Fanfic: Onde Você Está Agora? - Vondy | Tema: Vondy

  Versão da Dulce:

 4 Dias Antes…

 -Pare de encarar ele assim!- sussurro pra May para que nosso chefe não nos ouça e ela pisca confusa e afasta o olhar dele, que no caso é meu anel de noivado nada discreto e totalmente maravilhoso.

 -Me desculpe! Só é estranho te imaginar noiva, ainda mais do Ucker!- dá de ombros e eu bufo, ela já tinha falado isso cetenas de vezes nos últimos dias.

 Parecia que a coisa mais divertida que faríamos hoje era apostas pra ver qual bebê da maternidade iria nascer primeiro, já que estávamos preenchendo papelada com o chefe de cardio ebuf fazendo anotações de alguns pacientes. Por isso me senti segura de usar o meu anel de noivado, mas parecia que May estava mais preocupada em olhá-lo do que em trabalhar.

 -Para, não é nada demais!- minto e ela revira os olhos e segura a minha mão na altura dos olhos.

 -Isso é demais! Até pra duas pessoas que basicamente, tiveram um relacionamento de 8 anos. Isso compra uma casa!- diz impressionada e eu puxo minha mão de volta e coro fortemente e tento voltar para o trabalho, mas a pestinha que eu tenho como melhor amiga não conseguia deixar- Vocês já marcaram a data?

 -Estamos esperando um tempo!- digo séria, não dizendo as palavras mas as incluindo silenciosamente, Estamos esperando Taylor e Sam pegarem Marcos.

 -Bom, tempo é o que vocês vão precisar quando a sua mãe descobrir!- brinca mudando de assunto e eu faço uma careta, mamãe tinha evoluído seus métodos de tortura com o tempo e eu costumava ser sua cobaia de tempos em tempos, geralmente quando eu não lhe ligava mais do que 3 vezes na semana.

 E hoje era sábado e eu noto que eu só liguei pra ela uma vez essa semana.

 -Dro/ga!- xingo e May cai na gargalhada, rindo do meu sofrimento e tentando ao máximo fazer isso em voz baixa.

 -Mamãe!- guincho assustada quando proferir diversos palavrões do outro lado da linha, Ucker me olha assustado da cama e eu faço uma careta de desgosto pra ele, a vez do infeliz de enfrentar minha mãe ainda não tinha chegado.

 -Como esse infeliz volta pra NY e você não me contou?- perguntou irritada e eu respiro fundo e tento falar com a voz mais calma possível, o que se tratando de uma conversa com a minha mãe, duraria duas ou três frases completas.

 -Ele chegou faz pouco tempo e nós botamos os pratos na mesa. Limpamos os pratos tão bem que eles estão brilhando!- digo nervosa e Ucker me olha curioso e eu dou de ombros.

 -Os pratos dele devem estar brilhando de mentiras. FERNANDO! Faça as malas que nós vamos pra casa!- ouço mamãe gritar e eu tenho que afastar o celular, ouço a voz o papai mas ela não me deixa falar com ele- Vamos chegar logo Maria!- fala em tom de ameaça e eu engulo um seco, me preparando para a notícia final e de como seria sua reação.

 -Mamãe, Ucker ter voltado não foi tudo o que aconteceu nessas semanas- digo com a voz fraca e ouço sua respiração ficar calma e ela fica em silêncio, ansiosa- Ele me pediu em casamento a alguns dias atrás e eu disse sim- solto a bomba e o telefone fica mudo durante vários segundos, até que ouço o barulho de algo caindo e logo depois a voz calma de papai preenche o telefone.

 -Sua mãe desmaiou Maria. Agora que nos livramos dela, me conte como foi o pedido desse canalha!- diz em um tom divertido e eu solto um suspiro aliviado, pelo menos alguém ainda confiava nas minhas decisões.

 -Isso é uma boa ideia Ucker? Eu e a May podemos nunca mais voltar a termos a mesma relação com Annie, Chris e Poncho. Pra que arriscar?- pergunto ansiosa e ele revira os olhos, concentrando seus olhos no espelho e fazendo um nó perfeito na gravata, quase tenho vontade de ir lá e desmanchar tudo dizendo que homens não sabem fazer isso, mas ele sabia e era melhor que eu.

 -Foi a própria Annie que deu a ideia e ela e os meninos estão animados pra jantarmos todos juntos, de novo. Vai ser como no colegial, e vai dar tudo certo!- me garante e eu mordo o lábio, indecisa e concordo depois de alguns segundos, lhe arrancando um sorriso contente e ganhando um beijo leve como recompensa- Maravilha! Vamos!- diz animado e eu lhe dou um sorriso de falsa animação, que ele apenas ignora.

