Fanfics Brasil - Capítulo 42 Prometida - Uma longa jornada para casa (Levyrroni)

Fanfic: Prometida - Uma longa jornada para casa (Levyrroni) | Tema: Levyrroni [Adaptada]


Capítulo: Capítulo 42

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— Ele está trapaceando — William comentou com o irmão, apontando o cavalheiro a três mesas de distância.


— E quem se importa com isso? — esbravejou Saulo, sem se dar o trabalho de se virar. — Por que diabos estamos aqui?


Uma jovem vestida apenas com uma chemise branca e um par de meias de seda pretas parou diante da mesa deles.


— Mais Bourbon, meu querido doutor?


— Não, ele não quer! — Saulo respondeu, ao mesmo tempo em que William concordava com a cabeça, o olhar perdido no salão do estabelecimento da srta. Anne Marie.


William estava muito ciente de que era alvo de especulação, tanto por parte das cortesãs quanto dos cavalheiros que ali se embebedavam. E ele tinha o mesmo propósito ao ir até aquele bordel. Embebedar-se até não sentir nada abaixo do pescoço, até as imagens em sua cabeça se tornarem apenas um borrão indistinto.


Ele não estava conseguindo esquecer. A cada vez que piscava, via Maite nos braços daquele maldito. Não devia ter saído de perto dela. Não devia ter facilitado as coisas para Alexander. E ele havia pressentido alguma coisa. Como se algo não se encaixasse. Ainda assim, acompanhara Henrique e tentara se livrar dos amigos o mais rápido que pôde.


Quando, ao voltar, não encontrara Maite em parte alguma, um pressentimento ruim, uma espécie de déjà-vu distorcido, fizera seu estômago revirar. Fora até o balcão e vasculhara os jardins, soltando um suspiro aliviado ao não encontrar vestígio de sua esposa. Fizera a volta para entrar, mas seus olhos foram capturados pelo tremeluzir de uma vela dentro de um dos aposentos e uma profusão de vermelho. Ficara paralisado ao ver Maite. Precisara de um instante para entender que ela beijava outro homem.


A visão de William tingira-se de vermelho e ele sentira tudo em seu corpo se retesar, como se estivesse indo para uma luta, disposto a matar ou morrer. Tinha certeza de que era o que teria acontecido se ele estivesse no mesmo cômodo que o maldito. Em sua cabeça, vira vinte e oito maneiras de matar o sujeito. Todas elas continham muito sangue e gritos. Pensava nelas antes de sair atrás do homem e desafiá-lo para um duelo quando Maite o abordara e depois informara o nome do amante. Desde então, seu peito estava em silêncio.


Poucas horas antes, ela havia se entregado a ele naquela carruagem em um abandono comovente. Se tivessem mais tempo, estava certo de que teriam ido até o fim. Ele ousara ter esperanças de que pudessem superar as mágoas do passado e recomeçar. Mas Maite ainda amava Alexander.


Como fora tolo em pensar que chegara perto de alcançar o coração dela.


Nunca houve espaço para ele, apenas para o maldito Alexander. William odiou o sujeito ainda mais. Odiou por ter conquistado Maite, por ser quem ela queria. E William se odiou por não ser Alexander.


William nunca teria Maite. Não importava que tivesse dado seu nome a ela, que lhe fizesse a corte, que o corpo dela reagisse a seu toque. Ela jamais lhe daria o que ele mais desejava: seu coração. William estava condenado a viver com ela, se deixar comover por sua bondade, se permitir enfeitiçar por sua beleza — todos os malditos dias —, sem jamais ter sua afeição, consciente de que ela amava outro homem.


Precisava de muito álcool para esquecer tudo isso. Por sorte, a srta. Anne Marie tinha muito em seu estabelecimento. Essa foi uma das razões pelas quais ele escolhera ir até a cidade àquela hora da madrugada.


A outra razão era muito mais sombria.


— William, meu irmão, você não devia beber tanto. Não, querida, não toque em mim. — Saulo afastou as mãos ansiosas da jovem prostituta que tentava arrancar-lhe o paletó. — Se minha mulher souber onde estou agora, pela manhã eu serei um homem morto. — E voltando a encarar William. — Álcool nunca é a solução!


— Discordo. — Deixou a cabeça pender para trás, fechando os olhos.


William tinha pensado que aquela noite marcaria um novo começo entre ele e Maite. De certa maneira, estava certo. Qualquer expectativa de ter uma vida feliz ao lado dela se encerraria naquela noite. Ele ia garantir isso.


— Tão tenso! — Os dedos suaves da cortesã lhe massagearam os ombros.


— Tem certeza de que não quer subir e se livrar de toda esta roupa, doutor?


— Pelo amor de Deus, minha senhora, deixe-o em paz! — Saulo reclamou, antes que William pudesse dizer alguma coisa.


— O senhor não parece apreciar a minha companhia — a moça fez um beicinho —, mas seu irmão gosta da minha atenção.


— Ah, disso eu não duvido! — Saulo tomou um gole do excelente Bourbon.


— Ele não tem um pingo de bom senso em seu corpo agora. Sem desmerecer seus... belos atributos. Por favor, nos deixe sozinhos por um instante.


Quando a moça começou a se afastar, emburrada, William a segurou pelo pulso.


— A garrafa fica. — Pegou-a de suas mãos delicadas.


— Apenas a garrafa? — Fez um biquinho.


— Por ora, sim.


A promessa a apaziguou um pouco. Depois de uma piscadela, foi para outra mesa.


— Está certo, William. — Saulo se inclinou para a frente, falando baixinho. — Não deve ser fácil ver a mulher que ama com outro homem. Mas você está fazendo tudo errado! Lute por ela!


— Não posso obrigá-la a viver comigo. — William completou seu copo, deixou a garrafa ao alcance da mão, e virou tudo em um gole só.


Estava tentando odiar Maite. Realmente estava se esforçando, mas não era capaz. Ela nunca teve escolha. Fora obrigada a aceitar William e a abrir mão de Alexander e de todos os seus sonhos românticos. William a condenara por amar uma vez. Não podia condená-la agora, diante da constância de seus sentimentos.


— O diabo que não pode! — retorquiu Saulo. — Você é o marido dela!


Desesperado e furioso, William olhou para o irmão.


— Você não entende, Saulo. Alexander voltou e Maite correu para os braços dele. Ela ainda o ama. Foi obrigada a se afastar dele, mas nada conseguiu matar o amor que sentia.


— E como poderia ter matado, se tudo o que você fez foi magoá-la, chamando-a de prostituta?


— Eu sei, inferno! — William esfregou o esterno, tentando se livrar da dor.


Parecia que a cada segundo se intensificava, como um nervo partido ao meio. — Deixei que o ciúme e o orgulho me cegassem e perdi a chance de tentar conquistá-la. Então, no fim das contas, eu nem posso condená-la, porque tudo o que eu fiz foi feri-la, caralho! — Colocou o copo na mesa com um baque surdo.


— Então lute agora! Mostre para ela quem você realmente é!


— É o que eu tenho feito nesta última semana, Saulo — confessou, exausto.


— Mas não adianta. Maite é do tipo de pessoa que ama apenas uma vez na vida.


Assim como eu. — Ela já tentou fugir com esse homem. O irmão dela a impediu. Não importa quantas vezes a tragam de volta, ela sempre vai correr para ele. Então me diga: como posso lutar por ela? Porque eu posso obrigá-la a ficar comigo, posso impedi-la de ver esse sujeito, mas não posso impedir que continue amando esse homem.


— Diabos! — bufou Saulo. — O que pretende fazer, então? Além de me arrastar para este bordel para vê-lo se embebedar até cair. Sabe que Tereza vai enfiar um punhal no meu peito se descobrir que estou aqui, não é?


— Eu falei para você voltar para casa.


— E abandoná-lo quando mais precisa de mim? De jeito nenhum. Apenas me diga o que vai fazer, para que eu possa tentar ajudá-lo. Ou demovê-lo de alguma ideia estapafúrdia.


— Farei a única coisa que me parece honrada no momento, meu irmão.


