Fanfics Brasil - Capítulo 39 (PARTE 2) No Mundo da Dulce(adaptada)

Fanfic: No Mundo da Dulce(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 39 (PARTE 2)

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Liguei para o celular da Lorena dali mesmo, avisando que estava em casa, e fiquei aliviada ao ouvir, ao fundo, Raul discutindo com a vovó por um motivo


qualquer. Quase chorei de alívio ao cruzar o longo e amplo corredor do terceiro andar em busca da porta 332. Minha casa nunca me pareceu mais aconchegante.


Eu estava com a chave na mão quando a porta atrás de mim se abriu.


— Oi — Christopher disse.


Ele estava todo arrumado — ou arrumado o bastante para ele —, de jeans e camiseta preta do Star Wars. Não parecia ter saído da cama. Ou estar prestes a deitar.


— Vai sair? — perguntei.


— Mais ou menos. — Ele fechou a porta atrás de si, prendendo Madona ali dentro. — Como está o Raul?


— Bem, graças a Deus. Ele fez novos exames. Deve ser liberado amanhã.


Ele assentiu, se aproximando.


— Fui ao hospital ontem, depois que saí da revista, mas já era tarde e você estava dormindo.


— Fiquei sabendo. — Abri a porta, mas não entrei.


— Pensei em ir até lá hoje ou te ligar, mas não queria me meter em assuntos de família. Como você não me ligou, imaginei que estivesse tudo bem.


— Estava mesmo.


— Que bom, fico feliz. — Mas ele não pareceu feliz, parecia... prestes a explodir por alguma razão. E, de certa maneira, explodiu. — O que você quis dizer, Dulce? — perguntou, aflito.


— O que eu quis dizer com o quê? — perguntei, cautelosa.


Eu não sabia ao certo o conteúdo da conversa que ele tivera com minha avó e meu irmão. Sua pergunta podia ter mil significados.


— Com isso. — Ele retirou uma folha de papel dobrada do bolso traseiro da calça, entregando-a a mim. Era meu e-mail impresso. Aquele último. As palavras “sinto muito” saltavam da página. — O que você lamenta, Dulce? Ter me conhecido? Ter me chutado? Ter brincado de gato e rato? O que você quis dizer?


Fechei os olhos e inspirei fundo.


— Christopher, tenho tanta coisa pra te dizer, pra explicar, mas estou exausta, preciso de um banho, comer alguma coisa e...


— Tudo bem, eu espero.


E, com isso, me empurrou para dentro de casa. Fechando a porta, Christopher pegou minha bolsa, jogou-a sobre a mesinha de centro e continuou me empurrando em direção ao banheiro.


— Você quer dizer que vai esperar aqui? — perguntei, horrorizada.


— Já passou da hora de termos essa conversa. Sei que seu dia foi exaustivo e... assustador, mas eu estou ficando louco, Dulce. Vá tomar o seu banho, vou esperar aqui.


— Mas, Christopher...


— Por favor, Dulce! Por piedade, caridade, ou seja lá como quiser chamar isso, tome seu banho, coma alguma coisa, mas fale comigo. — Ele correu a mão pelos cabelos, tirou os óculos e esfregou os olhos. Frustrado. Muito Frustrado. — Sei que o momento é ruim, mas preciso entender o que está acontecendo, ou eu vou enlouquecer. Uma hora você me quer, na outra diz que não. Fala uma coisa, mas faz outra. Nunca conheci ninguém tão... incoerente. Preciso que abra o jogo comigo. Por favor!


— Eu demoro muito no banho.


— Eu espero o tempo que for preciso.


— Provavelmente a água quente vai me deixar molenga e vou acabar cochilando enquanto a gente conversa — adverti, na esperança de que ele fosse embora e tivéssemos aquele papo quando eu estivesse ciente de tudo que sairia da minha boca.


— Assumo esse risco.


Meio irritada, peguei um pijama no quarto e fui para o banheiro. Cerca de quinze minutos depois, eu estava de banho tomado, com os cabelos pingando nas costas e a pele corada pelo calor da água e me sentindo dolorida em vários pontos.


Encontrei Christopher no sofá, as pernas afastadas, os cotovelos nos joelhos, as mãos unidas, os dedos tamborilando, impacientes.


Ele me examinou dos pés à cabeça antes de desviar os olhos para as próprias mãos.


— Preparei algo pra você comer. — Indicou o prato sobre a mesa de centro.


Examinei a comida de aspecto duvidoso. O suco de laranja foi fácil identificar, e acho que, um dia, aqueles quadrados chamuscados cobertos por uma gosma vermelha brilhante foram fatias de pão. Fiquei emocionada. Era a primeira vez que ele cozinhava para mim.— Obrigada, parece delicioso. — Eu me sentei e peguei uma torrada. Estava meio amarga, mas a geleia de framboesa disfarçava bem o gosto.


