Fanfic: O JOGO PERFEITO VONDY (adaptada) | Tema: Vondy

— Você não está olhando para ele, está? — May parou na minha frente, quebrando o contato visual.

 — Ei, sai daí! — pedi, mas em vão.

 — Você não sabe quem ele é, Dul?

 — Não faço a menor ideia. Do contrário, estaríamos namorando.

 — Christopher Uckermann não namora. Ele transa com as garotas e com todas as amigas delas.

 — Então, esse é o famoso Christopher Uckermann? — perguntei, fascinada. O nome dele era comentado em toda a faculdade.

 — O próprio — May respondeu.

 — Ele é tão bom quando dizem? Todos falavam que Christopher seria contratado por algum time das ligas de beisebol profissional.

— Sem dúvida o ego dele acha isso — afirmou May.

— Típico. Se há algo que conheço são atletas. 

Todos são iguais. Supersticiosos, convencidos, inseguros, egocêntricos. Sim, reconheço que as palavras são contraditórias. Em sua maioria, são garotos um tanto normais, mas simplesmente se escondem atrás de um muro de tijolos, construído inteiramente sobre o ego. 

Além disso, não conseguem se comportar de outra maneira. Foram jogadores de beisebol durante toda a vida; não sabem ser outra coisa.

 — Christopher Uckermann é um pegador, Dul. Você precisa ficar longe dele. Do contrário, acabará se dando mal. 

— Não se eu ferrá-lo primeiro — disse.

 — Você não vai conseguir. Nenhuma garota é capaz de ferrar Christopher Uckermann. Fique longe dele. Prometa. — May me fuzilou com o olhar, para demonstrar que falava sério.

 — Prometo que ficarei longe dele — obedeci, com um tom de voz pouco sincero. 

— Depois não diga que não avisei — May advertiu, começando a se mover entre a multidão. 

Vi quando Christopher estendeu o braço na direção dela, tentando detê-la. Mas May seguiu em frente, pisando firme, do jeito que sempre fazia quando estava irritada. 

Christopher abriu um sorriso largo quando Maite alcançou a porta da sede do centro acadêmico e entrou. Então, Christopher começou a vir na minha direção. A bermuda cargo preta e a camiseta cinza justa combinavam bem com seu porte físico de um metro e oitenta de altura. Os músculos dos braços marcavam o tecido, acentuando os ombros bem definidos. 

Ele inclinou a cabeça para baixo e estreitou os olhos como se eu fosse alguém muito pequena e indefesa, que não tinha a menor ideia de que estava prestes a ser devorada viva pelo animal mais belo e perigoso da selva. 

Quase me senti violentada. Suja. Com a necessidade de tomar um banho para limpar meu corpo daquele olhar. Só quando Christopher chegou bem perto consegui ler o que estava escrito em sua camiseta No Glove, No Love ("Sem proteção, sem amor." Numa alusão à camisinha), com a imagem de uma luva de beisebol no meio.

Que cara marrento.