Fanfic: Prometida - Uma longa jornada para casa (Levyrroni) | Tema: Levyrroni [Adaptada]
William não sabia ao certo o que estava acontecendo quando ouviu Maite gritar, mas seu corpo reagiu de imediato. Estava correndo no instante seguinte. Não foi muito longe até trombar com ela no corredor. Seu primeiro pensamento foi lhe dar uma bronca por não seguir sua orientação. Mas então viu o homem atrás dela, erguendo-se do chão, empunhando uma faca, e compreendeu tudo. Ou o suficiente. Não tinha sido Duarte. Fora aquele maldito quem tentara ferir sua Maite.
Não se recordava de ter se movido, nem de como alcançou Matias, mas, assim que estava à distância de um braço, armou o soco e o desferiu naquela cara presunçosa. Matias revidou tentando cravar a faca em seu braço direito, mas William foi rápido e se esquivou, embora a lâmina o tenha atingido de raspão, rasgando a camisa e as primeiras camadas da derme. Movido pela raiva mais selvagem que já experimentou, William não sentiu dor alguma e continuou a bater no sujeito até os dedos de sua mão estalarem. Ouviu o barulho da lâmina caindo no chão.
Aquele filho da mãe havia tentado matar Maite. Apostava sua vida como Matias tinha ido ali terminar o serviço. A raiva parecia ter fortalecido William. Ele acertou o queixo do sujeito. Depois o nariz. E continuou atacando, libertando a fúria desmedida misturada ao medo por quase ter perdido Maite, a raiva por aquele traste tê-la feito correr quando mal devia andar.
Matias, percebendo que perdia terreno, quebrou a regra mais sagrada entre dois cavalheiros e o acertou na virilha. William se curvou diante da dor, mas conseguiu passar o braço no pescoço de Diógenes. Os dois acabaram no chão.
Mas o filho da mãe conseguiu levar vantagem, ficando por cima.
— Está bem. Eu cuido de você primeiro, doutor. — As mãos dele se enrolaram ao pescoço de William feito um torniquete.
Ainda cego de raiva — e pelo ar que começava a lhe faltar —, começou a socar o fígado do sujeito.
Uma explosão ecoou pela casa toda. A pressão em seu pescoço diminuiu. Os olhos de Matias se arregalaram, as sobrancelhas se arqueando, como se não entendesse. William conseguiu ver o buraco no ombro dele, o sangue fluindo a uma velocidade inquietante. Aproveitou a distração do sujeito e desferiu um golpe certeiro em seu queixo. Os olhos de Matias reviraram nas órbitas e então o homem tombou para o lado feito uma árvore.
Assim que William conseguiu se sentar, avistou sua esposa correndo a toda a velocidade, a arma ainda soltando fumaça em uma das mãos. Ela se atirou sobre o marido, abraçando-o com força pelo pescoço.
— Você está... bem? — perguntou, sem ar. — Ele o fe... riu? Está ma...chucado?
— Estou bem. Estou bem. — Ele acariciou suas costas. — Por favor, se acalme. Você precisa se acalmar agora e respirar devagar.
Ela se afastou apenas o suficiente para encará-lo. A arma que segurava esbarrou na orelha dele. William chiou ao sentir o aço ainda quente.
— Eu o matei? — Seu olhar estava tomado do mais puro horror. — Não queria... Só pretendia acertar... no ombro. Ele está...
— Desacordado. Respire, Maite. — William tomou a arma dela e a abraçou outra vez, tentando deter o tremor que a percorria. — Você está bem?
— Oh, William, eu... não sei. Pensei que ele... fosse matá-lo. Fiquei com tanto...
— Eu sei. — Ele a beijou no ombro. — Eu também temi que ele a machucasse.
Havia água no chão, e ele notou que as saias dela estavam ficando ainda mais ensopadas. Com algum esforço, conseguiu erguer a eles dois, depois passou um dos braços por baixo dos joelhos dela, pegando-a no colo.
Foi nesse instante que ouviu passos apressados vindo da direção oposta. Ao se virar, sentiu um profundo alívio.
— Quinzinho. Eustáquio. Graças a Deus. — E, abençoadamente, seu cocheiro tinha uma arma na mão.
— Estávamos em casa — explicou Eustáquio. — Ouvimos gritos, depois um tiro.
Não duvidava. A colônia não ficava longe da casa principal.
— Preciso que chamem a guarda e fiquem de olho neste... — Olhou para sua esposa à beira do pânico e se deteve. — Fiquem de olho neste sujeito. Foi ele quem incendiou a casa. Acredito que a perda de sangue o manterá desacordado, mas é bom ficar atento. Se ele por acaso acordar e tentar fugir, atire, Eustáquio.
