Fanfics Brasil - Capítulo 47 Prometida - Uma longa jornada para casa (Levyrroni)

Fanfic: Prometida - Uma longa jornada para casa (Levyrroni) | Tema: Levyrroni [Adaptada]


Capítulo: Capítulo 47

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William esfregou os olhos, tentando aliviá-los. Não conseguia ler suas anotações.


As letras se embaralhavam. Não sabia se era devido ao cansaço ou ao forte odor do álcool que usava para preparar uma tintura. Estava indo abrir uma das janelas quando um burburinho chegou a seus ouvidos. Saiu às pressas, disposto a investigar, e acabou na cozinha, onde Quinzinho e seu irmão tentavam dominar Duarte.


— Vim buscar aquele demônio. Onde está a maldita criança? — ele vociferou para William.


— Longe de suas garras, isso eu posso garantir. É bastante surpreendente que volte a dar as caras por aqui, depois de ameaçar a minha família.


Duarte lutou para se libertar das mãos fortes de Saulo.


— A polícia anda me cercando. Descobri que estão procurando outro parente do fedelho! A culpa é sua e daquela maldita mulher intrometida! Eu devia ter dado uma boa surra nela quando tive a chance.


Dizer que o sangue de William fervilhou seria eufemismo. Ele começou a tirar o casaco, muito calmamente.


— Todos conhecemos seu gosto por espancar pessoas menores que você, Duarte. — Jogou o paletó sobre a mesa e encarou o homem. — Mas estou curioso para ver como se sai com alguém do seu tamanho. Solte-o, Saulo.


— Ah, não, William. Sabe que mamãe não gosta de briga dentro de casa.


William lançou um olhar afiado ao irmão. Um pouco hesitante, Saulo soltou o sujeito. No entanto, Duarte se manteve onde estava, o que o frustrou. William andava acumulando tanta raiva dentro de si que estava salivando por um pouco de ação.


— Está perdendo seu tempo. — Duarte arreganhou os dentes. — Não existe outro parente. Sou tudo que o moleque tem. Agora pare de se intrometer nessa história e me devolva o moleque. O dinheiro que me deu já acabou, assim como o nosso trato.


William teve de engolir uma imprecação. Se não existia mais ninguém que pudesse assumir a guarda do menino, uma hora ou outra a justiça o forçaria a entregar Samuel àquele monte de lixo. Diabos, o que faria agora?


— Mas... — Duarte prosseguiu, aquele sorriso demoníaco ainda ali. — Eu estou disposto a negociar. Se quer tanto ficar com ele, podemos chegar a um acordo. Claro que terá que abrir bem os bolsos. Ele é o meu ganha-pão. Terá que me compensar. Ou então me devolva o moleque. Do contrário, nunca mais terá paz. Nenhum de vocês terá, sobretudo aquela menina intrometida.


William não sabia o que o enfurecia mais: saber que aquele traste agredia e escravizava Samuel, se sua intenção de vender o menino como se fosse uma mercadoria ou a ameaça a Maite. Estava prestes a dizer com os punhos quanto aquela sugestão o enojava.


No entanto, conseguiu se controlar enquanto seu cérebro corria sobre as possibilidades. Ele logo partiria para a Europa, e duvidava que Maite permitisse que levasse Samuel. Não demoraria para que Duarte descobrisse que o menino vivia com ela. Enquanto estivesse na casa do irmão, William não teria com que se preocupar. Mas e depois, quando ela resolvesse seguir com a vida? Ela e Samuel estariam em perigo constante.


— Muito bem — cuspiu, entredentes. — Vamos até o meu escritório.


— William, você perdeu o juízo? — Saulo o encarou, escandalizado.


— Parece que sim. E vou precisar de você, meu irmão.


Fazendo um gesto com o braço, William indicou para que Duarte fosse na frente.


Ajeitando a lapela do paletó amarrotado, o sujeitinho passou por ele, um sorriso presunçoso enquanto adentrava a casa. Ao chegar ao escritório, William se sentou à mesa e redigiu uma breve carta. Depois abriu o cofre e retirou uma boa quantia. Os olhos de Duarte o acompanharam a cada passo, cada gesto. Saulo, por sua vez, mantinha a atenção em Jeremias, pronto para pular sobre aquele traste.


