Fanfics Brasil - Capítulo 7 Prometida - Uma longa jornada para casa (Levyrroni)

Fanfic: Prometida - Uma longa jornada para casa (Levyrroni) | Tema: Levyrroni [Adaptada]


Capítulo: Capítulo 7

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Não foi difícil convencer Dulce a me deixar no ateliê. Como eu não teria de escolher um vestido, mas apenas tirar medidas para a reforma, ela não precisaria abandonar seu trabalho por causa disso. Ela viria me pegar em algumas horas, tempo suficiente para que William e Chistopher se resolvessem e eu pudesse voltar para casa sem encontrá-lo.


Dobrar madame Georgette, por outro lado...


— Non! Não aceitarrei uma desfeita destas. — A costureira sacudiu as saias e começou a zanzar, indignada, pelo ateliê atulhado de tecidos, fitas, botões e agulhas. Seu rosto naturalmente rosado estava ainda mais vermelho. — Eu esperro por este momento há anos. O dia em que mademoiselle Maite Uckerrman entrrarrá na igrreja com uma crriação minha. Não farrei o que me pede. É um insulto! Je suis une artiste, não uma reles costureira. Une artiste!


— Eu sei disso, madame Georgette. — Comecei a andar atrás dela. — Seus vestidos são fabulosos!


— Então por que não os quer? — choramingou.


— Eu quero! A senhora vai confeccionar todo o meu enxoval! Mas eu gostaria que compreendesse que preciso ter algo de minha mãe por perto neste momento tão... especial — improvisei. — O vestido é tudo o que me sobrou dela. Por favor, madame, diga que vai reformá-lo!


— Sentimentalismo não irrá me comoverr. — Ela bufou, continuando a andar de um lado para o outro. Soltei um suspiro, abrindo os braços.


— E se eu lhe pedisse para acrescentar mais algumas peças ao meu enxoval?


Ela se deteve, me olhando por sobre o ombro, uma fina sobrancelha arqueada.


— Que tipo de peça? Vestidos, porr exemplo? Eu terria liberrdade parra crriá-los da maneirra que eu quisesse?


Eu estava certa de que iria me arrepender disso, mas acabei concordando com a cabeça.


— Bem... — Ela lutou para ocultar o sorriso. — Já que é assim, eu reforrmo o vestido de sua mãe. De fato, é très magnifique! Vamos tirrar suas medidas? Não querro errar um único centímetrro nas crriações que estou idealizando parra você, chérie. Enquanto isso, conte-me tudo sobre o retorrno do seu


fiancé. Soube que ontem estiverram tão juntos que parreciam costurrados pelas roupas! — Deixou escapar uma risadinha que me fez engolir um gemido.


Uma hora mais tarde, nos despedimos. Eu já não aguentava mais ouvir madame Georgette falar o nome de William, então resolvi passear pela vila. Quem sabe fazer uma visita a padre Antônio. Talvez ele precise de ajuda com alguma coisa. Algo que me mantivesse ocupada à tarde. Enquanto seguia pela rua principal, percebi que o clima estava mudando. O vento soprava com força, dobrando a aba do meu boné, embora estivesse razoavelmente quente para um dia de inverno. Percebi que as pessoas passavam por mim disparando olhares curiosos, reprovadores ou divertidos — uma senhora chegou a cobrir a boca para esconder o riso.


— William! — bufei.


Por que permiti que ele me conduzisse daquela maneira tão íntima na noite passada? Por que não o obriguei a manter distância, como pede o decoro?


Segurei a aba do boné, ocultando o rosto tanto quanto possível, tentando passar despercebida. Por isso não vi quando uma coisinha de pouco mais de um metro afundou em minha saia.


O rosto sujo do menino apareceu nas dobras do tecido. Ele se afastou e estendeu as mãos em direção ao meu vestido, para ajeitar o amassado. Deteve-se no último instante, olhando para os dedos sujos.—


Ah, desculpa, senhorita. — A criança esfregou as mãos nas calças, que não lhe cobriam os tornozelos. — Eu não te vi. Por favor, não me bate.


