Fanfic: Onde Você Está Agora? - Vondy | Tema: Vondy

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 Ucker não sabia a quanto tempo ele não jogava basquete, mas sabia que fazia uns bons anos. Com as cirurgias e as longas recuperações, ele não podia arriscar se machucar, mesmo que fosse fazendo algo que ele amava desde que era pequeno e que era seu passatempo com os melhores amigos.

 Então é fácil deduzir que quando ele pegou pela primeira vez em anos uma bola de basquete, foi épico. E um pouco nostálgico.

 Nem ele e nem Poncho e Chris tinham esquecido os movimentos, as investidas, os cortes e saques, nem os alongamentos para seu corpo não ficar totalmente quebrado. Se não fosse por uma cãibra ou outra, eles se sentiriam com 17 e 18 anos de novo.

 -FOMINHA!- Chris grita correndo atrás de Poncho e da bola, que logo a arremessa e faz uma cesta de 2 pontos- Isso não é uma competição, babaca!- xinga nem um pouco irritado e dando um soco no braço no melhor amigo, que ri e pega a bola e arremessa para Ucker.

 -Quem disse que não é uma competição? Poncho, foi você amigo?- Ucker brinca sorridente e Poncho nega, entrando na brincadeira e bagunçando os cabelos de Chris, que se afasta xingando- Isso aqui é a selva companheiro, vida ou morte!- diz em um tom sério, mas com o olhar brilhando de diversão mal disfarçada, Chris era a presa mais divertida para brincadeiras e isso nunca ia mudar.

 -Ok companheiro, vou te mostrar como se joga- rebate fingindo seriedade e se colocando na posição e olhando pros dois com um olhar falso ameaçador.

 O suor escorria e o sol do meio da manhã estava fresco, eles tinham encontrado com alguns garotos jogando basquete e antes deles irem embora eles pediram a bola emprestada. Demorou, mas quando ele disse que a deixaria escondida eles concordam e foram, deixando as “crianças” brincando.

 Chris olha pros dois e se move mais rápido do que eles podiam prever, devia ser a gana de ganhar. Como uma flecha ele tirou a bola de Ucker e passou por Poncho se esquivando quando o moreno tentou lhe dar um corte, mirou na cesta a vários metros e lançou com precisão, eles só ouviram o barulho dela ser encaçapada em uma cesta de 3 pontos e o grito de vitória de Chris.

 -Ainda não estávamos prontos!- Ucker rebate pouco irritado, era bom ver seu amigo tão contente de novo- Isso é considerado trapaça no mundo dos esportes- completa tentando lhe dar um soco no ombro, mas ele se desvia rindo e vai até Poncho para enlaçá-lo com o braço nos ombros.

 -Aqui é a selva companheiro- zoa divertido e Poncho cai na gargalhada pela careta de desgosto de Ucker quando suas palavras foram jogadas em sua cara- Acho que o campeão merece ser servido pelos seus servos, mais do que justo! Vocês podem me pagar alguma coisa pra comer!- diz convencido e os outros reviram os olhos mas concordam, eles precisavam de um descanso e de alguma coisa pra comer- E como eu sei que as donas de vocês não vão ligar, eu os convido para um almoço- completa sorridente e pegando a bola do chão e a jogando em um canteiro próximo para que os garotos achassem depois.

 -Você tem sorte da gente não te dar uma surra!- Poncho rebate divertido e puxando Ucker pelo pescoço para que os três ficassem grudados, Chris ri negando e passa a mão no cabelo convencido.

 -Vocês não iriam conseguir viver sem mim, é um ato impossível!- rebate sem se abalar.

 Em uma lojinha de conveniências próxima…

 -Você tem certeza de que quer levar tanto doce? Você é médico, não devia saber que isso tudo faz mau?- Lya pergunta verdadeiramente preocupada, mas Nick apenas ri gostosamente e nega, com as covinhas a mostra e o olhar brilhante de diversão- Bom… se você passar mau, saiba que eu não sei aplicar os primeiros socorros, eu faço outras coisas!- diz dando de ombros e Nick olha pra trás com um olhar malicioso e com a sobrancelha levantada fazendo com que ela ofegue e lhe desse um tapa no braço- Você é muito malicioso!- acusa tentando ficar irritada, mesmo que um sorrisinho repuxasse seus lábios pra cima.

 -Só pra você baby!- provoca rindo e ela revira os olhos, tomara que ele tenha uma dor de barriga de tanto doce.

