Fanfic: SR. UCKERMANN | Tema: RBD
Christopher
Vinte meses atrás
Não sei o que te dizer
Não sei nem o que dizer
Só sei que cuidar de você
Só aumenta o meu sofrer.
Absorto em pensamentos negativos e aborrecimentos, estacionei o jipe perto do beco. Nunca tinha vindo a esta parte da cidade. Mal sabia que existia. O céu estava mergulhado na escuridão, o frio do inverno me deixava ainda mais irritado. Meus olhos se voltaram para o painel do carro. Cinco e meia da manhã.
Eu prometera a mim mesmo que não apareceria quando ele chamasse novamente. Suas atitudes haviam criado uma enorme cratera em nossa relação, destruindo tudo o que fomos um dia. Mas eu sabia que não poderia cumprir a promessa de ficar longe. Ele era meu irmão. Mesmo quando estragava tudo — o que acontecia com frequência —, ele ainda era meu irmão.
Pelo menos quinze minutos se passaram até eu ver Jack sair mancando do beco,
pressionando um lado do corpo com a mão. Endireitei-me no banco e meus olhos encontraram os dele.
- Droga, Jack - murmurei, saltando do carro e batendo a porta. Eu me aproximei, e a luz de um poste iluminou seu rosto. Seu olho esquerdo estava inchado e fechado, seu lábio inferior tinha um corte profundo; e a camisa branca, manchada de sangue — O que diabos aconteceu? — perguntei em um sussurro, ajudando-o a andar até o jipe. Ele gemeu. Tentou sorrir. Gemeu de novo. Bati a porta do carona e corri de volta para o banco do motorista.
— Eles me esfaquearam. — Jack passou os dedos no rosto, o que só espalhou ainda mais sangue. Ele sorriu, mas sua aparência evidenciava a gravidade da situação — Eu disse para o "cabeça" que eu teria o dinheiro na próxima semana e ele mandou alguns homens para me cobrar. — Ele se encolheu de dor.
— Meu Deus, Jack — suspirei, descendo do meio-fio. Estava amanhecendo, mas de alguma forma parecia mais escuro que antes — Achei que você tinha parado de vender.
Ele sentou-se mais ereto e seu único olho aberto me encarou.
— Eu parei chris. Eu juro. — Ele começou a chorar — Eu juro por Deus, eu parei. — Ficou claro que ele não estava apenas vendendo, mas também usando de novo. Merda — Eles iam me matar. Eu sei disso. Eles foram mandados para...
— Cale a boca! — gritei, apavorado com a possibilidade de meu irmão mais novo morrer. Fui assombrado por um arrepio e um medo sobrenatural do desconhecido — Você não vai morrer, Jack. Apenas cale a porra da boca.
Ele chorava e gemia de dor, desesperado.
— Eu sinto muito... não queria arrastar você de novo para isso. - Olhei para ele e respirei fundo. Minha mão parou em suas costas.
— Está tudo bem — menti.
Eu havia me afastado de seus problemas. Eu me concentrei na minha música. Eu me concentrei nos meus estudos. Estava na faculdade, a um ano de fazer algo da minha vida. Porém, em vez de me preparar para o exame que faria em poucas horas, eu estaria fazendo curativos em Jack. Perfeito. Ele mexia nos dedos, olhando para o chão.
— Não quero mais me envolver com essas coisas, chris. E estava pensando. — Ele olhou para mim antes de desviar o olhar e baixá-lo de novo. — Talvez eu possa voltar para a banda.
— Jack...
— Eu sei, eu sei. Eu estraguei tudo...
— Ferrou tudo — corrigi.
— Tá. Mas, você sabe. A única vez que me senti feliz depois de Sarah... — Ele hesitou. Mexeu-se no banco, inquieto. Fiz uma careta — A única vez que fiquei feliz desde aquele dia foi no palco com vocês.
Meu estômago embrulhou, e não fiz nenhum comentário sobre aquilo. Mudei de assunto:
— Precisamos ir a um hospital - Seus olhos se arregalaram e ele balançou a cabeça em negativa.
— Não. Nada de hospital — recusou.
— Por quê? - Ele fez uma pausa e deu de ombros.
— A polícia poderia me pegar... - Ergui uma sobrancelha.
— A polícia está atrás de você, Jack?
Ele fez que sim com a cabeça. Eu xinguei. Então ele não estava apenas fugindo de pessoas nas ruas, mas também de quem prendia as pessoas nas ruas. Queria que isso fosse uma novidade.
— O que você fez? — perguntei, irritado.
— Isso não importa. — Lancei um olhar frio e ele suspirou — Não foi culpa minha. Juro que não foi. Há algumas semanas o "cabeça" queria que eu dirigisse um carro. Eu não sabia o que tinha dentro dele.
— Você transportou drogas?
— Eu não sabia! Juro por Deus que não sabia! - De que diabos ele estava falando? Pensou o quê? Que estava transportando doces de criança, porra? Ele continuou: — Os policiais alcançaram o veículo quando parei em um posto de gasolina para abastecer. Quando saí do posto, o carro estava cercado. Um policial viu que eu estava me afastando do carro e gritou para eu parar, mas não obedeci. Eu corri. Descobri que nossos anos de atletismo na escola valeram a pena. — Ele riu.
— Ah, isso é engraçado? Acha que é engraçado? — perguntei, meu sangue fervendo — Porque estou me divertindo pra caramba aqui, Jack! — Ele abaixou a cabeça. Suspirei. — Para onde eu levo você?
— Para a casa da mamãe e do papai — respondeu ele.
— Você está brincando, não está? Mamãe não vê você há um ano e a casa dela é o primeiro lugar aonde quer ir? Todo ensanguentado? Está tentando matar a coitada? E você sabe que a saúde do papai está fraca...
— Por favor Chris — resmungou ele.
— Mamãe caminha nas docas neste horário... — eu disse. Ele fungou e passou os dedos debaixo do nariz.
— Vou esperar no galpão e me limpar. — Ele fez uma pausa e virou-se para a janela do lado do carona — Vou ficar limpo — sussurrou Jack.
Como se eu nunca tivesse ouvido isso antes.
Prévia do próximo capítulo
Levamos vinte minutos para chegar à casa dos nossos pais. Eles moravam em frente a um lago a poucos quilômetros da cidade de São Paulo. Papai tinha prometido a nossa mãe uma casa no lago um dia, e fazia só alguns anos que ele conseguira comprar este imóvel. Era um quebra-galho, mas era o seu quebra-galho. Estacionei o carro atr&aacu ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 4
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candy1896 Postado em 15/03/2017 - 10:00:24
CONTINUA
dulcita_ Postado em 18/03/2017 - 00:40:46
Postado amor!
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monauckermann Postado em 11/03/2017 - 01:39:16
Continua*-*
dulcita_ Postado em 18/03/2017 - 00:40:31
Prontinho amor!!