Fanfics Brasil - Capítulo 3 Prometida - Uma longa jornada para casa (Levyrroni)

Fanfic: Prometida - Uma longa jornada para casa (Levyrroni) | Tema: Levyrroni [Adaptada]


Capítulo: Capítulo 3

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William pôs a cabeça para fora assim que a carruagem adentrou a vila. Ficou surpreso que nada tivesse se modificado. Ele passara por tantas mudanças ao longo dos últimos anos que, de certa maneira, esperava que o mundo todo houvesse se alterado também. Pouco mais de três anos não era tanto tempo assim, mas ele teve esperança de ver ao menos uma casa cuja fachada tivesse sofrido uma reforma ou em que uma planta nova tivesse sido adicionada ao jardim. Mas não. Tudo permanecia exatamente como ele havia deixado.
O veículo parou diante da casa onde William vivera por alguns bons meses, e ele esperou que o cocheiro da caleche descesse sua bagagem. Admirou o sobrado de paredes claras, as janelas abobadadas e iluminadas do primeiro andar, antecipando o momento em que reencontraria seu caro amigo e mentor.
William conhecera o doutor Alberto Almeida por acaso. Tinha planejado voltar para casa depois de um ano exaustivo na escola de medicina. Na época ele vivia na cidade, em um pequeno apartamento que dividia com outros dois estudantes: Henrique Bastos, um rapaz rico que resolvera trilhar os caminhos da ciência apenas para se livrar do encargo de administrar os bens da família, e Júlio Almeida, que, pouco depois das aulas práticas começarem, desistira de se tornar médico para se aventurar na política. Júlio era sobrinho de Almeida e escrevera ao tio contando sua decisão. Tinha incumbido William de levar a carta, já que o colega passaria perto da vila quando tomasse o rumo de casa. Mas, ao conhecer o cirurgião de sorriso amável e olhos inteligentes, William vira nele um amigo. Depois de uma conversa apaixonada sobre a arte que era a medicina, encontrara seu mentor. Sempre seria grato a Júlio por ter escrito aquela carta.
E sempre o amaldiçoaria também. Porque fora naquela viagem, cinco anos antes, que ele conhecera Mai...
Balançou a cabeça, interrompendo o pensamento.
— Este é o último, doutor — avisou o cocheiro, colocando na calçada o baú que continha seus
equipamentos de pesquisa.
Pegando moedas no bolso do paletó, William agradeceu e deu o dinheiro ao homem. Assim que a carruagem se foi, abriu o portão e subiu os três degraus. Deteve-se por um instante para ajeitar o traje e passar as mãos nos cabelos antes de bater. Não queria assustar a senhora Letícia aparecendo àquela hora da noite com o aspecto de um indigente.
A porta se abriu e o mordomo de cinquenta e poucos anos, com cabelos escuros tão fartos que as raízes se eriçavam para o alto, o saudou sem demonstrar reconhecimento.
— Pois não?
— Como é bom ver você, Horácio. — William abriu um largo sorriso. — Aquela sua dor nas costas anda lhe dando sossego?
— Meu bom Deus! — Ele arregalou os olhos. — Doutor Levy! Que alegria vê-lo! O doutor Almeida não me contou que o senhor chegaria. Vamos, entre!
— Enviei uma carta avisando que estava a caminho, mas, pelo que vejo, cheguei antes dela. O navio cancelou algumas paradas na América Central, por isso aportamos uma semana antes. Almeida está em casa?
— Infelizmente, não. — Horácio foi até a calçada e pegou um dos baús, levando-o para dentro. — Ele e a senhora Letícia estão na casa dos Portilla. O senhor fez boa viagem?
Enquanto o homem trazia suas coisas e lhe fazia perguntas sobre a saúde, a estadia na Europa e se chegara a ver um dos lendários monstros marinhos que habitavam o Atlântico, William observou o pórtico, sentiu o aroma da casa — tão familiar — e espiou a sala. Ali estava o par de poltronas claras, formando conjunto com o sofá, e a mesinha oval sobre o tapete vermelho. O relógio alto ainda tiquetaqueava dentro da caixa de madeira escura. A lareira que William nunca vira acesa tinha uma pilha de gravetos, e sobre a cornija ainda estavam empilhados alguns volumes que, ele tinha certeza, Almeida esquecera de terminar
de ler. Acima deles, a moldura acobreada do retrato de Letícia, feito um mês depois do casamento, se destacava na parede amarela. Ele sorriu ao constatar que nada havia mudado ali também.
— Gostaria de comer alguma coisa? — Horácio fechou a porta depois de passar com o último baú.
— Não. Tudo o que eu quero agora é dormir um pouco. Estou exausto.
— Devo levar a bagagem para o seu antigo quarto?
