Fanfics Brasil - Capítulo 21 Prometida - Uma longa jornada para casa (Levyrroni)

Fanfic: Prometida - Uma longa jornada para casa (Levyrroni) | Tema: Levyrroni [Adaptada]


Capítulo: Capítulo 21

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Ao colocar o quarto e último balão no tripé de ferro na bancada, William olhou ao redor do laboratório, tentando encontrar algo mais que precisasse de sua atenção.


Os livros já estavam ordenados na estante. Os fogareiros sobre a bancada pareciam à espera de uso, os produtos que utilizava para produzir remédios trancados na cristaleira, organizados por ordem alfabética, seus equipamentos cirúrgicos, limpos e guardados dentro do armário. A vidraria, disposta por tamanho e formato sobre o tampo da bancada. William empurrou o microscópio apenas para poder realinhá-lo sobre a mesa. Tudo em ordem. Baltazar era muito minucioso.


Até mesmo seu globo fora trazido e colocado ao lado do telescópio, que apontava para o céu, convidando William a se aproximar. Ele caminhou pelo laboratório e parou diante do equipamento, pousando a mão no longo tubo dourado. E foi só o que fez. O zumbido em suas orelhas não permitia que se lembrasse de alguma coordenada para observar os astros. Ou pensar em algo além de que Maite estava no andar de cima, no quarto que passaria a ser dela daquele dia em diante, preparando-se para ele.


Uma alma caridosa havia deixado uma garrafa de uísque sobre a bandeja na mesinha. Serviu-se de um pouco de bebida e mentalmente anotou que deveria agradecer seu mordomo pela gentileza.


Mas o que ele faria agora? Estava casado. Sua vingança se voltara contra ele. Devia ter previsto desde o começo que algo assim poderia acontecer. Mas não previra, e agora tinha uma argola no dedo anular com o nome de Maite Uckermann... Levy. Brincou com o aro dourado, lembrando do momento em que ela hesitara dentro da igreja. Seu peito se enchera de esperança na mesma proporção que de desespero. Ele não suportaria vê-la partir, do mesmo modo que não conseguia aceitar a ideia de que ela lhe dissera sim.


E, diabos, depois de tudo o que ele tinha dito na última vez em que tinham se encontrado, naquela estrada, era de esperar que Maite saísse correndo. Porém, exatamente como ele desconfiara, ela ficou. Foi até o fim com aquilo, mesmo que o medo estampasse seu rosto.


Medo dele. Em algum momento, William passou a apavorá-la. Talvez fosse a ideia do que ele significava: o fim de todos os seus sonhos. Não desejava que Maite tivesse afeição por ele — mas também não se oporia se ela o apreciasse.


Um pouco que fosse. Mas saber que a assustava trazia um gosto amargo no fundo de sua garganta. Preferiria que ela o odiasse a saber que o temia.


Virou a bebida e imediatamente se serviu de um pouco mais. Se ao menos sua família não tivesse tido a ideia ridícula de passar a noite na pensão da finada sra. Hebert, ele agora poderia ter um pouco de companhia para distraí-lo além daquele excelente uísque.


Os cantos de sua boca se curvaram conforme se lembrava de sua noiva levemente embriagada. Estava adorável, com as faces coradas e aquele olhar turquesa entorpecido. O que ela dissera sobre o efeito do champanhe, no entanto, varrera sua diversão para longe. Ao comparar as bolhas com a barba dele, Maite dera a entender que gostava da primeira por que a lembrava da sensação da segunda ou seria o oposto?


William fechou os olhos para impedir que o beijo na igreja lhe voltasse à mente, mas não foi capaz. Lembrou-se da maneira rígida como ela o recebera, e não esperou que o beijasse de volta. Sobretudo que correspondesse com um abandono ingênuo que o deixou perturbado ao mesmo tempo que o deslumbrou, e só pôde voltar a raciocinar direito quando se afastou dela. E não gostou do que encontrou dentro de si. Nem um pouco.


Olhou para o teto, para as vigas e as tábuas que sustentavam o segundo andar. Maite já devia ter trocado de roupa. Fazia tempo que ele tinha entrado no laboratório, depois de ver a sra. Veiga subir para ajudá-la.


Passando a mão na garrafa, William se sentou na poltrona, soltando o nó da gravata. Não ia sair dali tão cedo.


Ou assim ele pensou.


A porta se abriu, e o mordomo, impecável em seu traje, nem um único fio da basta cabeleira escura fora do lugar, encarou-o, espantado.


— Ah! Meu senhor, pensei que já estivesse em seus aposentos. Não sabia que estava aqui. A sra. Veiga desceu faz tempo e eu pensei que... Bem, vi a vela acesa e vim apagá-la.


— Faço isso quando eu sair, Baltazar.


O homem hesitou, olhando para a garrafa, a gravata aberta, a maneira desleixada como William afundava na poltrona.


— Há algo errado, senhor?


— Por onde devo começar, Baltazar? — Ele deixou a cabeça tombar no encosto do assento.


— Como disse, senhor?


— Me diga uma coisa. — Ele contemplou o copo em sua mão. — Há quanto tempo conhece minha esposa?


