Fanfics Brasil - Capítulo 31 Até eu te encontrar

Fanfic: Até eu te encontrar | Tema: Romance, realidade, misticismo, bruxaria, wicca, amor, suspense, aventura


Capítulo: Capítulo 31

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   Sônia não demorou a abrir a porta. Encontrou Flávia com uma expressão aflita.
   — O que aconteceu? — Ela estranhou o jeito da vizinha.
   — Tudo. Ou nada, sei lá. — Flávia entrou. — Você tem um tempinho para ouvir um coração aflito?
   — Claro. Estou terminando de me arrumar, vou para o Lenha mais tarde.
   — O Lenha... — Flávia suspirou.
   — Por que não me conta o que aconteceu?
   — Ok... Nem sei por onde começar.
   — Vem cá. — Sônia levou Flávia para o quarto dela e a colocou na cama. — Senta aí e se acalma um pouco. Enquanto eu troco de roupa, você me fala o que aconteceu.
   Flávia concordou com a cabeça e começou a contar.
   — Bom, resolvi seguir seu conselho e da Lauren. Pensei bastante, tentei escutar meu coração, que anda bem confuso. A Lauren foi lá em casa agora há pouco, falou um monte de coisas, disse que o Luigi tinha terminado com a Carla e que eu devia vê-lo com outros olhos. Para ver o que achava dele, sabe...
   Sônia concordava, enquanto se vestia. Já imaginava como a história de Flávia terminaria.
   — Fico feliz em saber que você escutou seu coração.
   — Mas eu não... Desde que você falou comigo que não paro de pensar... Não queria gostar dele, mas estou gostando e isso me assusta demais.
   — Por que ele ainda está com Carla, não é mesmo?
   — É. — Ela ficou alguns segundos quieta. — Você sabe mesmo das coisas.
   — É só um sexto sentido. Percebi que era isto que você ia me contar.
   — Fui para o Lenha porque os meninos estão lá e a Lauren falou que ele também estaria, sozinho. Só que cheguei lá e eles estavam juntos, eles voltaram. Eu dei uma desculpa esfarrapada para não ficar lá e vim embora. Quando saí do Lenha, ele veio atrás de mim. Falou algumas coisas que me deixaram grilada, mas ao mesmo tempo mais irritada, se é que isso é possível.
   — O que ele falou?
   — Que gosta de mim... Que queria ficar comigo, mas sabe que eu não gosto dele, que gosto do Felipe, então ele resolveu sair do caminho...
   — Hum... Que confusão.
   — Ele disse que tinha mesmo terminado com a Carla, mas que decidiu voltar hoje porque eu dei um gelo nele na UFV. Que aí ele percebeu que eu gostava do Felipe e que ele tinha de ficar com a Carla ou algo assim. — Flávia abaixou a cabeça, apoiando-a nas mãos. — Eu não sei mais o que fazer, tudo dá errado.
   — Calma. — Sônia se aproximou e colocou as duas mãos nos ombros da vizinha. Ela se abaixou, ficando na direção de Flávia. — Você não pode querer que saia tudo perfeito. Sua história com o Luigi está tendo muita influência da magia que a Carla faz. É assim mesmo, você tem de lutar.
   — Eu não sei se quero lutar contra isso.
   — Cabe a você decidir, como eu já tinha te falado.
   — É muito cansativo. Já não basta o que passei com o Felipe, agora também tenho de sofrer com o Luigi?
   — Você só tem mesmo que decidir se quer ficar com o Luigi e pronto.
   — Não é tão simples assim.
   — É sim. Basta você decidir e deixar que ele saiba da sua decisão. Se você quiser ficar com o Luigi, ele vai vir para você. Simples assim.
   Flávia ficou pensativa, olhando Sônia. Ela mordeu o lábio inferior.
   — Você acha que se eu quiser ficar com o Luigi, ele larga a Carla?
   — Tenho certeza que sim. Por mais que ela tente, ninguém pode contra um grande e verdadeiro amor, nem a mais forte das magias. Por enquanto está dando certo porque você está indecisa, pois ele já se decidiu. A partir do momento em que você decidir, fica mais fácil. Ele é sua alma gêmea, está no seu destino. Nada pode separar vocês dois, a não ser vocês mesmos.
   — Não sei... Sabe, eu acho que a Carla desconfia de algo.
   — Ela não desconfia. Ela sabe que é você.
   Flávia a olhou assustada.
   — Sabe?
   — Sim, ela é uma bruxa também, esqueceu disso? Ela soube no final de semana que vocês foram para Tiradentes, na cachoeira.
   — Como você sabe disso?
   — A Lauren me contou.
   — A Lauren também sabia? Ela tinha de ter me falado.
   — Eu que não deixei a Lauren te contar. Não vá brigar com sua amiga.
   — Por que vocês não me falaram nada?