William se virou para o mordomo, as mãos enfiadas nos bolsos da calça, um tanto sem graça.
— Suponho que Almeida não vá se importar...?
— Se importar? Não, senhor! Eu e a senhora Letícia não aguentamos mais ouvir o doutor falar do senhor. Com todo o respeito — se apressou, ruborizando. — Mas tudo o que o doutor Almeida faz quando está de folga é resmungar sobre a sua demora para escrever, sobre a falta de detalhes em relação ao seu regresso.
William deu risada, acompanhando o mordomo até a sala.
— Onde disse que ele está?
— Na propriedade dos Portilla — respondeu Horácio, servindo uma taça generosa de vinho do porto e a entregando a William, que imediatamente lavou a poeira da garganta. — Estão comemorando o aniversário da senhora Portilla. Pelo que ouvi, será um belo baile. A senhora Letícia não parava de dizer que seria assim porque quem ajudou na decoração e na organização do cardápio foi a senhorita Maite. Imagino que vão voltar bem tarde. Mas posso enviar um mensageiro para avisar de seu retorno.
William estava a meio caminho de ocupar a poltrona, mas se deteve, olhando para o mordomo com as sobrancelhas erguidas.
— Mais vinho, senhor? — ofereceu Horácio.
— A senhorita Maite Uckermann?
Normalmente, Horácio era um homem rápido e eficiente. William não se lembrava de precisar lhe questionar qualquer coisa, já que em geral Horácio dava as respostas antes. Talvez a surpresa por vê-lo ali tenha deixado o homem desnorteado. Devia ser isso mesmo, pois nem a pergunta pareceu trazer algum reconhecimento ao rosto dele.
— Sim, ela mesma. Não que a senhora Almeida não confie no bom gosto da senhora Portilla, mas ninguém tem mais requinte que a senhorita Maite. Ou educação. Eu lembro que ela vinha até esta casa acompanhada do pai. Sempre foi uma menina muito doce e obediente... — E então, enfim, se deu conta de sobre quem falava e para quem falava. O rosto dele ficou vermelho de novo. — Ah, por Deus, doutor! Esqueci que ela é sua noiva!
Infelizmente, William não podia dizer o mesmo.
— Então Maite estará no baile?
— Bem, suponho que sim, se ajudou a senhora Portilla a organizá-lo. — Ajeitou as pontas do paletó, como que para recobrar a eficiência. — Sim, atrevo-me a dizer que ela estará lá. Vou levar sua bagagem para cima e preparar o quarto. Em menos de meia hora poderá esticar o corpo.
— Tome cuidado com aquele baú marrom. Está cheio de vidraria. — Deixou a taça sobre a mesa de centro. — Mas mudei de ideia, Horácio. Vou me encontrar com Almeida. Eu irei ao baile.
Se alguém tivesse visto William entrar na casa e a novidade chegasse aos ouvidos de seu antigo tutor, isso arruinaria a noite dele e de sua esposa, pois Alberto viria correndo encontrá-lo antes que alguém pudesse impedi-lo. Isso não tinha relação alguma com o desejo de reencontrar Maite, garantiu a si mesmo.
Ela já não tinha nenhum poder sobre ele. William havia se encantado com sua ingenuidade, se deixado cegar por sua beleza. Um erro que eclipsara seu julgamento e, por consequência, terminara por destruir seu coração.
Houve momentos em que pensou que não seria capaz de esquecê-la. Mas a esqueceu. Claro que foram necessárias quantidades exorbitantes de bebida, algumas mulheres e muito trabalho para realizar essa façanha. Agora que tinha conseguido, se fechara para o amor. E jamais voltaria a permitir que mulher alguma se aproximasse de seu coração. Muito menos Maite Uckermann. William a veria agora com olhos desapaixonados, e estava certo de que a única coisa que ela poderia despertar nele seria a indiferença.
Ao subir as escadas para trocar de roupa, seguido de perto pelo fiel Horácio, o rapaz sacudiu a cabeça, pois um sussurro sorrateiro teimava em serpentear por sua mente. Ele já havia aprendido a lidar com aquilo. Tudo o que precisava fazer para que aquele zumbido se calasse era lhe dar um pouco de conhaque.
— ... uma máscara, doutor? — A voz de Horácio lhe chegou aos ouvidos.
— Humm?
— Para o baile. O senhor vai precisar de uma. É um baile de máscaras.
William deixou escapar uma gargalhada — o que resultou em um arquear de sobrancelhas do
mordomo. Mas era realmente engraçado. E um tanto trágico. Nada poderia ser mais apropriado para aquele reencontro do que máscaras, já que Maite as usava desde o primeiro instante em que a vira. Ao menos agora estariam em pé de igualdade.
Enquanto entrava no quarto e se livrava das roupas empoeiradas da viagem, se pegou pensando que a vida às vezes tinha um senso de humor dos diabos.