— Bem, desde que comecei a trabalhar nesta casa, há quinze anos.


— Imagino que ela viesse aqui com frequência. Por causa de Valentina.


Se Baltazar achou a pergunta estranha, não deixou transparecer. Chegou um pouco mais perto, as mãos cruzadas nas costas, e abriu um sorriso.


— Sim, as três meninas não se desgrudavam. Valentina, Anaí e Maite. A sua senhora cresceu praticamente nesta casa.


— E como ela era? Quando menina?


— A mesma que é agora. Sempre encantadora, senhor. Nunca vi criança mais obediente. Nem mais educada. Nunca a vi destratar uma pessoa nesta vida.


Não, esse era um presente que Maite guardava apenas para ele, William pensou com irritação.


— Maite teme que toda essa polidez seja apenas uma máscara que ela foi obrigada a usar a vida toda — falou William, fitando o copo. — Teme o que possa estar borbulhando sob a superfície.


O homem deu risada.


— Nunca ouvi maior disparate. Não há nada sob a superfície da srta. Maite Uckermann. Digo, sua esposa. — Corou de leve com o pequeno lapso.


William se lembrou da maneira como ela o afrontara durante a discussão na estrada na semana anterior, como o olhara na igreja naquela manhã, e quando dançaram no jardim, na residência dos Uckermann, ao entardecer.


— Está enganado, Baltazar. Há um lago profundo em Maite.


Um lago cujo vislumbre apenas William tinha tido. Não estava certo se queria mergulhar para descobrir seus segredos ou sair correndo para salvar sua vida.


Devia escolher a segunda opção.


Mas optou pela primeira alternativa.


Virando o conteúdo do copo em um só gole, William o deixou na mesa de apoio, ficou de pé e, diante do olhar confuso do mordomo, saiu do laboratório, subindo a escada calmamente.




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Autor(a): Fer Linhares

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 32



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  • poly_ Postado em 13/09/2019 - 14:11:41

    Desculpa a demora pra comentar, tô com muitos trabalhos, mas finalmente consegui vir aqui. E Simmm, posta a continuação, vou adorar. Bjuss!!!

  • poly_ Postado em 05/09/2019 - 12:28:41

    Menina quem imaginaria que era o Matias? Fiquei pasma. Nem acredito que tá acabando, vou sentir muita falta. Depois desse vc podia fazer uma adaptação Levyrroni do livro A Lady de Lyon, tô louquinha pra ler esse livro, dizem que é muito bom. Bjuss!!!

    • Fer Linhares Postado em 07/09/2019 - 19:22:35

      Vou ler esse livro, assim que eu terminar eu posto, bjss ;)

  • tehhlevyrroni Postado em 02/09/2019 - 11:58:23

    continua amo esse livro e vou amar mais ainda adaptado para Levyrroni

    • Fer Linhares Postado em 03/09/2019 - 20:09:23

      Continuando linda, bjss ;)

  • poly_ Postado em 31/08/2019 - 00:27:37

    Certeza q é o Duarte q fez isso, esse nojento. Mas tenho fé que o Will vai salva-la, tomara que ele consiga e ninguém fique ferido. Q momento fofo deles dois, amei. Continuaaa

    • Fer Linhares Postado em 31/08/2019 - 11:40:07

      Eles precisavam de um tempo só pra eles bjss ;)

  • poly_ Postado em 30/08/2019 - 13:02:45

    Aí mds, posso bater no William? Kkkkkk Continuaaaa

    • Fer Linhares Postado em 30/08/2019 - 17:02:44

      Pode kkk , me chama pra ajudar tbm kkk bjs ;)

  • poly_ Postado em 27/08/2019 - 23:50:45

    Tomara que eles sentem e se resolvam, e q Maite fale logo a verdade. Continuaaa

    • Fer Linhares Postado em 30/08/2019 - 11:17:06

      Do jeito que eles são, duvido que eles se resolvam calmamente kkk bjs ;)

  • poly_ Postado em 27/08/2019 - 15:26:50

    Aí q ódio de td mundo, da Maite por ser inocente ao ponto de ir atrás do homem, do William por ser um teimoso e principalmente desse Alex. Continuaaa

  • poly_ Postado em 26/08/2019 - 22:19:08

    Não vejo a hora de saber o que vai acontecer, parou na melhor parte. Continuaaaa

    • Fer Linhares Postado em 26/08/2019 - 23:53:59

      Do próximo capítulo em diante as coisas vão começar a esquentar, amanhã eu volto a postar, bjsss ;)

  • poly_ Postado em 26/08/2019 - 01:05:46

    Tô amando mulher, continuaaa (OBS: Ri demais com a briga do William com o irmão KKKKKKKKK)

  • poly_ Postado em 24/08/2019 - 13:34:10

    Ahh não acredito que Berta interrompeu esse momento. Pelo menos já estamos tendo um sinal de redenção né. Continuaa

    • Fer Linhares Postado em 25/08/2019 - 01:13:21

      Berta não e o problema agr kk, tem coisa ainda pra acontecer bjs ;)


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