Fanfics Brasil - Capítulo 30 Até eu te encontrar

Fanfic: Até eu te encontrar | Tema: Romance, realidade, misticismo, bruxaria, wicca, amor, suspense, aventura


Capítulo: Capítulo 30

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   Luigi esperou encontrar Flávia na UFV na quinta, mas isto não aconteceu. Tinha certeza de que queria vê-la, apesar de tudo. Gostava dela e agora isto estava claro. Sentia uma grande necessidade de olhar para o rosto dela, nem que fosse de longe. Sabia que o sentimento por Flávia crescia cada dia mais e era mais forte do que já sentira por alguém antes, até mesmo por Carla, por quem pensou ser completamente apaixonado. Estava errado. Não era apaixonado por Carla, podia gostar dela sim, mas não a amava. Não, isso não, porque o que sentia por Flávia ia além da paixão.
   Ele caminhava pelo prédio da Biologia. Era sexta-feira de tarde, suas aulas daquela semana acabaram e agora precisava de uma cerveja bem gelada. Era o que ia fazer assim que chegasse em casa, chamar Felipe para ir até o Lenha. Talvez Mauro e Gustavo também aceitassem. Quem sabe no Lenha, que era quase ao lado do prédio de Flávia, conseguiria vê-la? Poderia ser que Gustavo a chamasse, sem mencionar a presença de Luigi.
   Ele descia as escadas da Biologia para alcançar o térreo enquanto pensava. Precisava decidir o que fazer. Procurar Flávia? Tinha suas dúvidas. será que ela realmente o adiava como havia dito? Não seria difícil. Pela sua reação, com certeza amor não era o que sentia, embora fosse o que ele esperava. Ainda se lembrava do beijo, do gosto dos lábios de Flávia. Havia sido bom. Não se arrependia de ter roubado aquele beijo, mesmo que fosse o único que teria, mesmo que isto fizesse com que ela se afastasse completamente dele. Pelo menos, teria essa lembrança para sempre.
   Luigi chegou até seu carro, parado no estacionamento entre o prédio de Biologia e o de Solos, quando viu o Pálio verde de Flávia estacionado mais à frente.
    Ela está aqui, pensou. Sentiu o corpo todo arrepiar e o coração acelerar. O que eu faço? Fico esperando? Olho só de longe?
   
Luigi estava em dúvida, mas sabia que precisava decidir rápido. Não ia demorar para Flávia aparecer.
   — Ok, eu a espero, vejo como vai reagir e tento conversar, dependendo de como for — disse baixinho, só para ele mesmo.
   Ficou encostado na frente da sua Hylux, com os braços cruzados, esperando. Não demorou cinco minutos e Flávia apareceu, com Gustavo ao seu lado. Eles conversavam animadamente.
   — Oi, Luigi — disse Gustavo, acenando de longe.
   Flávia virou o rosto e olhou na direção que o amigo acenava. Ela fechou o semblante e apertou o passo rumo ao Palio. Luigi ficou estático, sem reação. Estava claro que Flávia não queria saber dele. Sentindo uma dor no peito, apenas a observou entrar no carro.
   — Você vai comigo, Gustavo? — perguntou ela rispidamente.
   Gustavo estava no meio do caminho, entre os dois. Olhava para ambos, sem saber o que fazer.
   — Vá com a Flávia, eu ainda tenho algumas coisas para fazer na Biblioteca — disse Luigi, tentando controlar a falha na voz, que estava presa na garganta.
   Gustavo olhou com pesar para Luigi e depois entrou no carro de Flávia, que saiu colocando um pouco mais de velocidade que o Palio permitia. Luigi ficou olhando para o nada. Entrou na sua caminhonete e ficou ali parado por um longo tempo, apenas sentindo as lágrimas rolarem pelo seu rosto. Deu a partida no carro e seguiu rumo à casa de Carla.


