Fanfic: Me Ame Como Sou - (Adaptada) VONDY | Tema: Vondy

Christopher não conseguia suportar mais. De algum modo, Dulce, com sua óbvia e exasperante falta de interesse, estava fazendo com que ele ficasse frustrado. E ele não costumava se sentir frustrado sexualmente. Jamais lhe faltara companhia feminina quando quisera. Bem, admitia que nem sempre fora daquele modo, que tivera algumas paixões ardentes e frustradas em sua adolescência. A mais marcante e platônica de todas fora a que nutrira por Ariel. Mas aquilo fora antes de ela ter-se tornado esposa de seu irmão, até mesmo antes de ter conhecido Sam. Mas uma vez que ela o conhecera... bem, todos, exceto Sam, haviam notado logo que Ariel estivera perdidamente apaixonada por ele. Ter observado aquilo curara a paixão de Christopher pela garota bem depressa, instantaneamente, na verdade, e agora sua afeição por Ariel restringia-se apenas ao fato de ser sua cunhada, mas, com toda a certeza, nada mais.

Desde então, ele apenas namorara sem compromisso, desfrutara a vida, a companhia das mulheres e a agradável condição de solteiro.

Mas não havia nada de agradável na maneira como se sentia agora. Tinha a sensação de estar sendo rejeitado, ignorado e aquilo o aborrecia ao extremo. Por que Dulce não o queria?

Talvez precisasse insinuar-se um pouco, deixá-la saber que não seria contrário à idéia de se divertirem a valer entre os lençóis. Puxa, seria demais. Os dois já eram amigos. Conheciam-se bem,confiavam um no outro, gostavam de estarem juntos... então, por que não desfrutarem a companhia um do outro um pouquinho mais?

Christopher vestiu uma camiseta por sobre o short e, descalço, saiu pela porta de correr da cozinha para o pátio dos fundos para ver se Dulce já estava preparando seus grelhados logo ao lado. Ele sentiria o aroma dos bifes na churrasqueira, ela o convidaria para o jantar, e as coisas tomariam seu rumo a partir dali. Ele as faria acontecer, com toda a sutileza. Seria natural, espontâneo... até incutir-lhe na cabeça a idéia de um sexo ardente e impetuoso sem que ela quase se desse conta. A expectativa já estava começando a deixá-lo excitado até que, para sua surpresa, descobriu que ela não estava no próprio pátio dos fundos.

Havia um fogo percorrendo-o, mas a churrasqueira dela estava fria e apagada.

Franzindo o cenho em seu desapontamento, ele se perguntou se a ameaça de chuva a fizera mudar de idéia e preparar o jantar dentro de casa. O céu escurecera por completo, e o vento se intensificara, carregado de estática e umidade. O temporal não demoraria a desabar e a chuva provavelmente se prolongaria durante a noite toda. Era o tempo perfeito para se fazer amor.

Talvez ambos pudessem deixar o jantar de lado e irem direto para a idéia do sexo. Christopher pulou facilmente a cerca-viva baixa que separava os dois pátios dos fundos, como sempre costumava fazer quando ia procurá-la para um bate-papo qualquer na cozinha. Mas, naquela noite, havia uma tensão diferente dominando-o. Sentindo-se como um espião desesperado, ele olhou pela porta de vidro de correr, mas não a viu, embora a luz da cozinha estivesse acesa. Considerando suas alternativas, ergueu a mão para bater de leve à porta... e, então, ouviu um ruído vindo do quarto dela. A janela estava aberta, e ele olhou naquela direção, tentado pela idéia de ver Dulce trocando de roupa, talvez saindo do chuveiro, o roupão deslizando de seu corpo até o chão, os cabelos molhados escorrendo-lhe pela pele acetinada... O som de um gemido suave, faminto e deliciado chegou até os ouvidos dele de repente.