— E por que eu faria uma coisa dessas?


Ele ergueu os olhos escuros. Pareciam grandes demais naquele rosto magro.


— As madama costumam bater nos menino levado que nem eu.


— Mas você não foi levado. Apenas distraído. Você se machucou?


— Ah, não. A sua saia não é dura que nem outras. A sua é macia.


— E você costuma trombar nas saias das damas? — perguntei, achando graça.


— De vez em quando. — Ergueu os ombros magros. — E, quando vejo, uma madama já tá me esquentando as oreia. Elas sempre acham que eu quero surrupiar alguma coisa.


Ouvi um ganido, que a princípio pensei pertencer a um cachorro pequeno, mas depois me dei conta de que vinha do menino de cabelos escuros e encaracolados. Sua barriga estava roncando.


— Como se chama? — eu quis saber.


— Samuel de Castro.


— É um bonito nome, Samuel. Quantos anos tem?


— Eu vou fazê dez no final do ano. — Estufou o peito, tentando parecer maior.


Fiquei surpresa. Ele era tão pequeno e magro... Pela grossura de seu pulso, a maneira como as roupas dançavam ao redor da pequena caixa torácica, as bochechas encovadas, devia estar subnutrido.


— Samuel, eu... gostaria que pudesse me fazer um grande favor. Preciso comprar pães. Será que poderia ir até a banca do sr. Manuel, por gentileza? E pode escolher o que quiser para você.


— O que eu quisé? — Seus olhos castanhos se alargaram tanto que seu rosto pareceu ainda mais esquálido.


— Qualquer coisa. Você tem irmãos? — Apanhei a bolsinha que trazia no bolso do vestido e separei algumas moedas. — Pode escolher algo para eles também.


Ele se virou, fitando a barraca do padeiro, no fim da rua.


— Eu posso escolher um pão doce? Aquele que tem cobertura amarela? Eu sempre quis saber que gosto tem.


Um nó na garganta me impediu de falar, por isso assenti com vigor e estendi as moedas a ele.


O menino estava quase aceitando, mas mudou de ideia em um instante, saltando para trás.


— Desculpa, moça. Não vou podê pegar seu pão hoje. Já perdi tempo demais. — Ele estava correndo antes que eu pudesse abrir a boca.


— Espere! — Levantei a barra da saia, pronta para ir atrás dele, mas alguém me chamou.


— Srta. Maite!


— Bom dia, sr. Matias. — Fiz um cumprimento apressado. — Perdoe-me, senhor, mas preciso ir atrás do garoto que estava aqui ainda agora.


— Está falando de Samuel?


Eu me detive ao ouvir o nome do garotinho.


— O senhor o conhece?


— Só de vista. Mas por que está atrás dele? Não me diga que ele roubou algo da senhorita.


— Oh, não. Eu apenas queria lhe comprar alguns pães. O senhor sabe como posso encontrá-lo?


Onde a família dele mora? Eu adoraria poder fazer uma visita.


Matias arqueou as sobrancelhas, surpreso.


— Pelo que sei, o menino não tem ninguém. Vive se escondendo nas ruas. Ele aparece quando dá nas ventas e desaparece com a mesma facilidade.


Então era muito pior do que eu havia imaginado.


— O senhor poderia me fazer um grande favor? Na próxima vez em que o vir, diga que eu desejo falar com ele e... — Eu me interrompi. Samuel parecera alarmado depois de trombar em mim. Se soubesse que eu estava atrás dele... — Isso pode assustá-lo, não é?


— Eu diria que sim. — Matias segurou o chapéu quando o vento ameaçou levá-lo embora. — O moleque é arisco feito um javali.


— É melhor não dizer nada, então. Mas eu ficaria imensamente grata se pudesse me enviar uma mensagem quando ele aparecer.


— Será um prazer ajudar. — Ele me mostrou um sorriso caloroso. — Eu lhe escreverei assim que...


— Maite.