 A cesta de compras deles estava cheia até o topo de toda parafernalha de doces, sorvete, refrigerante, algumas cervejas e vários salgadinhos. Lya estava pensando até em pegar outra cesta, mas era provável que ele também a enchesse. Ela estava quase falando que ele era um mal exemplo de saúde para um médico quando um corpo de chocou um Nick e fez com que ele congelasse no lugar.

 -Lola?- exclama incrédulo e pensando no que fazer pra tirar Lya dali e não lhe fazer encarar a situação constrangedora com sua ex, mas essa nunca no namoro dos dois colaborou muito com as coisas, imagina depois que eles terminaram?

 -E eu pensando que a vadia com que você tava me traindo era uma de suas “amiguinhas”, parece que eu me enganei só no telefone da prostituta- diz olhando pra Lya com nojo e essa arregala os olhos, mas ao notar o modo que Nick a chamou ela entendeu que aquela era sua ex.

 -Não fale com ela assim Lola- diz em tom de ameaça e Lya vê os olhos dela se incendiarem de raiva quando volta a olhar pra ela.

 -Você é uma destruidora de lares!- acusa cheia de veneno.

 -Na verdade, você é que é!- rebate antes que Nick possa lhe defender ou falar qualquer coisa- Eu e Nick nos conhecemos a alguns dias e só nos conhecemos porque você o largou, porque se não ele continuaria sendo fiel, como sempre foi- afirma e Lola abre a boca em choque e Nick abre um pequeno sorriso e agradecimento, ele não tinha contado tudo para Lya, apenas que sua ex era muito ciumenta e que pensando que ele tinha traído ela, tinha lhe largado no dia em que eles se conheceram.

 -Lola, você precisa nos deixar em paz. Você me deixou porque quis e eu não fui atrás de você porque eu tava cansado de correr atrás de você como um cachorrinho, como todas as vezes- Nick toma a frente em um tom calmo e controlador, um tom que era programado para todos ouvirem.

 Mas sua ex parecia ser a irritante exceção.

 -Você ainda me ama!- diz firme e segura as bochechas de Nick e o puxa para um beijo no meio do corredor da loja de conveniências e na frente de uma Lya chocada, que esperou Nick se separar dela irritado e tirá-los da loja, mas ela apenas viu ele fechar os olhos e corresponder ao beijo de Lola.

 Lya se sentia atropelada por uma trupe de circo e deixada pelos pedaços na estrada, ela não sabia que algo podia doer tanto. Parecia que ela estava vendo o ex dela com a vizinha de novo, só que com um sentimento ainda maior de dor.

 Tentando pegar um pouco de dignidade que lhe restava, ela correu pra fora da loja largando as compras lá dentro e correu pro seu carro parado na esquina, mas antes de colocar a chave ela sente seu braço ser puxado e se vira surpresa por encontrar Nick ofegante na sua frente, a olhando em pânico mal disfarçado.

 -Você devia voltar pra lá- diz acenando pra loja e tentando manter a voz firme, mesmo que quisesse gritar e acusá-lo de quebrar uma parte de seu coração que ele mesmo tinha ajudado a colar- Ela tá te esperando!- falas seca quando vê Lola os olhando da porta da loja com um olhar calculista, mas Nick nega e segura os braços de Lya com cuidado.

 -Ela é passado!- afirma com o folego recuperado e Lya nega, aquilo que ela viu não tinha sido passado.

 -Ela ainda é o seu presente Nick!- sussurra categórica e ele a olha em pânico e a puxa para mais perto dele.

 -Quando você beija uma pessoa e não sente nem dois terços do que costumava sentir ao beijá-la, ela é considerado passado Lya. Mas quando ao ver alguém correndo pra fora de uma loja seu coração disparar e você sentir uma dor absurda, isso quer dizer que essa pessoa… essa pessoa é o presente!- rebate segurando seu rosto com uma das mãos e acariciando sua bochecha, Lya fecha os olhos sem folego e quando os abre, encontra os olhos de Nick próximos aos seus.

 -Quando uma pessoa está beijando outra, ela não vê a outra correndo pra fora da loja- diz tentando se prender ao chão da realidade e Nick revira os olhos por sua teimosia.

 -Ela vê sim, principalmente se sentiu uma parte do seu coração correr também. Bem clichê, eu sei- brinca sorrindo e Lya sem querer, abre um sorriso sincero e ele toma isso como um convite.

 O melhor dos convites.

 E ele a beija. Juntando seus lábios como se não pudesse lhes largar e como se não quisesse. Se estivesse chovendo, essa seria aquelas cenas em que o mocinho e a mocinha descobrem o que finalmente sentem um pelo outro.