Fanfics Brasil - Capítulo 36 (PARTE 2) No Mundo da Dulce(adaptada)

Fanfic: No Mundo da Dulce(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 36 (PARTE 2)

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— Como pode ter tanta certeza? — Ah, cala a boca! De que lado você está?


Ele lutou contra um sorriso, mas acabou perdendo a batalha.


— Porque eu te conheço, Dulce. Porque, apesar de toda a loucura que ocorreu entre a gente, sei que fui o único homem que frequentou a sua cama nos últimos meses.


— Achei que você ia gritar comigo quando eu te contasse — confessei, passando os dedos nas beiradas das páginas em meu colo.


— Não achou não, ou não estaria aqui agora. Que tal eu comprar um daqueles testes de farmácia e acabarmos de uma vez por todas com o suspense?


Eu me encolhi no assento.


— Tenho um na bolsa. Tenho andado com aquilo pra cima e pra baixo desde que me dei conta do atraso.


— Bem... o que está esperando?


— Mas e se der positivo, Christopher? E se eu estiver... grávida?


Ele me fitou por um longo momento, e eu tentei adivinhar o rumo de seus pensamentos, mas seu rosto permaneceu impassível, não devolvia nada.


— Então você e eu vamos sentar e conversar — esclareceu à meia-voz.


— E aí você vai gritar comigo? — eu quis saber, esperançosa.


Ele comprimiu os lábios, segurando um sorriso teimoso.


— Por que quer que eu grite com você?


— Não sei. Acho que por ter visto como o Raul reagiu ao saber da gravidez da Lorena.


— Jamais gritaria com você por isso. Eu já disse, você não fez nada sozinha. Sou tão responsável quanto você. Isto é — ele empurrou os óculos para cima usando o indicador —, se houver mesmo algo pelo qual se responsabilizar. E nós só vamos saber a resposta se você fizer o teste.


Tá legal. Eu podia fazer aquilo. Era só entrar no banheiro e pronto. Eu nem precisaria olhar o resultado. Christopher podia fazer isso por mim.


Levantei-me apressada e me surpreendi quando ele fez o mesmo.


— Vou te acompanhar até o banheiro — avisou.


— Ah, acho melhor não. As pessoas vão estranhar.


Ele franziu o cenho.


— Tem razão. — Olhou para o relógio. — Pega suas coisas. Vamos pra casa.


Está quase no fim do expediente de qualquer forma.


— Hã... sem querer ser chata, mas isso também vai fazer as pessoas estranharem.


Então Christopher disse a única coisa que me faria aceitar sair mais cedo e ao lado dele, deixando um rastro de fofocas que só Deus saberia que consequências trariam.


— A gente vai fazer isso juntos, Dulce. Não me interessa o que os outros vão pensar. Você é tudo que me importa agora.


Assenti e o deixei se aproximar, abrindo a porta e se afastando para o lado, me dando passagem. Parei na minha mesa só para desligar o computador e pegar a bolsa. Como previra, todos os olhares estavam grudados em mim, ainda mais depois que Christopher me segurou pelo cotovelo com uma gentileza comovente e me guiou até o elevador. Foi um alívio quando entramos na caixa metálica e as portas se fecharam, nos exilando do bando de curiosos que, eu tinha certeza, dariam as apostas por encerradas.


Eu tremia dos pés à cabeça, absurdamente tensa com a possibilidade de o resultado ser positivo. O que eu ia fazer? Como ia enfrentar uma gravidez sozinha?


Como eu poderia ter um filho de um homem que não me queria? Eu ainda nem tinha uma carreira, caramba!


Christopher seguiu em direção ao meu carro.


— Fique calma. — Ele alisou meu braço com delicadeza, como se quisesse me aquecer com isso.


— É fácil falar. Não é você quem vai vomitar por nove meses e depois ter um bebê rasgando seu corpo pra sair.


