Fanfics Brasil - Capítulo 27 Até eu te encontrar

Fanfic: Até eu te encontrar | Tema: Romance, realidade, misticismo, bruxaria, wicca, amor, suspense, aventura


Capítulo: Capítulo 27

258 visualizações Denunciar


   Na segunda-feira, após o almoço, Lauren decidiu ir até a MinaZen, conversar com Sônia. Entrou na loja e a encontrou arrumando algumas coisas nas prateleiras atrás do balcão. Rabisco descansava em uma almofada nos fundos da loja e levantou a cabeça ao ver a menina, balançando o rabinho. Quando ela parou em frente ao balcão, o maltês voltou a deitar.
   — Oi, Sônia!
   — Oi! Como foi a viagem? — Sônia exibia um sorriso, já sabendo o que ouviria.
   — Para que a pergunta se você já sabe a resposta? — A felicidade era evidente no rosto de Lauren. — Nós estamos namorando.
   — Eu te falei para ter paciência que este dia chegaria.
   — Nem acredito. Foi tudo perfeito.
   — Você merece ser feliz.
   — Concordo com você. — As duas riram. Neste momento, Carla entrou na loja e fez uma careta ao ver Lauren ali.
   — Quero três velas laranja e dois pacotes de pó do amor — disse, em tom arrogante.
   — Anda incomodando muito as salamandras? — perguntou Lauren. Carla ignorou o comentário e Sônia lhe lançou um olhar de repreensão. 
   — Carla, Carla. Você ainda insiste nisso? Você sabe que não vai adiantar nada. — Sônia balançou a cabeça negativamente.
   — Não me interessa sua opinião. E guarde suas adivinhações de bruxa para quem pede — disse Carla, olhando para Lauren.
   — Já te falei várias vezes. Não se pode fazer magia para interferir na vida dos outros sem sofrer as consequências.
   — Dê o que eu pedi e pronto. Não vim aqui para escutar sermão. Se não quer vender, vou até Belo Horizonte ou Juiz de Fora ou compro pela internet.
   Sônia balançou novamente a cabeça. Pegou o que Carla queria, embrulhou e entregou a ela, que saiu da loja dando passos fortes.
   — Não sei por que você continua vendendo para ela. Deixe que compre em outro lugar. — Lauren suspirou.
   — Esta é a única loja esotérica de Viçosa e não posso negar venda a uma cliente.
   — Pode sim, se ela está prejudicando a vida dos outros.
   — A única vida que ela está prejudicando e vai prejudicar é a dela mesma.
   — E a da Flávia? E a do Luigi?
   Sônia se espantou com o comentário de Lauren.
   — Então você já sabe?
   — Sei. — Lauren balançou a cabeça. Olhou em direção à porta, como se estivesse se certificando de que ninguém entraria. — Descobri ontem. Na verdade, a Carla me ajudou a descobrir. Não tinha como não perceber. — Lauren contou sobre os olhares de Carla para Flávia e Luigi na cachoeira, e o modo como eles pareciam se completar quando estavam conversando sozinhos. — Você sabe há muito tempo que é o Luigi?
   — Desde que eu o vi na vida de Flávia, aquele dia na sua casa. Eu sabia que a alma gêmea dela estava por perto, mas apenas naquele dia vi seu rosto, ao ver uma imagem dele ao lado dela.
   — A Flá não gosta dele. Engraçado isso.
   — Ela acha que não gosta.
   — Mas ela tem a maior implicância com ele. Como pode?
   — Com o tempo, ela vai ver quem ele é. No momento, a Carla está interferindo nisso. Se não fossem as magias que ela faz, provavelmente eles já estariam juntos.
   — Então, é o que eu falei! Ela está prejudicando os dois.
   — Não, prejudicando não. Ela está atrapalhando no momento, apenas isso. Mas eles têm a vida toda para ficarem juntos. É apenas uma questão de tempo.
   — Mas e se a Carla conseguir? E se a Flá continuar detestando o Luigi? A gente tem de fazer algo, Sônia.
   — Isso não cabe a mim nem a você. — Sônia suspirou quando Lauren cruzou os braços. — Lauren, não podemos interferir em nada. Existe muita magia envolvida. A Flávia é forte, pode se cuidar sozinha.
   — Será?
   — Pode sim. Não se preocupe, ela ficará bem.


