Fanfic: SR. UCKERMANN | Tema: RBD
A porta da igreja voltou a abrir, só que desta vez foi Henry quem veio sentar-se ao meu lado. Ele não falou muito, mas se sentou longe o suficiente para que eu não me sentisse muito desconfortável. Mexendo no bolso de seu terno, ele tirou um maço de cigarros e acendeu um. Uma nuvem de fumaça saiu de seus lábios, e assisti aos padrões hipnóticos que ela fazia no ar antes de se dissipar.
— Você não acha que é um pouco macabro fumar na escadaria de uma igreja? - Henry bateu algumas cinzas da ponta do cigarro antes de responder.
— Considerando que o mundo acaba de enterrar uma das minhas filhas, acho que posso fumar um cigarro nessas escadas e dizer: “Foda-se, mundo.” Pelo menos hoje. - Eu dei uma risada, repleta de sarcasmo.
— Parece um pouco ousado da sua parte nos chamar de filhas depois de dezoito anos só de telefonemas de aniversário e cartões de Natal. — Era a primeira vez depois de muito tempo que Henry viajava do Rio até aqui.
Ele não quis que sua missão na vida fosse ganhar uma caneca de Melhor Pai do Mundo, e aprendi a lidar com isso. Mas, ele vir aqui, logo hoje, e desempenhar o papel de pai de luto parecia um pouco dramático, até mesmo para o cara fumando um cigarro. Henry respirou fundo, sem falar nada. Ficamos sentados e observamos as pessoas por um bom tempo, o suficiente para que eu me sentisse mal pela maneira como havia falado com ele.
— Foi mal — murmurei, olhando para ele — Não quis dizer isso. — Eu não tinha nem certeza de que aquilo o deixara chateado comigo. Acho que às vezes era mais fácil ser cruel do que ficar magoada. Em pouco tempo, Henry revelou o verdadeiro motivo por ter se juntado a mim ali fora.
— Falei com sua mãe. Está sendo bem difícil para ela. — Sem comentários de minha parte. É claro que ela estava passando por um momento difícil! Sua filha favorita estava morta! Ele continuou: — Concordamos que seria melhor se você fosse morar comigo. Começar e terminar seu último ano do ensino médio no Rio. - Desta vez, ri de verdade.
— Ah, tá, Henry. — Pelo menos ele ainda tinha senso de humor. Um senso de humor estranho, mas ainda assim engraçado. Ao me virar para ele, vi o olhar de tristeza enchendo seus olhos verdes; o mesmo tom de verde dos meus. E de Ana. Meu estômago doeu. Meus olhos ficaram marejados — Você está falando sério? Ela não me quer mais aqui?
— Não é isso... — Ele hesitou, sem querer me ofender. Mas era isso. Ela não me queria mais.
Eu sabia que estávamos passando por um momento difícil, mas é pelo que toda família passa após uma morte. Elas passam por momentos difíceis. Pisam em ovos. Gritam quando precisam e choram enquanto gritam. Elas desmoronam. Juntas!
As dores de estômago das últimas semanas estavam de volta, e eu me odiava por sentir que ia desmaiar. Não na frente de Henry. Não desmaie na frente dele. Levantei-me do degrau, a caixa de madeira debaixo do braço esquerdo. Espanando a parte de trás do meu vestido com a mão direita, me virei para a igreja.
— Está tudo bem — menti. Por minha mente passava um turbilhão de pensamentos desesperados sobre o que estava por vir. — Além do mais... quem precisa ser querida, afinal?
Prévia do próximo capítulo
Havia se passado uma semana desde o enterro, e minha mãe tinha ficado com Jeremias a maior parte do tempo. Para ser sincera, não foi exatamente como eu tinha imaginado que seriam as últimas semanas do verão — chorando sozinha dentro de casa todas as horas do meu dia. Eu era oficialmente patética. A boa notícia, eu não ti ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 4
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candy1896 Postado em 15/03/2017 - 10:00:24
CONTINUA
dulcita_ Postado em 18/03/2017 - 00:40:46
Postado amor!
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monauckermann Postado em 11/03/2017 - 01:39:16
Continua*-*
dulcita_ Postado em 18/03/2017 - 00:40:31
Prontinho amor!!