Fanfics Brasil - Capítulo 13 Prometida - Uma longa jornada para casa (Levyrroni)

Fanfic: Prometida - Uma longa jornada para casa (Levyrroni) | Tema: Levyrroni [Adaptada]


Capítulo: Capítulo 13

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No dia seguinte, saí de casa bem cedo. Fui até a vila pegar algumas fitas que faltavam para compor os arranjos do casamento de Madalena e Gomes, que aconteceria no dia seguinte. Ainda estava tão abalada com tudo o que o padre me contara que mal consegui falar meia dúzia de palavras a madame Georgette.


— Bom dia, sr. Donelli — cumprimentei o feirante, enquanto seguia até a praça, onde Isaac estacionara a carruagem.


— Bom dia, senhorita!


Contornei a barraca e não vi que alguém passava atrás dela. A colisão produziu um hurf e um grunhido agudo. Eu me desequilibrei. Braços fortes rodearam minha cintura, ao passo que uma sombra preta passava rente a minhas saias e desaparecia sob a banca. Endireitando-me como pude, ainda envolvida naquele abraço, virei o rosto para meu salvador com o propósito de agradecê-lo, mas dei de cara com meu noivo.


— Perdoe-me — falou William. — Eu não a vi. Você saiu do nada.


Eu me desprendi dele, o rosto em chamas.


— Eu estava distraída. Como o senhor tem pas... — comecei.


— Ah, não. O gato! — exclamou ao mesmo tempo, agachando-se para espiar embaixo da barraca. — Inferno. Ele fugiu!


Gato? Ele tinha um gato e eu nem sabia disso?


Mesmo chateada, observei os arredores. Avistei um vulto negro dobrando a esquina.


— É aquele ali? — Apontei.


— É! — William se aprumou e, praguejando, saiu correndo atrás do bichano.


Eu resolvi ajudar, mas William era mais rápido, obviamente, com aquelas pernas compridas e sem tantas saias ao redor de si. Suas botas também eram muito mais adequadas para uma perseguição pelas ruas irregulares da vila do que meus delicados sapatos de salto.


O gato ziguezagueou por entre as poças d’água, latões de lixo e as pessoas por ali até que se enfiou no bosque que delimitava a vila. William se deteve pouco depois de avançarmos alguns metros na mata, se apoiando para tomar fôlego em um largo tronco.


— Conseguiu ver que direção ele tomou? — perguntei, também sem ar.


— Eu o perdi assim que ele se escondeu naquela moita mais alta.


— Ele é seu. — Eu pretendia fazer uma pergunta, mas acabou soando como uma acusação.


— Não exatamente. — William endireitou a coluna, afastando os cabelos dos olhos. — Eu o encontrei na estrada ontem e o levei para casa, mas... Almeida e ele não se entenderam muito bem.


Bom... Ele possuía o gato havia apenas um dia. Eu podia perdoá-lo por não ter me contado.


— Está bem. — Olhei em volta. — Ele não pode ter ido muito longe. Vamos vasculhar os arredores. Prefere que nos separemos?


Seus olhos se tornaram duas adagas quando me disse:


— Você não vai a parte alguma.


— É claro que vou. Se eu não tivesse esbarrado em você, o gato não teria fugido.—


Se ele não estivesse tentando dilacerar meu braço para fugir, eu a teria visto e não teríamos colidido. Vou levá-la até a sua carruagem e depois volto para procurar o gato. Sozinho — frisou.


Quem ele pensava que era para me dar ordens daquela maneira?


— O que o faz pensar que vou fazer a sua vontade? — Elevei o rosto.


— Seu bom senso. — Suas sobrancelhas se abaixaram. — Sabe que terá problemas se alguém tiver nos visto entrando no bosque. Vão pensar mal.


— Muitos já pensam. Não vai fazer grande diferença.


Comecei a andar por entre as árvores e arbustos, chamando pelo gato fujão, tomando cuidado para que minhas saias não se enroscassem em nada. Uma mão grande se enrolou na minha, me obrigando a parar.


