Fanfics Brasil - Capítulo 5 Até eu te encontrar

Fanfic: Até eu te encontrar | Tema: Romance, realidade, misticismo, bruxaria, wicca, amor, suspense, aventura


Capítulo: Capítulo 5

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  Era quarta-feira e Flávia voltava da UFV, após mais um dia de aula. Estacionou em frente ao seu prédio. Ficou alguns minutos quieta, lembrando de tudo que aconteceu naquele quase um mês que estava em Viçosa. Sabia que não podia pedir mais do que vinha ganhando. Era feliz com o novo apartamento, a amizade com Sônia e George e, é claro, com Gustavo, Mauro e, principalmente, Felipe. Ela sorriu ao se lembrar do lindo e largo sorriso de que tanto gostava e que sempre estava presente em seu rosto. Saiu do carro e subiu as escadas até o primeiro andar. Antes de abrir sua porta, Sônia apareceu, vindo do outro lado do corredor.
  — Oi. Onde está o Rabisco? — Flávia estranhou não ver o cachorrinho. Rabisco era presença constante ao lado de Sônia.
  — Levei ao veterinário. Sábado vai ter um jantar aqui em casa e ele precisava de um banho.
  — Ah, sim — disse Flávia. Ia abrir sua porta, mas Sônia interrompeu.
  — Se quiser vir, é mais do que convidada. Só vamos ser eu, o George e um casal de amigos, e a filha deles, que deve regular idade com você. Mas não se sinta pressionada, tá?
  — Ok, vou fazer o possível para ir, sim.
  — Eles conheceram seus pais. Vão gostar de te conhecer também.
   — Eu virei!
  — Que bom! Ficaremos aguardando — disse Sônia gentilmente. — Flávia, você já leu algum livro da Anne Rice?
  — Hum... Eu acho que não.
   — Você gosta de ler?
   — Sim, adoro.
   — Ela tem bons livros. As histórias... digamos que são um pouco diferentes.
   — Diferentes?
   — É, sobre vampiros, múmias, bruxas...
   — Ah, sim. Acho que sei de quem você está falando. Ela escreveu Entrevista com o Vampiro, certo?
   — Sim, essa mesma.
   — Bom, eu vi o filme no DVD. Serve?
   Sônia sorriu.
   — Bom, Tom Cruise, Brad Pitt e Antonio Banderas podem deixar o mundo dos vampiros bem atraente. Mas na verdade estava pensando em outra história dela. Espere um momento. — Sônia entrou em casa e voltou rapidamente com quatro livros nas mãos. — Estava pensando nestes. — Ela entregou um dos livros para Flávia.
   A Hora das Bruxas?
   — São quatro livros contando a história da família Mayfair ao longo de várias gerações. Bom, o mais certo seria dizer a história das Bruxas Mayfair. Eu pensei que você pudesse gostar...
   — Obrigada. Eu vou ler.
   — Só se você quiser. Apenas pensei que pudesse gostar...
   — Sério, prometo que vou ler. Acho que será uma leitura... interessante.
   Flávia se despediu de Sônia e entrou em casa. Colocou seu material em cima da mesa que havia na sala e foi para o sofá, com os quatro livros nas mãos. Ela olhou as capas e os títulos: A Hora das Bruxas — Volumes I e II, Lasher e Taltos. Ergueu a sobrancelha e começou a folhear o primeiro livro. Decidiu ler. Se gostasse, continuaria a história através dos outros livros.
   Quando ia começar o primeiro capítulo, sua leitura foi interrompida pela campainha. Foi abrir, pensando que podia ser Sônia novamente, mas se surpreendeu com Felipe na porta. Ele exibia seu sorriso e segurava duas sacolas nas mãos.
   — Olá, Caloura, o lanche hoje é por minha conta — disse ele, levantando as sacolas e dando um beijo na bochecha dela.
   Flávia tirou o material de cima da mesa. Ela foi até o sofá e pegou os livros também, levando tudo para o quarto.
   — Pode colocar as compras aí em cima da mesa — gritou. Flávia voltou para a sala, mas não viu Felipe. Encontrou-o na cozinha.
   — Fui pegar copos — disse ele, mostrando os copos, sorrinso mais ainda, e ligou a TV.
   — O que você trouxe de bom? — Flávia começou a abrir as sacolas e tirou o pacote com os pães de queijo.
   — O pão de queijo, que é bom demais, e refrigerante. Achei que era uma boa forma de retribuir todos os lanches que você já me ofereceu neste primeiro mês de uma convivência pacífica.
   — Pacífica? Você esperava brigar comigo?
   — Nahhh, é modo de falar. — Ele balançou a cabeça e foi para o sofá. — Também vim com um segundo interesse.
   — Hum, devia ter desconfiado que você estava bonzinho demais. — Flávia sentou ao lado dele e o empurrou com o braço. — Diz aí o que você quer.
   — Estava pensando em te raptar esta noite, ir até o Leão jogar sinuca.
   — Hoje? — Flávia fez uma careta.
   — Qual o problema hoje? É quarta-feira, eu sei que amanhã você não tem aula.
   — Sei lá... Isso não estava programado na minha cabeça.
   — O melhor é fazer as coisas quando elas não estão programadas. — Felipe piscou para ela.
