Fanfic: Onde Você Está Agora? - Vondy | Tema: Vondy

 Versão da Annie:

 -O que você tá fazendo?- Poncho pergunta voltando da porta com duas caixas de pizza e as crianças gritas animadas e ele ri e se senta no chão ao lado do Caio, enquanto Clarissa se senta do meu lado no sofá.

 Tão opostos, mas tão iguais por dentro, acho que pelo o fato deles serem um casal de gêmeos os faria parecidos fisicamente, mas isso não podia ter sido diferente. Clarissa era loira e com os olhos mais azuis que os meus, mas ela tinha o sorriso do Poncho e meu humor. Já o nosso outro bebê, Caio, era tão moreno quanto Poncho e também tinha seu sorriso, mas tinha os meus olhos e o seu humor. Os dois já tinha 4 anos e Poncho e eu esperávamos outro, um menininho pra ser exata.

 -Estou vendo alguns locais pro aniversário de 5 anos das crianças!- digo dando de ombros e deixando a revista de lado pra pegar um pedaço de pizza pra mim e pra Clary, que o pegou avidamente.

 -Por que você já tá procurando? Ainda faltam meses!- Poncho fala incrédulo e eu e Clary bufamos em sincronia.

 -Ai papai, se não procurarmos agora vai ficar muito apertado pras reservas!- diz como se fosse óbvio e Caio bufa e resmunga sem parar de comer, Poncho decide nos ignorar e faz o mesmo, quase me dando vontade de jogar a pizza na sua cabeça.

 -Meninas!- bufa brincando e eu faço uma careta e sem conseguir evitar, lhe dou um leve tapa na nuca fazendo as crianças caírem na gargalhada- Como está meu outro bebê?- pergunta tocando a minha barriga com carinho e os gêmeos decidem fazer o mesmo para ver se o bebê meche.

 -Agora ele está quieto, mas logo ele volta a …- paro quando sinto o bebê dar leves chutes contra as mãos dos três, fazendo as crianças darem risadinhas antes de afastarem a mão e Poncho dar um grande e largo sorriso.

 -Você logo vai sair garotão, e vai ser mais amado do que consegue imaginar!- sussurra com a bocana minha barriga e eu tenho que limpar a lágrima que desce quando ele diz isso, pouco antes dele dar um beijo na barriga e em meus lábios.

 Versão da Dulce:

 Algumas semanas depois…

 -Tudo bem querida?- pergunto olhando pro banco de trás e ela acena levemente com a cabeça e eu lhe dou um sorriso encorajador dos melhores, hoje era o Dia- Acho que a gente já pode sair do carro então!- brinco com Ucker e ele aperta minha mão e sai do carro pra abrir a porta pra nós duas.

 -Você vai adorar aqui meu amor!- Ucker diz e lhe pega no colo, fazendo com que ela abraçasse seu pescoço e risse quando ele fingiu deixá-la cair.

 Abro a porta da frente e sou tomada pelo nervosismo da situação, com medo de alguma coisa dar errado, mas eu já devia ter me acostumado, as coisas estavam dando certo a anos e tudo sempre parecia conspirar a nosso favor, agora ia ser o mesmo.

 Ouço as vozes dos nossos bebês pela casa e abro um sorriso compartilhado com Ucker, olho mais uma vez pra ela em seu colo suspiro aliviada quando ela se mostra corajosa e pronta pra conhecê-los.

 -LUNA, SETH E LOGAN, PRECISO DOS TRÊS AQUI NA SALA!- grito animada e ouço seus passos apressados e os resmungos de cada um mesmo a metros de distância, eu conhecia meus filhos e sabia que era isso que eles estavam fazendo, eu só não sabia qual seria a reação deles pra… isso.

 Logo, nossos três monstrinhos entram correndo na sala e parram ofegantes na nossa frente. Luna, com 5 anos e mais esperta do que eu e Ucker poderíamos dar conta algum dia e mais linda do que ele poderia aguentar se ela crescesse mais um pouco. E os gêmeos, com 3 anos e tão ruivos e idênticos na aparência que até assustava, com sardinhas por todo o rosto e grandes olhos verdes, com sorrisos espertos e um humor de dar dor de cabeça a desavisados.

 -Mãe?- Luna pergunta confusa olhando pra menininha no colo de Ucker e eu lhe dou um sorriso amarelo e aceno pra Ucker colocá-la no chão, os meninos a encaram com curiosidade e com os olhos brilhando.

 -Pessoal, essa aqui é a Nora- Ucker se abaixa até ficar da altura dos pequenos para olhá-los nos olhos e coloca a mão protetoralmente no ombrinho de Nora, que mesmo com apenas 2 anos, já parecia iluminar um ambiente com um simples sorriso emoldurado em seu rostinho loiro de anjo- Ela vai ficar um tempo aqui com a gente, e se tudo der certo… pode ser que vocês ganhem uma nova irmãzinha!- sorri e eu me abaixo pra também ficar em suas alturas.

 Os gêmeos ficam encarando Nora durante alguns segundos e a pequena os encara de volta com determinação, os dois se entreolham e abrem pequenos sorrisos que se transformam em largos quando os dois batem as mãos juntos e gritam em comemoração.

 -Vai ser muito legal, a gente queria mesmo mais alguém pra brincar!- Seth diz animado e eu respiro aliviada por ver que eles gostaram da notícia.

