Fanfic: Me Ame Como Sou - (Adaptada) VONDY | Tema: Vondy

Dulce presumiu que Christopher ainda estivesse fora com os irmãos quando chegou em casa. O carro achava-se na vaga de estacionamento dele no condomínio, mas a casa estava escura e silenciosa. Ela hesitou por vários momentos, não querendo parecer desesperada demais e, então, adiantou-se até a casa vizinha e bateu à porta.

Não houve resposta.

Ela sentiu-se espantosamente desapontada com aquilo, tanto que censurou a si mesma com severidade e marchou de volta para a própria casa. Tinha muito com que se ocupar, de qualquer modo.

Oh, céus, e se Christopher não aparecesse naquela noite? Fizera amor com ele apenas uma vez ainda pela manhã, mas já estava começando a se... apegar demais. Suas mãos estavam trêmulas, céus. Não, ela não ficaria ansiosa, nem preocupada com a situação.

Dulce colocou suas novas roupas de baixo na máquina de lavar, selecionando o ciclo delicado. Sempre lavava roupas novas antes de usá-las, mas especialmente as peças de baixo. Aquelas teriam de secar num varal em vez de irem para a secadora. Céus, quanto trabalho... Christopher já estava afetando sua vida, tornando-a consciente demais de sua aparência descuidada, quando aquilo fora algo que jamais lhe importara antes.

Depois que a máquina de lavar terminara seu ciclo e ela já pendurara os novos itens para secar, meteu-se debaixo do chuveiro.

Mantendo-se sob o jato de água quente, obrigou-se a não se apressar, a não ficar atenta ao telefone ou à porta. Mas no momento em que saiu do banheiro, foi verificar a secretária eletrônica.

Não havia mensagem.

Adiantou-se até a porta da frente, espiando para fora, tentando ver se Christopher já estava em casa. Ele não chegara, e ela teve vontade de esganar a si mesma. Céus, qual era a razão de toda aquela ansiedade, afinal?

Usando apenas uma enorme camiseta de dormir azul-marinho, ela ignorou a própria pergunta e ficou andando de um lado ao outro da casa em crescente inquietação.

Mais tarde, depois que algumas das novas peças de lingerie tivessem secado, escolheria uma daquelas minúsculas calcinhas para vestir, apenas para o caso de Christopher aparecer. Naquele meio tempo, estava apenas enlouquecendo a si mesma com aquilo que parecia uma espera inútil.

Duas horas depois, estava sentada diante da tevê, tendo acabado de comer um sanduíche natural com um suco, alheia ao filme que passava. Houve uma batida à porta da cozinha.

Ela saltou... literalmente saltou... do sofá. Por sorte, já havia pousado o prato e copo na mesa de centro. Obrigando-se a agir com calma, ela ajeitou os cabelos, sacudiu as migalhas de pão da camiseta e adiantou-se até a cozinha, colocando a louça usada dentro da pia.

Christopher estava parado ali, diante da porta de correr que dava para o pátio, os cabelos úmidos de um banho recente, o rosto um pouco mais bronzeado do que o costume. Usando short cinza e camiseta branca, apoiava um braço musculoso na porta de vidro e sorriu quando a viu. Foi o quanto bastou para que Dulce sentisse os joelhos moles e uma corrente de excitação percorrendo-a. Céus, estava realmente atraída pelo homem.

Destrancando a porta de correr, ela abriu-a e perguntou:

— Por que você sempre vem por esta porta dos fundos e...

Christopher interrompeu-lhe as palavras com um beijo sôfrego nos lábios, como se tivesse sentido igualmente a sua falta. Apoiando uma das mãos na nuca delicada, a outra no quadril, enquanto a moldava junto a seu corpo viril, intensificou o beijo, explorando-lhe a boca eroticamente com sua língua.

— Puxa, pensei em beijar você outra vez o dia inteiro! — exclamou ele, enfim, ofegante, os olhos castanho-claros ardentes. — Foi o passeio de barco mais tedioso que já fiz na vida.

