Fanfics Brasil - Capítulo 1 (PARTE 1) No Mundo da Dulce(adaptada)

Fanfic: No Mundo da Dulce(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 1 (PARTE 1)

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Eu odeio meu trabalho! Eu odeio meu chefe! Eu odeio minha vida!


Ah, eu também odeio segundas-feiras.


Existem pessoas que têm sorte e conseguem trabalhar naquilo que gostam. E existem pessoas como eu, que chegaram perto, mas tão perto, que quase tocaram o sonho, só para vê-lo evaporar feito fumaça.


Onde é que eu estava com a cabeça quando pensei que trabalhar na revista Fatos&Furos fosse a melhor coisa do mundo? Tudo bem que eu tinha acabado de sair da faculdade e o grande redator-chefe Christopher Uckermann era um deus entre os estudantes de jornalismo — e isso me incluía —, de modo que trabalhar com ele era uma espécie de sonho coletivo. Se ao menos eles soubessem quem é o verdadeiro Christopher...


Soltei o ar com força, equilibrando o celular entre o ombro e a orelha enquanto ligava o computador arcaico sobre a minha mesa, posicionada na entrada da revista, em frente a um painel repleto de capas antigas da Fatos&Furos. As instalações ali não eram grandes. A antessala — onde eu fora exilada — contava apenas com uma mesa, uma cadeira rosa e o imenso painel. O coração da revista funcionava numa sala espaçosa dominada por diversas mesas. A copa era minúscula e só comportava uma pessoa de cada vez. E havia ainda a sala do Christopher, o único que tinha um pouco de privacidade, apesar da janela alta com visão total da redação.


Eu sabia que estava de mau humor, mas quem poderia me culpar?


Qual é a probabilidade de você encontrar o cara que te traiu durante meses com a vizinha em uma cidade com quase dez milhões de habitantes? Uma em um zilhão? Claro que, com a sorte que eu tinha, eu toparia com ele. E é evidente que o Pablo estaria lindo e radiante, os cabelos castanhos ligeiramente ondulados bem comportados, os olhos castanhos com carisma de sapato novo, e eu obviamente não estaria em um dos meus melhores dias — estava chovendo, e meus cabelos se revoltavam ao menor sinal de umidade. E era por isso que eu evitava a todo custo chorar em público.


“Me dá mais uma chance, Dulce. Eu mudei!”, ele implorara um pouco mais cedo, em frente ao prédio de fachada cinzenta no centro da cidade, onde eu trabalhava. Era mais fácil acreditar que palestinos e israelenses dariam as mãos e dançariam nus em volta da fogueira de Beltane, na Escócia, do que em qualquer coisa que aquele canalha dissesse. De modo que soltei um sonoro e altivo


“Me esquece, porra!” e o deixei falando sozinho.


Eu ficara tão zangada que podia matar qualquer um que se atrevesse a me olhar por mais de dois segundos, então passei a mão no celular e liguei para minha amiga antes que pudesse voar sobre um dos engravatados que trabalhavam no andar debaixo do da revista, em um escritório de advocacia, e que me lançavam sorrisinhos idiotas enquanto entrávamos juntos no elevador.


Anahí atendeu no segundo toque e eu fui contando tudo aos trancos ao seguir rumo ao oitavo andar.


— Eu não acredito que o Pablo teve a cara de pau de te procurar de novo, Dulce — minha amiga comentou, indignada. — Quando esse cara vai cair na real e perceber que você tá muito melhor sem ele? Qual foi a mentira que ele contou dessa vez?


— As mentiras de sempre. Disse que não foi culpa dele, que quando se deu conta a mão já estava no decote da Samara, que foi um acidente e que não passou de uma única vez.


— Você não caiu nessa, né?


— Era só o que me faltava, Any! — reclamei ao celular. — Não acredito no que o Pablo diz faz tempo.


— Ah, graças a Deus! Fiquei com medo de que você tivesse uma recaída e me obrigasse a te manter em cárcere privado para não fazer nenhuma bobagem. Eu ri.


A Anahí era a melhor amiga do mundo, e também minha colega de quarto, por assim dizer. Dividíamos o apartamento havia cinco anos. Nós nos conhecemos quando moramos na mesma república, eu cursava jornalismo e ela, arquitetura. Ela era engraçada, sempre me entendia e era a única pessoa que, vez ou outra, usava palavras como “inócuo”, “acurado”, “loquaz”, “incólume” e esse tipo de coisa que ninguém nunca usa sem parecer idiota. Eu me apaixonei por ela — não, não desse jeito! — imediatamente.


Minha amiga estava se dando bem na vida, conseguira uma vaga na renomada Oliver Design como estagiária anos antes e acabou sendo efetivada, além de se tornar assistente do figurão. Anahí planejava em breve assumir alguns projetos sozinha. Enquanto isso, eu seguia em meu emprego medíocre.