Eu não precisava olhar para trás para saber a quem aquela voz pertencia. Os arrepios que me subiram pela nuca o delatavam. Ainda assim, eu me virei. William, sobre um cavalo, parecendo mais atraente do que nunca, me fitava, de cara amarrada.


Bem, eu também não estava feliz em vê-lo ali.


— Dr. Levy. — Fiz um cumprimento — Pensei que tivesse uma reunião esta tarde.


— E tenho. Estou indo até a sua casa agora. — Ele saltou do cavalo, mantendo as rédeas na mão e os olhos pouco calorosos em Matias.


— Tenho certeza de que o senhor se lembra do sr. Matias.


William anuiu uma vez, e, matando-me de constrangimento, limitou-se a olhar para o rapaz, mudo feito uma vassoura.


— Eu... — começou Diógenes, sem graça. — Acabo de me lembrar que estou atrasado para um compromisso. Se me derem licença. — Ele se inclinou, galante. — Espero revê-la em breve, senhorita.


Assim que ele partiu, William pareceu encontrar sua língua.


— O que fazia conversando com aquele sujeito? — ele quis saber. — Você dançou com ele ontem, não?


— Eu dancei com alguns cavalheiros ontem. Infelizmente, nem todos foram tão agradáveis quanto o sr. Matias. — Comecei a andar.


William decidiu me acompanhar.


— Pelo que vejo, nossa trégua acabou. — Sua boca se curvou para cima. Mas o sorriso não lhe chegava aos olhos. — Já voltou a me desprezar.


— Eu não o desprezo. — As palavras saíram antes que eu pudesse detê-las. Mas que porcaria! — Mas não alimento qualquer sentimento pelo senhor — adicionei, depressa.


— Ouvir isso alegra meu coração, Maite. — Passou a rédea para a outra mão, assim seu cavalo podia nos acompanhar sem ter que subir no passeio público. — Mas tenho uma dúvida. Por que está irritada comigo?


Eu me detive por um instante.


— Como pode me fazer essa pergunta? — questionei, baixinho. — Por acaso ainda não ouviu a história sobre “estarmos costurados pelas roupas”? Não percebeu que somos motivo de curiosidade e que as pessoas pararam para nos observar, como se fôssemos dois macacos adestrados?


— E não era essa a intenção? — Abriu um meio sorriso presunçoso.


— Não! — gemi. — Pensei que o senhor se comportaria como um cavalheiro na noite passada e não como um... um...


— Homem apaixonado que acabou de chegar de uma longa e extenuante viagem e não pôde esperar sequer nem mais um dia para correr para os braços da noiva?


— Exatamente! — respondi. Então realmente compreendi o que ele tinha dito. — Quero dizer, não!


Ele estava me distraindo de propósito. E, francamente, devia se livrar daquele cavanhaque. Algumas pessoas podiam achá-lo muito... perturbador e ficar fantasiando como seria sentir aqueles pelos contra o queixo, roçando de leve no pescoço, bem pertinho da orelha... humm...


— Você poderia ter me afastado, Maite — falou, calmamente. — Poderia ter imposto algum limite.


Isso teria me detido. Mas você não disse nada.


— Ora, eu... — fiquei um pouco confusa com toda aquela proximidade e esse seu cavanhaque ridiculamente atraente. — ... imaginei que não fosse necessário. E não seria, se o senhor fosse um cavalheiro de verdade! — Retomei o passo, tentando lembrar onde Isaac havia estacionado a carruagem.


— Para onde está indo? — perguntou, logo atrás.


— Não é da sua conta.


— Minha querida srta. Maite, estou chocado. Nunca imaginei que um dia iria vê-la ser grosseira com alguém em público.


Parei bruscamente. Minhas saias continuaram em movimento, produzindo um vusssh suave conforme raspavam nas pedras do calçamento.


— Não tenho a intenção de ser grosseira, por mais que o senhor mereça. Peço desculpas. Mas no momento estou furiosa demais por ter permitido que meu nome voltasse à boca do povo. Então, se me der licença... — Fiz uma mesura e me apressei em direção à praça.


Não cheguei a olhar para trás, mas sabia que ele me seguia. Aqueles arrepios em minha nuca não cessavam.


