Fanfic: Onde Você Está Agora? - Vondy | Tema: Vondy

  Versão do Ucker:

 Se você nunca ficou procurando por horas, alguma coisa importante e quando achou respirou daquele jeito aliviado, você não vai saber o que eu senti quando Annie e May vieram nas nossas direções sorrindo alegres sem saber o tornado de emoções que tinham causado, mesmo sem querer, em nós quatro.

 Era um alívio saber que elas estavam seguras e que Marcos não tinha agido em suas direções. Um alívio que durou apenas 5 minutos de explicações por parte delas e 1 minuto até uma caminhada rápida até a nossa mesa para contar a Dul que elas estavam bem, mas ela não estava lá. Então eu me vi na mesma situação que minutos atrás, só que com muito mais desespero e dor.

 -Dro/ga Dulce!- xingo baixinho quando vejo sua bolsa e celular em cima da mesa, mas nem sinal dela.

 Sinto uma mão pesada em meu ombro e viro dando de cara com Taylor, que me olhava com o seu melhor sorriso reconfortante, mesmo que de onde eu via, ele parecia nada menos do que falso.

 -Relaxa cara, ela não deve ter aguentado esperar e deve ter ido procurar as meninas sozinha. Você sabe como ela não obedece ninguém e faz o que der na telha- tenta me acalmar e eu concordo com um leve movimento com a cabeça, ansioso pra saber sua localização- Eu vou contigo procurá-la, ok?- testa o terreno e eu concordo, sabendo que não era apenas eu entre nós que se preocupava com a Dul sumida no mesmo ambiente em que estava Marcos.

 -Tudo bem, mas deixe um dos seus seguranças com as meninas aqui para caso a Dul apareça- mais ordeno do que peço na verdade, no meu estado ninguém iria me contrariar e isso era bom, em parte.

 Taylor acena pra um dos 3 seguranças que ele tinha trago consigo e esse concordou e se colocou do lado de May e Annie, como se fosse seu guarda-costas particular. Mal ouvi quando Taylor direcionou suas ordens para Poncho e Sam, lhes dizendo para procurar em uma área e Chris ir comigo e com Taylor para procurar no andar de cima. Era o mesmo esquema de quando não achávamos as meninas e nos separamos em sua busca.

 Sigo em frente sem olhar pra trás, dando acenos educados para algumas pessoas e ignorando completamente outras que queriam um momento de conversa com o novo conhecido CEO de uma empresa de engenharia/arquitetura. Eu não lhes daria atenção com tantas coisas acontecendo.

 -Você tem uma ideia de onde ela possa estar?- Chris pergunta atrás de mim e eu penso apenas por alguns segundos antes da resposta brilhar na minha cabeça como um farol.

 -Na área dos recém-nascidos com a Luna, fica por aqui!- digo acenando pra esquerda e conferindo a linha rosa no chão pra saber se eu estava indo pro lugar correto.

 Infelizmente eu estava, como eu provaria minutos depois.

 Não sei o que me deu assim que eu cheguei na porta de entrada daquela área, mas uma vontade de acelerar meus passos para encontrar a Dul preencheu a minha mente e eu lhe dei ouvidos, deixando Chris e Taylor a vários passos para trás.

 Ouvi seu chorinho fino e alto vindo de uma porta de vidro e quando me aproximei eu vi, a minha linda menina com Luna no colo. Eu não vi seu olhar de pânico aumentar assim que eu entrei na hora, eu estava consumido pelo alívio para notar. Mas eu notei, não se engane. Apenas quando eu vi a arma, o sangue, Marcos e a arma agora apontada para a cabeça da Dul.

 O mundo congelou naquele momento e eu senti frio, acho que meu corpo começou a congelar assim que uma lágrima caiu da bochecha da Dul, pro rostinho da Luna, que tinha parado de chorar tão alto e estava resmungando. Eu só conseguia ver o olhar aterrorizado da minha gatinha e a expressão maravilhada de Marcos. Se os meninos aparecessem aos gritos, eu não ouviria. Mas eles não apareceram.

 -O nosso Romeu chegou!- Marcos exclama sorrindo e olhando pra Dul malicioso, gelo me consumi ainda mais quando eu pensei na possibilidade dele ter feito alguma coisa a ela, mas quando conferi seu corpo de cima a baixo e vi que ela estava intocada, eu pude respirar com a facilidade de uma maratonista depois de uma corrida- Estávamos esperando você!- diz apontando pra mim com a mão que não estava segurando a arma.