— Por nada neste mundo eu vou deixar ele escapar vivo, doutor. — Pela maneira como os olhos do homem brilhavam, William tinha certeza disso.
— Vou levar minha mulher para um lugar mais limpo.
— Por que não a leva até a minha casa? — sugeriu Eustáquio. — Minha esposa pode ficar com ela quando a polícia chegar e o doutor tiver que falar com eles.
— Fico muito grato, Eustáquio. Farei isso, mas acho que Maite terá que conversar com eles também.
Acomodando-a melhor, William começou a atravessar a casa, indo pelos fundos. Maite fungou baixinho, mordendo o lábio inferior para conter as lágrimas que transformaram seus olhos em duas joias cintilantes.
— Não chore — ele disse suavemente contra seus cabelos. — Sabe que me parte o coração vê-la chorar.
— Oh, William. Estou tentando, mas não sei se consigo me controlar agora. Foi ele. Miranda não envenenou a sra. Albuquerque. Foi o sr. Matias. Diante de todo mundo! De mim! E eu não pude detê-lo.
As pernas de William se atrapalharam, perdendo o compasso.
— O quê? Tem certeza disso?
— Ele me contou tudo.
Maite repetiu o que tinha ouvido, palavra por palavra. A raiva ameaçou dominá-lo outra vez, mas a manteve sob controle com algum custo. Não pôde fazer nada para ocultar seu pesar, porém.
— É tudo tão horrível! — Maite escondeu o rosto em seu pescoço. — A pobre Adelaide foi assassinada por causa da ambição desse rapaz. O menino é filho dele, não do sr. Albuquerque. Como reunirei coragem para contar isso tudo a Valentina?
— Da maneira mais simples que puder. Estarei a seu lado para o que precisar.
— Obrigada. — Ela olhou para ele, repleta de amor e gratidão, correndo os dedos por seu braço. — Nós dois estávamos em perigo e nem sabíamos disso.
Desvendamos um assassinato e encontramos o assassino sem ter consciência de quem ele era, mas ele sabia que nós... — A mão que o acariciava se deteve. Maite a aproximou do rosto, e seus olhos se arregalaram ao vê-la suja de sangue.
— Oh, William. Me coloque no chão. Você está sangrando!
Ele olhou para o ferimento em seu bíceps. Não era grande coisa.
— William, me ponha no chão — reclamou, agitando-se em seus braços. — Você não pode me carregar com esta ferida. É profunda? Precisa de uma sutura?
Ele arqueou uma sobrancelha.
— Está se voluntariando?
Ela deixou escapar uma risada nervosa.
— Eu realmente preferia não repetir a experiência, se não se importar. Além disso, já atirei em um homem hoje. Meu estômago não suportaria se eu tivesse que costurar outro.
A gargalhada de William ecoou pela propriedade conforme passavam pela porta da cozinha. O ar limpo e fresco carregando o suave perfume de eucalipto balançou os cabelos dele.
— Falo sério, William. Sou capaz de andar.
— E sou capaz de carregá-la até o fim do mundo se for preciso. — Sapecou um beijo naquela boca rosada retorcida em reprovação. — Você já se exercitou demais por um dia. E é um corte à toa. Mal o sinto.
Fazendo questão de mostrar sua irritação, ela bufou, mas deitou a cabeça em seu ombro enquanto ele tomava a trilha de terra batida rumo à pequena colônia.
— Ainda bem que não matei Matias. — O indicador dela contornou o botão de sua camisa, sujando-a com seu próprio sangue. — Jamais me perdoaria se tivesse tirado a vida de alguém, mesmo que a vida de um monstro.
William não tinha a mesma opinião quanto a Matias estar vivo, mas achou melhor não assustá-la. Em vez disso, comentou:
— Eu fiquei bastante surpreso que você soubesse manejar uma pistola. E muito alarmado que tivesse tão boa pontaria. — Arqueou uma sobrancelha. — E nem estava carregada.
— Christopher me ensinou a usar uma arma já faz muitos anos. — Deu de ombros. — Foi na época em que teve que fazer algumas viagens longas. Ele achou que eu deveria saber me defender, caso precisasse. E, bem, eu sou uma Uckermann. A boa pontaria é um dos grandes talentos da minha família.
