Fanfic: Me Ame Como Sou - (Adaptada) VONDY | Tema: Vondy
Ela dirigiu pelas ruas arborizadas de um bairro tranquilo de classe média alta de Los Angeles, monitoradas discretamente por carros de seguranças, e, enfim, parou diante da casa dos pais.
Não era exatamente uma mansão, mas uma casa bastante grande e confortável, onde ela e a irmã haviam crescido, e repleta de boas lembranças. Estacionou junto à calçada, notando que ambos os carros estavam estacionados diante da entrada da garagem.
Ótimo.
Resolveria aquele assunto numa única visita.
Contornando a casa até uma porta lateral, entrou na cozinha e apanhou seus pais se beijando. Algumas coisas, ao que parecia, nunca mudavam, felizmente. Depois de todos aqueles anos de casamento, seu pai continuava apaixonado por sua mãe e vice-versa. Por mais refinado que ele sempre parecesse, jamais dispensava abraços e beijos carinhosos.
Com um largo sorriso, Dulce disse a título de cumprimento:
— Há alguém em casa?
Usando um vestido leve e sandálias combinando, a mãe de corpo esbelto pareceu elegante como de costume, apenas as faces coradas traindo sua encabulação. O pai soltou um riso divertido e aproximou-se para envolver a filha num abraço caloroso.
— Dul! Que bom vê-la. O que a traz aqui?
O pai sempre tinha a mesma fragrância da familiar loção após barba, mesmo nos fins de semana. Ao contrário dos homens dos filmes, livros e daqueles que Dulce conhecia na vida real, seu pai era previsível em tudo que fazia. A cada dia, infalivelmente, levantava-se às seis horas. Exercitava-se, tomava uma xícara de café e lia o jornal. Até às oito, já se barbeara, vestira-se e fizera o desjejum. Não se preocupava com o fato de estar perdendo o cabelo, mas preocupava-se com o bem-estar de sua família.
Naquele dia, usava uma camisa pólo azul-clara com calça escura. Ela jamais vira o pai usando short. Nem mesmo quando jogava golfe.
Com sua típica afeição fraterna, Fernando Saviñon abraçou Dulce até erguê-la do chão.
Evitando a pergunta dele por apenas mais um momento, Dulce adiantou-se até a mãe e abraçou-a também.
— Ei — disse-lhe quando notou que ela ainda estava ruborizada —, se marido e mulher não podem se beijar em sua própria cozinha, então eu jamais vou querer me casar.
Blanca Saviñon soltou um riso.
— Oh, pare com isso!
— Havíamos acabado de jantar, querida. Quer que eu aqueça alguma coisa para você?
— Não, obrigada, papai. Fiz um lanche no shopping e estou sem fome, mas aceito um chá gelado.
Enquanto o pai preenchia três copos com chá de uma grande jarra de cristal que tirou da geladeira, a mãe sentou-se com ela à mesa da cozinha espaçosa e equipada com o que havia de mais moderno. Dul olhou ao redor, tomada por uma onda de nostalgia por alguns momentos, como acontecia quando ia até ali.
A mãe sempre gostara de cozinhar e costumara dispensar a ajuda de empregados na cozinha. Adorara preparar pratos elaborados e ensinar as filhas. Com certeza, teria sido uma excelente chef, se tivesse decidido seguir a carreira. Dul aprendera muito com ela, tendo descoberto, ao contrário de Holly, que também gostava de cozinhar e até levava jeito para a coisa. O problema era que, morando sozinha, não se sentia muito animada em exercitar seus dotes culinários. Fazia questão de manter uma alimentação saudável e adequada as suas atividades, mas optava por pratos rápidos e leves em casa, especialmente saladas e grelhados, seguidos de muitas frutas. Talvez um dia, quando tivesse sua própria família, pudesse deixar aflorar o seu lado dona-de-casa... desde que conseguisse conciliá-lo apropriadamente com seu lado "dona de centro de esportes", era evidente, pensou sorrindo consigo mesma.