   — Ok, ok, podemos ir lá hoje sim.
   — Valeu. — Felipe pegou um pão de queijo de dentro do pacote, mas não comeu. — Tem outra coisa...
   — O que é? — Flávia riu.
   — Eu posso dormir aqui hoje? No sofá-cama?
   Flávia olhou para ele. Parecia uma criança pedindo para os pais levá-la ao parque. Seus olhos brilhavam e ela podia sentir a empolgação dele pulsando por todo o corpo.
   — Pode — disse com um suspiro.
   — Oba! — disse ele alto, e Flávia balançou a cabeça, rindo.
   — Você parece criança, sabia?
   — Eu sei, você já falou isso mil vezes. — Ele beijou-lhe o rosto e continuou comendo.
   Flávia olhou o amigo. Apesar de toda a felicidade que Felipe sempre demonstrou, era nítido que algo o incomodava. Ela se lembrou de Ricardo, de tudo que Mauro havia lhe contado. Quis falar do assunto, mas não sabia como começar, então decidiu não falar nada.
   — Você vai ficar aqui na Semana Santa? — A pergunta de Felipe puxou Flávia de seus pensamentos.
   — Não... Eu acho que não. Devo ir a Lavras, ver meus tios.
   — Ah... Vai pra fazenda?
   — Sim. Eu adoro aquele lugar. É uma forma de estar perto dos meus pais. Meu pai amava aquela fazenda. Sempre íamos lá.
   Felipe sorriu, mas não disse mais nada. Ficou olhando para a TV.
   — Você vai para Alfenas?
   — Não. — Felipe suspirou. — Meus pais vão para Curitiba. Minha prima teve bebê há pouco tempo, minha mãe está irrequieta para conhecer. Como não vai ter ninguém em casa, é melhor ficar por aqui. Alfenas sem o Ricardo e o Luigi também não tem graça.
   Flávia sorriu e ia perguntar sobre Ricardo, mas Felipe continuou falando. 
   — Eu te perguntei porque o Mauro vai ficar aqui. A esposa dele vem com a filha, vamos fazer um churrasco lá em casa. Se você não fosse viajar, poderia ir lá.
   — Fica para uma próxima. — Flávia decidiu não falar de Ricardo, pelo menos até que Felipe tocasse no assunto. Neste quase um mês de amizade, ele apenas falou do amigo como se estivesse fora, igual Luigi. Resolveu que não deveria se intrometer.
   — Esse Luigi de que você tanto fala... Volta quando?
   — Acho que só ano que vem. Pelo menos foi o que ele planejou. — Felipe virou para Flávia. — Você tem de conhecer o Luigi. Ele é super gente boa, o cara é o máximo. Muito legal.
   Felipe apenas sorriu e virou para a TV. Os dois ficaram conversando sobre a UFV até quase meia-noite.
   — Acho que já podemos ir — disse Felipe, se levantando e esticando as pernas e os braços.
   — Você que manda. — Flávia também se levantou e desligou a TV. Pegou a chave do carro. — Hoje não vai estar aquele tumulto de domingo, né?
   — Não. Hoje você consegue parar na porta.
   Felipe estava certo e, em uma quarta-feira, naquele horário, Flávia conseguiu uma excelente vaga, bem em frente ao Bar do Leão. Os dois desceram e Felipe foi logo em direção à mesa de sinuca. Havia poucas pessoas no bar, algumas jogando, outras apenas conversando.
   — Hoje vou te dar uma aula de sinuca — disse ele, pegando um taco e mantendo o sorriso no rosto.
   — Veremos. — Flávia deu um sorriso malicioso e Felipe soltou uma gargalhada.
   — Damas primeiro. — Ele se afastou e foi até o bar. Voltou com uma garrafa de cerveja e dois copos. — Brindemos à minha vitória.
   — Ainda é cedo demais para se garantir. — Flávia pegou o taco, cerrou os olhos e acertou a primeira bola. Logo, duas caíram na caçapa.
   — Não acredito — comentou Felipe, completamente desanimado.
   — Eu disse que era muito cedo para cantar vitória — comentou Flávia. — Mas não se preocupe, vou errar de propósito para te dar uma chance.
   — Caloura, você está muito abusada. — Felipe começou a rir. — Não preciso dos seus erros. Vamos ver o que você pode fazer.
   Flávia se preparou para jogar novamente, mas Felipe esbarrou no taco dela, fazendo-a errar.
   — Oops. Foi mal. — Seu rosto mostrou uma falsa expressão de quem sentia muito.
   — Ei, essa não valeu.
   — Valeu sim, você tocou na bola.
   — Você esbarrou em mim.
   — Foi sem querer. — Ele levantou os ombros.
   — Hum, se você quer jogar sujo, eu sei jogar sujo.
   — Você é uma ótima adversária. — Felipe se preparou para jogar, mas acabou errando.
   — Castigo dos céus por ter trapaceado. — Flávia começou a rir.
   — Eu tenho a noite inteira. — Felipe virou o copo de uma vez e o encheu de novo.



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Autor(a): biiviegas

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • _Estefani_Silva Postado em 19/10/2017 - 10:09:37

    Meu Deus!!!! Eu amo esse livro <3 <3


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