Fanfic: Me Ame Como Sou - (Adaptada) VONDY | Tema: Vondy

Pega completamente de surpresa pela mensagem, Dulce afastou-se de Christopher e saltou da cama. Ficou parada no meio do quarto observando-o, os dedos das mãos curvados de maneira protetora em torno dos seios. Num sussurro horrorizado, disse-lhe:

— Era minha irmã.

Sacudindo a cabeça com incredulidade, Christopher estreitou os olhos enquanto lhe observava a reação exagerada.

— Ela não pode nos ver, Dul, e nem pode ouvir você.

— Não me importo. — Ela deu-lhe as costas, oferecendo-lhe sem perceber uma bela visão de seu corpo daquele ângulo. — Ainda estou embaraçada assim mesmo.

— Por quê? — Christopher ouviu o som da ligação sendo encerrada depois que a mensagem foi deixada e ergueu-se, sentando-se de encontro à cabeceira da cama, preparado para um confronto. — Porque você mentiu para mim sobre o seu namorado?

Ela se virou abruptamente, os cabelos esvoaçando com seu gesto brusco.

— Eu não minto! — exclamou, indignada. — E você me deve um pedido de desculpas.

Ele foi tomado por súbita confusão.

— Então, do que sua irmã estava falando quando se referiu ao seu namorado misterioso?

Dulce esfregou o rosto com as mãos.

— Duke e Holly apareceram aqui para jantar na sexta-feira. — Sentou-se na beirada da cama, puxando uma ponta do lençol para si. — Minha irmã quer que eu a ajude, que interceda a favor de Duke perante meus pais, mas eu havia esquecido que tinha lhes dito que viessem jantar aqui. Na verdade, Holly praticamente me obrigou a convidá-los. Não que eu não quisesse ajudá-los, mas, para ser franca, não sei bem de que maneira.

Ela jogou os cabelos para trás, soltando um suspiro.

— De qualquer modo, Duke é um atleta e sabe ser maçante ao extremo, especialmente quando começa a falar sobre futebol, mas Holly o venera, e a adoração parece ser mútua. A questão é que, enquanto Duke falava interminavelmente, eu me desliguei por completo do que ele dizia e agora o rapaz acredita cegamente que eu estava perdida em devaneios por causa de algum homem.

— E você estava?

Dulce franziu o cenho e corou ao mesmo tempo.

— Para ser franca, eu estava mesmo pensando num homem, mas ele não é um... namorado meu.

—Quem é ele?—O fato de saber que Dulce andava sonhando acordada com algum sujeito deixou Christopher furioso e, ao mesmo tempo, desapontado. Como podia ter-se entregado com tanto abandono a ele, então? O tempo todo estivera pensando no outro?, perguntou-se, inconformado.

A maneira como ela cruzou os braços sob os seios fez com que se erguessem como num erótico convite. Ela também ergueu o queixo com ar desafiador, o que aumentou as suspeitas de Christopher. Depois, desnorteando-o como nada mais teria conseguido, ela disse simplesmente:

— Você.

— Eu?

— Eu falei que não se tratava de um namorado. — Dulce levantou-se, andando pelo quarto com inquietação e, então, tornou a sentar-se na beirada da cama. — Lembra-se de que você disse que nós dois estávamos pensando em sexo? Bem, eu estava. Imagino que Duke reconheça essa expressão no rosto, no olhar, de uma pessoa e apenas quis me provocar.

Christopher sentiu uma estranha espécie de euforia percorrendo suas veias. Dulce estivera pensando nele. De repente, precisava realmente esclarecer aquilo tudo.

— Então, na sexta-feira à noite, quando não me convidou para jantar, embora tivesse comprado bifes o bastante para quatro pessoas e também não apareceu para assistir a um filme comigo, era porque sua irmã e Duke iam aparecer para fazer uma visita?

— Quando fiz a compra para o jantar, os bifes e os acompanhamentos eram, de fato, para eu prepará-los para eles na churrasqueira. Mas, durante aquela nossa conversa na cozinha, fiquei tão distraída que acabei esquecendo que eles iam aparecer. Mas, seja como for, eu não teria ido assistir àquele filme em sua casa com você.

— Por que não?

— Na verdade, eu já ia saindo com as chaves do carro quando eles chegaram, pois tinha decidido ir ao cinema sozinha. Holly ficou zangada, mas acabei usando o pretexto de que estava saindo para comprar algo para a sobremesa.

Christopher franziu o cenho, cada vez mais intrigado.

— Espere um segundo. Isto não está fazendo o menor sentido. Quer dizer que você ia ao cinema sozinha para não assistir a um filme comigo na casa ao lado da sua?