 Eu e Ucker tínhamos abordado o assunto algumas vezes nas últimas semanas, perguntando se eles gostariam de uma nova irmã ou algo do tipo. Era bom saber que a resposta deles era a mesma da reação dos dois agora: Sim!

 Ucker olha desconfiado e ansioso pra Luna, que tinha ficado quieta e observado os gêmeos abracarem a nova irmãzinha e pularem em volta dela animados. Luna era a nossa menininha, o nosso primeiro pilar na nossa vida juntos, o motivo de colocarmos um sorriso no rosto mesmo que as coisas não estivessem bem entre a gente, porque casamentos são assim e todos eles necessitavam de um pilar. Ela foi a nossa primeira e sua aprovação era tão importante, mesmo com apenas 5 anos.

 -Que bom que você chegou Nora- Lu diz quebrando o silêncio entre ela, eu e Ucker, ela olha sorrindo pra Nora e estende sua pequena mão pra puxá-la para um abraço apertado- A casa já estava ficando vazia de meninas, e a mamãe disse que temos que vencer o jogo contra o papai e os pestinhas- diz a soltando e eu prendo o riso quando os meninos a olham como se ela fosse a inimiga e soltam um grito de guerra quando Nora sorri e concorda envergonhada.

 -Opa! Fiquem calmos seus pestinhas!- Ucker brinca os pegando no colo antes que eles acertassem a irmã, que estava com um grande sorriso no rosto, por ter lhes roubado uma aliada na casa- Nos vingamos das meninas depois, na reunião nos homens!- cochicha pra eles em segredo e os dois logo concordam animados e aceitam descer do colo do papai sem brigas, mas, mesmo assim, passam por Lu com a língua de fora e um olhar bravinho, mas dão um pequeno sorriso pra Nora, que ri animada.

 -A gente pode brincar?- sua vozinha me surpreende ao me abraçar pelas pernas e ainda agachada, eu beijo sua bochecha e concordo, vendo ela e Lu correrem atrás dos meninos, que tinham voltado a correr pelos corredores da casa em uma lutinha de espadas.

 Me levanto com a ajuda de Ucker, que me estende a mão com um sorriso e me puxa para um beijo ardente e comemorativo.

 -Os nossos pestinhas encararam bem a Nora!- diz animado e eu concordo bufando irônica quando o riso dos quatro chegam até nós com gritos.

 -Os nossos pestinhas encararam a nova pestinha muito bem!- digo emocionada e ele ri animado e quando ouvimos mais risadas, não nos seguramos e vamos brincar com nossos filhos de espadinha e lutinha.

 Semanas depois…

 -Annie, você está maravilhosa!- digo sem folego a olhando de cima a baixo e ela cora com um sorriso agradecido, Poncho tinha me dito que ela não estava se achando bonita depois do parto e que isso a deixava triste, mas era pelo contrário, ela estava mais deslumbrante do que antes do pequeno nascer- Até parece que você não teve bebê nenhum, sua sortuda!- acuso lhe apertando em um abraço e ela ri alegremente.

 -Não precisa exagerar!- diz se afastando e eu nego.

 -Cadê o bebê?- pergunto animada e ela acena pra onde Poncho estava com um bebê vestido de verde e dormindo tranquilamente no colo no pai.

 -Com o Poncho, ele foi apresentar o Matt pros meninos- explica e eu concordo quando vejo Poncho sendo rodeado por Ucker, Sam e Taylor, que não conseguiam esconder os olhares paternais pra um novo bebê.

 As crianças brincavam pelo jardim todas juntas até perderem o folego de tanto correr, o que ainda ia demorar um pouco, já que Luna, Seth, Logan, Nora, Caio, Clary, Chris e Isa, filha do Taylor com a Ester, não se cansavam muito fácil em uma brincadeira. Nos reuníamos sempre que dava para um almoço, era meio que uma tradição a cada quinzena ou a cada três semanas, assim todos matávamos as saudades.

 -Olá va/dias, o que vocês estão cochichando sem a gente aí em?- May pergunta chegando com Ester do lado e eu a olho fingindo estar irritada- Nem me olhe assim Maria, se não acabo com você na saída!- ameça com um sorriso e eu bufo quando as meninas riem.

 -A casa é minha, só você que vai sair dela depois do almoço!- rebato divertida e ela dá de ombros como se isso não importasse e que ela arrumaria um jeito de me bater mesmo assim, sim, ela tinha falado isso apenas com um encolher de ombros.

 -Eu poderia ficar olhando eles pra sempre!- Ester diz sonhadora olhando nossos filhos brincarem de pique e automaticamente todas concordamos, não a nada melhor e nada mais feliz e triste do que olhar um filho brincar, sabendo que um dia ele vai crescer tendo suas próprias escolhas, só que agora ele ainda era só seu para mimar e amar sem barreiras que os adolescentes colocam.

 Se pudéssemos parar o tempo naquele momento, iriamos. Sempre gostamos de ficar congelados nos melhores e mais importantes momentos, mas esquecemos que ainda temos muito o que viver e muitos mais momentos pra aproveitar. Como o primeiro beijo, o primeiro amor, a primeira dança e a primeira gargalhada verdadeira junto com aqueles que importam.

 Momentos.

 Sempre.