— O que quis dizer com “muitos já pensam”? — Seu semblante era uma mistura de impaciência e frustração.


— Suspeito de que eu não tenha de explicar que nem todo mundo acredita que minha ausência tenha sido algo inocente, já que o senhor é um deles. — Puxei meu braço.


E isso me magoava. O fato de William não acreditar em mim me doía quase tanto quanto lembrar a maneira como ele pedira minha mão.


Sua mandíbula se apertou.


— Talvez eu acreditasse, se a senhorita ao menos me explicasse alguma coisa. Pressionei os lábios. Antes, não lhe dissera nada por medo de que pensasse que eu era uma tola, criando histórias fantasiosas, ou por não ser capaz de trair a confiança de minha irmã. Isso ainda me atormentava, mas agora eu sabia que era muito mais complexo que isso: eu poderia colocar a vida de Dulce em perigo.


Contar a verdade a ele, agora que eu sabia dos riscos que minha irmã corria, era perigoso. William era curioso, amava a ciência com devoção. E se ele tentasse saber mais sobre os mecanismos que permitiram que ela viajasse no tempo? E se, assim como fizera com os comprimidos, buscasse ajuda para entender melhor o assunto?


Eu nunca poderia lhe explicar meu desaparecimento.


Parecia não haver uma maneira de aquela história terminar bem. Nenhuma maneira.


— Eu já disse. — Desviei os olhos para sua gravata branca. — Estive na cidade de Dulce.


— Mas não sozinha. — Estreitou os olhos. — Mais alguém esteve lá com você, além de seu irmão e sua cunhada, não é?


Voltei a andar, espiando aqui e ali, à procura do gato preto.


— Você realmente me surpreende — mas o que eu quis dizer foi “Você realmente me machuca”. — Eu esperava ouvir esse tipo de suspeita de outras pessoas, mas não de você. Não depois de todo o tempo em que nos conhecemos e nos correspondemos.


Em duas passadas largas, ele estava diante de mim, o nariz a centímetros de minha testa.


— Posso dizer o mesmo. Não esperava nenhuma das atitudes que você vem tomando nos últimos tempos.


— Estou tentando fazer o melhor que posso para manter o que restou do meu bom-nome. — Eu me encolhi, desamparada.


Ele cruzou os braços, fazendo seus ombros se distenderem sob o longo paletó marrom. Eu teria gostado muito de admirá-los um pouco mais, mas fui distraída pelo pulsar de uma veia em sua testa.


— E foi para manter o seu bom-nome que ontem passou quase um quarto de hora conversando com aquele cara de fuinha do Elias Prachedes, no baile dos Andrada?


— Como sabe disso?!


— Já devia saber que as notícias correm. O que tanto falavam?


Sua suspeita fez algo dentro de mim borbulhar. De um jeito nada bom.


— Bem, se quer mesmo saber — elevei o rosto para encará-lo —, o sr. Prachedes me pediu em casamento!


— O quê? — Sua voz se manteve baixa, sem qualquer emoção, mas seu rosto foi nublado por uma sombra escura.


— Ele me pediu a mão, de maneira muito pouco cavalheiresca, devo ressaltar. Me disse coisas que, tenho certeza, há alguns meses não se atreveria. E isso é tudo culpa sua!


— O que ele... Minha culpa? — indagou, descrente.


— Sim! Graças a você, que anda fazendo questão de deixar claro para todos que não queria o nosso noivado. Você não me visita, não me acompanha aos eventos e, quando se dá o trabalho de me acompanhar, raramente trocamos meia dúzia de palavras.


Com o maxilar trincado, ele me encarou por um longo tempo, a raiva cintilando em seus olhos e naquele encrespado entre as sobrancelhas.


— Quais foram as palavras exatas de Prachedes? — grunhiu, entredentes.


Bufei, retomando o passo. Ele ouviu uma palavra do que eu disse?


William veio atrás quando não respondi. Suas botas produziam estalos ao esmagar pequenos gravetos e folhas secas.