Ao chegar ao local onde minha carruagem deveria estar, olhei em volta, me perguntando por que Isaac não...


Aaaaaah. Eu tinha ido para a vila no faetonte de Dulce. Porcaria!


— Seu cocheiro foi embora? — perguntou William, bem atrás de mim. — Não se preocupe. Estou indo para a sua casa. Vou acompanhá-la.


— E assim alimentar ainda mais as fofocas? — Eu me virei para ele. O vento fez as fitas do meu chapéu se sacudirem. Eu as afastei do rosto com um safanão. — Não, obrigada. Vou esperar por Dulce.


Ele olhou para o alto, fechando um dos olhos para evitar a claridade.


— Debaixo deste sol?


— Meu boné é bastante resistente.


Ele bufou, impaciente.


— Maite, eu sou seu noivo, o homem com quem se casará em uma semana. Acompanhá-la até em casa, em plena luz do dia, é perfeitamente aceitável. Nem mesmo a pessoa mais moralista se oporia a algo tão inocente.


Meu coração pareceu afundar no estômago. Ele tinha acabado de dizer... ele tinha dito...


— Uma s-semana? — foi tudo o que eu consegui gaguejar.


— Nosso noivado já foi longe demais. — Não havia em seu rosto nada além de uma estudada calma. — Nós nos casaremos na semana que vem. Acabei de falar com padre Antônio para apressar a papelada. Ele gostou da novidade.


Uma semana. Estaríamos casados dentro de uma semana. Aquele homem seria meu marido em sete dias. Eu teria de deixar minha família, minha casa, e ir com ele aonde quer que quisesse me levar. Toda a minha raiva desapareceu.


— Podemos ir? — William me ofereceu o braço.


Eu não queria aceitar. Não queria tocá-lo. Isso me confundia. Mas, de fato, soaria estranho se ele não me acompanhasse até em casa, depois de ter me visto sozinha. Então, descansei os dedos um tanto instáveis na dobra de seu cotovelo.


Eu olhava para a frente fixamente, prestando atenção ao trote do cavalo do qual William segurava as guias, numa tentativa de me distrair e manter as emoções sob controle. William, em contrapartida, sorria e cumprimentava com muito entusiasmo os conhecidos que cruzávamos pelo caminho. Alguns poucos — os que ainda não tinham ouvido sobre a maneira escandalosa como eu havia me comportado na noite anterior — pareceram surpresos ao ver William a meu lado. E foi aí que eu entendi. Ele queria que todos soubessem de sua chegada, e que uma das primeiras providências que tomara fora estar comigo.


Por um ridículo momento, cheguei a pensar que ele decidira me acompanhar para me proteger dos olhares e dos risos. Mas ele estava apenas interpretando o noivo apaixonado. Meu coração foi invadido pela tristeza.


Ao chegarmos à rua que se transformava em estrada, William segurou as rédeas com firmeza, fazendo seu cavalo parar para que eu subisse.


— Prefiro ir andando. — Soltei seu braço.


— É uma longa caminhada até sua casa.


— Estamos apenas nós dois aqui — respondi, ressentida. — Já não é necessário que finja ser o noivo apaixonado. O senhor já fez um belo espetáculo na vila, e outro ontem, no baile. As pessoas nos viram juntos, testemunharam sua suposta atenção. Acredito que tenha cumprido sua obrigação. Eu já fiz este caminho a pé diversas vezes. Ficarei perfeitamente bem. O senhor está livre.


Suas sobrancelhas se arquearam.


— Realmente espera que, agindo dessa maneira, eu acredite que você não alimenta qualquer sentimento por mim? Raiva, por exemplo? Ou, quem sabe, aversão...


— Eu não espero nada que venha de você — retruquei, e me coloquei a caminho de casa.


