Fanfic: Até eu te encontrar | Tema: Romance, realidade, misticismo, bruxaria, wicca, amor, suspense, aventura
Luigi estava acordado fazia algumas horas. Já havia andado de um lado para o outro d casa, ligado o computador, tentado estudar. Não conseguia se concentrar em nada, seus pensamentos estavam todos em Felipe e Flávia juntos. Sentia uma dor sufocante dentro do peito ao pensar nos dois no Leão, depois indo para o apartamento dela, com Felipe dormindo lá.
Estava na sala com a TV ligada, mas não prestava atenção no que passava na tela. Toda hora se perguntava se havia agido certo ao voltar para Carla, mas o que podia fazer? Flávia o detestava e era apaixonada por Felipe. Sua única opção no momento era deixá-la em paz. Luigi foi acordado de seus pensamentos pelo barulho da chave na porta. Era Felipe. Luigi levantou em um pulo.
— Grande Luigi. — Felipe entrou e cumprimentou o amigo. — Cadê todo mundo?
— O Gustavo foi almoçar na casa da Lauren. O Mauro foi até a casa de um amigo ou na UFV, não me lembro.
— Entendi. Bom, deixa eu tomar um banho. — Felipe foi para o seu quarto e Luigi o seguiu.
— A noite foi boa? — Ele não queria saber a resposta, mas precisava perguntar.
— Foi. Ontem consegui vencer a Flávia na sinuca. — Felipe abriu um largo sorriso.
— Você dormiu na casa dela? — Quase engasgou ao fazer a pergunta.
— Dormi. — Felipe tirava algumas roupas de seu armário, sem dar muita atenção a Luigi.
— E?
— E o quê?
— O que aconteceu?
— Nada. — Felipe deu de ombros, ainda mexendo no armário.
— Nada?
— É.
— Duvido. — Luigi estava com um pouco de raiva na voz, mas Felipe não percebeu.
— Não aconteceu nada, cara. — Felipe suspirou.
— Você não devia brincar com a Flávia desse modo.
Felipe parou de mexer no armário e olhou para Luigi, que estava encostado na mesa de estudos do amigo, com os braços cruzados.
— Qual o problema? Eu cansei de dormir na casa dela.
— Não estou falando disso.
— Do que você está falando então? — Felipe levantou a sobrancelha, sem entender aonde Luigi queria chegar.
— Você sabe. Todo mundo sabe. Que ela é apaixonada por você.
Felipe deu uma gargalhada. Luigi cerrou os olhos, com raiva.
— Acho que todo mundo está desinformado.
— Como assim? — Luigi franziu a testa.
— Ela não gosta de mim. Não desse jeito.
— É claro que gosta. Dá para ver.
— Ela não é apaixonada por mim, cara. Eu dei um beijo nela ontem e ela me afastou. Disse que já sentiu algo, mas que passou, que agora gosta de mim apenas como amigo. Ela parece estar gostando de outra pessoa. — Felipe suspirou e fechou a porta do armário.
— Sério? — Luigi deu um sorriso, mostrando as covinhas ao lado da boca. Seus olhos brilharam e Felipe percebeu.
— Por que esta felicidade toda?
— Nada. — Luigi abanou a cabeça e saiu do quarto, tentando disfarçar a alegria. Felipe foi atrás dele.
— Nada não, volta aqui. Você ficou feliz com o que eu te falei. — Felipe conseguiu segurar o braço de Luigi antes que ele se afastasse muito. Os dois ficaram um tempo se encarando, até que Felipe arregalou os olhos. — É o que eu estou pensando?
Luigi não respondeu de imediato. Felipe ficou encarando o amigo.
— Não sei o que você está pensando.
— Você está gostando dela? — perguntou, espantado. Luigi ficou quieto e Felipe sorriu. — Meu Deus, você está apaixonado pela Flávia!
Luigi soltou seu braço da mão de Felipe e deu um passo para trás.
— Desculpa. — Ele olhou para baixo, envergonhado. — Não tive intenção, sei que vocês têm um lance...