— O que foi que ele disse, senhorita?


— O sr. Prachedes pensou que meu dote houvesse aumentado, já que eu caí em “desgraça” — contei, seguindo em frente —, de modo que passei a lhe interessar bastante. Além disso, ele acha que eu ficaria muito bem em sua sala de estar, embora ele tivesse de trocar as cortinas porque o lilás não me favorece.


Não foi atenci...


Ele me impediu de terminar a frase, me agarrando pelo cotovelo, os olhos


— castanhos, então — tomados de fúria.


— Como pôde permitir que ele falasse com você dessa maneira? Onde estava o maldito do seu irmão?


— Christopher estava ocupado. E que mal haveria? O sr. Prachedes é de boa família, sempre foi muito gentil. Quem poderia imaginar que ele não passa de um paspalho ambicioso que não compreende o significado da palavra “sarcasmo”?


— Eu me livrei de seu aperto com um safanão.


— Eu vou matá-lo — esbravejou. — Por sua honra.


A julgar por sua expressão, eu não tinha dúvidas de que era isso mesmo o que ele pretendia.


— Verdade? E o que pretende alegar? Que Prachedes ofendeu minha honra me propondo casamento? — Acabei rindo, sem qualquer humor. — Tudo o que vai conseguir com isso é me transformar em motivo de chacota.


Ele cuspiu um bocado de impropérios e se afastou, andando de um lado para o outro como um animal dentro da jaula.


— Eu tenho que fazer alguma coisa! — Cerrou os punhos.


— Sim. E acho melhor começar a se mexer, se quiser encontrar o seu gato.


Um som parecido com um rosnado lhe escapou enquanto chutava um graveto e retornava às buscas. Fiquei um pouco mais para trás, espiando por entre as plantas, atenta a qualquer sinal do bichano. Afastei as folhas de um arbusto e gritei quando uma bolota castanha pulou em minha saia.


William estava a meu lado antes que eu pudesse recobrar o fôlego.


— O que foi?


— Ra-ra-rato! — Eu o empurrei para a frente, para que ficasse entre mim e o roedor, e só não subi para a segurança de suas costas por conta da anágua engomada.


— Aquilo não é um rato. É um coelho.


— T-tem certeza? — Eu me inclinei para o lado, os dedos enroscados nas costas do seu paletó, e espiei.


A bolota marrom saltitou até outro arbusto. Suspirando de alívio, soltei suas roupas.


— Ele está tão assustado com você quanto você com ele. — A voz de William soou menos azeda. — E é realmente irônico, já que ambos são inofensivos.


— O gato deve ter uma opinião diferente, já que eu quase o matei esmagado. Deve ser por isso que fugiu. Está assustado.


— Estou certo de que ele conseguiu pressentir minhas intenções. Ele fez suas necessidades dentro da maleta do dr. Almeida. Quando foi apanhar um instrumento, ele... — Apertou os lábios, como que para deter o riso, mas seus ombros sacudiram de leve. — Enfim... Alberto quase estrangulou o bichano. Só desistiu porque eu prometi que me livraria dele.


— Você pretendia abandonar aquela pobre criatura à própria sorte?!


— Que espécie de sujeito acha que eu sou? — ele questionou, ultrajado e magoado. — Eu pretendia ir até a sua casa falar com o seu irmão. Tinha esperanças de que ele aceitasse ficar com o gato até eu conseguir encontrar uma casa para mim.


A novidade me surpreendeu.


— Você vai se mudar da casa do dr. Almeida?


— Sabe que eu estou noivo, não? — Arqueou uma sobrancelha. — Ah, sim, acabei de me lembrar que sabe, sim. E também me recordo que demonstrou uma opinião contrária muito forte em relação a esse assunto.


Seu tom jocoso despertou algo em mim.


— Oh, é claro — escarneci. — Porque eu deveria me sentir radiante com aquele seu pedido tão romântico. Até um condenado à forca pareceria mais animado que você!


Ele deu um passo à frente, ficando a um nariz de distância. Um nariz bem pequeno.


