Fanfic: A Cupido | Tema: Ponny (entre outros)

Os dormitórios são todos organizados por ano, sala e idade. Como a Angelique aparenta ter a mesma idade que eu e os nossos nomes começam com a mesma inicial, não duvido nada de que temos uma possibilidade enorme de ficarmos no mesmo quarto. Oh, Deus, isso não, qualquer coisa menos isso.

-- Senhorita Portilla, você não vai ficar no dormitório feminino. -- Alice, a secretária do Pascual, me avisa antes que eu ponha meus pés no corredor.

Angelique está por perto observando tudo. Venenosa.

-- E eu vou ficar aonde?

-- Seu pai reservou um dos quartos do terceiro andar para você -- ela aponta para o lance de escadas entre a ala feminina e masculina. -- Você pode escolher duas garotas para dividirem o quarto com você, mas só se quiser.

Olho em volta e várias garotas acenam sorridentes para mim, algumas até mandam beijinhos. Va/cas interesseiras.

As únicas que não demontram tanta aflição são Pilar, Angelique, Dulce e uma garota de cabelos negros. Sinto vontade de convidar Angelique só para provocá-la, mas do jeito que ela é cara de p/au é capaz de aceitar. Também não quero passar o resto do ano ao lado de Pilar, que ouvir dizer ser bem fofoqueira. Sei que tenho a opção de ficar sozinha, mas já fiz isso por muito tempo...

-- Dulce?

A garota olha de relance para mim, parece um pouco mal-humorada.

-- Fala. -- É o que diz.

-- Quer ser minha nova colega de quarto? -- Convido-a, estou pensando mais em Niall do que nela, mas fo/da-se.

-- Que seja -- Ela dá de ombros e vem até mim. Que simpática.

-- Vai escolher mais alguém, srta. Portilla? -- Alice me encara.

Ela é bem séria e impaciente para uma mulher que aparenta ter seus vinte e sete anos. Seu cabelo castanho escuro escorre em cachos grossos até sua cintura, assustadoramente fina. Seu quadril é bem assentuado e combina com suas coxas grossas e bem feitas. É certeza de que ela faz academia. O uniforme encaixa perfeitamente em seu corpo, mas essa saia me parece um tanto curta demais...

-- É... -- olho ao redor e vejo que minha opção mais cabível é a garota de cabelo escuro, quase azul.

Olho em direção a Dulce para vê se ela sabe o nome da garota.

-- Ela se chama Maite. -- Ela diz baixinho.

-- Maite? -- Chamo a garota, que tira a atenção de seu iPhone para me encarar.

-- O que tem eu? -- ótimo, ela se mantinha paralela a tudo.

-- Quer dividir o quarto comigo?

-- Claro. -- Ela põe o celular no sutiã e vem para junto de mim.

Alice manda o restante das meninas para o seu devido quarto, depois ela nos leva até o andar de cima. A escada nos leva para um corredor, o mesmo tem apenas duas portas, uma de cada lado.

-- Escutem, garotas. -- Alice chama nossa atenção. -- O quarto de vocês é do lado direito, estão PROIBIDISSÍMAS de entrar no lado oposto, entederam?

-- Tá, mas por que não podemos ir lá? -- May pergunta, isso aguça sua curiosidade. A minha também.

-- Porque são os meus aposentos, gatinha. Aliás, será muito bem-vinda aqui, minha morena.  -- Alfonso responde, abrindo a porta do lado esquerdo. Ucker e Chris o acompanham. Esse comentário me deixou um pouco intrigada.

-- Sempre vai haver um inspetor ou algum funcionário por aqui, senhor Herrera. -- Alice avisa de antemão, cortando a onda de Alfonso.

-- Calma, Alicinha. -- Ucker lança uma piscadinha pra ela, que cora de imediato. Dulce bufa. -- Aliás, vai ser um prazer ser seu vizinho, Narrí.

-- Digo o mesmo. -- Dou um sorriso pra ele.

-- Isso não vai prestar -- Chris se pronuncia, ajeitando o cabelo de cor engraçada. 

-- Concordo, senhor Chávez. -- Alice suspira. Ela retira um cartão de dentro do bolso e entrega a May. -- Vocês vão precisar dele para entrar e sair do quarto, em breve serão entregue mais dois a vocês. Ah, alguns funcionários trarão a bagagem das três em alguns minutos. Se comportem. -- Após dizer isso ela se retira.