Vou corrigir meu erro. — Pegou a garrafa e encheu seu copo até quase transbordar. — Vou dar a Maite a liberdade que lhe neguei três anos antes.


— Não gostei disso. — Saulo fechou a cara.


William também não. Mas, assim que colocasse seu plano em prática, a sociedade não condenaria Maite por abandoná-lo. Ela estaria livre dele.


Sentiu as sombras se apossarem de sua alma enquanto virava mais um copo de Bourbon e se levantava. A escuridão o tragava de novo para aquele inferno no qual vivera até voltar ao Brasil e reencontrar Maite. Um inferno de onde, desta vez, ele jamais sairia.


Ignorando os protestos do irmão, William mirou o sujeito que escondia cartas sob o paletó e, decidido, jogou-se rumo ao destino obscuro que o aguardava.




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Autor(a): Fer Linhares

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 32



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  • poly_ Postado em 13/09/2019 - 14:11:41

    Desculpa a demora pra comentar, tô com muitos trabalhos, mas finalmente consegui vir aqui. E Simmm, posta a continuação, vou adorar. Bjuss!!!

  • poly_ Postado em 05/09/2019 - 12:28:41

    Menina quem imaginaria que era o Matias? Fiquei pasma. Nem acredito que tá acabando, vou sentir muita falta. Depois desse vc podia fazer uma adaptação Levyrroni do livro A Lady de Lyon, tô louquinha pra ler esse livro, dizem que é muito bom. Bjuss!!!

    • Fer Linhares Postado em 07/09/2019 - 19:22:35

      Vou ler esse livro, assim que eu terminar eu posto, bjss ;)

  • tehhlevyrroni Postado em 02/09/2019 - 11:58:23

    continua amo esse livro e vou amar mais ainda adaptado para Levyrroni

    • Fer Linhares Postado em 03/09/2019 - 20:09:23

      Continuando linda, bjss ;)

  • poly_ Postado em 31/08/2019 - 00:27:37

    Certeza q é o Duarte q fez isso, esse nojento. Mas tenho fé que o Will vai salva-la, tomara que ele consiga e ninguém fique ferido. Q momento fofo deles dois, amei. Continuaaa

    • Fer Linhares Postado em 31/08/2019 - 11:40:07

      Eles precisavam de um tempo só pra eles bjss ;)

  • poly_ Postado em 30/08/2019 - 13:02:45

    Aí mds, posso bater no William? Kkkkkk Continuaaaa

    • Fer Linhares Postado em 30/08/2019 - 17:02:44

      Pode kkk , me chama pra ajudar tbm kkk bjs ;)

  • poly_ Postado em 27/08/2019 - 23:50:45

    Tomara que eles sentem e se resolvam, e q Maite fale logo a verdade. Continuaaa

    • Fer Linhares Postado em 30/08/2019 - 11:17:06

      Do jeito que eles são, duvido que eles se resolvam calmamente kkk bjs ;)

  • poly_ Postado em 27/08/2019 - 15:26:50

    Aí q ódio de td mundo, da Maite por ser inocente ao ponto de ir atrás do homem, do William por ser um teimoso e principalmente desse Alex. Continuaaa

  • poly_ Postado em 26/08/2019 - 22:19:08

    Não vejo a hora de saber o que vai acontecer, parou na melhor parte. Continuaaaa

    • Fer Linhares Postado em 26/08/2019 - 23:53:59

      Do próximo capítulo em diante as coisas vão começar a esquentar, amanhã eu volto a postar, bjsss ;)

  • poly_ Postado em 26/08/2019 - 01:05:46

    Tô amando mulher, continuaaa (OBS: Ri demais com a briga do William com o irmão KKKKKKKKK)

  • poly_ Postado em 24/08/2019 - 13:34:10

    Ahh não acredito que Berta interrompeu esse momento. Pelo menos já estamos tendo um sinal de redenção né. Continuaa

    • Fer Linhares Postado em 25/08/2019 - 01:13:21

      Berta não e o problema agr kk, tem coisa ainda pra acontecer bjs ;)


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