— Caso não tenha percebido, eu estava sendo enforcado pelo seu irmão.


— Não culpe Christopher por sua falta de entusiasmo. Ele fez o que achou correto.


Assim como você!


William teve a petulância de parecer ofendido.


— E me condena por isso?!


Ele não entendia.


— Esta discussão é inútil. — Eu lhe dei as costas.


Pretendia sair dali, mas ele me impediu, passando um braço pela minha cintura e me fazendo girar para encará-lo.


— Você não vai fugir. Vai ficar aqui e me explicar por que acha inútil falar comigo.


— Se não fosse tão atoleimado da cabeça, eu não precisaria me dar o trabalho. — Me contorci para escapar, e tudo o que consegui foi fazer com que ele me segurasse com mais firmeza. — Sendo assim, prefiro não perder meu tempo explicando algo que eu sei que você é incapaz de compreender. Agora, solte-me.


Mas ele não soltou.


— Eu já desconfiava que você me considerava alguém de baixo intelecto. É a única explicação para acreditar que eu não desconfiaria dos reais motivos que a levaram a fugir.


— Já disse que não fugi! Aquela deveria ter sido a noite mais bonita da minha vida, mas se transformou em um pesadelo do qual eu nunca vou conseguir me livrar. E parte da culpa é sua! Eu odeio você por isso! — Soquei seu peito.


— No momento — aquele sorriso debochado lhe curvou os cantos da boca


—, você também não é uma das minhas pessoas preferidas.


— Então me solte, William!


Quando eu disse seu nome, a raiva e o sarcasmo se foram. Seu olhar mudou, o castanho se desanuviando até alcançar aquela nuance esverdeada, dando lugar a uma espécie de fúria que eu já vira antes. Apenas uma vez. Na noite do meu aniversário.


Imagino que eu pudesse ter tentado impedir o que aconteceu a seguir, se eu quisesse.


Mas eu não quis.


A boca de William encontrou a minha na metade do caminho. Esse beijo foi diferente do primeiro. Foi furioso, exigente, agressivo, e eu me vi completamente arrebatada (e muito interessada em descobrir quantos tipos de beijo existiriam).


O frenesi tomou conta de mim, as sensações tão intensas que eu vibrava como as folhas de um pinheiro em meio a uma tempestade.


— Me diga o que aconteceu, Maite — implorou, atormentado, entre um beijo e outro, as mãos nas laterais do meu rosto. — Por favor, qualquer explicação será melhor do que as coisas que estão em minha cabeça.


Sua súplica, seu cheiro, seu gosto... se eu permanecesse mais um segundo em seus braços, não encontraria forças para lhe negar coisa alguma. Porque eu queria dizer a ele. Contar tudo aquilo que eu escrevera nas cartas que não cheguei a guardar, quando estava no futuro. Por isso me doeu não atender a sua súplica. E me feriu muito mais apoiar as mãos em seu peito e afastá-lo.


— O que eu fiz para perder a sua confiança? — A mágoa tingiu seu rosto.


Ouvir aquilo fez meu coração se encolher até ficar do tamanho de um grão de arroz.


Eu não deixei de confiar em você, eu quis dizer. Mas não posso arriscar a vida de minha irmã. Não posso!


— Você estava certo. Eu não devia ter vindo. — Suspendi a saia e saí dali, lutando contra a cortina de lágrimas que teimava em nublar minha visão.


Quando ele me pedira a verdade logo que retornei para casa, doeu negá-la.


Mas naquele instante, ainda sentindo seu calor, ainda sentindo seu toque em minha pele — em meus lábios —, foi intolerável. Porque, quando ele me tocava, tudo parecia certo no mundo, tudo mais perdia a importância. Quando ele me beijava, eu me sentia fraca. E eu tinha de ser forte. Por Dulce.


