Fanfic: A Cupido | Tema: Ponny (entre outros)

Poncho caminhou em direção a fogueira e sentou num tronco próximo a ela, tentando se aquecer. Me juntei a ele logo em seguida.

— Gosta de Marshmallows? — Alfonso perguntou.

Assenti.

Ele levantou e me deu as costas, seguindo rumo ao isopor. De lá, o moreno retirou um pacote de marshmallows, uma lata de cerveja e uma garrafa de tequila.

Peguei um graveto no chão e o limpei como pude, retirando a terra ao máximo.

Alfonso voltou a sentar-se ao meu lado e abriu o pacote dos confeitos. Enfiei um no graveto e o coloquei sobre o fogo.

O clima entre nós estava estranho, mas eu não sabia bem o quê. A maior possibilidade era o fato de eu não querer transar, porém, ele mesmo me falou que não iria me forçar a nada.

Joguei o espeto longe e o moreno me encarou assustado, em seguida, me livrei do casaco de Poncho e da minha camiseta, depois parti pra cima dele.

Seu beijo era feroz e um tanto violento, mas delicioso. Sua boca tinha o gosto de whisky e menta e isso estava me deixando louca. Ele mordiscou meus lábios inferiores e deu um gemido baixinho quando pressionei seu p/au com uma mão, a outra estava em sua nuca, trazendo-o para mim.

Ele abriu o feche do meu sutiã sem parar o beijo, deslizando a mão pesada por toda a extensão das minhas costas, parando no bumbum. Montei em seu colo e comecei a distribuir beijos pelo seu pescoço.

— Gatinha — Poncho sussurrou, — é melhor parar. Você diz que não quer se/xo, mas age dessa forma. Não vou conseguir dormir com as bolas doendo. Me fala o motivo de você não querer tran/sar comigo.

— Eu sou virgem — falei, escondendo meu rosto ruborizado com as mãos.

Era quase humilhante falar isso em voz alta.

Alfonso ficou branco, depois verde e por fim me encarou pasmo.

— Não posso fazer isso contigo — decretou.

— Por quê?

— Anahí, eu não sou quem você pensa. Deve ter me fantasiado como um príncipe em sua cabeça, mas eu não passo de um malandro, gatinha. — Alfonso suspirou, olhou para ambos os lados e depois me ajudou a sair de seu colo.

Ele propôs que voltássemos para o Elite.

— Não me quer mais por conta disso?

— Não é isso — Poncho encarou meus olhos por um segundo e mirou o chão.

— Então o que é?

— Anny a sua primeira vez tem que ser especial, não no meio do mato com um cara que acabou de conhecer. Depois que resolver o seu problema, voltamos a conversar.

Então, sendo o cafajeste que é, Poncho me deu as costas novamente e rumou para a barraca. Eu já estava completamente vestida quando ele retornou, sem nem olhar em minha direção, ele começou a seguir o mesmo caminho de mais cedo.

***

O percurso até a moto foi lento e constrangedor. Poncho parecia querer ocupar a mente com qualquer coisa que não fosse essa noite frustrante, mas o peguei me observando algumas vezes.

Será que estava decepcionado?

Argh.

Eu é quem deveria estar. Ele me humilhou. Aliás, desde de quando ser virgem é um problema?!

Que desculpa mais esfarrapada.

— No que tanto pensa? — perguntei.

Eu já estava ficando cansada de tentar entender suas expressões.

— Em nada — murmurou o moreno.

Ele afastou um galho para que eu pudesse passar e depois começou a mirar a lua, que estava cheia e pulsante no céu.

O que deu nele?

— Você é tão estranho — comentei, mas só obtive uma risadinha sarcástica como resposta.

Alfonso parecia não dar a mínima para o que eu ou qualquer outra pessoa pensasse a respeito dele, talvez realmente não ligasse. No fundo, gostaria de ter um pouco da sua segurança.

***

O Elite Way ficava cada vez mais próximo, de modo que já dava para ser avistado ao fim da rua.

As palavras insensíveis de Poncho não saem da minha cabeça, de modo que, além de raiva, eu me sinto agoniada com a sua presença.

Maldita Dulce.

Eu deveria ter seguido meus instintos e dito não de imediato, então isso não estaria acontecendo.

Logan.

Isso também não teria acontecido se fosse ele ao invés de Poncho. Nunca foi um problema para ele a minha virgindade, tanto é que ele se contentava com o que eu estava disposta a fazer.

Eu também não a considero um problema.

— O que está esperando, Anny?

Balancei a cabeça levemente para me livrar dos devaneios e só neste momento pude notar que já estávamos no estacionamento do colégio.

Passei minha perna direita para sua direção oposta e me livre do veículo e do moreno. Andei até a escola sem a sua companhia, desejando profundamente que ele não fosse cara de pa/u ao ponto de me seguir até o meu quarto.

Tudo o que eu queria agora era afundar na minha cama e esquecer tudo o que aconteceu, principalmente a parte dancinha confissão.

Subi o primeiro lance de escadas e passei ligeiramente pelo dormitório das meninas, o segundo lance foi mais rápido e quando eu me dei conta já estava dentro do meu próprio aposento.

Dulce dormia serena em sua cama, chegava até a balbuciar algumas coisas incoerentes. May não estava tão diferente, porém estava dormindo em uma posição muito estranha: de bruços, com os joelhos inclinados e a bunda empinada.

Mordi o lábio inferior para evitar uma risada e rumei para a minha cama. Joguei os meus sapatos para debaixo do móvel e me deite no objeto acolchoado.

Então, quando estava prestes a tirar minha camiseta, notei que ainda estava com o moletom de Alfonso.

Tinha o cheiro de whisky com menta do moreno. Um cheiro que antes me dava arrepios, mas agora só me trás desgosto.

Como fui tola.

Obviamente não esperava que ele me amasse, até porque não acredito nessa baboseira. Mas, no mínimo, pensei que merecia um pedido de desculpas.

Enfiei o moletom no meu criado mudo e resolvi dormir com aquela roupa mesmo.

Do jeito que estou com sorte, é bem capaz que eu encontre a Malévola dentro do meu guarda-roupa caso decida procurar um pijama.