Fanfic: Onde Você Está Agora? - Vondy | Tema: Vondy

  Versão do Ucker:

 Eu não iria deixar que ela me culpasse, não depois de 8 anos fazendo isso eu mesmo. Ela estava com raiva por eu tê-la deixado, eu entendia isso. Mas eu também sentia raiva dela por ter me escondido uma coisa tão grande que aconteceu em sua vida, e o pior era que quando eu olhei seu corpo tenso enquanto olhava pra Maite, eu sabia que tudo o que me mantinha em pé, o fato de ela estar bem, agora, iria levar mais uma pancada pelo maldito passado.

 Parecíamos dois lutados em uma disputa sem pausas. E eu estava prestes a entregar a vitória se sofresse mais um golpe, só mais um…

 Eu não acredito que ela fez isso, ela me deixou parado que nem um idiota na rua para entrar em um carro com um desconhecido, um desconhecido para mim, o que já me deixava em pânico com o que eu tinha acabado de descobrir.

 Eu não sabia se a familiaridade com que eles se tratavam me deixava aliviado ou possesso de ciúmes primitivo, algo que me deixava com raiva. Quem era ele? Eles estavam juntos? Ela o amava? E o mais importante, ela era feliz? Estou ficando maluco apenas em pensar no fato de que ela pode ter seguido em frente com outro cara, mesmo eu sabendo que isso só iria me fazer lutar com ainda mais vontade. Me desculpe amigo. Na verdade, não me desculpe, eu só estaria pegando ela de volta!

 Era irônico que eu estivesse revisando os meus pontos e minha saúde, exatamente no hospital em que Dulce trabalhava, incrível e irônico. Eu tinha vindo mais cedo para NY, prometendo ao meu médico que viria assim que chegasse para ver minha saúde, e que iria fazer exames de 2 em 2 meses para garantir que o tumor tinha realmente sumido, e tinha. Amém!

 Agradeço ao médico assim que terminamos os exames e eu e Annie saímos de sua sala, eu procurando Dulce com os olhos e Annie pulando de felicidade, ela sempre me acompanhava nos exames e não podia estar mais feliz, ela agora poderia finalmente marcar a data para o casório dela com o Poncho.

 -Sem mais tumor!- cantarola sorrindo e eu reviro os olhos, me contendo para não cantar e saltar junto com ela, já estava mais do que na hora disso acontecer.

 A olho e percebo que a cada virada de corredor ela fica tensa, para logo depois relaxar ao ver que a barra está limpa contra o que ela está com medo, que no caso, eu tenho certeza se chamar Dulce Maria. A olho desconfiado e ela desvia os olhos quando a pego espiando pelo corredor, a diabinha sabía!

 -Quando você a viu?- pergunto rouco e ela engole um seco e dá de ombros, nos paro no meio do corredor e ela bufa, evitando o meu olhar como praga- Annie?

 -Ok, eu a vi ontem! Satisfeito?- pergunta irritada me olhando com fúria e eu faço uma careta, qual era a do humor dela?- Eu ia te contar, só estava esperando que a gente recebesse os resultados dos exames pra ver se tudo estava bem com você- fala com a voz fraca e eu lhe dou um pequeno sorriso de gratidão e tristeza.

 -Tudo bem- a acalmo e ela respira aliviada e me olha com suspeita, antes de ofegar e me olhar incrédula.

 -Quando? Vocês se viram? Ai meu Deus Ucker, vocês conversaram?- pergunta afobada e o meu sorriso morre completamente, atraindo a sua atenção e fazendo com que ela ficasse séria- Não foi bom não é?- meio afirma e meio pergunta e eu faço uma careta.

 Estou prestes a lhe responder, lhe contando sobre a maravilha que foi a nossa “conversa” e de tudo o que eu tinha descoberto pelo Taylor na noite de ontem. Mas foi nessa hora que ouvimos um grito agudo vindo do final do corredor, todos olhamos pra lá assustados e é nessa hora que eu percebo, eu conheço esse grito.

 Corro pra lá, mal dando chance para que Annie notasse e me impedisse, sigo o fluxo de pessoas e chego em um quarto bem arrumado e tranquilo. Bom, tranquilo se não fosse o paciente enforcando uma médica contra uma parede, e se a médica não fosse a Dulce.

 Vejo vermelho na minha frente e me lembro das palavras de Taylor na noite passada: “Ela foi estuprada Ucker! Ela sofreu uma surra de acordo com a May”. As pessoas que tentavam tirá-lo de cima de Dulce ficaram surpresas quando eu o agarrei pela gola da roupa hospitalar e puxei com todas as minhas forças, o jogando no chão com um grande baque. Ouço tosses roucas de Dulce, quando ela finalmente se vê livre e minha fúria só aumenta e voo de encontro ao cara no chão, lhe dando vários socos seguidos, não lhe dando a oportunidade de fugir por nenhum dos lados.