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   Lauren chegou à casa de Flávia e entrou logo. Sabia que a porta estava aberta, pois a amiga havia lhe falado pelo telefone para entrar direto assim que chegasse. Encontrou Flávia no quarto, sentada na cama, olhando para frente.
   — Oi, Flá, fiquei feliz com seu telefonema. Desde quarta que a gente não conversa, você tem estado tão quieta, distante.
   — Eu sei, me desculpa. Aconteceram algumas coisas...
   — Não esquenta. A Sônia falou que era para te deixar em paz esses dias. Imaginei que você precisava de um tempo.
   — É, eu precisei. Acho que ainda preciso. Mas estou confusa, sofrendo e preciso falar com alguém. Com você, na verdade, que é minha amiga.
   Lauren sentou na cama, de frente para ela.
   — Bom, estou aqui para tentar te ajudar.
   Flávia contou o que aconteceu para Lauren. Falou do beijo, do tapa, da conversa com Sônia e do encontro com Luigi alguns instantes atrás na UFV.
   — Nossa... Que história! Nem sei o que falar.
   — Pois é. Isso que aconteceu comigo esta semana.
   — Por isso que o Luigi está tão estranho esses dias. O Gustavo me falou, disse que ele fica o tempo todo dentro do quarto, trancado.
   — Não quero gostar dele — disse Flávia com a voz chorosa.
   — Acho que você não tem escolha.
   — Eu não quero ficar com o Luigi. Não quero me meter entre ele e a Carla, não quero estragar um namoro.
   — Ah, por favor, né, Flávia? A menina está roubando sua alma gêmea e você preocupada com ela?
   — Não é isso... Mas não gostaria que alguém chegasse e tomasse meu namorado.
   — Nem era pra eles estarem namorando, se ela não o tivesse enfeitiçado.
   — Eu sei... — Ela olhou para baixo. Mexia na beirada do casaco azul que usava.
   — Bom, se isto serve de consolo, eles terminaram.
   — Terminaram? — Flávia não escondeu o espanto. Olhou para Lauren. Um misto de sentimentos tomou conta dela e não conseguiu discernir se era bom ou ruim.
   — Sim, na quarta mesmo. O luigi chegou e se enfiou no quarto depois que saiu da UFV. Agora sei que foi depois que ele saiu daqui. O Gustavo não estava em casa, mas o Felipe e o Mauro presenciaram toda a cena e contaram para nós. A Carla apareceu lá, eles dois brigaram feio e o Luigi a mandou embora. Depois disso, ela não voltou mais lá nem eles se falaram pelo telefone.
   — Isso não quer dizer nada, pode ter sido apenas uma briga.
   — Apenas uma briga? A Sônia fisse que ela chegou bufando na MinaZen e comprou várias coisas. Com certeza, pra tentar mantê-lo ao lado dela com magia, mas ela sabe que isso não vai adiantar. — Lauren olhou para Flávia. — Você não percebe o que isto significa? O Luigi está deixando a Carla, está se afastando porque está se apaixonando por você.
   — Eu não quero que ele se apaixone por mim — sussurrou ela, sem convicção na voz.
   — Não quer mesmo?
   Flávia olhou para Lauren e suspirou.
   — Não sei. Não sei o que quero. Estou muito confusa, Lauren. Mais do que na época em que estava envolvida apenas com o Felipe.
   — Olha, por que você não deixa rolar? Agora, com a Carla fora da jogada fica mais fácil, você vai conhecendo ele aos poucos. Tente olhá-lo sem essa raiva, ou seja lá o que for que você sente pelo menino, coitado. Quem sabe você não vê que é bom gostar dele?
   — Pode ser. — Flávia segurou uma das mãos de Lauren e sussurrou. — Acho que estou com medo.
   — Medo de quê?
   — Não sei... De sofrer...
   — Não garanto que você não vá sofrer, mas se ele é sua alma gêmea, e disso eu não tenho dúvidas, você vai ver como é bom demais. Eu não consigo imaginar mais a minha vida sem o Gustavo.