No entanto, ele me seguiu, andando sem pressa, como se não tivesse ouvido uma palavra do que eu dissera. Apressei o passo, tentando impor mais distância. Assim que a estrada fez a curva e eu saí de seu campo de visão, suspendi os dois lados da saia — não havia ninguém por perto para testemunhar minha indiscrição — e comecei a correr. Não corria assim desde... bem... desde que tinha oito anos e um esquilo que Christopher levara para casa pulara em minha cabeça. Meu chapéu se soltou com o movimento e a ventania, voando longe. Pensei em parar para pegá-lo, mas isso arruinaria minha fuga. Eu tinha muitos outros em casa.


O som de patas pesadas contra a terra batida me chegou aos ouvidos, aproximando-se rapidamente, mas quando me alcançou diminuiu a cadência, acompanhando o ritmo de minha corrida.


— Não sabia que havia se tornando uma amante dos exercícios físicos, Maite. Mas tem minha total aprovação. — William, do alto do lombo do cavalo, me mostrou um sorriso cheio de troça. — Eles são, de fato, muito benéficos para a saúde.


Parei de correr, soltando as saias e me curvando levemente para que o espartilho liberasse um pouco mais de espaço para meus pulmões.


— Já está cansada, minha querida? — ele perguntou, com diversão.


— Eu não sou... sua querida! — Não mais. — Por que continua... me seguindo?


— Não estou seguindo você. Estou indo até sua casa. Este é o único caminho, não? — Curvando-se de leve na sela, ele estendeu o braço.


Meu boné!


Empertigando a coluna, inspirei fundo, alisei o corpete do vestido e afastei do rosto as mechas que se desprenderam do meu penteado antes de pegar o boné empoeirado. Com a pouca dignidade que me restara, recomecei a andar.


Claro que William continuou a me escoltar. O sol alto fazia sua sombra se esticar na estrada. Eu o ignorei o melhor que pude, olhando para a frente, para a paisagem verde que nos cercava, para o horizonte, que ganhava nuances alaranjadas.


— Tem certeza de que ainda deseja ir caminhando? — William perguntou um tempo depois. — A cavalo chegaríamos a sua casa bem mais depressa.


— O que eu desejo — falei, farta de seu sarcasmo — é parar de ser perseguida por um homem que não compreende que eu não quero a sua companhia.


Em um movimento rápido, ele passou a perna por cima da cabeça do cavalo e saltou sobre os próprios pés, vindo em minha direção.


Oh, eu devia começar a correr. Devia disparar agora mesmo! Mas, pela maneira como William me encarava, eu não iria muito longe. Aprumei os ombros e tentei manter a respiração estável enquanto o observava dizimar a distância entre nós, até seu rosto estar a um suspiro do meu. No instante seguinte, passou as mãos pela minha cintura e me jogou sobre seu ombro.


— Me solte! — esperneei. — O que pensa que está fazendo? Me coloque no chão!


Em vez disso, ele me empurrou para cima da sela.


— Não quer subir no cavalo comigo? Ótimo! Suba sozinha — rosnou. — Se um de nós irá andando, então serei eu. E não precisa se esforçar tanto para que eu entenda que não me quer por perto, Maite. Acredite, eu sei disso há muito tempo. Ontem eu lhe dei a chance de escapar, mas você decidiu continuar com o noivado. Agora é muito tarde para mudar de ideia. Em uma semana você será minha mulher. Goste disso ou não!


— Vou me casar com você, mas jamais serei sua! — Meu peito subia e descia rápido demais.


Ele me soltou, dando um passo para trás. Uma sombra, como uma violenta tempestade, dominou seu rosto.


— Nunca tive qualquer dúvida sobre isso. — Sua voz não tinha entonação alguma. — Você deixou tudo muito claro há três anos, quando destroçou meu coração depois que eu o coloquei a seus pés. E, se está se perguntando por que ainda mantenho esse acordo infernal, a resposta é porque, apesar de tudo o que fez e da opinião que tem sobre mim, eu não pretendo ser aquele que irá transformá-la em uma piada maior do que já é.


Tomando as rédeas, aticei o cavalo antes que William percebesse quanto havia me machucado. Uma dezena de emoções borbulhava dentro de mim conforme eu me afastava, a visão turva. O vento batia em meu rosto, espalhando as lágrimas, enquanto meu coração se partia mais uma vez.