   — De que ia adiantar? Não é algo que alguém tenha de te falar, você precisava descobrir sozinha.
   Flávia ficou quieta, um pouco atordoada, lembrando das vezes que encontrou Carla após a viagem. De repente, sentiu uma grande angústia invadir seu corpo e o medo tomou conta dela.
   — Ela pode fazer algo contra mim?
   — Ela pode tentar, mas acho difícil conseguir. A magia da Wicca não foi feita para prejudicar os outros. Mas você pode se prevenir, fazendo uma magia para se proteger.
   — Como eu faço isso?
   — Primeiro precisa arrumar uma foto dela.
   — Eu acho que tem algumas da viagem de Tiradentes lá em casa, serve?
   — Sim. Se tiver mais gente na foto, é só recortar o rosto dela.
   — É claro que tem mais gente! Você acha que eu iria tirar uma foto da Carla sozinha? — Flávia e Sônia riram. — Espera um pouco que eu vou lá pegar. Você tem o resto do material aí para a magia? Podemos fazer agora?
   — Tenho sim e podemos fazer agora. Vá lá, eu espero.
   Flávia correu até seu apartamento. Entrou no quarto rapidamente e revirou os álbuns de fotografia na tentativa de encontrar uma foto que servisse. Achou uma em que estavam ela, Felipe, Carla e Luigi. Carla estava na ponta, o que facilitou para cortar a foto. Eles estavam sentados em uma mesa e ela não abraçava Luigi, o que ajudou. Flávia cortou Carla fora da foto e ficou olhando para o que sobrou. Riu ao perceber que ela ficara entre Luigi e Felipe.
   — A foto fica melhor assim — disse e saiu de casa, deixando o quarto bagunçado. Foi ao encontro de Sônia, estendeu a foto. — Serve?
   — Sim, perfeito. — Sônia havia preparado tudo enquanto Flávia fora ao seu apartamento. — Agora você acende esta vela e o incenso.
   Flávia acendeu a vela branca e o incenso de mirra. Sônia entregou a foto para que ela segurasse na mão direita e uma fita branca de cetim na mão esquerda.
   — Prenda uma das extremidades da fita na foto com a parafina da vela.
   Flávia pingou cerca de oito gotas na foto e prendeu a fita.
   — Agora comece a enrolar a fita no sentido anti-horário na foto. Repita comigo: "Carla Euclides Longoia, eu, Flávia Callaghan Borioni, te impeço e te proíbo de fazer e cometer o mal contra outras pessoas e contra você mesma".
   Flávia fez o que Sônia mandava e, enquanto repetia as palavras que ela ditava, enrolou a fita na foto, até terminar.
   — Agora prenda de novo a ponta livre da fita com parafina.
   Flávia fez o que Sônia mandou e com mais oito gotas de parafina terminou de prender a fita.
   — Agradeça aos Deuses e Deusas e depois enterre isto ao pé de uma árvore bem bonita, mas que seja longe de casa.
   — Puxa, tenho de procurar alguma...
   — Se quiser, podemos ir até a UFV. Lá tem muitas.
   — Você iria lá agora comigo?
   — Por que não?
   As duas foram até o carro de Flávia, com Sônia carregando Rabisco. Em pouco tempo, encontraram um ipê-amarelo próximo à Reitoria. Flávia desceu do carro e enterrou a foto de Carla. Sônia e Rabisco observaram de longe. Ao voltarem para o prédio, Sônia deixou Rabisco em casa e parou na frente do apartamento de Flávia, antes de ir para o Lenha.
   — Acalme seu coração e decida. Não fique remoendo nada, nem com raiva dele. Tente se colocar na posição em que o Luigi está. Ele pensa que você é apaixonada pelo seu melhor amigo, é claro que vai sair do caminho.
   Flávia balançou a cabeça, concordando.
   — Vou fazer isso. Vou para casa, tentar colocar o pensamento em ordem. Cada hora que eu decido uma coisa, acontece algo para me fazer voltar a ficar confusa.
   — Faça isso. Pense com carinho e reflita. Ele se declarou, mostrou o que sente. Resta a você decidir qual caminho seguir e mostrar sua decisão, seja para ele se aproximar, seja para se afastar.
   Flávia abraçou Sônia e entrou em casa, enquanto a vizinha descia as escadas em direção ao Lenha. Foi para seu quarto e se sentou na cama, segurando o restante da foto que cortara. Sem pensar muito, tampou Luigi e a observou ao lado de Felipe. Depois fez o mesmo, tampando Felipe. Flávia sentiu um arrepio percorrer todo seu corpo e o coração acelerar. Não havia reparado antes em como os dois pareciam perfeitos juntos. Qualquer pessoa que os visse como um casal, saberia na hora que um estava destinado ao outro. Ela sentiu uma lágrima escorrer pelo seu rosto enquanto um sorriso brotava em sua boca.