— Que desculpa o quê! Que lance que nada! Isto é maravilhoso! — gritou Felipe. Luigi olhou para ele sem entender nada.
— Maravilhoso?
— É. Só Deus sabe o quanto eu quis que algo desse tipo acontecesse para você largar a Carla. Ela não te faz bem... E agora aparece a Flávia, que é perfeita para você.
— Não é tão simples assim.
— Claro que é, basta você terminar com a Carla e ficar com a Flávia. Aliás, por que você voltou para ela, se já estavam separados? Por que não foi atrás da Flávia?
— Eu tentei. — Luigi foi para a sala e se sentou no sofá menor. Felipe o seguiu e ficou em pé, parado em frente a ele. Luigi estava com o cotoveloapoiado no joelho e as duas mãos cobrindo o rosto. — A Flávia não gosta de mim.
— Sério?
— Acho que ela me odeia.
— Mas por quê? Como alguém pode te odiar?
— Não sei por que ela me odeia... Na quarta, dei um beijo nela e ela revidou com um tapa no meu rosto.
— Caramba! — Felipe arregalou os olhos. — Por isso você estava daquele jeito? Foi isso então que aconteceu?
Luigi balançou a cabeça e olhou para Felipe.
— Eu voltei para a Carla porque, depois do que aconteceu quarta, percebi que a Flávia não gosta de mim. Tentei conversar, mas ela não deu espaço. Então pensei que ela tinha agido como agiu por sua causa.
— Por mim não foi, por causa do que aconteceu ontem. Mas pelo que ela falou, está gostando de alguém, mas não sou eu.
— Quem pode ser?
— Não faço ideia. — Felipe balançou a cabeça para os lados.
— O Bernardo?
— Não, sem chances. Não pode ser você? — Felipe se sentou ao lado de Luigi e colocou uma das mãos no ombro do amigo.
— Acho que não. Depois de tudo que aconteceu acho que não sou eu.
— Bom, posso tentar descobrir algo. E tentar te ajudar também.
— Valeu. — Luigi sorriu.
— Você devia ter me falado antes.
— Eu pensei que de alguma forma voc~e gostasse dela mais do que só como amigo. Não quis atrapalhar.
— Imagina! Mesmo que fosse verdade, você é como se fosse meu irmão. Somos amigos.
— Eu sei. Estou feliz por ter te contado, é como se tirasse um peso dos meus ombros. — Luigi riu e depois deu um longo suspiro. — Não acredito que fiquei aqui sofrendo a noite toda à toa. Mal preguei os olhos pensando em vocês dois, no que poderia estar acontecendo.
— Mas é um bobo mesmo. — Felipe abraçou o amigo e bagunçou seu cabelo. — E vamos começar o plano de ataque agora mesmo. — Ele se levantou e pegou o telefone.
— O que você vai fazer? — Luigi se levantou também e se aproximou de Felipe.
— Nada de mais, apenas convidar a Flávia para almoçar. — Felipe pegou o telefone e impediu que Luigi se aproximasse mais ao esticar seu braço e o segurar com a mão. — Alô, Baixinha? Sim, sou eu. Escuta, você não quer almoçar comigo no Lenha? É, não tem ninguém aqui em casa, não quero almoçar sozinho. Sério que você já estava indo para lá? Que transmissão de pensamento! — Ele piscou para Luigi que ainda não entendia o que Felipe pretendia. — Pois é, almoçar sozinho é muito chato. Ok, então a gente vai lá, mas você não quer passar aqui em casa antes? Ainda preciso tomar banho, trocar de roupa... Ok, estou te esperando então. — Felipe desligou e riu para Luigi, indo para seu quarto. Ele trocou a camisa, enquanto Luigi estava encostado na porta.
— Não me diga que você vai pro banho e vai me deixar aqui sozinho esperando a Flávia?
— Não sou tão idiota assim, né? Meu banho fica para quando voltar do almoço porque se ela chegar e encontrar você aí parado na sala pode desconfiar ou pode ir embora, já que você disse que ela parece não querer ficar perto de você.
— isso que estava pensando... Ela não ia ficar muito feliz de me ver aqui... Mas o que você pretende?