Eu não fazia ideia de quem era aquele homem. Não o reconhecia. Ele se parecia com William, falava com a voz dele, tinha os mesmos olhos, mas não era mais o rapaz gentil e atencioso que um dia conheci.


Aquele homem era frio, cruel e implacável. O William que eu amei um dia não existia mais.


E a única culpada disso era eu.




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Autor(a): Fer Linhares

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A primeira vez que vi William estava gravada em minha memória a ferro quente. Acontecera em um baile no verão de 1830, quando eu tinha quinze anos. Eu estava ansiosa por aquele evento havia meses. E, depois da chegada de Dulce a nossa casa, eu tinha ainda mais motivos para acreditar que aquela noite poderia mudar a nossa vida de alguma maneira. Bastava observ ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 32



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  • poly_ Postado em 13/09/2019 - 14:11:41

    Desculpa a demora pra comentar, tô com muitos trabalhos, mas finalmente consegui vir aqui. E Simmm, posta a continuação, vou adorar. Bjuss!!!

  • poly_ Postado em 05/09/2019 - 12:28:41

    Menina quem imaginaria que era o Matias? Fiquei pasma. Nem acredito que tá acabando, vou sentir muita falta. Depois desse vc podia fazer uma adaptação Levyrroni do livro A Lady de Lyon, tô louquinha pra ler esse livro, dizem que é muito bom. Bjuss!!!

    • Fer Linhares Postado em 07/09/2019 - 19:22:35

      Vou ler esse livro, assim que eu terminar eu posto, bjss ;)

  • tehhlevyrroni Postado em 02/09/2019 - 11:58:23

    continua amo esse livro e vou amar mais ainda adaptado para Levyrroni

    • Fer Linhares Postado em 03/09/2019 - 20:09:23

      Continuando linda, bjss ;)

  • poly_ Postado em 31/08/2019 - 00:27:37

    Certeza q é o Duarte q fez isso, esse nojento. Mas tenho fé que o Will vai salva-la, tomara que ele consiga e ninguém fique ferido. Q momento fofo deles dois, amei. Continuaaa

    • Fer Linhares Postado em 31/08/2019 - 11:40:07

      Eles precisavam de um tempo só pra eles bjss ;)

  • poly_ Postado em 30/08/2019 - 13:02:45

    Aí mds, posso bater no William? Kkkkkk Continuaaaa

    • Fer Linhares Postado em 30/08/2019 - 17:02:44

      Pode kkk , me chama pra ajudar tbm kkk bjs ;)

  • poly_ Postado em 27/08/2019 - 23:50:45

    Tomara que eles sentem e se resolvam, e q Maite fale logo a verdade. Continuaaa

    • Fer Linhares Postado em 30/08/2019 - 11:17:06

      Do jeito que eles são, duvido que eles se resolvam calmamente kkk bjs ;)

  • poly_ Postado em 27/08/2019 - 15:26:50

    Aí q ódio de td mundo, da Maite por ser inocente ao ponto de ir atrás do homem, do William por ser um teimoso e principalmente desse Alex. Continuaaa

  • poly_ Postado em 26/08/2019 - 22:19:08

    Não vejo a hora de saber o que vai acontecer, parou na melhor parte. Continuaaaa

    • Fer Linhares Postado em 26/08/2019 - 23:53:59

      Do próximo capítulo em diante as coisas vão começar a esquentar, amanhã eu volto a postar, bjsss ;)

  • poly_ Postado em 26/08/2019 - 01:05:46

    Tô amando mulher, continuaaa (OBS: Ri demais com a briga do William com o irmão KKKKKKKKK)

  • poly_ Postado em 24/08/2019 - 13:34:10

    Ahh não acredito que Berta interrompeu esse momento. Pelo menos já estamos tendo um sinal de redenção né. Continuaa

    • Fer Linhares Postado em 25/08/2019 - 01:13:21

      Berta não e o problema agr kk, tem coisa ainda pra acontecer bjs ;)


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