tahhvondy: Que bom que veio, espero que goste desse livro quanto gostou dos outros bjss {#emotions_dlg.kiss}


 


GrazihUckermann: As minhas tbm começaram :(, eu tbm achei ela mt fofa, ss elas aprontam e muito kk bjss {#emotions_dlg.kiss}  s2


 


 


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Autor(a): Fer Linhares

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Eu estava perto da bandeja onde uma dezena de taças se empilhava quando reconheci o cavalheiro a poucos passos de mim. Abaixei um pouco o rosto e dei meia-volta. No entanto, ele me viu antes.— Senhorita Maite! É você mesmo?Reprimindo um gemido, obriguei-me a colocar um sorriso no rosto enquanto me virava para ele.— Como vai, senhor Prac ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 32



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  • poly_ Postado em 13/09/2019 - 14:11:41

    Desculpa a demora pra comentar, tô com muitos trabalhos, mas finalmente consegui vir aqui. E Simmm, posta a continuação, vou adorar. Bjuss!!!

  • poly_ Postado em 05/09/2019 - 12:28:41

    Menina quem imaginaria que era o Matias? Fiquei pasma. Nem acredito que tá acabando, vou sentir muita falta. Depois desse vc podia fazer uma adaptação Levyrroni do livro A Lady de Lyon, tô louquinha pra ler esse livro, dizem que é muito bom. Bjuss!!!

    • Fer Linhares Postado em 07/09/2019 - 19:22:35

      Vou ler esse livro, assim que eu terminar eu posto, bjss ;)

  • tehhlevyrroni Postado em 02/09/2019 - 11:58:23

    continua amo esse livro e vou amar mais ainda adaptado para Levyrroni

    • Fer Linhares Postado em 03/09/2019 - 20:09:23

      Continuando linda, bjss ;)

  • poly_ Postado em 31/08/2019 - 00:27:37

    Certeza q é o Duarte q fez isso, esse nojento. Mas tenho fé que o Will vai salva-la, tomara que ele consiga e ninguém fique ferido. Q momento fofo deles dois, amei. Continuaaa

    • Fer Linhares Postado em 31/08/2019 - 11:40:07

      Eles precisavam de um tempo só pra eles bjss ;)

  • poly_ Postado em 30/08/2019 - 13:02:45

    Aí mds, posso bater no William? Kkkkkk Continuaaaa

    • Fer Linhares Postado em 30/08/2019 - 17:02:44

      Pode kkk , me chama pra ajudar tbm kkk bjs ;)

  • poly_ Postado em 27/08/2019 - 23:50:45

    Tomara que eles sentem e se resolvam, e q Maite fale logo a verdade. Continuaaa

    • Fer Linhares Postado em 30/08/2019 - 11:17:06

      Do jeito que eles são, duvido que eles se resolvam calmamente kkk bjs ;)

  • poly_ Postado em 27/08/2019 - 15:26:50

    Aí q ódio de td mundo, da Maite por ser inocente ao ponto de ir atrás do homem, do William por ser um teimoso e principalmente desse Alex. Continuaaa

  • poly_ Postado em 26/08/2019 - 22:19:08

    Não vejo a hora de saber o que vai acontecer, parou na melhor parte. Continuaaaa

    • Fer Linhares Postado em 26/08/2019 - 23:53:59

      Do próximo capítulo em diante as coisas vão começar a esquentar, amanhã eu volto a postar, bjsss ;)

  • poly_ Postado em 26/08/2019 - 01:05:46

    Tô amando mulher, continuaaa (OBS: Ri demais com a briga do William com o irmão KKKKKKKKK)

  • poly_ Postado em 24/08/2019 - 13:34:10

    Ahh não acredito que Berta interrompeu esse momento. Pelo menos já estamos tendo um sinal de redenção né. Continuaa

    • Fer Linhares Postado em 25/08/2019 - 01:13:21

      Berta não e o problema agr kk, tem coisa ainda pra acontecer bjs ;)


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