Fanfic: No Mundo da Dulce(adaptada) | Tema: Vondy
— Um homem lindo com olhos incríveis — suspirei.
— E o que vê dentro deles?
— A-acho que... ternura.
Ele me mostrou um meio-sorriso.
— O que mais?
Engoli com dificuldade.
— Tem um bom pouco de loucura também.
— Isso mesmo, meu anjo. — Ele acariciou minha bochecha com o polegar, o sorriso cresceu. — Está indo muito bem. Continua.
— P-parece que tem algo queimando dentro deles. — E, ah, minha nossa, eles enviaram faíscas direto para minhas entranhas.
— Eles queimam. Toda vez que olho pra você. Sei que já os viu assim antes.
Impotente, eu assenti.
— Então — ele continuou —, estou aqui me perguntando como você pode pensar, por apenas um minuto, que eu não quero você?
— Já te falei! Ouvi você dizendo que...
— Que eu não queria ser seu dono! — ele me interrompeu. — E não quero. Quero ser seu parceiro, seu companheiro, ser tudo pra você, mas quero que fique comigo porque escolheu. Quero que decida pertencer a mim, e não tomar posse, como se você fosse um objeto. Quero que me queira do mesmo jeito doente e louco que eu quero você. E, ah, Dulce, acredite, eu quero você.
E com isso, ele trouxe os lábios para junto dos meus. Minhas mãos se enroscaram em seus cabelos, talvez porque fosse estranho vê-lo arrumado daquele jeito, não sei... O fato é que eu precisava segurá-lo junto a mim, trazê-lo mais para perto, e o pensamento de que eu nunca mais o deixaria se afastar foi tão intenso e determinado que me assustou, me tirou o fôlego, me deixou trêmula.
Apavorada com a ideia, tentei soltá-lo, mas meus dedos se rebelaram, e, quando ele mordiscou meu lábio inferior para em seguida deslizar a língua para dentro da minha boca, desisti e me entreguei ao beijo, a Christopher, esquecendo tudo, quem eu era, onde estava, o que ele era. Tudo o que importava era que ele estava me beijando, sugando minha sanidade a cada carícia, devolvendo paixão e ternura a cada movimento.
— Não quero mais ninguém, Dulce. Só você — ele murmurou em minha boca, rolando sobre mim, a mão subindo lentamente pela minha barriga.
— Ah, Christopher! — suspirei sob seus lábios. — Não me diz isso. — Agarrei sua camiseta, torcendo o tecido entre os dedos para livrá-lo dela. — Por favor, não faça eu me sentir especial assim.
A risada suave contra minha pele abalou meu já frágil bom senso. Christopher se separou de mim apenas para terminar o que eu havia começado, retirando a camiseta em um movimento rápido.
— Você é especial. Não tenho como mudar isso.
Ele voltou a me beijar, enroscando os dedos na barra da minha blusa. Ergui os braços, em uma oferta descarada, e ele aceitou sem titubear.
Já havíamos feito aquilo algumas vezes, e eu conhecia bem cada reentrância, cada elevação, cada ângulo daquele corpo perfeito. Mas nenhuma das vezes em que estivemos juntos foi daquela maneira, tão doce e tão... perturbadora. O fato de Christopher não desgrudar os olhos dos meus era tanto intenso quanto delicado, e era difícil não captar o que eles me diziam.
Ele me despiu primeiro, me acariciando nos lugares certos — e nos errados também, e até esses pareceram certos —, antes de tirar o jeans. Nua, minha pele quente se colou à dele, e eu senti arrepios que começavam nos dedos dos pés e seguiam para a nuca, eriçando tudo no caminho. Quando voltou a colocar seu corpo sobre o meu, seus músculos estavam retesados, aquela sua parte investigando, procurando... Fechei os olhos, arqueando o quadril de encontro ao dele, querendo aquela união, que sempre me fazia sentir completa.