   — Pode ser. — Ela deu um sorriso sem graça.
   — Estou indo agora para o Lenha. O Gustavo, o Felipe e o Mauro também estão lá. O Felipe avisou o Luigi, que deve ir para lá também. Vamos comigo. É uma boa forma de começar a vê-lo com outros olhos.
   — Ele deve estar morrendo de raiva de mim.
   — Nada que você não possa consertar. Além do mais, ele te ama. Se não te ama ainda, vai te amar daqui a pouco.
   Flávia balançou a cabeça, concordando. Decidiu ir até o Lenha para ver o que acontecia. Não iria mais ficar em casa sofrendo sozinha. Como Lauren falou, devia dar uma chance a Luigi, embora ainda não estivesse cem por centro certa quanto a isso. Levantou-se e trocou de roupa, para sair com a amiga.
   As duas chegaram ao Lenha e Flávia parou na porta, assim que olhou para a mesa que os meninos ocupavam.
   — Eu não acredito nisto! — murmurou. Lauren olhou e abriu a boca, espantada.
   — Flávia, eu juro que não sabia...
   Na mesa, além de Gustavo, Mauro e Felipe, estavam Luigi e Carla, os dois abraçados. Flávia sentiu uma grande raiva tomar conta dela, como se estivesse fazendo papel de boba nas mãos de Luigi. Começou a se arrepender de pensar nele de modo diferente do que vinha pensando desde que o conhecera. Por alguns instantes, teve vontade de se virar e ir embora, mas uma ideia surgiu em sua cabeça.
   — Não desminta nada do que eu falar.
   — O que você vai fazer?
   Flávia não respondeu. Elas foram em direção à mesa e Flávia cumprimentou todos com um aceno, dando um beijo na bochecha de Felipe. Viu Luigi com o canto dos olhos e percebeu que ele não gostou da cena. Lauren se sentou ao lado de Gustavo.
   — Senta aí, Baixinha — disse Felipe, se levantando e pegando uma cadeira para Flávia.
   — Não se preocupe, não vou ficar. Vim só falar um oi para todos e ver se você topa ir ao Leão jogar sinuca mais tarde, fazer um duelo comigo.
   — É claro que eu topo. Você está me devendo uma vitória.
   — Vai contando com isso. — Flávia olhou rapidamente para Luigi. Voltou a olhar para Felipe. Ele sorria para ela, o lindo e largo sorriso que sempre tinha no rosto. — Vim mesmo só combinar com você.
   — Não vai nos dar a alegria da sua presença? — perguntou Mauro.
   — Não, fica pra próxima. Combinei de jantar com a Sônia, minha vizinha. — Flávia olhou novamente para Felipe. — Vou estar lá em casa te esperando. Se não estiver lá na hora em que você passar, toca no apartamento ao lado. É a casa da Sônia.
   — Falou. Prepara o sofá-cama que vou baixar por lá hoje.
   — Claro.
   Flávia deu outro beijo na bochecha de Felipe e novamente percebeu a cara fechada de Luigi. Aparentemente ninguém mais percebeu. Ela deu um aceno para todos e deixou o local.
   Luigi olhava furiosamente aquela cena. A vontade era de voar no pescoço de Felipe. Seu melhor amigo e a garota de quem ele gostava. Mas sabia que não podia fazer nada, estava com Carla, e Flávia não dava a mínima para isso. Era óbvio que gostava de Felipe. Luigi não entendia como seu amigo não queria namorá-la. Ele não pensaria duas vezes antes de largar Carla por Flávia. Tentava pensar em algo, alguma desculpa para ir atrás dela. Levantou-se de repente.
   — O que foi, amor? — perguntou Carla, assustada com a rápida ação dele. 
   — Esqueci meu celular no carro. Vou lá pegar. — Luigi deu um passo para longe da mesa, mas Carla o segurou.
   — Tem certeza? Acho que você colocou no bolso.
   — Tenho. — Luigi deu sorte de o casaco que usava tampar o celular que realmente estava no bolso. — Ficou no carro. Já volto.