— Sou péssimo na cozinha. Desculpa. — Ele me lançou um sorriso triste. — Não precisa comer. Quer que eu peça uma pizza?


— Não. Eu quero as torradas. — Abocanhei mais um pedaço.


Nenhum homem jamais se dera o trabalho de me preparar uma refeição. Eu comeria o que ele me oferecia mesmo que tivesse gosto de papelão. Finalmente entendi por que Mai tolerava as experiências culinárias do Fernando com aquele sorrisão colado na cara.


— Você parece muito cansada.


— E estou. — Beberiquei alguns goles de suco sob seu olhar determinado. Parti para a segunda torrada.


Christopher soltou um longo suspiro e se levantou.


— Desculpa, eu... não estava pensando direito. Acho que posso esperar mais algumas horas. A gente conversa de...


— Espera. — Limpei a boca no dorso da mão e tomei o restante do suco antes de respirar fundo, criando coragem. — Fica comigo.


A confusão e a surpresa em seu rosto me fizeram corar.


— Você quer que eu passe a noite aqui com você? — perguntou, cauteloso.


Assenti, retorcendo os dedos freneticamente.


— Não quero ficar sozinha e... você... me acalma, eu me sinto mais...


— Não precisa explicar, Dulce. Eu fico.


Soltei um longo suspiro de alívio.


— Obrigada.


Depois de um embaraçoso momento, no qual o silêncio era quebrado apenas pelo som de nossa respiração, ele perguntou, indicando o prato à minha frente:


— Já terminou?


— Sim.


Ele esticou o braço.


— Então vem. Vamos pra cama.


Um tremor reverberou pelo meu corpo, mas aceitei a mão estendida. Christopher me ajudou a colocar o colchão sobre a cama depois que nos certificamos de que nada mais pingava do teto. Em seguida, levou o balde para a área de serviço. Enquanto isso, troquei os lençóis. Ele retornou no momento em que eu me preparava para esticar o edredom sobre o colchão.


— Eu faço isso — ofereceu com presteza.


Ele se atrapalhou um pouco, mas esticou a peça até ficar lisa e perfeitamente posicionada sobre o colchão. Então ergueu um dos cantos para eu me deitar. Assim que me acomodei, ele me cobriu. Em seguida, Christopher contornou a cama, retirou os sapatos e os óculos, colocando-os sobre o criado-mudo, apagou a luz e se deitou ao meu lado, ficando de frente para mim.


— Vem cá, Dulce. — Ele me puxou mais para perto, me abraçando. Enterrei o nariz em seu pescoço, sentindo seu aroma delicioso se impregnar em mim, o calor de seu corpo aquecer minha pele fria. Christopher soltou o ar com força em um misto de ternura e frustração, e isso fez meu peito doer.


— Desculpa — murmurei em seu pescoço.


— Por quê? Por ter sido honesta?


— Não fui honesta, fui imatura. Eu estava furiosa com você e acabei falando a primeira besteira que me passou pela cabeça. No sábado eu te disse coisas que não queria dizer. E sinto muito por isso. Nada do que eu disse é verdade. Não é mais, pelo menos. Eu só queria... magoar você, do mesmo jeito que você tinha me magoado.


Ele se afastou e eu pensei que me deixaria ali, mas ele apenas se esticou para alcançar e acender o abajur. Pisquei ante a claridade indesejada e levei um tempo para ajustar a visão. Quando ela voltou ao normal, encontrei o seu rosto praticamente colado ao meu. Christopher parecia exausto também, mas havia aquela expectativa brilhando em suas íris castanhas.


— Como assim? — perguntou, ansioso e esperançoso.


— Não gostei de saber que você e a Dalila estavam sozinhos na casa da minha avó — confessei, envergonhada. — Não gostei nem um pouco, fiquei furiosa e... fui atrás de vocês pra saber o que estava acontecendo. Entrei na casa pela cozinha e ouvi vocês conversando a meu respeito. Ouvi tudo.


— E por “tudo” você se refere... — ele se deteve, ficando rígido ao meu lado, esperando que eu continuasse.


— Ouvi você dizer a ela que éramos apenas amigos. E, quando ela perguntou se você me queria, também ouvi você dizendo... não.Ele me fitou, aturdido, e abriu a boca para falar, mas eu levantei a mão numa súplica e a apoiei em seu peito.


— Eu não pretendia espionar... muito. — Meu rosto queimava. Seria tão melhor se ele apagasse aquela maldita luz. — Dei meia-volta e estava indo embora quando tropecei em alguma coisa. E o resto da história você já conhece. E, tudo bem, Christopher. Eu entendi. Você não tá a fim de compromisso agora, e está certo. Acabou de sair de um relacionamento, não deve pular para outro assim tão rápido.


