e achou melhor deixar a amiga dormir; dali a meia hora ela acordaria com o celular.
Flávia saiu do quarto e foi até a recepção, onde encontrou Gustavo sentado em um sofá cáqui, folheando alguns prospectos de turismo.
— Perdido, Gust?
— Mais ou menos. O Felipe e o Bernardo capotaram de sono no quarto; fiquei sozinho e vim dar umas voltas pela pousada.
— Basicamente o que aconteceu comigo. A Lauren dormiu.
— Já que você está aqui para me fazer companhia, o que acha de irmos beber uma cervejinha na praça?
— Acho uma boa. O Felipe disse que ia para lá.
— Hum... — Gustavo deu um sorriso para Flávia.
— Ei, não é nada do que você está pensando. A recepcionista que falou para ele ir pra lá.
Os dois caminharam pela praça, notando o movimento, que já estava grande. Muitos bares estavam cheios e eles pararam em frente a um deles. Gustavo entrou e voltou com uma garrafa e dois copos.
— Não tem mesa no momento, mas o garçom disse que podemos ficar por aqui encostados nos carros, que assim que vagar ele chama a gente.
— Sem problemas, quando a Lauren chegar, vou dar uma volta com ela pelas barraquinhas de bijouteria ali na praça.
— Ah, Flá. Já está querendo roubar a Lauren?
Flávia se assustou com o comentário de Gustavo. Olhou para o amigo.
— Opa, o que eu ouvi? É o que estou pensando?
— Entenda como quiser. — Ele deu de ombros. — Sabe, a Lauren é uma garota incrível, venho observando-a melhor agora, que estamos tendo mais contato.
— Agora que você está solteiro, sem a Mirela, você quer dizer?
— É. Isso aí.
— Então você está gostando dela?
— Não sei dizer. Sinto um grande carinho por ela. E não vou negar, uma grande atração também.
— Então...?
— Então, que estou pensando em arriscar. O que você acha?
— O que eu acho? Acho o máximo! Vocês formam um casal perfeito.
Gustavo deu uma gargalhada.
— Perfeito, Flavinha?
— É. — Ela sorriu maliciosamente para ele, tentando provocá-lo. — Quem sabe a Lauren não é a sua alma gêmea?
— Vamos com calma. Sem apressar e pressionar. Você sabe que não acredito nisso.
— Sei, sei. — Ela balançou a cabeça.
Escutaram o garçom chamando e foram para uma mesa. Logo todos os outros chegaram, com exceção de Bernardo, que encontrou alguns conhecidos em outro bar e mais tarde se juntaria à turma. Felipe, Luigi e Carla ficaram encostados em um carro, conversando, enquanto Mauro, Bruna e Lauren sentaram junto de Flávia e Gustavo.
Não demorou muito para Flávia sair da mesa, já que Gustavo e Lauren estavam em um animado papo e Mauro e Bruna namoravam um pouco afastados. Ela passou por Felipe e Luigi e acenou e, mesmo de costas, sentiu o olhar de Carla.
Flávia caminhou pela praça e olhou em direção ao bar. Um sorriso apareceu em seu rosto quando viu Lauren e Gustavo se beijando. Ficou feliz pela amiga, pelo menos uma delas estava tendo sorte no amor. Voltou a andar para logo depois parar e observar algumas bijouterias expostas em uma barraquinha. Interessou-se por um par de brincos feitos de madrepérola no formato de uma estrela. Apesar de ter gostado, estava na dúvida se os levava ou não.
— Estes brincos vão ficar lindos em você — disse uma voz, próxima ao seu ouvido.
Flávia olhou para o lado e viu um rapaz de aproximadamente 20 anos sorrindo. Ele tinha o cabelo loiro-escuro e algumas sardas no rosto.
— Desculpa, te assustei. Meu nome é Joaquim, mas todos me chamam de de Quincas.
— Oi, eu me chamo Flávia — disse, virando de costas para ele e voltando a olhar o brinco, mas percebeu que Joaquim permaneceu atrás dela.
— Se você me permitir, gostaria de te dar estes brincos de presente.
— Não vai ser necessário. — Flávia tirou algumas notas da bolsa e entregou para o artesão. — Eu mesma os compro.
— Já vi que é uma garota decidida. — Joaquim continuou sorrindo. — Desculpa se estou sendo intrometido ou chato. Só queria mesmo fazer amizade.
Flávia pensou em responder algo e sair dali, mas virou de frente para Joaquim e viu por trás dele que Felipe a encarava. Ao seu lado, Luigi, abraçado a Carla, que falava sem parar, também estava olhando para ela. Não gostou de ver Luigi ali, mas sorriu por dentro com a expressão de Felipe e olhou para Joaquim.
— Não tem problema, Quincas.
— Que bom — disse ele. — Eu sou daqui mesmo. E você, eu sei que é de fora da cidade.
— Sou de Lavras. Vim passar o fim de semana com alguns amigos.
— Hum, Lavras. Pertinho daqui.
— Sim. Mas atualmente moro em Viçosa. Estudo lá.
— Interessante. — Joaquim ia falar algo, quando os dois foram interrompidos por Felipe.
— Algum problema, Baixinha?
— Não. — Flávia sorriu. A irritação de Felipe era evidente e ela se sentiu vitoriosa. — Estava só conversando.
— Eu sou o Joaquim. — Ele estendeu a mão para Felipe, que o encarou com um olhar sério, sem responder o cumprimento.
— Eu sou o Felipe, namorado da Flávia.
Joaquim se espantou e olhou para ela, que observava Felipe. Flávia ameaçou falar algo, mas nada saiu da sua boca.
— Desculpa, foi mal. — Joaquim se afastou, completamente sem graça.
— O que foi isso? — Flávia se colocou na frente de Felipe, com raiva.
— Não quero nenhum babaca em cima de você.
— E quem te deu esse direito? — Ela continuava na frente dele.
Felipe a olhou fundo nos olhos e não respondeu. Puxou Flávia rapidamente para perto e a beijou, sem dar chances de ela se afastar.
De longe, Luigi olhava a cena com nítida expressão de quem não gostava nem um pouco do que via. Naquele momento, percebeu que estava com ciúmes. Era ciúmes o que sentia, era no lugar de Felipe que queria estar. Naquele instante, Luigi soube que estava se apaixonando por Flávia.
Autor(a): biiviegas
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