Fanfic: Onde Você Está Agora? - Vondy | Tema: Vondy

  Versão da Dulce:

 Não sei se foi o impacto do tapa ou o susto, mas a única coisa que eu sei sobre o desenrolar dos acontecimentos seguintes, foi: eu fui para trás a cai sentada no sofá enquanto a May empurrava a Lya pra longe de mim e Ucker gritava com ela e Nick veio desesperado me ajudar a levantar, já que eu ainda estava em choque. Eu não sabia se revidava ou tentava conversar como uma pessoa da minha idade, um lado estava pendendo mais do que o outro…

 Meu rosto ardia e eu sentia uma latejante dor na bochecha esquerda, pelo olhar de Nick eu soube que tava feio e que ia ficar inchado, principalmente quando eu toquei o local e meus dedos voltaram com sangue. Era ridículo, mas eu fiquei enjoada com o meu próprio sangue. Olho pra Lya incrédula, vendo ela tentando se livrar dos braços de Ucker que a prendiam pelas costas, a nuvem que nublava a minha mente estava se desfazendo e as coisas estavam ficando menos lentas. Ela tinha entrado no meu apartamento. E me batido. E queria bater mais. Por/ra.

 -Nunca mais faça isso Lyanna. Eu não me importo que você é a irmã do Ucker, você não vai entrar no meu apartamento e encostar a mão em mim, nem você e nem ninguém- digo me soltando das mãos de Nick e caminhando em sua direção até estar a centímetros de seu rosto.

 -Dul, por favor!- Ucker implora com os olhos suplicantes e eu bufo e aponto pra porta.

 -Tire a sua irmã do meu apartamento antes que eu chame a polícia, não brinque comigo!- digo séria e seu rosto fica sério e tenso com minha ameaça e ele concorda tenso, mas parecia que Lya não tinha terminado de despejar sua mer/da em mim e tentou mais uma vez se livrar do irmão, me fazendo dar um passo pra trás e May ficar na minha frente, protetora.

 -Você é uma mentirosa! Eu odeio você! Você escondeu sobre o bebê e quando nos encontramos você não me falou nada, NADA!- grita chorando e eu engulo um seco e vejo ela parar de lutar contra Ucker e se recostar no seu peito, como se não conseguisse se manter em pé- Eu não pude ter nenhum momento de felicidade ao descobrir que ia ter um sobrinho antes que isso fosse tirado de mim, e eu só descubro isso anos depois, VOCÊ É UM MONSTRO!- grita com os olhos vermelhos e May ofega e eu ouço um gemido de dor, tenho certeza de que ele veio de mim.

 -Não se atreva a falar assim com ela! Não se atreva a culpá-la por ter sido sequestrada e ter perdido o bebê, você não sabe o que ela passou!- May rosna e eu seguro seu braço antes que ela decida voar pra cima de Lya e agredi-la, mesmo que eu mesma queira fazer isso.

 -Lya, vamos embora, agora por/ra! Você tá descontrolada e só tá dizendo mer/da!- Ucker fala com a voz firme e ela nega e chora mais.

 -Já chega Lya!- surpreendentemente, não é Ucker, nem May e muito menos eu quem a repreende, é Nick e ele parecia assustador encarando Lyanna, que se encolheu com o seu tom e parou de chorar- Eu sei que você está com raiva, mas não é culpa de ninguém dentro deste apartamento!- fala firme e ela abaixa a cabeça e vejo seu rosto ficar vermelho, olho pra Nick e vejo sua expressão cansada e com uma pontinha de carinho, ele me olha suplicante e depois aponta pro corredor com cara de dúvida, concordo e ele me dá um pequeno sorriso- Vem, você está um desastre e precisa lavar esse rosto, se não ele vai ficar mais inchado- diz com carinho e lhe estendendo a mão e ela aceita na hora, para confusão de Ucker e May.

 -Lya… -Ucker chama, mas ela o olha e dá de ombros, vejo os dois desaparecerem pelo corredor e ouço uma porta sendo aberta e depois fechada, olho pra Ucker e deixo que ele veja a mágoa no meu olhar- Dul… me desculpe!- implora dando um passo na minha direção e ouço um bufo de May, que logo some pelo corredor, provavelmente pra ficar de olho em Lya para ela não surtar de novo.

 -Te desculpar por te trago a sua irmã pra cá, sabendo o que ela estava sentindo e deixá-la invadir o meu apartamento como uma louca?- pergunto irônica e ele fica vermelho de raiva e de vergonha- Eu falei sério quando eu disse que se ela me ameaçasse eu iria chamar a polícia!- aviso e ele concorda e se aproxima de mim aos poucos, testando o “terreno”.

 -Me desculpe, eu vou levá-la embora assim que ela sair do banheiro. Parece que nós Uckermann’s temos péssimas reações quando recebemos notícias abaladoras- eufemismo do ano!

 Ele circula minha cintura lentamente e segura meu rosto com a mão vaga, afagando minha bochecha de um jeito que eu me inclino em sua direção pedindo pelo seu toque. Ele abre um pequeno sorriso com a minha reação e se inclina até nossos lábios se tocarem levemente em um beijo calmo e controlado, nos separando apenas quando o ar acaba totalmente e mesmo assim lamentando.

 Ouço a porta do banheiro se abrir e bater novamente e fico tensa, antes que Lyanna e Nick apareçam na minha visão eu resolvo o que fazer.

 -Traga ela pra cá às 7, eu preciso fazer uma coisa- digo baixinho e ele me olha assustado e desconfiado, mas concorda mesmo estando com uma ruguinha de preocupação na junção entre as sobrancelhas, o deixando com um ar sério e perigoso.