Entrei no carro e destranquei a porta do passageiro. Ele sentou ao meu lado, batendo a porta com força. Dei partida e comecei a manobrar.


— Tem razão — concordou. — Mas vou estar ao seu lado para segurar seu cabelo quando estiver vomitando e, quando chegar a hora do parto, vou obrigar o médico a te entupir de drogas para dor. Depois ficarei segurando sua mão até você acordar.


Já estávamos na avenida movimentada. Eu queria que ele continuasse falando. Aquilo me acalmava.


— E como vai obrigar o médico a me dopar? — eu quis saber.


— Vou ameaçar colocar uma foto embaraçosa dele na revista, claro. Acabei rindo.


— E você vai conseguir essa foto de que jeito?


— Invadindo a casa dele no meio da noite, enquanto ele estiver de plantão. Vou aproveitar e sequestrar o diploma dele. Para o caso de ele não ceder à chantagem apenas com a foto.


— É um bom plano, mas depois disso você seria preso, e eu e o bebê teríamos que levar cigarros pra você aos domingos.


— Que eu trocaria por segurança na prisão, para manter minha masculinidade intacta. Sabe como é. Sou um homem muito atraente — brincou.


Ah, eu sabia disso muito bem.


— Três anos mais tarde — falei —, você sairia da cadeia por bom comportamento e estaria desempregado. O bebê e eu teríamos que vender doces no farol.


— E nenhum meio de comunicação sério me daria emprego, o que me obrigaria a aceitar a oferta de algum pasquim sem credibilidade.


— Mas, como você fez muitos contatos na época em que esteve na cadeia, investigaria um caso antigo sem solução e descobriria toda a verdade.


— Que tipo de caso? — ele quis saber.


— Humm... um crime envolvendo um famoso jogador de futebol da década de cinquenta...?


— Legal! — Seus olhos brilharam. — E eu conseguiria uma boa grana pela matéria, porque a venderia para todos os veículos de comunicação e recuperaria meu bom nome. Mas não aceitaria nenhuma das propostas milionárias de emprego, porque, depois de ficar preso, desejaria ver o mundo. Então eu iria atrás de você e do bebê e os levaria para morar comigo em Indianápolis. Algum olheiro me veria andando pelas ruas da cidade na minha Ducati e me convidaria para ser piloto do MotoGP. Mas eu não ganharia uma única corrida.


— Não tenho tanta certeza disso. Você dirigi feito louco. Acho que seria um bom piloto, mas eu não ia gostar muito. Ficaria preocupada que você se machucasse.


— Ficaria? — ele perguntou, parecendo surpreso.


— É claro, Christopher! Você acha que eu não me descabelaria toda vez que você subisse numa daquelas coisas que voam a trezentos quilômetros por hora, protegido apenas por um capacete? Já fico aflita aqui onde, graças a Deus, existem leis de trânsito pra te impedir de passar de cento e vinte por hora.


— Você fica aflita? Por quê?


Porque é o que faz uma mulher apaixonada, desejei acrescentar.


Corei ao sentir seus olhos fixos em mim, esperando a resposta.


— Porque... eu... Não importa, Christopher. — Sacudi a cabeça.


O silêncio que se seguiu foi angustiante. Tentei prestar atenção no trânsito e não piorar ainda mais a situação batendo o carro. Vinte minutos depois, eu estacionava em frente ao prédio. Girei a chave e puxei o freio de mão, mas não me movi nem um centímetro a mais. Minha vida podia estar prestes a mudar, como eu poderia sair do carro e enfrentar o que estava por vir? Ter um bebê fazia parte dos meus sonhos, mas em um momento mais oportuno. Quando eu tivesse estabilidade financeira, um emprego do qual me orgulhasse e um homem que me amasse, por exemplo.


— Vamos subir e acabar logo com isso, Dulce. Você parece prestes a desmoronar, e eu não sou o cara certo pra juntar seus destroços.