— Assine e o dinheiro será seu. — William jogou a bolsa repleta de moedas sobre a mesa.


Ganancioso como era, Duarte não se deu o trabalho de ler e assinou o documento, ansioso por colocar as mãos no dinheiro.


— Sempre soube que aquele moleque me daria lucro. — Pegou a bolsa, avaliou seu peso e, parecendo muito satisfeito, guardou-a no paletó. — Voltarei em alguns meses para pegar o restante do pagamento. Foi um prazer negociar com você, doutor.


— Gostaria de dizer o mesmo. — William pegou o papel e o dobrou antes de guardá-lo na gaveta, passando a chave. — Mas não haverá mais dinheiro,


Duarte. O senhor acabou de assinar uma carta segundo a qual abre mão da guarda de Samuel e a cede para mim. Fique descansado. — Abriu um sorriso largo. — Vou providenciar a melhor educação para o menino.


— O quê? — A ira coloriu o rosto dele de vermelho. — Você me enganou!


Eu pensei que fosse um recibo!


William conteve a vontade de socar o sujeito. Ele realmente via Samuel como uma mercadoria.


— Não o enganei. Foi você quem preferiu assinar o documento sem saber do que se tratava. — Com os olhos reluzindo selvagemente, William disse, em voz baixa e contida: — De hoje em diante a responsabilidade sobre o menino não é mais sua. Fique longe dele e de minha família... e de Maite Uckermann — corrigiu depressa. Ela em breve deixaria de ser uma Levy. — Ou eu cuidarei para que a guarda faça mais do que ficar no seu pé.


O homem começou a rir. Gargalhou até perder o fôlego. Saulo olhou para o irmão com a testa franzida, mas William não percebeu, sua atenção toda no homem aparentemente desvairado.


Saindo de trás da mesa, William foi abrir a porta.


— Adeus, sr. Duarte.


O sujeito bufou, os olhos chispando com fúria enquanto se dirigia para a porta. Quinzinho estava do lado de fora, como um guerreiro pronto para entrar em combate.


Ao passar por William, Duarte parou para encará-lo.


— Você vai pagar por isso, garoto.


— Suma daqui antes que eu me arrependa de não esmurrá-lo por vender o próprio sobrinho.


Duarte foi esperto o bastante para ouvir o conselho, mas sorria sarcasticamente ao ser escoltado por Quinzinho para fora da casa.


— Esse homem perdeu o juízo. — Saulo falou assim que ficou a sós com o irmão caçula. — Foi muito esperto de sua parte pensar em uma carta na qual ele nomeia você tutor do menino. Mas será que ela tem alguma validade?


William não sabia. Esperava que sim. Não poderia retornar à Europa sem resolver esse assunto, e apenas Andrada poderia lhe dar uma resposta. Teria de ir ao escritório do advogado de todo jeito. A papelada do pedido de anulação estava pronta.


— Vou mostrá-la ao advogado.


— Espero que funcione. Mas eu não gostei do que vi no olhar de Duarte, William. Talvez devesse avisar a guarda de que ele anda criando problemas.


— É o que eu pretendo fazer. Por favor, avise Eustáquio que vou precisar da carruagem. — Mais tarde iria até a vila falar com o sr. Andrada. Mas antes passaria na propriedade dos Uckermann e os alertaria sobre o homem. Tinha de avisar Maite, ainda mais agora, quando o irmão dela estava fora.


Havia outro propósito em sua visita, que não tinha nada a ver com Duarte. O mesmo motivo pelo qual ele havia se barbeado e aparado o cavanhaque, se banhara e vestira roupas limpas. Desde que Christopher deixara seu quarto na tarde anterior — e assim que a bebedeira passara —, William não parava de pensar no que o cunhado tinha dito.


Seria possível que Maite não estivesse segura quanto a pedir a anulação? Mas por quê? Por que iria perder a chance que William lhe oferecia em uma bandeja, se ela nunca quisera aquele casamento?


A resposta em que conseguiu pensar era absurda e encheu seu peito oco de esperança.


Seria possível que no coração dela tivesse brotado algum sentimento por ele?