 -Pra que?- pergunta desconfiado e eu faço uma careta.

 -Você vai ver amanhã, só tarte de mantê-la longe de mim quando vierem- digo amarga e ele concorda e puxa Lyanna pra fora antes que ela consiga dizer a primeira palavra, ouço May atrás de mim e me viro para ver seu olhar sério e um pouco triste.

 -Você vai levar eles lá, não é?- pergunta em um tom baixo e eu concordo, sabendo de onde ela está se referindo, Nick nos olha preocupado, mas logo dá de ombros e me olha sério.

 -Precisa de ajuda?- pergunta acenando pra minha bochecha e eu a toco sentindo a dor novamente e concordo.

 -Eu fiz café pra você- May acena pra cafeteira e eu sorrio pra ela, mesmo que o sorriso tenha sido um pouco forçado.

 Eram 6:40 da manhã e nenhuma de nós duas tinha dormido bem, atormentadas pelo passado e com o que aconteceria hoje quando Ucker e Lya chegassem, o que seria logo. Eu já tinha pegado as chaves do carro da May e a outra chave, tinha passado a noite inteira revirando na cama me convencendo de que eu teria que mostrá-lo para Ucker de um jeito ou de outro, era um direito dele. Mas ouvir Lya me chamar de monstro me fez ver que ela também precisava ver.

 A campainha toca e May corre pra abrir, deixando Ucker e Lya entrarem a passos lentos na cozinha e sala. Olho pra Lya de forma seca e fria e vejo seu olhar duro, mas arrependido. Sei que Ucker lhe pediu para pedir desculpas, mas eu não ia aguentar isso antes de ir para onde tínhamos que ir, e não hoje. Levanto a mão a calando assim que ela abre a boca pra falar.

 -Eu não quero ouvir a sua voz hoje Lyanna, eu estou te fazendo um favor te levando junto, porque esse seria uma coisa só minha e do Ucker, então cala essa boca e não se atreva a me irritar, antes que eu quebre a sua cara- ameaço e sua boca cai aberta, junto com a da May e do Ucker, que não esperavam isso de mim nem mesmo nos meus piores dias- Ontem você me acusou de ser uma mentirosa e de ser um monstro por não ter contado do meu bebê pra você, você me humilhou na minha própria casa e me deu um tapa, tudo porque no fundo você está se culpando por ter me deixado sair daquela loja. Eu não culpo você, a única pessoa culpada aqui se chama Marcos, então pare de ser uma cadela comigo por/ra!- xingo e ela pisca surpresa e concorda minimamente e eu sei que ela não vai falar nada durante um bom tempo.

 Olho pra Ucker e pra May e pego o meu café no balcão, junto com a bolsa e as chaves. Aceno em direção da porta e não olho pra eles enquanto saio.

 -Vocês podem ir me seguindo!- anuncio e ouço passos atrás de mim, informando que eles vão me seguir até para o fim do mundo por estarem curiosos.

 Prendo o folego ao entrar com o carro na minha rua de infância, acelero e paro em frente a casa dos meus pais e Ucker para logo em seguida do meu lado. Demoro alguns segundo a mais pra sair do carro, tentando controlar as lágrimas que eu sei que vão vir mais cedo ou mais tarde. Desço do carro mais recuperada e não olho pros dois quando caminho até a porta da frente e enfio a chave na fechadura.

 -Meus pais estão viajando com os Perroni’s, um cruzeiro!- digo em um tom sem vida e entro em casa, sentindo os cheiros familiares invadindo as minhas narinas e me causando um furacão de lembranças, tanto boas quanto más.

 Olho por cima do ombro pela primeira vez e vejo Ucker olhando pra tudo com saudades, enquanto Lyanna olhava pra tudo sem emoção. Engulo um seco quando encontro o olhar confuso de Ucker e aceno pra cozinha. Eles me seguem em silêncio e eu quase posso ouvir a música de enterro no fundo, algo muito apropriado. Vejo a porta dos fundos e paro a poucos centímetros dela, congelada no lugar e com a mão na maçaneta, sabendo que meus pais deixavam essa aberta pra mim.

 -Eu queria ter te mostrado isso no primeiro dia!- sussurro olhando pra Ucker e ele engole um seco e concorda, me dando a motivação para abrir a porta e sair para o jardim dos fundos, um jardim cheio de flores e com o sol da manhã refletindo em alguns pontos criando algo mágico.

 Mas não é isso que me causa a tremedeira e uma dor no coração insuportável. Dou um passo pro lado deixando Ucker e Lyanna passarem, sei quando eles avistam por que Lyanna solta um soluço e Ucker prende a respiração. Sei pra onde eles estão olhando. Sei que eles estão perdendo o folego por causa ela.

 Uma pequena e polida lápide em forma de cruz de pedra branca, no canto visível do jardim e rodeado pelas flores do verão. Uma pequena lápide branca com as inscrições:

  “Aqui jaz o filho de Deus que sucumbiu antes da vida, que sofreu antes da morte e que foi amado mais do que em mil vidas.

Aqui jaz o filho/filha de Dulce Saviñon e Christopher Uckermann.”

 É… a lágrima insistiu em escorrer.

  ME DESCULPEM SE TIVER ERROS DE PORTUGUÊS, MINHA INTERNET TÁ INSTÁVEL E EU PRECISAVA POSTAR ESSA CAP PRA VCS, EU DISSE QUE IA POSTAR DOIS :D, A DUL ACABOU DE MOSTRAR A SUPULTURA DO BEBÊ DELA, NO PRÓXIMA CAP TEM MAIS PESSOAL. ATÉ AMANHÃ, BJSS E COMENTEM CLARO!!