Fanfic: Onde Você Está Agora? - Vondy | Tema: Vondy

  Versão da Dulce:

 -O que você está fazendo aqui?- pergunto assustada assim que vejo Ucker sentado em uma das macas do pronto socorro, com a mão enfaixada por um pano coberto de sangue, a preocupação flui pelas minhas veias assim que ele me dá um aceno com uma careta de dor.

 Eu tinha saído de casa com os pensamentos longe, basicamente, em Ucker, querendo que ele tivesse ficado no meu apartamento comigo e que eu pudesse faltar ao trabalho, para que ficássemos deitados no sofá conversando e colados. Mas tínhamos obrigações, e agora ele estava ali na minha frente, com a mão machucada e me olhando com uma pontinha de medo, como se eu fosse brigar com ele por se machucar.

 Como isso tinha acontecido mesmo? O olho desconfiada e vou em sua direção e puxo a mesa com os utensílios pra mim.

 -Desculpe!- digo com uma careta quando ele exclama de dor no momento que eu tento tirar o pano ensanguentado em volta de sua mão- Só vai doer enquanto eu tiro- prometo e ele concorda e morde o lábio para evitar um gemido, me perco naqueles lábios durante alguns segundos até que eu pisco afastando os pensamentos pecaminosos, não era hora pra isso.

 Retiro o pano com cuidado e ele tenta não gemer, assim que consigo desenrolá-lo Ucker respira aliviado, mas eu faço uma careta ao ver o estado da sua mão, com vários cacos de vidro presos em sua pele aberta e o sangue voltando a escorrer.

 -O que você fez nessa mão, Christopher?- pergunto com o tom dividido entre preocupação e raiva, ele tinha feito isso de propósito?

 Ele dá de ombros e volta a morder o lábio envergonhado e antes que eu possa pensar que isso é uma má ideia e que se um dos meus superiores vissem, eu poderia ser despedida pela confusão que eu ia fazer, por que eu estava prestes a agredir um paciente pela sua burrice.

 -Idiota!- exclamo com a voz estridente lhe dando alguns tapas no braço, maldito!- Você fez isso de propósito seu inconsequente?- pergunto lhe acertando mais um tapa e ele tenta se desviar, mas eu o acerto mesmo assim, tamanha a minha irritação.

 -Não! Por que você sempre me bate quando tá irritada?- resmunga esfregando o braço e eu bufo e pego uma pinça na mesa, mas ele recua com um olhar horrorizado- É melhor você se acalmar antes de me tocar com essa pinça Dulce Maria, por que ela pode escorregar e forçar o vidro ainda mais pra dentro do meu corpo!- fala me olhando desconfiado e eu luto para não abrir um pequeno sorriso e pra provar o meu ponto, respiro fundo altivamente e depois lhe olho irônica- Agora eu me sinto seguro!- brinca com um pequeno sorriso e eu reviro os olhos.

 Durante mais de 15 minutos, eu trato de sua mão e tiro todos os cacos de vidro e ainda gasto algum tempo procurando outros e me garantindo de limpar sua pele e tirar qualquer impureza para depois dar 5 pontos na sua mão, com ele fazendo uma careta de dor a cada movimento.

 -Prontinho!- falo aliviada e ele fica relaxado e dá um suspiro de alívio.

 -Você não devia me dar um doce ou algo do tipo por eu ter sido bonzinho?- pergunta divertido e eu reviro os olhos, não tirando os olhos do curativo que eu tava fazendo pra finalizar.

 Termino e levanto um dedo pra ele para que ele espere e ele concorda, vou ao balcão e pego um papel e anoto uma receita de remédio pra dores e também pego outra coisa, volto pra sua maca e lhe entrego o papel.

 -Aqui é um remédio pra dor, caso você sinta. Tem que voltar aqui depois de 15 dias pra tirarmos os pontos e você tem que passar essa pomada no ferimento todos os dias- digo lhe entregando uma pomada e ele concorda sério e a guarda junto com a receita no bolso no casaco e se levanta para ir, mas eu seguro seu braço e tiro uma trufa roubada do jaleco e lhe entrego com um pequeno sorriso- Por ser um bom menino- brinco e ele abre um sorriso ao pegá-la da minha mão, um sorriso que eu chamei de, “desmaio- ataque cardíaco- morte prematura”.

 -Obrigado doutora- fala com a voz rouca e desembrulhando a trufa de morando, eu acho e dando uma mordida, um pouco escorre em seus lábios e sua língua corre para limpar e durante todo o momento eu não consegui desviar o olhar, querendo que tivesse sido a minha língua a limpá-lo daquele jeito- Aqui!- ele acena com o pedaço em direção aos meus lábios e eu abro sem folego e ele coloca dentro da minha boca e antes que eu possa evitar, eu chu/po seu dedão e lhe dou uma pequena mordidinha, que faz seu olhar incendiar e sua respiração combinar com a minha no quesito: pesada- Dul!- fala em tom de aviso e eu dou de ombros quando ele puxa o dedo fora da minha boca.