— Abra os olhos, Dulce — ele sussurrou, não permitindo que eu o alcançasse.
Obedeci de imediato. Ele estava sério, concentrado e sexy como o diabo com aqueles ombros largos pairando sobre mim. Subindo o olhar, percorrendo cada traço de seu belo rosto, me perdi ao alcançar seus olhos. Então Christopher se moveu de forma precisa e nos uniu.
Lenta e profundamente.
Resisti ao impulso de apertar os olhos e me perder nas sensações. Algo maior que prazer carnal estava acontecendo ali. Ele começou a se movimentar, sem jamais deixar de me encarar. O prazer físico se misturou aos sentimentos, e algo grandioso, que começou em meu peito e se espalhou por meu corpo todo em segundos, me tirou do ar. O fogo no rosto de Christopher fora o estopim, dizimando qualquer traço de sanidade em mim. Ele passou um braço por minha cintura, elevando meu quadril um pouco mais.
Abraçada a seu pescoço, tentei me manter no lugar, e suas investidas se tornaram mais longas, impossivelmente mais profundas, como se ele tentasse se fundir a mim para sempre. E, de certa forma, estava conseguindo. Eu tinha a impressão de que nunca mais conseguiria tirar Christopher do coração.
Estiquei um braço sobre os lençóis, procurando algo a que me agarrar, numa tentativa de me manter no planeta e naquela cama. Pois eu sentia que alçava voo, que a qualquer momento flutuaria rumo ao infinito. A mão grande e quente capturou a minha, se enroscando da mesma maneira que nosso corpo. Os dedos longos pressionaram os meus, o rosto retorcido de prazer e algo mais. Seus olhos castanhos permaneciam travados nos meus, duas brasas fulgentes e profundas que me convidavam a entrar e ver sua alma e tudo o que se passava dentro dela. O que vi ali fez a miríade de emoções em mim se avolumar até se tornar maior que eu, subjugando-me. Extravasei aquilo tudo com um grito rouco, que a boca de Christopher capturou, como se ele não suportasse a ideia de que tudo aquilo se perdesse no ar.
Ele estremeceu, me apertando forte, explodindo dentro de mim.
Christopher deixou a cabeça tombar, enterrando-a em meu pescoço, respirando com dificuldade, seus dedos ainda enlaçados aos meus. Com a mão livre, toquei seu cabelo macio, úmido de suor, e me perguntei por que eu não poderia ficar assim, com ele em meus braços, por, digamos, o resto da vida...
Ah, sim, porque eu não tinha contado a ele como me sentia realmente.
— Christopher — chamei, com a voz ainda rouca e a respiração irregular. — Acho que eu... Eu estou... Eu não queria, não planejei, mas eu... — Engoli a saliva, sem saber como terminar a frase.
— Tudo bem, meu anjo. — Beijando meu ombro, elevou o tronco e se apoiou em um cotovelo para que seu peso não me esmagasse e me encarou com os olhos em chamas. — Eu também estou. Há muito mais tempo do que havia me dado conta.
— Não, você não tá!
— Não? — Ele riu, a testa enrugada.
— Não como eu. Eu... eu perdi todo o bom senso! Não consigo pensar em mais nada, só em você e... É sério, Christopher! Não sorria assim!
— Desculpa. — Ele tentou uma, duas vezes, mas foi incapaz de se conter. O sorriso enorme, satisfeito e um tanto divertido, não se desfez e pareceu aumentar. — Você parece uma menininha assustada.
— Eu tô assustada! Já me senti assim antes, mas... — sacudi a cabeça. — Não, nunca foi assim, não com essa... loucura toda. Eu... — Esfreguei o rosto com a mão livre e o observei.
Ele estava tão confuso quanto eu.
— Quer saber por que quebrei aquela porcaria de xícara na casa da minha avó? — continuei, falando depressa para não perder a coragem. — Eu não queria saber seu futuro. Pronto, foi isso. Eu não queria saber o que o destino traçou pra você. Quebrei a xícara porque eu não suportaria saber que... que eu não faria parte dele.