— Você vai para o quarto. Quando ela chegar, você aparece com cara de sono. — Felipe olhou para Luigi. — Nem precisa fingir muito, essa sua cara aí já está boa. — Ele brincou, fazendo Luigi rir. — Aí finge que você estava dormindo.
— Dormindo até essa hora? Ela vai achar que a noite com a Carla foi boa, não quero isso.
— Hum... Finge que você acordou cedo para sei lá o que, inventa algo aí, fala que você levou a Carla para casa ontem depois do Lenha, isso é importante, ela saber que vocês não dormiram juntos.
— Você está me saindo um belo estrategista.
— De vez em quando, temos de colocar a cabeça para funcionar — disse Felipe, batendo com o dedo indicador na sua testa. — Aí você vai almoçar junto com a gente.
— Não sei... Acho que ela não vai gostar muito de eu ir junto.
— Ela não tem de gostar. Você vai e pronto, lá a gente vai se descontrair, ela começa a gostar de você.
— Para você, tudo é fácil... Eu já tentei fazê-la gostar de mim.
— Uma coisa de cada vez, Luigi. Primeiro vamos ao meu plano, depois a gente vê como ela reage. Eu do seu lado, agora sabendo de tudo, posso ajudar mais facilmente, né?
— Ok, vamos ver se dá certo... — Luigi ainda estava receoso. A campainha tocou e eles se olharam. — Vou para o meu quarto.
Luigi entrou no quarto e fechou a porta. Felipe foi até a sala e olhou pela janela. Viu Flávia acenando do lado de fora.
— Entra aí, Baixinha, a porta está aberta.
Flávia entrou e Felipe deu um beijo em sua bochecha.
— Foi abandonado?
— Pois é...
Nesta hora, Luigi entrou na sala, esfregando um dos olhos. Felipe segurou o riso ao ver que o amigo estava todo descabelado. Imaginou a cena de Luigi na frente do espelho colocando o cabelo para cima.
— Oi, gente. — Luigi bocejou. Flávia olhava para ele com o rosto sem expressão nenhuma, o que o intrigou.
— Uai, você estava aqui em casa?
— Estava no meu quarto dormindo.
— Achei que não tinha ninguém aqui.
— Levantei cedo para levar o Mauro na UFV, depois voltei para a cama.
— Entendi... — disse Felipe. Flávia continuava muda.
— A noite foi boa no Leão?
— Foi, venci a Baixinha aqui. — Felipe sorriu e abraçou Flávia, mas logo a soltou ao ver a reação de Luigi.
— Eu saí do Lenha, deixei a Carla em casa e vim para cá. Estava bem cansado — disse Luigi, como se desse satisfação para Flávia. Ela franziu a testa sem entender aquilo, e ele pensou se tinha feito certo, mas Felipe não deu tempo de ele tirar nenhuma conclusão.
— Bom, já que está aqui, por que não almoça com a gente? A não ser que você tenha outros planos.
— Não, não tenho nada para fazer. — Luigi olhou para Flávia. — Mas não sei se vocês vão querer minha companhia.
— Claro que queremos, não é, Baixinha?
Felipe olhou para Flávia, que alternava seus olhos entre os dois.
— É, eu... — balbuciou.
— Combinado, então, vá trocar de roupa — disse Felipe, empurrando Luigi. — Senta aí, Baixinha.
Flávia e Felipe se sentaram nos sofás da sala e Luigi foi para o quarto e voltou rapidamente. FLávia levantou as sobrancelhas ao ver a velocidade com que ele trocara de roupa.
— Estou pronto. — Ele sorriu.
— Já? — Felipe olhou para o amigo e balançou a cabeça negativamente, como quem dizia que precisava disfarçar melhor. — É rápido mesmo esse garoto.
— Não ia deixar vocês esperando... — Luigi levantou os ombros, sem graça.
— Está certo. Tem de estar pronto para os outros, não deixar ninguém esperando, principalmente os amigos. — Felipe ficou quieto e de repente começou a rir. Flávia e Luigi o olharam, sem entender nada. — Sabe do que eu me lembrei agora que estamos nós três reunidos? Do dia em que a gente quase destruiu o P.C.