Apenas naquele momento a frieza dos últimos dias se tornou perceptível em seu tom de voz. E foi uma pena, pois eu estava morta de saudades do outro Christopher.


Ah, meu Deus, eu separava os dois. O Christopher mau e o Christopher bom. Como o Médico e o Monstro. Ou Clark Kent e o Super-Homem. Se bem que os dois últimos eram bem bacanas... e muito gatos. Assim como o Christopher.


Eu o segui para fora do carro, me mantendo sempre um passo atrás, até chegarmos ao apartamento da Mai. Madona nos saudou, e tomei todo o tempo do mundo para brincar com ela.


— Vamos, Dulce, não seja covarde — ele provocou, apontando com a cabeça para o banheiro no fim do corredor.


— Tô com medo — sussurrei.


Ele pareceu compreender o tormento dentro de mim, pois seu semblante se tornou doce ao dizer:


— Quer que eu entre com você?


— Ai, meu Deus, Christopher. É claro que não! — Mas era só o que faltava!


— Vou ficar na porta então, pronto pra te receber quando sair.


— Não. Assim eu não consigo — objetei, sem graça. — Você me espera aqui na sala. Volto quando estiver tudo pronto.


A caixinha do exame parecia um pandeiro em minhas mãos trêmulas conforme eu seguia até o banheiro. Dois minutos depois, voltei para a sala, onde Christopher me esperava de pé, tentando parecer calmo e tranquilo, mas o pequeno V entre suas sobrancelhas o entregava.



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Autor(a): leticialsvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 76



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  • anne_mx Postado em 09/10/2022 - 23:32:35

    Eu amei! Apesar de não curtir isso de cigana pq eu nao acrdito, mas a história de amor foi lindaaaa <3

  • roro Postado em 26/05/2020 - 22:24:53

    Amei parabéns

  • candydm Postado em 10/09/2017 - 02:05:49

    Meu Deus, eu não sei o que exatamente falar/escrever. Primeiramente, obrigada por voltar a postar, senti muita falta mesmo, meus olhos brilharam ao ver o tanto de capítulos novos que tinha para ler. Me desculpem por estar ausente nos comentários e consequentemente fazer você desanimar com a fic. Tentarei ser mais ativa daqui pra frente. Por fim, por favor, eu tô em choque querendo saber o que aconteceu com a Dulce, já estou (literalmente) chorando e sofrendo por antecipação. Posta mais, eu te imploro!

  • Juju Uckermann_ Postado em 07/09/2017 - 15:48:18

    voltou a postar FINALMENTEEEE <3!!!!!!!!! Continuuuuaaaaaaaaa!!!

  • tati0905 Postado em 06/09/2017 - 21:10:02

    Ahhhhhhhhh que bom que vc voltou a postar.....amei amei

  • Lilly Perronita Postado em 13/07/2017 - 15:41:56

    essa fic é tão maravilhosa!!! cade vc???

  • tati0905 Postado em 30/06/2017 - 21:49:38

    Como assim????Vai nos abandonar e nos deixar curiosas??? Postado mais.... não para não

  • drysouza Postado em 22/06/2017 - 02:24:26

    como vc para logo nessa parte? estou surtando, posta logo...

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 04/06/2017 - 16:48:02

    Chocada que a Alexia terminou com o Christopher pq leu o horoscopo da Dul *0* Espero que a Alexia ñ tente volta com o Christopher!! O horoscopo funciona, Dul podia escrever no dela assim: 'Vc casara com um maluco por LEGO e vivera feliz sem nenhuma vara pau no caminho', perfeito gente!! Continua!!

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 01/06/2017 - 20:42:55

    Não acredito que o Poncho tava enganando a Annie, que safado e ainda tem noiva! Annie ñ devia fica braba com a Dul só pq ela escreveu aquilo do signo dela, ahh ñ quero as duas brigadas :( To vendo que essa historia do 'Na mira' vai trazer problemas pro casal vondy!! Afff la vem a vara pau da Alexia -_- Continua!!


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