💋 💋 💋


   O sol prometia ficar forte na quarta-feira e Flávia aproveitou para ir a pé para a UFV, enquanto o início da manhã ainda estava fresco. Ela caminhava em direção à universidade quando escutou uma buzina. Ao virar para trás, viu a caminhonete de Luigi encostando. Ele baixou o vidro do carro e sorriu.
   — Quer uma carona?
   — Eu deixei meu carro em casa para ir a pé e agora vou pegar carona?
   Luigi não respondeu, apenas desceu do carro. Flávia reparou em como ele estava bonito naquele dia, embora usasse uma calça jeans surrada e um moletom verde-escuro. Nos pés, uma bota marrom.
   — Você só compra roupa verde para realçar seus olhos? — perguntou, se arrependendo no mesmo instante. Não queria demonstrar que vinha reparado nele.
   Luigi fez uma cara de espanto e olhou para o moletom que usava.
   — Na verdade, esta blusa era do Ricardo...
   Flávia engoliu em seco, aumentando ainda mais o arrependimento pela pergunta fora de hora, mas ele pareceu não se importar.
   — Vem, quero te mostrar um lugar — disse, praticamente empurrando-a para dentro da caminhonete. Sem ter como escapar, Flávia se sentou e fechou a porta.
   — E a aula?
   — Fica pra semana que vem. — Ele entrou no carro e colocou o cinto de segurança. — Não se preocupe, o Gustavo mudou lá para casa ontem e eu o intimei a copiar tudo hoje. É uma forma de retribuir a nova moradia.
   — Luigi seguiu em direção à saída de Viçosa.
   — Aonde você está me levando? — Flávia estranhou.
   — Relaxa, não vou te sequestrar.
   Após andarem alguns minutos em uma estreita estrada de terra, chegaram a uma clareira com uma pequena cachoeira. Flávia saiu do carro e observou o local. Luigi chegou ao seu lado rapidamente.
  — Nossa, como é bonito aqui! E calmo.
   — Eu sabia que você ia gostar. — Ele tirou a blusa de moletom, o sol já estava um pouco forte àquela hora. Jogou o casaco dentro do carro, através da janela aberta. Flávia notou que ele usava uma camisa verde-claro por baixo.
   — Não falei? — Apontou para a camisa e ele riu.
   — Eu não faço de propósito. Para dizer a verdade, nunca havia reparado nisso.
  — Sei. — Ela se virou para observar mais a cachoeira. Aproximou-se da margem do pequeno lago formado pela retenção das águas que caíam ali.
   — Eu sempre venho aqui quando quero me desligar dos problemas, do mundo. Descobri por acaso, uma vez que tive uma briga feia com a Carla. Saí dirigindo sem rumo e vim parar aqui — disse Luigi, como se estivesse confessando algo para si mesmo.
   — É muito bonito... — Flávia se abaixou para sentir a temperatura da água e um arrepio percorreu seu corpo. Fria, como imaginou. Luigi tirou as botas, as meias e a camisa.
   — Vem — chamou e estendeu uma das mãos para ela.
   — Aonde?
   — Nadar — disse, como se fosse uma coisa óbvia.
   — De roupa?
   — É, o que é que tem de mais?
   — Você é maluco!
   — Vai dizer que você nunca nadou de roupa?
   — Já, mas... — Flávia mordeu o lábio inferior, hesitante.
   — Então, o que tem? Eu trouxe toalha no carro, não tem problema. — Ele deu de ombros. — Se quiser tirar a roupa, eu não me importo. — O sorriso malicioso dele sumiu ao perceber que Flávia não havia gostado da brincadeira. — Desculpa, era só para descontrair o ambiente.
   Flávia ficou parada, pensando. Usava uma calça jeans, uma blusa de manga curta preta e uma jaqueta jeans. No pé, tênis. A cachoeira estava convidativa e a vontade de entrar falou mais alto.
   — Ok.
   Flávia tirou a jaqueta e o tênis e entrou na água, sentindo o frio percorrer todo seu corpo. Não se importou e mergulhou. Luigi sorriu e entrou atrás dela. Os dois nadaram por algum tempo, às vezes brincando um com o outro, às vezes sozinhos. Depois, se sentaram em uma pedra para escorrer o excesso de água das roupas e secarem um pouco ao sol. Ele ficou olhando para ela.
   — Eu acho esse seu colar muito bonito. Tem algum significado esta estrela?
   Flávia olhou para baixo, pegando o pingente na mão.
   — É um pentagrama.
   — Bonito... Presente de algum fã?
  — Não... Minha mãe me deu quando fiz cinco anos, dizendo que era para me proteger. Foi o último presente que ela me deu.
   Luigi percebeu um pouco de tristeza no olhar de Flávia e decidiu mudar o assunto. Não queria vê-la de baixo-astral naquele dia.
   — Foi mais fácil do que eu pensava — disse ele, sorrindo maliciosamente com o canto esquerdo da boca.
   — O quê?
   — Te convencer.
   — Não precisa de muito para me convencer a entrar em uma cachoeira. Eu amo água, adoro nadar. Acho que em outra vida fui um marinheiro. Ou um peixe.
   — Pois eu acho que você foi uma sereia que enfeitiçava os homens. Como faz hoje em dia.
   Ele a encarou e Flávia prendeu a respiração por um momento. Os dois ficaram se olhando e ela percebeu Luigi se aproximando. Sem pensar muito, se levantou.
   — Acho que está na hora de irmos embora — disse, indo para perto da caminhonete.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): biiviegas

Este autor(a) escreve mais 2 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

   Flávia estava no segundo andar da Biblioteca da UFV. Era terça-feira e ela procurava algum conhecido nas grandes mesas de estudo em grupo que havia lá, quando viu Felipe, Mauro e Luigi sentados. Eles acenaram e ela foi até a mesa.   — Oi, Baixinha, estuda aí com a gente — disse Felipe, empurrando uma ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • _Estefani_Silva Postado em 19/10/2017 - 10:09:37

    Meu Deus!!!! Eu amo esse livro <3 <3


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais