Fanfics Brasil - Capítulo 1.1 SR. UCKERMANN

Fanfic: SR. UCKERMANN | Tema: RBD


Capítulo: Capítulo 1.1

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Roendo as unhas pintadas de preto, suspirei. O padre falava de Ana como se a tivesse conhecido.


Ele não a conheceu.


Nós nunca tínhamos ido à igreja, por isso o fato de estarmos ali agora parecia um pouco dramático. Minha mãe sempre disse que a Igreja estava dentro de nós e que poderíamos encontrar Deus em qualquer coisa, então não havia nenhuma razão para irmos lá todos os domingos. Na minha opinião, isso era apenas sua maneira de dizer: “Eu prefiro dormir até mais tarde aos domingos.”


Não dava para ficar dentro daquela igreja por um segundo a mais. Para um lugar de oração e fé, o ambiente propagava uma forte sensação de asfixia.



Virei a cabeça para as portas da igreja na hora em que meus ouvidos foram invadidos por mais um cântico de louvor.


Ai, meu Deus! Quantos louvores existem?


Levantando-me do banco, andei até o lado de fora, sentindo o calor do verão aquecer minha pele. Estava mais quente do que nos anos anteriores. Alguns pingos de suor começaram a rolar da minha testa antes mesmo de eu chegar aos degraus. Puxando o vestido preto que havia sido obrigada a usar, tentei não bambear sobre a altura pouco familiar de meus saltos.


Algumas pessoas provavelmente pensariam que era estranho eu estar usando o vestido que minha irmã morta havia escolhido. Mas essa era Ana. Ela sempre foi um pouco mórbida, falando de sua morte antes mesmo de isso ser uma possibilidade, antes mesmo de ficar doente, desejando que eu estivesse o mais bonita possível em seu funeral. O vestido estava um pouco apertado na cintura, mas não reclamei. Quem lá ia dar a mínima para as minhas reclamações?


Sentada no degrau mais alto da igreja, me apoiei nos cotovelos, colocando-os de maneira que eu sentia uma ligeira dor pela pressão que faziam contra o cimento. Funerais eram chatos. Observei uma formiga caminhar pelo degrau mais alto, parecendo tonta e confusa, andando sem rumo.


— Bem, parece que você e eu temos muito em comum, Sra. Formiga.


Protegi meus olhos do sol e olhei para o céu azul. Céu azul idiota, transbordando felicidade. Mesmo cobrindo os olhos, o sol ardia em mim, aquecendo-me com remorso e culpa. Fiquei de cabeça baixa enquanto estudava os degraus de cimento, circulando a ponta dos meus saltos. Não tinha certeza disso, mas estava começando a achar que a solidão era uma doença. Uma doença infecciosa, nojenta, que demorava a entrar em seu corpo e então te dominava, mesmo que você tentasse combatê-la ao máximo.


— Estou interrompendo? — perguntou uma voz atrás de mim. A voz de Caio. Virando-me, eu o vi ali de pé com uma espécie de baú do tesouro nas mãos. Ele sorriu para mim, mas seus olhos pareciam tristes. Dei um tapinha no espaço vazio do degrau ao meu lado e ele foi rápido em aceitar meu convite tácito. Ana havia escolhido sua roupa também. Um blazer azul que cobria sua camisa de malha surrada e rasgada dos Beatles. As pessoas lá dentro estavam provavelmente olhando torto para a roupa que ele escolhera, mas ele não ligava para o que os outros pensavam. Ele só se preocupava com uma menina e seus desejos e necessidades.


— Como você está? — perguntei, pousando minha mão em seu joelho. Seus olhos azuis encontraram os meus verdes, e ele riu primeiro. No entanto, nós dois
sabíamos que era uma risada de sofrimento. Meus lábios se curvaram para baixo. Pobre rapaz.


Não demorou muito para que ele colocasse aquela caixa ao seu lado e seus ombros curvassem para a frente. Ele cobriu o rosto com as mãos e se encolheu como uma bola nos degraus. Eu quase podia sentir seu coração se partindo em mil pedaços. Só tinha visto Caio chorar uma vez, e foi quando ele conseguiu os ingressos para ver Paul McCartney. Estas eram lágrimas muito diferentes.


Vê-lo desmoronar me fez sentir tão impotente, que tudo que eu queria era absorver toda a sua dor e mandá-la para o espaço, de modo que ele nunca tivesse que se sentir assim de novo.



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— Sinto muito — falei baixinho, colocando o braço no ombro dele. Ele continuou chorando por mais alguns instantes antes de enxugar os olhos. — Sou um idiota por desabar assim na sua frente. A última coisa de que você precisa é ver alguém caindo aos pedaços. Foi mal, dul — suspirou ele. Caio era o ca ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • candy1896 Postado em 15/03/2017 - 10:00:24

    CONTINUA

    • dulcita_ Postado em 18/03/2017 - 00:40:46

      Postado amor!

  • monauckermann Postado em 11/03/2017 - 01:39:16

    Continua*-*

    • dulcita_ Postado em 18/03/2017 - 00:40:31

      Prontinho amor!!


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