A expressão dela dizia-lhe, por outro lado, que aquilo tudo devia ter sido óbvio.

— Eu já estava... Bem, já estava atraída por você. Eu não queria ter de passar por isso, você sabe, ficar lá só pensando em você e achando que você continuava sentindo apenas a velha e mesma indiferença de amigo por mim.

A confissão surpreendeu-o, deixando-o contente por um lado, mas, por outro, aborrecido consigo mesmo por ter sido tão cego.

— Desculpe-me.

Ela esperou dois segundos, deu de ombros e, enfim, foi sentar-se ao lado dele junto à cabeceira.

— Acredite — disse-lhe com um de seus sorrisos cativantes. — Você mais do que compensou todo o meu sofrimento.

Christopher sentou-a em seu colo, acomodando-a de modo que ficasse de frente para ele, as pernas dobradas ladeando seus quadris. Segurando-a pelas coxas, perguntou:

— Pela mensagem que deixou na secretária eletrônica, sua irmã não pareceu acreditar no pretexto da sobremesa. Parece que continuou achando que você os esqueceu mesmo, mas não está mais zangada, não é?

— Não, ao contrário de muitas irmãs, nós nos damos tão bem que sempre acabamos nos entendendo. — Ela moveu o corpo naquela posição tão íntima e abriu um largo sorriso. — Tem certeza de que quer continuar conversando sobre isto? Eu posso pensar em coisas melhores...

— Dul.

Ela revirou os olhos e soltou um suspiro.

— Está bem. Sobre o que quer falar?

— Um detalhe muito importante que acabei tirando de sua explicação, mas você tentou deixar passar despercebido.

— Qual? — ela franziu o cenho diante daquele súbito olhar sério.

— Você ia ao cinema e disse à sua irmã que estava saindo para comprar a sobremesa, certo?

— Sim, foi como eu disse.

Ele abriu um largo sorriso de repente.

— Pensei que você não mentisse.

— Eu não minto. — Ela afagou-lhe o peito com ambas as mãos, correndo os dedos por entre os pelos escuros e macios e inclinou-se para frente, depositando-lhe um beijo na ponta do nariz reto. — Não para você.

Ela começou a endireitar as costas outra vez, mas Christopher tomou a puxá-la para si para um beijo mais demorado e satisfatório nos lábios e, então, deixou-a acomodar-se novamente em seu colo. A posição era agradável, com os joelhos dela ladeando seus quadris, o abdome de encontro ao seu. Afagou-lhe as costas carinhosamente.

— Quer dizer que, quando você saiu, sua irmã e o namorado ficaram sozinhos na sua casa?

— Sim, por quê?

Ele deveria contar a conclusão à qual, enfim, havia chegado?, perguntou a si mesmo, indeciso. Mas o fato era que queria que Dul sempre fosse sincera com ele e, portanto, teria de ser sincero também.

— Acho que eu os ouvi fazendo amor.

Dulce arregalou os olhos, surpresa.

— Isso é loucura. Não na minha casa!

— Receio que sim. Eu ouvi uma porção de gemidos de prazer através da janela. Por um acaso, é claro — acrescentou depressa.

— Oh, céus. — Ela cobriu o rosto.

— Eu presumi que fosse você.

Dulce ergueu a cabeça depressa.

— Foi por isso que ficou me perguntando insistentemente com quem eu estava saindo!

— Sim. — Christopher sorriu e estreitou-a mais junto a si. — Mas, quando me assegurou que não estava namorando ninguém, eu presumi que você estivesse... "jogando paciência".

— Quem geme jogando paciência?

O sorriso dele alargou-se.

— Você não entendeu. Foi só um jeito de falar. Eu tinha ouvido aqueles gemidos, Dul. Pensei que você estivesse... você sabe, sozinha.

Ela ainda parecia confusa. Suspirando, Christopher disse:

— Achei que estivesse fazendo um vôo solo. Resolvendo o assunto sozinha. Sem mais ninguém.

Lentamente, a confusão deu lugar a uma expressão de entendimento, e os olhos amendoados dela faiscaram.

— Você pensou...

— Sim.

Foi provavelmente o sorriso largo que mais a provocou. Ela socou-o no estômago, e ele fez uma careta de dor e, então, segurou-lhe as mãos para não receber novos golpes.

— Cretino!

Quando Christopher riu, ela tentou se levantar. Ele segurou-a e puxou-a para si, ambos rolando na cama. A "luta" acabou quando ele deitou-a de costas, usou o joelho para entreabrir-lhe as pernas e penetrou-a.

Ambos ficaram imóveis, ofegando. Dulce esforçou-se para libertar as mãos, apenas para abraçá-lo pelo pescoço.

— Você venceu — disse-lhe, rouca.