Enquanto o pai lhes servia os copos de chá e se sentava, Dulce aguardou pelos comentários sobre seu cabelo, esperando que eles notassem e lhe perguntassem por que o cortara. Tinha sua resposta planejada, e o envolvimento com Christopher não fazia parte dela, naturalmente. Mas os pais nem sequer mencionaram seu cabelo. Um tanto desapontada pela ausência de reação, deu início ao assunto que a levara até ali.
— Holly foi me visitar no condomínio ontem à noite.
O pai sorveu um gole de seu chá e abriu um sorriso satisfeito.
— Isso é bom. Vocês, garotas, quase não se vêem mais o bastante com você trabalhando tanto no centro de esportes e Holly cursando o penúltimo semestre da faculdade.
— Ela... hã... levou Duke também.
A mãe soltou um longo suspiro.
— Holly está realmente interessada por aquele rapaz.
Dulce confirmou com um gesto de cabeça.
— Os dois estão apaixonados, mamãe.
Com uma expressão de contrariedade, o pai declarou:
— Ela tem apenas vinte e dois anos, Dul. Ainda não sabe o que é o amor.
— Na verdade, eu acho que sabe, sim. — Pelo fato de aquilo não ser o que os pais queriam ouvir, Dulce escolheu as palavras cuidadosamente. — Vocês teriam de ver a maneira como ela olha para ele para saberem o que quero dizer. Nunca a vi olhando desse jeito para nenhum de seus namorados antes. E Duke parece igualmente apaixonado. É maravilhoso para ela, dedicado, atencioso. Sei que não é o tipo de rapaz que teriam desejado para ela...
— Duke espera se tornar um atleta profissional. Isso é o equivalente a um jovem que sonha em se tornar caubói. A maioria supera e esquece essa fantasia. E o que sobra, então?
Dulce deu de ombros.
—Pelo que Duke me disse, ele tem grandes chances de se tornar jogador profissional. Aposto que se vocês os vissem juntos, logo perceberiam que ele é realmente um ótimo rapaz... — Apesar de um tanto entediante com sua idéia fixa sobre futebol americano. — ...e que ele ama Holly também. Isso não é a coisa mais importante?
A expressão duvidosa no rosto dos pais não pareceu muito promissora. Era evidente que, apesar de ainda o conhecerem quase apenas de passagem, achavam Duke imaturo e não à altura da filha caçula. Não eram esnobes, mas, como todos os pais, queriam apenas o melhor para os filhos. Na certa, achavam o rapaz ainda instável e indefinido em seus planos de carreira, com apenas uma possibilidade de se tornar jogador profissional. E, se aquilo não desse certo, temiam que ele não tivesse condições de dar a Holly o que ela merecia. Julgavam-na jovem demais também para ter um compromisso tão sério como parecia pronta a querer assumir.
Na opinião de Dulce, embora os conselhos dos pais sempre tivessem sido úteis e bem-intencionados, ao final só deveria caber à própria Holly decidir os rumos de sua vida. E, embora ela preferisse não ter de interferir, não custava fazer uma tentativa de ajudá-la.
— Por que todos nós não nos reunimos? — Fez a sugestão com um sorriso entusiasmado, tentando parecer mais animada em relação à idéia. — Vocês poderão conhecê-lo melhor.
— Eu quero que ela termine a faculdade.
Dulce conhecia aquele tom severo muito bem.
— Eu sei, papai. E acho que ela terminará. Afinal, faltará apenas mais um semestre depois das férias de verão. Mas se você ficar menosprezando Duke, talvez, eu disse talvez, ela acabe cometendo uma estupidez como se casar com ele agora.
Sendo um homem lógico, racional e tolerante, o pai acabou concordando com relutância. Virou-se para a esposa:
— Blan, o que você acha?
