Fanfics Brasil - Capítulo 1.2 SR. UCKERMANN

Fanfic: SR. UCKERMANN | Tema: RBD


Capítulo: Capítulo 1.2

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— Sinto muito — falei baixinho, colocando o braço no ombro dele. Ele continuou chorando por mais alguns instantes antes de enxugar os olhos.


— Sou um idiota por desabar assim na sua frente. A última coisa de que você precisa é ver alguém caindo aos pedaços. Foi mal, dul — suspirou ele. Caio era o cara mais legal que já conheci. Era uma pena que caras legais se machucassem assim, porque todo mundo sabia que seus corações seriam sempre os mais prejudicados.


— Nunca peça desculpas para mim. — Cruzando os dedos, descansei meu queixo nas mãos. Ele inclinou a cabeça na minha direção e me cutucou no ombro.


— Como você está? — perguntou, dando-me aquele mesmo olhar de carinho que sempre dava. Minha irmã teria ficado ainda mais apaixonada por ele pela forma como se preocupou comigo. No mundo que vinha depois deste aqui, eu tinha certeza de que ela estava com um sorriso no rosto, divertindo-se com o rapper 2Pac e a mãe do Nemo.


Um sorriso se abriu em meus lábios lentamente, e a simples lembrança de que eu não era a única que estava sofrendo me veio à mente. Caio tinha sido tudo para Ana, mas Ana era o universo dele.


Ele era dois anos mais velho que nós, e nos conhecemos no ensino médio. Ana estava no segundo ano, e eu no primeiro, pois tinha ficado um ano sem estudar, por causa da minha doença. Em algumas semanas, Caio começaria seu segundo ano de faculdade, voltando para o norte para estudar medicina, o que era irônico, uma vez que a dor de seu coração não poderia ser curada por nenhum medicamento.


— Estou bem, Caio — Era mentira, e ele sabia que era mentira, mas tudo bem. Ele não ia me questionar sobre isso — Viu Henry lá dentro? — perguntei, virando por um instante para olhar as portas da igreja.


— Vi, sim. Conversamos um pouco. Você falou com ele?


— Não. Também não falei com minha mãe. Há dias não falo com ela. — O tremor em minha voz foi percebido por Caio e ele passou o braço pela minha cintura, me puxando mais perto para um abraço consolador.


— Ela só está de luto. Não é por mal. Tenho certeza. - Passei meus dedos pelos degraus de cimento, sentindo a textura áspera na minha pele lisa.


— Acho que ela gostaria que tivesse sido eu — confessei baixinho. Uma lágrima caiu pelo meu rosto, e virei para Caio, que parecia estar sofrendo bastante com minhas palavras — Acho que ela não consegue nem olhar para mim, porque, bem... sou a irmã gêmea má que continuou viva.


— Não — falou com autoridade. — Dulce, não há um pingo de maldade em você.


— Como você sabe?


— Bem... — Ele endireitou-se e abriu um sorriso bobo. — Sou médico. Em formação, pelo menos. — Não pude deixar de rir com seu comentário. — E, só para você saber, durante a última conversa que Ana e eu tivemos, ela não parava de repetir como estava feliz por não ser você no lugar dela. - Mordi meu lábio inferior, tentando conter as lágrimas que estavam prestes a rolar.


— Obrigada, Caio - Disponha, amiga. — Ele me abraçou uma última vez antes de nos separarmos. (O que me leva ao próximo assunto.) Ele pegou a caixa ao seu lado e a colocou no meu colo.


— É de Ana. Ela me pediu para dar essa caixa a você depois do funeral. Não sei o que tem dentro. Ela não quis me contar. Só me disse que era para você.


Olhei para a caixa de madeira, passando os dedos nela. O que poderia haver ali dentro? O que poderia deixá-la tão pesada? Caio se levantou dos degraus e colocou as mãos nos bolsos. Escutei seus passos enquanto ele se aproximava das portas da igreja e abria uma delas, fazendo o murmúrio de choro que vinha lá de dentro parecer muito mais danoso. Não levantei o olhar, mas sabia que ele ainda estava ali. Ele pigarreou e esperou alguns instantes antes de falar.


— Eu ia pedi-la em casamento, sabe?


A caixa de madeira no meu colo pesou em minhas coxas, e senti o sol de verão perfurando meu rosto, cuspindo sua luz na minha pele. Sem olhar para ele, assenti.


— Eu sei.



Uma expiração profunda saiu de seus lábios quando ele se virou para entrar de novo na igreja. Fiquei sentada ali por mais algum tempo, em silêncio, pedindo que o sol me derretesse sobre os degraus. Pessoas vagavam por ali, mas ninguém parava para olhar. Estavam ocupados demais vivendo suas vidas para notar que a minha tinha de alguma forma chegado a um impasse.



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A porta da igreja voltou a abrir, só que desta vez foi Henry quem veio sentar-se ao meu lado. Ele não falou muito, mas se sentou longe o suficiente para que eu não me sentisse muito desconfortável. Mexendo no bolso de seu terno, ele tirou um maço de cigarros e acendeu um. Uma nuvem de fumaça saiu de seus lábios, e assisti aos ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • candy1896 Postado em 15/03/2017 - 10:00:24

    CONTINUA

    • dulcita_ Postado em 18/03/2017 - 00:40:46

      Postado amor!

  • monauckermann Postado em 11/03/2017 - 01:39:16

    Continua*-*

    • dulcita_ Postado em 18/03/2017 - 00:40:31

      Prontinho amor!!


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