Eu desviei os olhos para seu pescoço largo. Sua pulsação ainda estava acelerada, o peito ainda expandido com respirações curtas.
— Dulce, olha pra mim. — Relutante, obedeci. A diversão em seu rosto se fora, dando lugar à seriedade. — Se deixar, eu vou te fazer feliz. Muito. Não só porque você merece ou porque desejo isso mais do que qualquer outra coisa, mas porque preciso te ver feliz. É como se eu dependesse disso para respirar. — Dois dedos correram por minha bochecha. — Você não tem ideia do poder que tem sobre mim, Dulce. Você pode não ser minha, mas eu já sou seu, todo seu. Eu escolhi você.
— Christopher...
— Ainda não terminei. — Ele me interrompeu, uma expressão suplicante em seu rosto. — Você não sabe como me senti impotente no episódio das flores. E, antes disso, com aquele convite de casamento... Me partiu em dois te ver arrasada na escada, encolhida, como se quisesse desaparecer. E o mais doloroso, que me fez perceber como sou pequeno e inútil, foi quando você recebeu o telefonema do acidente do seu irmão. Tão assustada, tão ferida, tão sozinha... — Ele fechou os olhos, sacudindo a cabeça. — Nunca mais quero te ver daquele jeito. Nunca mais vou deixar algo te machucar assim.
— Como pode prometer isso? — perguntei, abismada com a velocidade das batidas do meu coração. — Como você pode prometer algo sobre o qual não tem controle?
— Não posso impedir que coisas ruins aconteçam. Sei que não tenho como te proteger do mundo, mas posso e vou estar ao seu lado para o que der e vier. Pra suportar sua dor, te ouvir se precisar, te salvar de um buquê assassino...
Acabei rindo, e ele beijou de leve meus lábios.
— Quero muito acreditar em você, mas não sei se posso — revelei. — Você acabou de sair de um relacionamento, e logo vai se dar conta de...
Ele me impediu de continuar, pousando o indicador sobre meus lábios.
— Eu já me dei conta, meu anjo. Quero você.
— Então você me perdoou pelas coisas que eu disse no sábado? — perguntei em meio a um suspiro.
Ele segurou meu rosto entre as mãos, se aproximando para me beijar, um sorriso esplêndido na boca perfeita.
— Eu me enfiei em sua cama sem termos acertado nada. O que você acha?
— Que você não sabe o que tá fazendo. — Bocejei.
— Sei sim. E vou te provar isso até que não reste nenhuma dúvida nessa sua linda cabecinha. Mas agora você precisa dormir. Está quase desligando. — Ele rolou para o lado e me puxou para si, até que minhas costas grudaram em seu peito.
— Nunca vou esquecer o que você fez por mim ontem. — Ergui a cabeça para que ele passasse o braço sob ela e deitei sobre seu bíceps. — Nunca vou esquecer como foi atencioso e cuidadoso comigo. Como se eu fosse...
Ele nos cobriu com o lençol, beijou meu pescoço e descansou a cabeça ali.
— Preciosa demais — completou.
— É. — Bocejei outra vez. — Você disse isso uma vez.
— E vou dizer muitas mais, já que você não ouve o que eu digo.
Não me lembro de ter me encaixado tão bem em outra pessoa como me encaixei naquele momento em Christopher. Era como se ele fosse uma parte perdida, uma extensão de mim. E não só agora, depois de saciar meu corpo e minha alma, mas me encaixar de verdade, fazer parte dele e ele de mim, como se fôssemos um só.
Eu não tinha forças para mais nada, meus olhos se fecharam por vontade própria, mas um sorriso bobo teimava em curvar meus lábios. Soltei um suspiro satisfeito, e Christopher riu baixinho em minha orelha.
