Fanfic: Me Ame Como Sou - (Adaptada) VONDY | Tema: Vondy

Christopher não pretendera exatamente adormecer com ela na cama. Ficar com uma mulher na manhã depois do sexo não era algo a que estivesse acostumado. Não o fazia normalmente, por que aquilo significava progresso no relacionamento e houvera apenas umas poucas vezes em que se sentira à vontade com aquele grau de comprometimento. Mas, depois de ter corrido de volta até em casa para buscar mais preservativos, retornara à casa de Dulce e a persuadira a lhe fazer um desfile particular com sua nova lingerie.

Ela era tão excitante, corando enquanto usava algo extremamente sexy, rindo dele, enquanto seus olhos brilhavam com o mesmo desejo poderoso que ele sentia. Adorava observá-la quando era arrebatada pelo êxtase. Adorava estreitá-la em seus braços. Simplesmente adorava estar com ela.

Durante a noite inteira, enquanto Dulce dormira profundamente em seus braços, ele estivera ciente da presença dela. Dormira pouco, mas, afinal, tivera uma mulher nua e curvilínea a seu lado, e tudo que a envolvia o fascinava.

Detestara que ela tivesse cortado o cabelo, ainda que tivessem sido poucos centímetros. E se fora algum de seus comentários sobre o comprimento dos cabelos dela, feitos apenas com o intuito de provocá-la, que a havia levado a cortá-los? Na verdade, achava os cabelos dela sensuais, uma pura fonte de erotismo. Eram totalmente naturais e femininos. Como a própria Dulce.

Em algum dado momento das vezes em que tinham feito amor com total abandono naquela noite, Christopher se dera conta de que gostava dela graças a seu jeito natural. Era estranho, quando, em geral, eram as mulheres vaidosas e sofisticadas que o haviam atraído até então. Mas, agora, pareciam-lhe um tanto artificiais demais. E seus relacionamentos com elas sempre tinham sido artificiais também, compreendeu. Contidos, breves e bastantes superficiais. Nunca sentira aquela cumplicidade que tinha com Dulce com nenhuma delas, nunca passara horas sem tirá-las dos pensamentos ou ansiara desesperadamente por revê-las. E nunca fora tão espontâneo, comportando-se apenas como ele mesmo com nenhuma outra. E jamais, jamais... permitira-se baixar a guarda, especialmente em relação a seu coração. Na verdade, não podia dizer que já fizera amor antes. Apenas sexo. Satisfatório, sem dúvida, mas nunca o bastante para fazê-lo sentir-se feliz, completo, como agora.

Dulce murmurou algo ininteligível em seu sono e entrelaçou os dedos nos pelos do peito dele. Mantivera-o junto a si a noite toda depois que adormecera, ora abraçando-o, ora entrelaçando as pernas com as suas. Christopher encarou aquilo positivamente. Deu-lhe a esperança de que ela sentia ao menos um pouco do desejo desesperador que o dominava.

Soltando-lhe os dedos cuidadosamente, Christopher ergueu-lhe a mão e levou-a aos lábios, beijando-lhe os dedos com gentileza, um a um. Dulce mexeu-se, mas não acordou. Ele examinou-lhe a pequena mão de unhas curtas, limpas e sem esmalte. Também não usava jóias, ou bijuterias. Pelo fato de ela continuar adormecida e não saber, passou a ponta dos dedos delicados por seus lábios, por seu queixo. Eram um tanto calejados devido à profissão que exercia, ainda assim, ele achou que Dulce Maria Saviñon era a mulher mais feminina que já conhecera.

Erguendo-lhe a palma da mão, pressionou-a de encontro a seus lábios.

— Chris?

Os olhos sonolentos dela eram sensuais demais. Incitantes.

— Adoro tocar você — disse ele, observando-a com um sorriso terno. — Adoro a sensação de ter você nos meus braços e sentir a sua fragrância. Adoro seu gosto tão doce. — Capturou-lhe um dos dedos com os lábios, acariciando-o languidamente com a ponta da língua, sugando-o de leve.

Os olhos amendoados adquirindo um súbito brilho ardoroso, Dulce observou os lábios de Pete, enquanto seu pulso se acelerava. Aninhou-se mais nos braços dele, os seios comprimindo-se contra o peito forte, causando um delicioso contato.

Christopher fechou os olhos e correu a ponta da língua até o vão entre os dedos dela, estimulando-a gentilmente.

— Oh, Chris! — exclamou ela com o inconfundível desejo que se renovava instantaneamente... e seu telefone tocou.

Em princípio, os dois o ignoraram, concentrados em doces preliminares que, por certo, fariam a paixão tornar a explodir muito em breve. Ouviram, então, a voz de uma jovem na secretária eletrônica:

— Ei, Dul. Eu queria avisá-la que Duke e eu passaremos pela sua casa hoje à noite antes da festa beneficente. Achamos melhor irmos juntos para que você não acabasse nos esquecendo. Outra vez. — Ela soltou um riso e disse algo numa voz abafada para alguém do outro lado da linha. — Duke disse que você deveria convidar o seu namorado misterioso. Isso tornaria a noite mais divertida para você e daria a nossos pais alguém a mais em quem ficar prestando atenção além dele.