— Escuta só essa — eu continuei, girando de um lado para o outro na cadeira rosa. — O Pablo disse que esses últimos três meses foram horríveis e que sente muito a minha falta. E que ele acha que a gente pode superar isso tudo.


— Talvez ele possa mesmo — concordou Anahí —, mas você não.


— Não levo muito jeito pra mulher de malandro. Eu queria tanto bater nele quando ele disse que ainda me amava que a minha mão chegou a coçar.


Tá legal, parte de mim — aquela parte idiota e romântica que acredita em finais felizes e que chocolate diet não engorda — quis acreditar nele. A gente foi feliz junto... Isso é, antes de ele começar a me trair com a vizinha e tal... Além do mais, dois anos de relacionamento tinham que ter significado alguma coisa. Antes de eu flagrá-lo se enroscando com a Samara, a vizinha balzaquiana de pernas longas e peitos gigantescos (e olha que não é despeito não, eu uso sutiã tamanho 44, então dá para ter uma ideia da enormidade da comissão de frente da Samara), eu chegava a me perguntar se daríamos o próximo passo em breve, talvez morar juntos por um tempo. Mas eu não conhecia o verdadeiro Pablo. O fato de ele ter tido uma amante por mais de seis meses e eu nunca ter desconfiado de nada era prova disso.


— Ele é um grande idiota, simples assim — Anahí resmungou ao telefone.


— É, é sim, e eu... — A porta dupla de vidro se abriu e bateu com uma pancada surda. — Ai, droga, o demônio nerd chegou. Preciso desligar! Tchau, Any!


Meu chefe, também conhecido como demônio nerd, cão chupando manga e babaca sem noção — e isso tudo nos dias bons —, entrou na redação e lançou seu tradicional:


— Bom dia, Clara.


Eu cheguei a pensar que fosse explodir como uma lata de refrigerante quente sacudida ao vê-lo passar em frente à minha mesa.


Na recepção. 



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Autor(a): leticialsvondy

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Eu era a porcaria da secretária da redação. Condenada a anotar recados havia cinco meses. Eu, jornalista por formação, era uma reles menina de recados. Eu odiava a minha vida. Odiava ainda mais meu chefe idiota que nem sabia meu nome. Christopher Eu-Sou-Foda Uckermann, um homem totalmente desprovido de simpatia e de senso de moda, achava ...



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 76



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  • anne_mx Postado em 09/10/2022 - 23:32:35

    Eu amei! Apesar de não curtir isso de cigana pq eu nao acrdito, mas a história de amor foi lindaaaa <3

  • roro Postado em 26/05/2020 - 22:24:53

    Amei parabéns

  • candydm Postado em 10/09/2017 - 02:05:49

    Meu Deus, eu não sei o que exatamente falar/escrever. Primeiramente, obrigada por voltar a postar, senti muita falta mesmo, meus olhos brilharam ao ver o tanto de capítulos novos que tinha para ler. Me desculpem por estar ausente nos comentários e consequentemente fazer você desanimar com a fic. Tentarei ser mais ativa daqui pra frente. Por fim, por favor, eu tô em choque querendo saber o que aconteceu com a Dulce, já estou (literalmente) chorando e sofrendo por antecipação. Posta mais, eu te imploro!

  • Juju Uckermann_ Postado em 07/09/2017 - 15:48:18

    voltou a postar FINALMENTEEEE <3!!!!!!!!! Continuuuuaaaaaaaaa!!!

  • tati0905 Postado em 06/09/2017 - 21:10:02

    Ahhhhhhhhh que bom que vc voltou a postar.....amei amei

  • Lilly Perronita Postado em 13/07/2017 - 15:41:56

    essa fic é tão maravilhosa!!! cade vc???

  • tati0905 Postado em 30/06/2017 - 21:49:38

    Como assim????Vai nos abandonar e nos deixar curiosas??? Postado mais.... não para não

  • drysouza Postado em 22/06/2017 - 02:24:26

    como vc para logo nessa parte? estou surtando, posta logo...

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 04/06/2017 - 16:48:02

    Chocada que a Alexia terminou com o Christopher pq leu o horoscopo da Dul *0* Espero que a Alexia ñ tente volta com o Christopher!! O horoscopo funciona, Dul podia escrever no dela assim: 'Vc casara com um maluco por LEGO e vivera feliz sem nenhuma vara pau no caminho', perfeito gente!! Continua!!

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 01/06/2017 - 20:42:55

    Não acredito que o Poncho tava enganando a Annie, que safado e ainda tem noiva! Annie ñ devia fica braba com a Dul só pq ela escreveu aquilo do signo dela, ahh ñ quero as duas brigadas :( To vendo que essa historia do 'Na mira' vai trazer problemas pro casal vondy!! Afff la vem a vara pau da Alexia -_- Continua!!


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