— Adoro a forma como seu corpo se encaixa no meu. Você foi feita pra mim, Dulce — ele resmungou, ecoando meus pensamentos.
Um arrepio me fez encolher os ombros e me apertar ainda mais contra seu peito quente. Eu estava exausta, a ponto de desligar, mas, antes de vagar para a inconsciência, eu tinha que dizer algo muito importante a ele.
— Acho que eu te amo, Christopher — sussurrei de olhos fechados. Os braços que me mantinham cativa se estreitaram ainda mais, lábios macios e quentes tocaram a pele delicada atrás de minha orelha, a mão grande procurou a minha, os dedos largos se travaram aos meus, formando um nó apertado.
— E eu tenho certeza disso, meu anjo — ele sussurrou no meu ouvido.
Eu tinha toda a intenção de perguntar o que ele quis dizer com aquilo. Se tinha certeza de que eu o amava, ou se estava certo de que ele me amava, mas o cansaço, físico e emocional, falou mais alto. E eu apaguei três segundos depois.
Autor(a): leticialsvondy
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A primeira vez em que acordei nos braços de Christopher foi... quente. Uma perna, musculosa, repousava sobre meus quadris, uma mão tocava meu seio esquerdo, o queixo descansava levemente sobre o topo de minha cabeça. “Posse”, foi a palavra que me passou pela mente. Escorreguei para fora da cama tentando não fazer barulho. Christopher ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 76
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anne_mx Postado em 09/10/2022 - 23:32:35
Eu amei! Apesar de não curtir isso de cigana pq eu nao acrdito, mas a história de amor foi lindaaaa <3
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roro Postado em 26/05/2020 - 22:24:53
Amei parabéns
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candydm Postado em 10/09/2017 - 02:05:49
Meu Deus, eu não sei o que exatamente falar/escrever. Primeiramente, obrigada por voltar a postar, senti muita falta mesmo, meus olhos brilharam ao ver o tanto de capítulos novos que tinha para ler. Me desculpem por estar ausente nos comentários e consequentemente fazer você desanimar com a fic. Tentarei ser mais ativa daqui pra frente. Por fim, por favor, eu tô em choque querendo saber o que aconteceu com a Dulce, já estou (literalmente) chorando e sofrendo por antecipação. Posta mais, eu te imploro!
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Juju Uckermann_ Postado em 07/09/2017 - 15:48:18
voltou a postar FINALMENTEEEE <3!!!!!!!!! Continuuuuaaaaaaaaa!!!
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tati0905 Postado em 06/09/2017 - 21:10:02
Ahhhhhhhhh que bom que vc voltou a postar.....amei amei
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Lilly Perronita Postado em 13/07/2017 - 15:41:56
essa fic é tão maravilhosa!!! cade vc???
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tati0905 Postado em 30/06/2017 - 21:49:38
Como assim????Vai nos abandonar e nos deixar curiosas??? Postado mais.... não para não
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drysouza Postado em 22/06/2017 - 02:24:26
como vc para logo nessa parte? estou surtando, posta logo...
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AnazinhaCandyS2 Postado em 04/06/2017 - 16:48:02
Chocada que a Alexia terminou com o Christopher pq leu o horoscopo da Dul *0* Espero que a Alexia ñ tente volta com o Christopher!! O horoscopo funciona, Dul podia escrever no dela assim: 'Vc casara com um maluco por LEGO e vivera feliz sem nenhuma vara pau no caminho', perfeito gente!! Continua!!
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AnazinhaCandyS2 Postado em 01/06/2017 - 20:42:55
Não acredito que o Poncho tava enganando a Annie, que safado e ainda tem noiva! Annie ñ devia fica braba com a Dul só pq ela escreveu aquilo do signo dela, ahh ñ quero as duas brigadas :( To vendo que essa historia do 'Na mira' vai trazer problemas pro casal vondy!! Afff la vem a vara pau da Alexia -_- Continua!!