Ela franziu o cenho, pensativa.
— Nós temos mesmo aquela festa beneficente no clube de campo amanhã à noite.
— Perfeito — exclamou Fernando com um sorriso.
— Não — disse Dulce ao mesmo tempo. — Quero dizer, é um evento formal. Achei que poderíamos nos reunir na minha casa para fazer um churrasco, ou algo assim.
— Mas essa seria a oportunidade perfeita para ver Duke num ambiente diferente. Já vi o rapaz duas vezes, apenas por pouco tempo, mas foi o bastante para saber que talvez ele não possua grande traquejo social. Vamos ver se ele fará isso por Holly — propôs Fernando.
Dulce soltou um grunhido.
— Mas isso significará que terei de me vestir a caráter também.
A mãe pegou-lhe a mão por sobre a mesa com um sorriso.
— Uma dolorosa perspectiva, sem dúvida. Eu não sei por que você foge de vestidos.
Porque ela simplesmente não se sentia bem usando-os. Não combinavam com seu estilo. Sabia que a mãe, apesar de jamais ter mostrado preferência por uma das filhas e ter devotado seu amor incondicional a ambas, gostaria que ela fosse mais como Holly naquele aspecto. Blanca preferiria que, como ela própria, sua filha mais velha fosse mais vaidosa e feminina, mas depois de muitos esforços fracassados, em especial na adolescência, acabara se resignando ao estilo esportivo e prático adotado por Dulce.
Naquela questão, porém, Blanca não parecia disposta a desistir facilmente também. Apelou até para seu tom mais maternal:
— Precisaremos de você lá, querida. Não é mesmo, Fernando?
— Com toda a certeza.
— Você sempre exerceu uma influência tão boa e sensata sobre Holly — acrescentou a mãe.
Sensata. Oh, sim. O que seus pais pensariam se soubessem que ela começara uma relação tórrida com Christopher? Talvez valesse a pena lhes dizer para pararem de se referir a ela com aquele odioso rótulo de "sensata".
Dulce terminou o chá e levantou-se da mesa.
— Está certo. Falarei com Holly e combinarei as coisas, se ela estiver de acordo, e, depois, avisarei vocês. — Despedindo-se, beijou a face da mãe, tornou a abraçar o pai e adiantou-se até a porta. Mas, no último segundo, fez uma pausa. — Mamãe, você sabe que Holly é bastante inteligente. Apenas porque ela é bonita não significa que lhe falta inteligência.
Fernando soltou um riso.
— Querida, nós sabemos muito bem que uma qualidade não elimina a outra. Olhe para você. — Ele piscou-lhe um olho. — Bonita e inteligente.
Dulce fitou-o com ar surpreso.
— Holly é apenas jovem demais — declarou Blanca. — Como pais, não podemos deixar de nos preocupar. Com vocês duas.
Dulce teria argumentado, mas ter sido elogiada como "bonita" deixara-a numa espécie de torpor. Nunca pensara em si mesma daquela maneira e não tinha certeza de que já ouvira o pai dizendo aquilo alguma vez antes. Geralmente, os pais enalteciam sua inteligência, sua sensatez e sua determinação.
Ela ainda estava um tanto atordoada quando passou pelo alojamento no campus da universidade para ver Holly. Surpreendentemente, a irmã estava no quarto que dividia com uma colega. Era algo incomum para uma noite de sábado, mas a irmã disse que iria a uma comemoração qualquer mais tarde.
Dulce achou que certamente Holly notaria seu cabelo e, mais uma vez, ensaiou como explicaria a súbita atenção com sua aparência. Mas Holly apenas lhe perguntou a razão de sua inesperada visita e, depois, começou a saltar de alegria diante da perspectiva de se produzir toda para uma festa beneficente formal. Holly, ao menos, adorou a idéia e correu até o telefone para ligar para Duke. O rapaz concordou em ir ao evento prontamente, sem aparente hesitação, fazendo Dulce se perguntar se era a única pessoa na face da terra que detestava formalidade.