   — Deixa de ser chata, garota, ele não vai fugir de você. Infelizmente — disse Felipe, dando um gole em sua cerveja.
   — Engraçadinho. — Carla cruzou os braços, com raiva.
   Do lado de fora do Lenha, Luigi correu para alcançar Flávia.
   — Flávia, espera! — gritou ele. Ela olhou para trás, parecendo não acreditar no que via. Isso deixou Luigi em dúvida. — Quero falar com você.
   — O que foi? Estou com pressa, tenho hora marcada. E não acho que sua namorada vá gostar de te ver aqui conversando comigo.
   Luigi sentiu como se cada palavra dela entrasse em seu corpo como uma facada.
   — É rápido... Eu... Eu quero pedir desculpas por quarta-feira. Agi mal.
   — Agiu mesmo — ela foi seca. Seca e ríspida.
   — Desculpa. Pensei que você também queria o beijo. Eu achei que você... Desculpa, devia imaginar que você ainda não tinha esquecido o Felipe. — Luigi a encarou. Era um sorriso sarcástico, de vitória, que havia no canto dos lábios dela? Ele não tinha certeza.
   — Eu não acho uma boa ideia sair beijando os outros sem permissão, ainda mais quando se tem uma namorada — as palavras dela continuavam duras.
   — Era minha intenção terminar com a Carla. Eu cheguei a terminar, queria tentar ficar com você, mas depois do olhar que você me deu hoje de tarde... Estou sendo sincero, desculpa. Não devia falar essas coisas, sou amigo do Felipe. É por isso que voltei para a Carla, percebi que era burrice minha ficar insistindo em algo que não tinha o menor futuro.
   Flávia ficou quieta alguns segundos. Ele não conseguia saber o que se passava na cabeça dela. Raiva? Frustração? O semblante dela estava duro, difícil de decifrar.
   — Luigi, desculpa se você entendeu mal. Fico feliz em ver que está dando certo com a Carla. — A voz dela pareceu cheia de cinismo, mas ele não tinha certeza. — Vamos apenas ser amigos. Ou colegas de curso. É melhor para todos.
   — Se é o que você quer...
   A conversa dos dois foi interrompida por alguém chamando o nome dele. Luigi olhou para trás e viu Carla vindo na direção deles.
   — Deixa eu ir, não quero nenhuma cena de ciúmes — disse Flávia, já saindo, não dando tempo de ele responder. Luigi a olhou mais uma vez, suspirou e se virou para Carla.
   — O que você conversava com ela?
   — Sem cenas ou eu largo você aqui. Olha o que nós combinamos antes, quando fui até sua casa conversar com você. Sem crise de ciúmes ou eu termino tudo.
   Carla pareceu gelar.
   — Eu só queria saber o que você conversava com essazinha aí.
   — Essazinha tem nome: Flávia. E eu só estava falando do Felipe, nada de mais — mentiu. — Vamos voltar para o Lenha. — Luigi passou por Carla e pegou a mão dela, puxando-a para o restaurante. Carla parou e colocou a mão livre na testa, se escorando no muro. Luigo franziu a testa. — Você está bem?
   — Não sei. Fiquei tonta de repente.
   — Quer ir para casa? — Ele se aproximou preocupado.
   — Não, está passando. Foi uma vertigem que tive, eu acho.
   — Tem certeza de que não quer ir embora?
   — Tenho, estou melhor.
   Luigi balançou a cabeça, abraçou Carla e voltou para o Lenha.



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Autor(a): biiviegas

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   Sônia não demorou a abrir a porta. Encontrou Flávia com uma expressão aflita.   — O que aconteceu? — Ela estranhou o jeito da vizinha.   — Tudo. Ou nada, sei lá. — Flávia entrou. — Você tem um tempinho para ouvir um coração aflito?  ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • _Estefani_Silva Postado em 19/10/2017 - 10:09:37

    Meu Deus!!!! Eu amo esse livro <3 <3


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