 -Dul!- a chamo para que ela olhe pra mim e ela pisca confusa, como se saísse de um torpor e me olha no fundo dos olhos, parecendo não entender o que eu fazia ali, vi o sangue respingado aos poucos no seu vestido e quase pensei que ela tinha sido machucada e eu tinha deixado passar isso na minha revisão de seu corpo, mas a olhando de cima a baixo mais uma vez vi que ela estava bem, procurei por Luna e essa encarava tudo com seus olhos castanhos arregalados e sem medo, ela também estava bem- O que você fez com ela?- pergunto acenando pra Dul e ele sorri malicioso e tira um fio de cabelo de seu rosto e coloca atrás da orelha.

 Sei que o rosnado que preencheu o ambiente é meu pois seu sorriso aumentou, mas não me atrevi a fazer nenhum movimento em sua direção com ele apontando a arma para a cabeça de Dul.

 -Não se preocupe Romeu, o sangue não é delas- diz com desdém e acenando prum canto da sala, Dul solta um gemido de dor quando eu sigo o olhar para onde ele apontou e vejo caída em uma poça de sangue, uma das enfermeiras de plantão com um tiro na testa.

 -Por que você fez isso?- pergunto tenso sem desviar o olhar do corpo morto daquela mulher, sabendo que ela se envolveu nisso tudo por minha culpa.

 -Você sabe o ditado Ucker: “Ela sabia demais!”- zoa e eu engulo um seco e o olho irritado.

 -E por isso você matou uma pessoa inocente?- acuso e ela bufa irônico e a arma em sua mão treme e Dul engole um seco e me olha apavorada, mas eu lhe dou um olhar para ela ficar calma.

 -Ninguém é inocente nessa vida Ucker. Eu não sou inocente, você e essa va/dia não são inocentes, nem essa criança é inocente!- diz nos olhando com nojo- O mundo está cheio de pecadores, eu só peco um pouco mais que a maioria e não me sinto arrependido depois- diz com naturalidade.

 -E você comete todos os tipos de pecado!- digo trocando um olhar com Dul e ele nos olha sem emoção, até um sorriso imenso surgir em seu rosto e ele olhar pra Dul feliz, uma felicidade doentia.

 -É verdade, mesmo eu achando que aquilo não foi um pecado em si. A Dul aproveitou o momento, ela gostou de me ter entrando nela junto com outros dois caras, foi delicioso!- diz tocando a bochecha da Dul com os lábios e ela tenta se afastar com nojo, mas ele segura seu braço com força.

 Vejo vermelho na minha frente e avanço alguns passos, tentando chegar até ele o mais rápido possível para que ele se afastasse dela, mas ele vê meus movimentos e aponta a arma pra mim com uma expressão furiosa e também dá um passo a frente.

 -Você testa a minha paciência em muitos sentidos Ucker, EM MUITOS SENTIDOS!- grita histérico e nos empurrando pra fora daquele quarto e nos colocando meio que no corredor, eu estava surpreso por ninguém ter ouvido o som de seus gritos e o som da arma sendo disparada contra a enfermeira, mas feliz ao mesmo tempo, pois quem aparecesse ali levaria um tiro também- Você acabou comigo anos atrás, destruiu a minha reputação aqui em NY. A minha gangue foi reduzida a escombros por sua culpa e por causa daquele filho da pu/ta do Taylor. Então você sumiu e eu fui atrás da sua garota e a estuprei de diversas maneiras até ela falar, mas a va/dia não falava e eu tive que deixá-la numa ruela qualquer, porque qualquer suspeita pra cima de mim e a polícia ia me prender, eu cheguei ao ponto de temer a polícia. Por.Causa.De.Você!- rosna em minha direção e com a arma apontada pra minha cabeça- Então hoje eu vou matar você, a sua garota e aquela menininha que vocês dois querem adotar!- diz sorrindo doentiamente.

 Assim que ele deu um passo na minha direção e eu me preparei para me defender, eu notei que ele tinha sido exposto e estava desprotegido. Taylor também tinha notado. E por ele e dois de seus seguranças estarem escondidos atrás de Marcos, foi fácil e rápido quando dois deles pularam em suas costas e tentaram tirar sua arma, mas se enganava se pensassem que ele desistiria sem lutar mais uma vez.

 Vi em pânico quando ele alcançou a arma e mirou mais uma vez em mim, deu um sorriso malicioso e cruel e apertou o gatilho. Apenas vi um vulto em minha direção e logo estava caído sem ar no chão, em choque e sem saber o que estava acontecendo. Eu apenas ouvi o som de carne sendo perfurada e um grito. Logo depois, tudo vermelho e depois…

 Minha vida naquele momento passou diante dos meus olhos, cada momento importante e os fúteis. Cada um deles envolto em uma luz prateada. Mas então senti o peso em cima de mim sumir e a luz prateada desaparecer aos poucos.

 Foi bom respirar de novo, até que eu a perdi mais uma vez. Não tinha sido eu a levar um tiro, não tinha sido a minha carne que eu ouvi ser perfurada e isso me causou pânico.

 Isso era pior do que levar um tiro.

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