Então, abriu um sorriso.
Não, Christopher também detestava.
E era bem mais compatível com ela do que qualquer executivo jamais seria.
Autor(a): Bea Tinoco
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Dulce presumiu que Christopher ainda estivesse fora com os irmãos quando chegou em casa. O carro achava-se na vaga de estacionamento dele no condomínio, mas a casa estava escura e silenciosa. Ela hesitou por vários momentos, não querendo parecer desesperada demais e, então, adiantou-se até a casa vizinha e bateu à porta. N& ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 20
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bia_ro Postado em 18/07/2017 - 23:12:40
Continua!!!
Bea Tinoco Postado em 19/07/2017 - 00:45:52
Continuando Bia... Um bjo
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tahhvondy Postado em 26/05/2017 - 15:09:58
continua amando sua fanfic sumir por um tempo por causa da faculdade e ta uma correria
Bea Tinoco Postado em 19/07/2017 - 00:45:26
Continuando Flor! Um bjo
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Nat Postado em 06/05/2017 - 17:07:16
Vc vai sumir de novo;( Por favor, se tiver que demorar, demore, mas não desista! Não demore por favor!
Bea Tinoco Postado em 19/07/2017 - 00:45:00
To de volta Nat!!! Continuando
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Nat Postado em 04/05/2017 - 08:32:20
Awnt!*-* Eles são muito fofos! É possível que no final ela acabe desistindo da ideia de casar e se estabilizar com um homem que use terno? Não quero que nem um deles mude! Já falei que ano o cabelo da Dulce? Se não, eu amo ele e espero que ela não corte! O Chris bem despreocupado com os irmãos terem ido na casa da Dulce em um momento inapropriado*foram atrapalhar os dois -_-* e o fato de estar possivelmente apaixonado pela amiga, para ele tá tudo na paz*-* Que bom que eles vão continuar com essa "relação" CONTINUA!!!!*-*
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Nat Postado em 02/05/2017 - 16:44:30
*-* Não creio que eles fizeram amor*-*Que fofinhos*-* A Dulce pagando mico! kkkkk, os irmãos do Christopher gostam da Dulce, digo como amigos, vão com a cara dela? CONTINNNUUUAAA!!!*-*
Bea Tinoco Postado em 03/05/2017 - 22:13:55
oii nat! bem fofinhos msm ne? kk então os irmaos dele gostam dela como amigos sim,eles não são contra nao ,podee ficar tranquila kk.... continuandoooo
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baianinha Postado em 01/05/2017 - 15:55:38
Continua..leitora nova to amando a Fanfic cont
Bea Tinoco Postado em 01/05/2017 - 17:12:43
seja bem vinda flor, continuandooo
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Nat Postado em 01/05/2017 - 01:24:07
Mas olhe isso! ela some por um tempão, depois volta com só um capítulo e ainda para em uma parte muito interessante! CONTINUA!!! Eu ainda estou aqui*-* e to muito curiosa! Não desapareça de novo, por favor!
Bea Tinoco Postado em 01/05/2017 - 02:35:05
oiiii Nat! voltei minha linda, e prometo não sumir mais viu. ah to com outra fanfic. é adaptada tbm, o nome é Naughty Boss, vondy tbm. um bj!!!
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Nat Postado em 16/02/2017 - 13:55:24
*0*0*0*0*0*CONTINNNNNNNNNNNNNUUUUUUUUUUUUUUUUUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!! !!!!!!!
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Nat Postado em 11/02/2017 - 12:23:36
*0* Meu Deuuuussss!!!!!!!!111CONTINNNNNUUUUUUUUUUUUAAAAAAAA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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tahhvondy Postado em 11/02/2017 - 01:30:42
continua amando
Bea Tinoco Postado em 01/05/2017 - 02:35:43
Continuando flor!