Lânguida e, ao mesmo tempo, excitada, Dulce esforçava-se para recobrar o fôlego e abrir os olhos. A mente ainda rodopiava vertiginosamente. Uau, que beijo!

— É mesmo?

— Sim. Meus irmãos tinham comentários intermináveis para fazer. O mar estava um tanto agitado. E garotas de biquíni de outros barcos não paravam de flertar conosco.

Dulce desvencilhou-se do abraço de cenho franzido, a volta à realidade dando-se num instante.

— Oh, e eu sei que você odiou isso, não é?

O sorriso de Christopher se alargou.

— Você soa tão sarcástica. — Tornou a puxá-la para si, estreitando-a em seus braços. — Com Gabe e Sam já muito bem casados, coube a mim desencorajar as garotas com sorrisos amistosos, mas desinteressados.

— Mas você desencorajou a todas?

Ele soltou um riso.

— Sarcástica e desconfiada. É claro que desencorajei a todas. Agora, se você estivesse por perto num biquíni...

— Pois sim. Eu jamais colocaria um...

— Você fez alguma coisa com seu cabelo? — Ele franziu o cenho, ergueu uma mecha e correu os dedos até a ponta. — Parece diferente. Um pouco mais curto.

Oh! Ele notara.

Dulce sentiu o coração disparando no peito e, ao mesmo tempo, começou a ruborizar.

Ninguém notara... mas Christopher sim.

— Apenas mandei que aparassem as pontas — murmurou.

— Você cortou bastante.

— Só uns poucos centímetros.

Christopher não fez comentário, apenas continuou examinando seu cabelo. Então, algo chamou-lhe a atenção de repente, e soltou um grunhido quase torturado, enquanto lhe afagava os quadris.

— Você não está usando roupa de baixo?

Oh, ela havia esquecido!

Antes de poder se conter, Dulce lançou um olhar à pequena lavanderia anexa à cozinha, onde suas novas roupas de baixo estavam penduradas num varal, a porta de correr que separava os dois ambientes aberta.

— Eu...

Christopher acompanhou-lhe a direção do olhar, uma expressão predatória surgindo em seu rosto quando notou as peças sensuais no varal.

— Ora, ora, o que temos ali? Comprou lingerie nova?

— Christopher. — Dulce segurou-lhe a cintura do short quando ele começou a se adiantar até a lavanderia, mas não houve como detê-lo. — Deixe minhas roupas de baixo em paz.

Evidentemente, ele ignorou a ordem.

Ela passou de embaraçada a mortificada, enquanto Christopher tocava as peças, examinando a renda, a seda e a modelagem sexy das peças. Então, percorreu-a com um olhar de desejo.

— Você está... nua por baixo dessa camisola?

Ela deu um passo atrás. A expressão faminta no rosto dele a fez soltar um risinho nervoso.

— Talvez.

— Eu acho que está. — Ele deixou a lavanderia para ir atrás dela lentamente. — Eu adoraria ver você usando uma daquelas coisinhas minúsculas, mas, na verdade, prefiro vê-la sem nada.

Dulce segurou o tecido da camiseta de dormir com força em torno das coxas.

— É mesmo?

— Venha até aqui, Dul.

— Não. — Ela sacudiu a cabeça e soltou mais risinhos.

— Quer que eu persiga você? — Os olhos dele brilharam. — Estou disposto a fazer alguns jogos, se você também está.

— Não! Eu não pretendi...

— É melhor você correr. Agora.

A expressão de Christopher era tão ardente e intensa que ela não o questionou mais.

Apenas girou depressa nos calcanhares e correu. Ouviu-o seguindo-a de perto, seu coração disparando, uma corrente de excitação percorrendo-a. Correu o mais depressa que pôde, o tempo todo rindo feito uma adolescente tola.

Escondeu-se atrás do sofá, soltou um grito quando Christopher pulou por cima dele e, então, fugiu pelo corredor. Ele estava apenas brincando com ela, percebeu, pois já a teria alcançado se quisesse. Era um jogo, um jogo divertido e excitante. A porta de seu quarto era a única escapatória e, portanto, correu até lá dentro e tentou fechá-la, mas Christopher não lhe deu a menor chance.