— Acho melhor eu nunca me esquecer disso. — Ele riu, beijando-a brevemente. — Agora deixe-me ver... Você invadiu uma casa para resgatar um garotinho, enfrentou um bêbado brutamontes, se embriagou em uma taberna, destruiu meu laboratório, testemunhou um assassinato, encontrou e atirou no assassino... esqueci alguma coisa, minha linda esposa?
Ela franziu a testa.
— Bem, você se esqueceu dos pontos que eu dei na sua perna.
— Claro que não esqueci. Como poderia, Maite, se foram os pontos mais bonitos que eu já vi em todos estes anos de medicina? — Ele olhou para ela, os cantos da boca levemente curvados. — Acho que me apaixonei por você outra vez quando os vi.
Ela gargalhou gostosamente, amolecendo em seus braços conforme a pequena colônia de casas surgia no horizonte. Enquanto carregava a esposa nos braços e eles deixavam todo aquele horror para trás, William sentiu que também abandonavam todas as mágoas do passado. E, de uma maneira que não conseguia explicar, mas que sentia no fundo da alma, ele teve certeza de que a vida deles voltara ao caminho ao qual havia sido destinada. Finalmente!
Mais dois capítulos e já acaba :(
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Autor(a): Fer Linhares
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Fui despertada por suaves beijos na palma da mão. — Humm... só mais um segundo, Bartô — resmunguei, sonolenta. — Devo entender isso como uma sugestão para que eu apare a barba? Abri os olhos, sorrindo, e encontrei o olhar de William, quente e verde, reluzindo com diversão. Uma de suas mãos estava em meu quadril, ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 32
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poly_ Postado em 13/09/2019 - 14:11:41
Desculpa a demora pra comentar, tô com muitos trabalhos, mas finalmente consegui vir aqui. E Simmm, posta a continuação, vou adorar. Bjuss!!!
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poly_ Postado em 05/09/2019 - 12:28:41
Menina quem imaginaria que era o Matias? Fiquei pasma. Nem acredito que tá acabando, vou sentir muita falta. Depois desse vc podia fazer uma adaptação Levyrroni do livro A Lady de Lyon, tô louquinha pra ler esse livro, dizem que é muito bom. Bjuss!!!
Fer Linhares Postado em 07/09/2019 - 19:22:35
Vou ler esse livro, assim que eu terminar eu posto, bjss ;)
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tehhlevyrroni Postado em 02/09/2019 - 11:58:23
continua amo esse livro e vou amar mais ainda adaptado para Levyrroni
Fer Linhares Postado em 03/09/2019 - 20:09:23
Continuando linda, bjss ;)
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poly_ Postado em 31/08/2019 - 00:27:37
Certeza q é o Duarte q fez isso, esse nojento. Mas tenho fé que o Will vai salva-la, tomara que ele consiga e ninguém fique ferido. Q momento fofo deles dois, amei. Continuaaa
Fer Linhares Postado em 31/08/2019 - 11:40:07
Eles precisavam de um tempo só pra eles bjss ;)
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poly_ Postado em 30/08/2019 - 13:02:45
Aí mds, posso bater no William? Kkkkkk Continuaaaa
Fer Linhares Postado em 30/08/2019 - 17:02:44
Pode kkk , me chama pra ajudar tbm kkk bjs ;)
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poly_ Postado em 27/08/2019 - 23:50:45
Tomara que eles sentem e se resolvam, e q Maite fale logo a verdade. Continuaaa
Fer Linhares Postado em 30/08/2019 - 11:17:06
Do jeito que eles são, duvido que eles se resolvam calmamente kkk bjs ;)
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poly_ Postado em 27/08/2019 - 15:26:50
Aí q ódio de td mundo, da Maite por ser inocente ao ponto de ir atrás do homem, do William por ser um teimoso e principalmente desse Alex. Continuaaa
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poly_ Postado em 26/08/2019 - 22:19:08
Não vejo a hora de saber o que vai acontecer, parou na melhor parte. Continuaaaa
Fer Linhares Postado em 26/08/2019 - 23:53:59
Do próximo capítulo em diante as coisas vão começar a esquentar, amanhã eu volto a postar, bjsss ;)
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poly_ Postado em 26/08/2019 - 01:05:46
Tô amando mulher, continuaaa (OBS: Ri demais com a briga do William com o irmão KKKKKKKKK)
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poly_ Postado em 24/08/2019 - 13:34:10
Ahh não acredito que Berta interrompeu esse momento. Pelo menos já estamos tendo um sinal de redenção né. Continuaa
Fer Linhares Postado em 25/08/2019 - 01:13:21
Berta não e o problema agr kk, tem coisa ainda pra acontecer bjs ;)