 -Vai dar tudo certo!- rosno imitando Ucker e ele engole um seco e vira o copo em sua mão, tomando todo o líquido escuro ali contido.

 Bufo e volto minha atenção a cena: May e Chris, cada um em uma ponta do sofá da casa da Annie e Poncho, ignorando a presença do outro e criando um ambiente cheio de tensão notável.

 -Eu não sabia que eles estavam tão maus assim!- diz desolado e uma parte de mim se desculpa mentalmente, mesmo que de meus lábios nenhuma palavra tenha sido dita.

 -Você é o único!- resmunga Annie ao passar por nós dois, de pé que nem estátuas, e caminhar até a mesa de centro com uma bandeja de aperitivos.

 Os dois se inclinam juntos em sintonia e quase chocam suas mãos, como em uma novela quando o casal se encontra pela primeira vez ou revê seus toques depois de muito tempo e sentem um choque natural contra suas peles. Mas nesse caso o nosso casal real se afasta como se encostassem em fogo e eu vejo o olhar triste de May, direcionando a Chris toda a sua dor.

 -Chris, por favor… - ele não lhe dá tempo de terminar, pois se levanta assustando a todos.

 -Vamos jantar!- fala olhando firme pra Annie e não lhe esperando confirmar se o jantar estava pronto pra correr até para mesa e se sentar o mais longe possível de May, se colocando entre Ucker e eu.

 Melhor impossível.

 O jantar tinha sido mais tenso ainda. Pouca conversa e muita comida rondando a mesa, fazendo com que tivéssemos o que fazer para ignorar a tensão do lugar.

 Eu quase podia ouvir palmas dos dois quando o jantar chegou ao fim, tanto que eles se levantaram rapidamente e May se despediu de Annie e Poncho com beijos, dizendo que tudo estava maravilhoso e que era pra repetirmos mais vezes, mas isso durou um minuto até ela sair correndo porta a fora.

 Chris foi logo depois, tentando fugir dos olhares de Annie que o perseguiam para onde ia.

 -A gente tem que marcar algo quando esses dois se resolverem- Annie diz no meu ouvido quando me abraça e eu concordo e me afasto sorrindo, que retribui e pega a minha mão para olhar meu anel com felicidade mal disfarçada- É lindo! Finalmente agora vocês vão ter paz- posso ver seus olhos contentos e eu concordo, mesmo estando com uma sensação de que essa paz é passageira.

 Eu já tinha sentido isso antes, pouco antes de ter sido sequestrada.

 Eu devia ter aprendido a confiar nos meus instintos acima de tudo.

 Mas como na outra vez, eu o ignorei e sorri afetada, rezando para que tudo ficasse bem comigo e com aqueles com que eu me importava. Infelizmente, era difícil dizer que Deus tinha parado de ouvir algumas de minhas preces.

 -Por favor meu Deus, de todas as preces que o Senhor deixou de atender, por favor, pelo menos essa!- sussurra soluçando, com as mãos em frente ao corpo agachado no chão, caído contra a parede do hospital e enrolado como uma bola de soluços e lágrimas- Por favor, faça com que… fique bem… não me tire… já passamos por coisas demais…- gagueja por conta das lágrimas, tentando manter a voz firme e forte para quando precisasse falar com o médico.

 -Parente?- quando ouve a voz calma do médico, levanta a cabeça rapidamente e fica de pé com as pernas trêmulas, confirma com a cabeça mesmo não sendo verdade e ouve o suspiro triste do médico- Sinto muito. Decretamos sua morte as 2h49 e eu preciso que converse com a policia, parece que só você não depôs!- fala com a voz morta, mas a pessoa não escutava mais, seu corpo foi descendo em direção ao chão e ela não impediu a queda e mal deu importância quando a voz do médico ia sumindo.

 Sentia-se um cadáver, como o que estava em alguma dessas salas.

 Sentia como se tudo na vida estivesse errado e que nunca mais fosse conseguir sorrir.

 Sentia como se tivesse perdido o amor da sua vida.

 …

 …

 E de fato.

 COMENTEM E ME DESCULPEM OS ERROS, O SITE TÁ COM UMA NOVA FORMA DE POSTAR QUE TÁ ME DEIXANDO NERVOSA, MAS OK. BJSS E ATÉ AMANHÃ!!