May não faz cerimônia para abrir a porta, ela passa o cartão pelo detector e a porta se abre. Me lembro do episódio do hospital.

O quarto é extremamente diferente do que eu imaginava, ele tem até primeiro andar! No térreo se encontram três camas, sei que a do meio é a minha porque tem uma almofada com meu nome bordado. O piso é de madeira, assim como o corrimão da escada. Tem dois banheiros, um aqui embaixo e outro no andar de cima. Há três guarda-roupas lá em cima e a porta do banheiro fica ao centro. Tem uma penteadeira com um espelho gigantesco debaixo da escada. E três baús que combinam com a penteadeira estão encostados em frente as camas. É tudo muito lindo.

-- Amei! -- May deu um gritinho, correndo em direção a cama próxima a escada. -- Vou ficar com essa.

-- Não é necessário tanta afobação, Maite. -- Dulce reclama, indo de encontro a cama próxima a estante farta de livros. Ela senta na mesma um pouco contrariada e isso está me incomodando um pouco.

-- Aconteceu alguma coisa, Dul? -- Sei que nos conhecemos a menos de vinte minutos, mas ela não me parece muito bem. 

-- Sim, Anahí. -- Ela suspira. -- Aconteceu você!

-- Dulce, pelo o amor de Deus. -- May se intromete. -- Nem sabemos ainda se ela teve algo com ele.

-- É claro que teve! -- Dulce esbraveja. -- Todas dessa merda de colégio tiveram, excerto você, eu acho.

-- Será que vocês podem me falar o que está rolando? -- Odeio quando falam de mim como se eu não estivesse ouvindo. 

-- Anahí, você teve ou não um caso com o Uckermann? -- May lança a pergunta, olho para Dulce e ela está me fitando desesperada.

Quase engasgo de tanto rir.

-- Vocês são loucas? -- Pergunto ao me recompor. -- Eu e o Ucker não passamos de "bons amigos". Não vou negar que ele é muito bonito, mas eu conheci a namorada dele e eu não fico com ninguém que esteja comprometido. Eu me respeito, meninas. 

-- Ela parece estar falando a verdade -- May me analisa, ela põe a mão no queixo como se fosse uma detetive. -- Sim, ela está falando a verdade. -- Conclui.

-- Não é o que estão comentando -- Dulce insiste.

-- Ruiva, eu juro por tudo que me é mais sagrado que eu e o Ucker não tivemos nada. -- Faço desenho uma cruz no peito com o indicador, e ela se acalma um pouco.

-- Eu não sou muito de me abrir, mas é que eu gosto muito dele. -- Ela choraminga. -- A gente até namorou, sabe? Mas depois de duas semanas ele estava agarrado com a Rathália, o nojento nem se deu o trabalho de terminar comigo.

-- Eu tenho certeza que foi influência de Chris. -- May revira os olhos e continua: -- ele é um dos melhores amigos do Ucker, e vive traindo a Angel.

-- Como sabe? -- me sento ao seu lado. Essa conversa está ficando mais interessante a cada segundo.

-- Af, May, você é muito fofoqueira. -- Dulce reclama, lançando uma almofada em formato de coração na morena.

-- Calada. -- May joga a almofada em direção a Dul, acertando a cabeleira vermelha dela. -- No último fim de semana, Dulce e eu fomos ao Coo Coo Nest, é um bar aqui das redondezas, enfim, ele estava dando amassos em uma garota de cabelo esverdiado, depois pegou a garçonete e chegou outra garota mais tarde.

-- Nossa! -- Exclamo indignada.

-- E isso não é tudo, ele não foi pra casa com nenhuma delas. -- May dá um sorriso malicioso -- ele foi com a Pilar, a melhor amiga da Angelique.

Meu queixo foi parar no chão.

-- Que va/ca! -- xingo.

-- Com certeza. -- Dulce concorda comigo. -- Pra Angel não desconfiar de nada, Pilar começou a namorar com o Poncho.

-- Quem é Poncho? -- Desse elas ainda não me falaram.

-- Ah, é o Alfonso, o moreno de olhos verdes. -- May explica. -- Ele não curte muito ser chamado de Alfonso, prefere Poncho.

-- Saquei -- falei meio desanimada.

Batidas na porta interrompem nossa conversa. Devem ser as malas.

-- Eu abro! -- Dulce é a única voluntária. Ela dá um pulo na porta e puxa a maçaneta para baixo. Não precisamos do cartão do lado de dentro.

Mas não são as bagagems. É o Ucker. E o Poncho.