Luigi franziu a testa para Felipe. Flávia revirou os olhos, rindo.
— Que P.C.? — perguntou Luigi.
— Aquele carinha de Lavras que se meteu com o Ricardo naquela festa em Alfenas, lembra?
— Claro! Não lembrava que o nome dele era P.C. Lembro dele, sim, da briga... Mas o que a Flávia tem a ver com isso?
— Ela era namorada dele.
— Na época da briga já tinha terminado — Flávia corrigiu Felipe.
— Sério que você namorou o P.C.? — perguntou Luigi.
— Sim, mas foi bem antes dessa briga aí.
— Eu já tinha contado dessa briga pra Baixinha. Só não me lembrava o motivo — explicou Felipe.
— Eu me lembro. Foi por causa de mulher. Você lembra que o Ricardo ficou doido com uma namorada do P.C.? Dessa vez, na festa de Alfenas, ele soube que o cara tinha terminado com a menina e falou alguma besteira e... — Luigi parou de falar e ficou congelado, olhando espantado para Flávia. Sentiu-se tonto, como se fosse desabar, e apoiou uma das mãos na parede. — Meu Deus! É você a menina! — Olhou para Felipe. — Lembra que o Ricardo não parava de falar na tal ruivinha que ele vira em Lavras? Tinha ficado doido por ela, vivia falando que ela era linda, que precisava conhecê-la.
— Nossa, é mesmo, claro que me lembro! — disse Felipe, enquanto Flávia ficava visivelmente envergonhada. — Que mundo pequeno.
— Meu Deus! Meu Deus! É você. — Luigi olhou mais uma vez para Flávia e ela teve a impressão de ver uma lágrima escorrer no canto do olho direito dele quando saiu disparado para o quarto. Ela e o Felipe se assustaram com o barulho da porta batendo.
— O que aconteceu? — perguntou Flávia.
— Não faço ideia. — Felipe a olhou. — Já volto. — Ele foi em direção ao quarto do amigo e entrou lá. Flávia ficou parada na sala, sem saber o que fazer até ser acordada de seus pensamentos pelo barulho da chave na porta. Virou e viu Gustavo entrando.
— Oi, Flavinha, o que faz aqui perdida?
— Vim para almoçar com o Felipe.
— E cadê ele?
— Está no quarto com o Luigi.
Gustavo olhou como se não estivesse entendendo o que ela queria dizer.
— Também estou sem entender nada, Gust. A gente estava conversando, o Luigi falou umas coisas do irmão e saiu para o quarto.
— Ih, tristeza baixou nele?
— Acho que não foi algo desse tipo... Bom, fala com o Felipe que eu fui para o Lenha almoçar, estou com fome. — Ela deu um beijo no amigo e saiu. Imaginou que Felipe não sairia do quarto de Luigi tão cedo e, pelo que havia percebido, não deveria ficar ali esperando por eles.
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Dentro do quarto, Luigi andava de um lado para o outro, enquanto Felipe tentava acalmá-lo.
— Fica frio.
— Ficar frio? É ela, a menina por quem Ricardo foi doido durante um tempão.
— E daí?
— E daí?? E daí que eu estou roubando a mulher do meu irmão! — Luigi bateu as duas mãos, que estavam no ar, do lado do corpo.
— Calma aí, agora você está exagerando um pouco.
— O Ricardo era a fim dela!
— Mas eles nem ficaram! Ela nem o conheceu.
— Mesmo assim... Meu Deus, como isso foi aconteceu? — Luigi colocou as mãos na cabeça. Estava completamente transtornado. A imagem de Ricardo falando de Flávia não saía da sua mente.
— Eu acho que você devia esquecer isto, cara. Você é quem está gostando dela agora. O Ricardo daria força, falaria para você ir em frente e não desistir dela. Ele não iria querer te ver neste estado.
Luigi parou de andar e olhou para Felipe.
— Por que estou me sentindo culpado?
— Não fique, não fique.
Os dois se abraçaram e Luigi chorou no ombro do amigo.
Autor(a): biiviegas
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