💋 💋 💋


   Felipe tocou a campainha e Flávia não demorou a atender a porta.
   — Entra aí. Já estou quase pronta, rapidinho termino de me arrumar. — Ela foi para o quarto colocar os brincos e uma pulseira. Assustou-se ao ver Felipe encostado na porta, com os braços cruzados.
   — Você está diferente hoje — disse ele, exibindo o sorriso de que Flávia tanto gostava, que estranhou quando percebeu que isso já não mexia mais com ela como antigamente.
   — Diferente como? Isso é bom ou ruim?
   — Acho que bom, mas vai depender do que você achar disto.
   Ele se aproximou rapidamente, sem deixar tempo para Flávia reagir. Foi como na primeira vez em que os dois se beijaram, ela não conseguiu pensar até a hora em que seus lábios se tocaram. Sentiu um frio no estômago, mas foi diferente das outras vezes. Seu coração já não batia mais acelerado. Ela o afastou com delicadeza, ficando em frente a ele.
   — Felipe, eu não acho que... Não sei como explicar.
   Ele sorriu e deu alguns passos para trás.
   — Não tem problema, você não é obrigada a ficar comigo.
   — Não é isso. Só acho que não deve acontecer mais. Somos amigos e isto pode acabar prejudicando nossa amizade. Quase já prejudicou. — A última frase escapou de sua boca antes que ela pensasse. Felipe a encarou, com a testa franzida.
   — Quase prejudicou?
   Flávia suspirou. Já havia falado, agora era hora de tentar consertar ou falar a verdade. Refletiu e viu que era melhor jogar limpo.
   — Eu me deixei envolver das outras vezes... Fiquei um tempo apaixonada e sofrendo por você.
   Felipe se assustou com as palavras dela. Ficou hesitante, pensando no que dizer.
   — Eu achei que você só curtia quando a gente ficava. Não imaginei que tinha se envolvido... Não sabia. — Felipe estava sendo sincero e isto fez com que Flávia se sentisse bem.
   — Não se culpe. Eu que me deixei envolver.
   — Se soubesse, teria agido diferente.
   — Eu sei. — Flávia sorriu, sabia que era verdade. — Mas hoje, agora quando você me beijou, eu vi, percebi que já não sinto mais o que sentia antes. Agora tem só a amizade, restou o carinho. Não quero estragar novamente.
   — Eu entendo. Você está certa. — Ele balançou a cabeça, envergonhado. — Desculpa se algum dia te fiz sofrer, Baixinha, gosto muito de você. Gosto do seu beijo, de ficar ao seu lado, se conversar com você.
   — Podemos continuar com tudo, menos os beijos. — Ela riu, ele também. — Fica a amizade mesmo, só amizade, nada mais.
   — Tá. — Ele passou a mão no cabelo, nervoso. — Tem outro na jogada?
   — Sim e não. — Ela suspirou, sabendo que não poderia revelar o que vinha acontecendo na sua vida nas últimas semanas. — Mas não quero falar sobre isso.
   — Ok. Ainda vamos ao Leão? — Felipe sorriu, tentando melhorar o clima.
   — Claro, hoje estou sentindo que vou ganhar de você.
   — Baixinha, você decidamente está convencida demais.
   — Fazer o que, se você só perde?
   Eles se abraçaram e Felipe deu um beijo na cabeça de Flávia.
   — Vamos? — perguntou ela.



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Autor(a): biiviegas

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • _Estefani_Silva Postado em 19/10/2017 - 10:09:37

    Meu Deus!!!! Eu amo esse livro <3 <3


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