Eu estava longe quando ouvi uma risada. Chegando um pouco mais perto, divisei uma clareira. Parei de andar. Não havíamos passado por ela na ida, então eu devia ter tomado a direção errada. A risadinha se repetiu, logo seguida de um longo gemido. Afastei alguns galhos, e então vi uma mulher com as pernas nuas envoltas na cintura de um homem, a parte superior do vestido enrolada na cintura; ela não usava espartilho nem chemise. A mulher cravou as unhas nas costas do rapaz moreno. Ele pareceu gostar disso e abaixou a cabeça para lhe beijar o pescoço, enquanto sua mão lhe cobria um dos seios e seus quadris se movimentavam em um ritmo cadenciado e preciso. Outro gemido longo ressoou pela clareira. O rosto dela ficou visível.


— Miranda... — Mas o homem não era o sr. Albuquerque. Graças aos céus!


Imaginar o pai de Valentina seminu me causava um revolver no estômago.


Uma mão encobriu minha boca.


— Vamos sair daqui — a voz macia de William sussurrou em meu ouvido.


Enquanto caminhávamos para longe dali, tentei apagar da mente a cena que tinha acabado de presenciar, mas estava tendo dificuldade. Dulce me explicara tudo sobre fazer amor — ou eu achava que tinha explicado. Mas as imagens que eu criara em minha mente não eram nem um pouco parecidas com o que eu acabara de ver. Não era tão suado e audível e... realmente se podia fazer em pé?


Quando já estávamos longe o suficiente, William parou.


— O que diabos você estava pensando? — Ele me olhou atravessado. — Se eles tivessem te visto espiando...


— Eu não estava espiando! — Meu rosto pegou fogo. — Estava tentando voltar para a vila!


— Pelo caminho que seguia, iria parar na casa dos Romanov. A vila fica para lá. — Indicou com a cabeça antes de se abaixar perto de uma planta repleta de minúsculas flores amarelas e colher algumas.


— O que está fazendo?


— Arrumando uma desculpa convincente para sua pequena aventura no bosque. — Ele juntou os talos, arrumando-os em um buquê. — Se alguém perguntar, diga que eu recomendei chá de mostarda para sua indisposição estomacal.


— Mas eu não estou com indisposição estomacal.


— Agora está. — Pegou minha mão e pressionou o buquê em minha palma.


— Não preciso de uma desculpa. O que vim fazer aqui é inocente, e Isaac provavelmente... — Eu me detive quando senti algo macio e não muito grande roçando meu tornozelo. Dei um pulo, temendo que William tivesse se enganado quanto ao coelho e a ratazana estivesse de volta.


O gato negro, de olhar amarelo e um tanto estrábico (o que o deixava ainda mais adorável), me observou com curiosidade antes de miar.


— O gato! — William se abaixou para pegar o bichano, o rosto tomado de alívio.—


Ele é uma gracinha! Tem nome?


— Ainda não. — William se aprumou, aninhando-o nos braços. — Mas eu estava pensando em chamá-lo de Bartolomeu. Era o nome do meu professor de botânica. Ele também tinha os olhos meio desalinhados.


— Bartolomeu. Eu gosto. — Acariciei a cabeça peluda. Era como tocar um veludo quentinho. Portando-se como um perfeito cavalheiro, o gatinho se contorceu todo para lamber minha mão. — Eu poderia ficar com ele.


William arqueou as sobrancelhas.


— Tem certeza?


— Sim. Christopher não vai se importar. Sempre foi louco por animais. Faz muito tempo que não temos um bicho de estimação. A propriedade é grande o bastante para que Bartolomeu não se sinta entediado. Além do mais, eu tenho vontade de ter um gatinho. Ele é tão lindo e... — Então, senti as bochechas esquentarem. —


Quero dizer, ele não seria meu. Eu apenas cuidaria dele para você.


William deu risada.


— Não. Tenho certeza de que ele estará melhor com você do que comigo.


Eu mal fico em casa. Ele se sentiria abandonado.


— Verdade? — perguntei, esperançosa.


— Sim. Tenho certeza de que se tornarão grandes amigos. — Ele passou o felino para mim, a ponta de seus dedos tocou meu pulso.