 -Ucker, PARA!- Dul grita desesperada tentando me puxar pela camisa, mas eu me recuso a parar de socá-lo, ouço passos vindo da porta e Dulce me puxa com mais força- Por favor, solte-o!- implora em meu ouvido e eu finalmente paro, vendo o sangue nos meus dedos e ouvindo vários suspiros de alívio.

 Alguém me puxa de cima do cara e eu deixo, vejo Annie caminhando em minha direção furiosa e vejo dois enfermeiros ajudarem o cara, quase inconsciente a levantar. Ele me olha furioso e aponta pra mim e quando tenta vir para a minha direção, é impedido pelos enfermeiros.

 -EU VOU TE PROCESSAR! VOU PROCESSAR VOCÊS DOIS!- grita apontando pra mim e sinto um tremor nas minhas costas, me viro e vejo Dulce encolhida contra a parede e apertando as mãos contra o pescoço, como se ainda sentisse as mãos dele ali.

 -Você está bem?- pergunto me aproximando e tomando o lugar de suas mãos com as minhas, quase penso que ela vai me afastar e gritar comigo, mas tudo o que ela faz é inclinar a cabeça em minha direção e assentir de olhos fechados.

 Respiro aliviado. Ouço mais alguns passos e gritos contidos, mas tudo o que eu vejo e ouço é Dul e sua respiração pesada. Sinto alguém tocar meu ombro e me viro irritado pela intromissão e dou de cara com um cara bem mais velho e que nos olhava preocupado, principalmente para Dul.

 -Dulce, você está bem?- pergunta calmo e ela abre os olhos assustada e se afasta de mim rápido, deixando minhas mãos caírem ao meu lado, ela concorda fracamente e ele olha para o cara sendo contido na cama- Você vai prestar queixas?- assim que Dulce nega, eu a olho incrédulo e aponto para o cara na cama.

 -Você ficou maluca? Aquele cara tentou te matar, teria feito isso se eu não tivesse tirado ele de cima de você Dulce Maria. Você estava ficando ROXA!- grito a última palavra e ela me olha irritada, mesmo que tenha gratidão mergulhada em seu olhar.

 -O Sr. Rodrigues está abalado e…- tenta falar, mas é interrompida por um acesso de tosse, pego um lenço na cômoda ao lado e lhe entrego- Obrigada!- sussurra agradecida e contra sua vontade e eu bufo, teimosa!

 -Mesmo que ele esteja abalado Dulce, por qual motivo ele tentaria fazer… isso!- Annie fala pela primeira vez apontando em volta e Dulce cora ao vê-la.

 O médico, por que ele com certeza era um médico, nos encara curioso e acena para fora do quarto. Dul o olha agradecida e marcha a passos largos para fora, e eu a sigo junto com Annie e o médico, que pelo crachá, se chama Dr. Antônio Lucas.

 -O que aconteceu Dra. Saviñon?- pergunta sério quando já estamos uma boa distância do quarto e Dul cora e abaixa a cabeça em sinal de rendição.

 -E…eu, fui me desculpar com ele, pela Fabiana. Eu queria que ele soubesse que eu fiz tudo para que ela ficasse bem, mas… mas ele reagiu mal e me atacou, disse que eu devia estar morta e não a filha dele!- sussurra em um tom rouco, e dessa vez não por causa do estrangulamento e sim pelo choro.

 Toco sua mão e ela me deixa ficar assim por alguns segundos antes de se afastar.

 -Eu já disse isso ontem Dulce, não foi sua culpa. Não tínhamos como prever uma hemorragia como aquela- fala em um tom firme e Dulce concorda envergonhada e limpando uma lágrima no rosto- Eu preciso ir, fique longe daquele quarto por que depois vamos resolver isso. Desculpe por não termos nos apresentado antes, Dr. Antônio Lucas- diz sorrindo fracamente para mim e Annie e estendendo sua mão.

 -Christopher Uckermann!- o cumprimento e ele logo o faz com Annie- É um prazer!- digo com sinceridade e Dulce fica tensa ao meu lado e me olha séria, o que eu fiz agora? Era como se ela só tivesse notado que quem estava dando apoio a ela a poucos segundo era eu, seu inimigo mortal.

 -Espero vê-lo mais vezes Sr. Uckermann, mas não em situações que o senhor pule nos meus pacientes para defender uma das minhas médicas- fala em um tom sério e ao mesmo tempo amigável e eu concordo, eu não iria passar por uma situação dessas tão cedo, muito menos Dulce, se eu pudesse impedir - Até mais!- se despede e o vemos sumir pelo corredor.

 Me viro para Dulce, que estava em silêncio e ela me encara firme e com os olhos ardendo, mas eu não sabia exatamente o por que.

 -O que você está fazendo aqui?- pergunta com a voz rouca e eu olho no fundo de seus olhos, mergulhando neles até o fundo.

 -Salvando você!

  SEGUNDO CAP DE HOJE PESSOAL, ATÉ AMANHÃ!! COMENTEM E APROVEITEM!!