 -Acho melhor você ir, são 4 da manhã e hoje nós ainda vamos nos encontrar, não é?- pergunto insegura e ele logo confirma, afastando o olhar pensativo do meu rosto e olhando pro relógio com espanto.

 -Eu não sabia que era tão tarde!- fala surpreso e me olha como um pedido de desculpas, que eu afasto com um encolher de ombros- Que horas você sai?

 -Ás 7!- falo rapidamente e ele concorda e dá um olhar cansado em volta- Eu tenho o dia de folga amanhã, então vamos ter bastante tempo pra conversar- digo depois de alguns segundos e ele concorda e me surpreende ao me puxar para um abraço apertado, que eu retribuo com o rosto em seu pescoço, inspirando sua fragrância de hortelã e café, eu não sabia direito o segundo, mas só primeiro continuava o mesmo de nossa adolescência.

 -Até as 7, gatinha- fala com a voz rouca e eu fico tensa com o apelido e ele ignora e me aperta mais, até que eu relaxo em seu braços e ai sim, ele se afasta com um pequeno sorriso nos lábios e pisca pra mim- Vou esperar lá fora!- diz se afastando e eu não consigo me livrar de seu toque e cheiro.

 -Vou te acusar de perseguição!- falo em sua direção e ele dá de ombros enquanto caminha de costas e me olhando com adoração, manda um beijo e finalmente se afasta da maneira normal, sumindo pelas portas do pronto socorro.

 -Menina, que cara delícia!- tomo um susto quando uma das minhas colegas de trabalho chega do meu lado e fica olhando pra direção que Ucker saiu a pouco e mesmo não querendo, uma pontinha de ciúmes esquenta minha pele furiosamente.

 -Verdade!- sussurro depois que ela se afasta impressionada e eu reviro os olhos, ele parecia que sempre teria esse efeito nas mulheres no geral, infeliz!

 -Ei!- May me chama no corredor e eu a olho assutada e ele encolhe os ombros, como se gritar em um hospital fosse normal- Ouvi que você estava com um deus grego no pronto socorro, o Ucker tava aqui?- pergunta curiosa e eu reviro os olhos, não pela fofoca ter se espalhado igual fogo, mas por May deduzir que o deus grego que eu estava conversando só podia ser o Ucker.

 -Tava, ele machucou a mão e precisou levar ponto- falo sem parar de andar e ela me segue com a boca aberta.

 -O que aconteceu?- pergunta assustada e eu dou de ombros, tão curiosa quanto ela.

 -Ele não me falou, ainda. Mas vamos nos encontrar depois do meu turno e conversar- explico e ela concorda pensativa e quase pulando de animação e eu reviro os olhos, ela era muita mais expressiva do que eu e mostrava que estava animado por mim, enquanto eu olhava discretamente as horas de 10 em 10 minutos, contando os segundos.

 -Saviñon!- olho assustada pra cima e a chefe da pediatria me olhava com um sorriso divertido pelo meu susto- Cirurgia em 10 minutos, quer participar?- pergunta e eu arregalo os olhos e corro até ela.

 -Claro!- rebato sem folego, não dando tempo dela mudar de ideia e saindo sem me despedir da May.

 -Vão precisar de uma carona hoje?- Nick pergunta nos acompanhando e eu nego ao mesmo tempo que May concorda e Nick me olha divertido- Olha isso, Dulce Maria tá ficando chique e tá até recusando a se misturar com a plebe- zoa e caímos na gargalhada com seu drama.

 -Posso saber qual é a piada?- uma voz séria pergunta e eu olha pra frente surpresa, um segundo antes de colidir com o peito másculo de Ucker e ele segurar minha cintura com as duas mãos, mas não tirando o olhar mortal e desafiante de Nick durante nem um segundo, que ao contrário de Ucker, o olhava divertido e levantava a sobrancelha malicioso pra mim, me fazendo corar.

 -Você é o deus grego que todas estão falando- diz divertido e Ucker fica tenso e me aperta em seus braços, como se perguntasse sobre o que ele estava falando- Sou o Nicolas, prazer!- diz caloroso e estendendo a mão pra Ucker, que nem pisca pra pegar, mas Nick continua com um sorriso na cara e recolhe a mão- Parece que a baixinha já tem carona May, fomos devidamente abandonados!- diz circulando a cintura da May com um braço e ela se apoia nele e me olha com indignação fingida.

 -Sua falsa! Não nos procure mais!- exclama brincalhona e eu lhe dou um pequeno sorriso.

 -Isso mesmo!- Nick rebate e a puxa pra calçada, os dois gargalhando como duas crianças e suas brincadeiras pessoais, olho pra Ucker e ele ainda tinha uma expressão séria no rosto que me faz revirar os olhos e me soltar dele.

 -Não comece com algo que vai dar briga- digo em tom de aviso e ele bufa e pega a minha mão e me puxa pro seu carro estacionado a poucos metros de nós.

 -Vamos para o meu apartamento!- fala em um tom decidido e é a minha vez de bufar e entrar no carro, mesmo que o meu eu interior estivesse exultante, ele estava com ciúmes!

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