Mas você se importa comigo. E sei que gosta de estar comigo... na maior parte do tempo, pelo menos. E, sabe, a gente não precisa assumir nenhum compromisso, quer dizer, a gente pode só...


— Ei! Espera! — ele me interrompeu. — Você está indo rápido demais. Eu te magoei por ter dito que não te queria, foi isso?


Desviei o olhar para sua camiseta. Dedos quentes tocaram e ergueram meu queixo, mas mesmo assim eu não conseguia olhar para ele.


— Olha pra mim, Dulce.


Não pude. Eu temia olhar em seus olhos e eles brilharem da forma como sempre acontecia quando ficávamos assim tão perto, e com isso eu perdesse o raciocínio lógico e fizesse alguma besteira. Tipo dizer que estava apaixonada por ele.


— Olha pra mim, por favor. Olha pra mim e me diz o que você vê.


Hesitante, me atrevi a fitar seu rosto por apenas dois segundos antes de encarar sua camiseta outra vez.


— Vejo um homem lindo — eu murmurei.


— É mesmo? — A surpresa em sua voz quase me fez rir. — Com óculos e tudo?


— Especialmente com eles — admiti. — Você é o único homem no planeta que consegue ficar bonito usando aquela coisa horrorosa. Bem, você e o Clark Kent, mas como ele não existe...


Ele riu, ainda segurando meu rosto.


— E o que mais você vê? — Espiei outra vez, pronta para desviar os olhos, mas ele me impediu. — Não fuja, meu anjo. Olhe pra mim.


Assim que fixei os olhos nos seus, me senti incapaz de fugir. Eles eram amorosos e, ao mesmo tempo, continham algo pecaminoso, quente. Ah, porcaria, eu estava perdida.


— O que vê, Dulce? — ele insistiu.



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Autor(a): leticialsvondy

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— Um homem lindo com olhos incríveis — suspirei. — E o que vê dentro deles? — A-acho que... ternura. Ele me mostrou um meio-sorriso. — O que mais? Engoli com dificuldade. — Tem um bom pouco de loucura também. — Isso mesmo, meu anjo. — Ele acariciou minha bochecha com o polegar, o sorriso cresceu. &mda ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 76



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  • anne_mx Postado em 09/10/2022 - 23:32:35

    Eu amei! Apesar de não curtir isso de cigana pq eu nao acrdito, mas a história de amor foi lindaaaa <3

  • roro Postado em 26/05/2020 - 22:24:53

    Amei parabéns

  • candydm Postado em 10/09/2017 - 02:05:49

    Meu Deus, eu não sei o que exatamente falar/escrever. Primeiramente, obrigada por voltar a postar, senti muita falta mesmo, meus olhos brilharam ao ver o tanto de capítulos novos que tinha para ler. Me desculpem por estar ausente nos comentários e consequentemente fazer você desanimar com a fic. Tentarei ser mais ativa daqui pra frente. Por fim, por favor, eu tô em choque querendo saber o que aconteceu com a Dulce, já estou (literalmente) chorando e sofrendo por antecipação. Posta mais, eu te imploro!

  • Juju Uckermann_ Postado em 07/09/2017 - 15:48:18

    voltou a postar FINALMENTEEEE <3!!!!!!!!! Continuuuuaaaaaaaaa!!!

  • tati0905 Postado em 06/09/2017 - 21:10:02

    Ahhhhhhhhh que bom que vc voltou a postar.....amei amei

  • Lilly Perronita Postado em 13/07/2017 - 15:41:56

    essa fic é tão maravilhosa!!! cade vc???

  • tati0905 Postado em 30/06/2017 - 21:49:38

    Como assim????Vai nos abandonar e nos deixar curiosas??? Postado mais.... não para não

  • drysouza Postado em 22/06/2017 - 02:24:26

    como vc para logo nessa parte? estou surtando, posta logo...

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 04/06/2017 - 16:48:02

    Chocada que a Alexia terminou com o Christopher pq leu o horoscopo da Dul *0* Espero que a Alexia ñ tente volta com o Christopher!! O horoscopo funciona, Dul podia escrever no dela assim: 'Vc casara com um maluco por LEGO e vivera feliz sem nenhuma vara pau no caminho', perfeito gente!! Continua!!

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 01/06/2017 - 20:42:55

    Não acredito que o Poncho tava enganando a Annie, que safado e ainda tem noiva! Annie ñ devia fica braba com a Dul só pq ela escreveu aquilo do signo dela, ahh ñ quero as duas brigadas :( To vendo que essa historia do 'Na mira' vai trazer problemas pro casal vondy!! Afff la vem a vara pau da Alexia -_- Continua!!


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