Aquele vibrar ecoou dentro de mim, e não foi porque Bartolomeu começou a ronronar.


Eu tinha de sair dali.


— Bem, obrigada, doutor. Prometo que vou cuidar muito bem dele. Eu preciso ir agora. Até mais.


— Até, srta. Maite.


Não me escapou que ele voltara a usar “srta. Maite” em vez de meu nome desde que ficamos noivos.


Quantas vezes um coração podia se partir em um único dia?




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Autor(a): Fer Linhares

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Prévia do próximo capítulo

— Tenho a sensação de estar vendo nossos avós casando — Christopher cochichou. — Eu estava pensando a mesma coisa. — Eu não conseguia tirar os olhos do casal. Já era hora de aquelas duas almas encontrarem sossego uma na outra. — Eles parecem tão felizes, não é? — Vivam os noivos! ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 32



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  • poly_ Postado em 13/09/2019 - 14:11:41

    Desculpa a demora pra comentar, tô com muitos trabalhos, mas finalmente consegui vir aqui. E Simmm, posta a continuação, vou adorar. Bjuss!!!

  • poly_ Postado em 05/09/2019 - 12:28:41

    Menina quem imaginaria que era o Matias? Fiquei pasma. Nem acredito que tá acabando, vou sentir muita falta. Depois desse vc podia fazer uma adaptação Levyrroni do livro A Lady de Lyon, tô louquinha pra ler esse livro, dizem que é muito bom. Bjuss!!!

    • Fer Linhares Postado em 07/09/2019 - 19:22:35

      Vou ler esse livro, assim que eu terminar eu posto, bjss ;)

  • tehhlevyrroni Postado em 02/09/2019 - 11:58:23

    continua amo esse livro e vou amar mais ainda adaptado para Levyrroni

    • Fer Linhares Postado em 03/09/2019 - 20:09:23

      Continuando linda, bjss ;)

  • poly_ Postado em 31/08/2019 - 00:27:37

    Certeza q é o Duarte q fez isso, esse nojento. Mas tenho fé que o Will vai salva-la, tomara que ele consiga e ninguém fique ferido. Q momento fofo deles dois, amei. Continuaaa

    • Fer Linhares Postado em 31/08/2019 - 11:40:07

      Eles precisavam de um tempo só pra eles bjss ;)

  • poly_ Postado em 30/08/2019 - 13:02:45

    Aí mds, posso bater no William? Kkkkkk Continuaaaa

    • Fer Linhares Postado em 30/08/2019 - 17:02:44

      Pode kkk , me chama pra ajudar tbm kkk bjs ;)

  • poly_ Postado em 27/08/2019 - 23:50:45

    Tomara que eles sentem e se resolvam, e q Maite fale logo a verdade. Continuaaa

    • Fer Linhares Postado em 30/08/2019 - 11:17:06

      Do jeito que eles são, duvido que eles se resolvam calmamente kkk bjs ;)

  • poly_ Postado em 27/08/2019 - 15:26:50

    Aí q ódio de td mundo, da Maite por ser inocente ao ponto de ir atrás do homem, do William por ser um teimoso e principalmente desse Alex. Continuaaa

  • poly_ Postado em 26/08/2019 - 22:19:08

    Não vejo a hora de saber o que vai acontecer, parou na melhor parte. Continuaaaa

    • Fer Linhares Postado em 26/08/2019 - 23:53:59

      Do próximo capítulo em diante as coisas vão começar a esquentar, amanhã eu volto a postar, bjsss ;)

  • poly_ Postado em 26/08/2019 - 01:05:46

    Tô amando mulher, continuaaa (OBS: Ri demais com a briga do William com o irmão KKKKKKKKK)

  • poly_ Postado em 24/08/2019 - 13:34:10

    Ahh não acredito que Berta interrompeu esse momento. Pelo menos já estamos tendo um sinal de redenção né. Continuaa

    • Fer Linhares Postado em 25/08/2019 - 01:13:21

      Berta não e o problema agr kk, tem coisa ainda pra acontecer bjs ;)


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