Por mais insignificante que fosse? Seria possível que Maite estivesse em dúvida quanto à anulação, devido a algo mais profundo ou apenas para não colocar o nome da família sob suspeita?


Ele tinha de saber. Se houvesse uma chance... qualquer chance, por menor que fosse, de que ela pudesse sentir qualquer coisa por ele... então tudo mudava.


Ele lutaria por ela como jamais lutara por nada no mundo.


Relanceou o relógio. Ainda era cedo demais para uma visita. Diabos, como faria as duas horas seguintes passarem sem que perdesse o juízo?




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Autor(a): Fer Linhares

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Ao chegar à propriedade dos Levy, um misto de tristeza e saudade me tirou o fôlego, mas logo foi suprimido pela raiva. Eu teria a anulação da maneira que queria, e William não iria me impedir. Eu o faria entender de uma vez por todas que não queria nada que me ligasse a ele. E deixaria isso muito claro! — Minha senhora! &mdas ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 32



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  • poly_ Postado em 13/09/2019 - 14:11:41

    Desculpa a demora pra comentar, tô com muitos trabalhos, mas finalmente consegui vir aqui. E Simmm, posta a continuação, vou adorar. Bjuss!!!

  • poly_ Postado em 05/09/2019 - 12:28:41

    Menina quem imaginaria que era o Matias? Fiquei pasma. Nem acredito que tá acabando, vou sentir muita falta. Depois desse vc podia fazer uma adaptação Levyrroni do livro A Lady de Lyon, tô louquinha pra ler esse livro, dizem que é muito bom. Bjuss!!!

    • Fer Linhares Postado em 07/09/2019 - 19:22:35

      Vou ler esse livro, assim que eu terminar eu posto, bjss ;)

  • tehhlevyrroni Postado em 02/09/2019 - 11:58:23

    continua amo esse livro e vou amar mais ainda adaptado para Levyrroni

    • Fer Linhares Postado em 03/09/2019 - 20:09:23

      Continuando linda, bjss ;)

  • poly_ Postado em 31/08/2019 - 00:27:37

    Certeza q é o Duarte q fez isso, esse nojento. Mas tenho fé que o Will vai salva-la, tomara que ele consiga e ninguém fique ferido. Q momento fofo deles dois, amei. Continuaaa

    • Fer Linhares Postado em 31/08/2019 - 11:40:07

      Eles precisavam de um tempo só pra eles bjss ;)

  • poly_ Postado em 30/08/2019 - 13:02:45

    Aí mds, posso bater no William? Kkkkkk Continuaaaa

    • Fer Linhares Postado em 30/08/2019 - 17:02:44

      Pode kkk , me chama pra ajudar tbm kkk bjs ;)

  • poly_ Postado em 27/08/2019 - 23:50:45

    Tomara que eles sentem e se resolvam, e q Maite fale logo a verdade. Continuaaa

    • Fer Linhares Postado em 30/08/2019 - 11:17:06

      Do jeito que eles são, duvido que eles se resolvam calmamente kkk bjs ;)

  • poly_ Postado em 27/08/2019 - 15:26:50

    Aí q ódio de td mundo, da Maite por ser inocente ao ponto de ir atrás do homem, do William por ser um teimoso e principalmente desse Alex. Continuaaa

  • poly_ Postado em 26/08/2019 - 22:19:08

    Não vejo a hora de saber o que vai acontecer, parou na melhor parte. Continuaaaa

    • Fer Linhares Postado em 26/08/2019 - 23:53:59

      Do próximo capítulo em diante as coisas vão começar a esquentar, amanhã eu volto a postar, bjsss ;)

  • poly_ Postado em 26/08/2019 - 01:05:46

    Tô amando mulher, continuaaa (OBS: Ri demais com a briga do William com o irmão KKKKKKKKK)

  • poly_ Postado em 24/08/2019 - 13:34:10

    Ahh não acredito que Berta interrompeu esse momento. Pelo menos já estamos tendo um sinal de redenção né. Continuaa

    • Fer Linhares Postado em 25/08/2019 - 01:13:21

      Berta não e o problema agr kk, tem coisa ainda pra acontecer bjs ;)


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