Fanfic: No Mundo da Dulce(adaptada) | Tema: Vondy
Gatenhas mil desculpas pela minha ausencia, mas eu estava com uns problemas de saúde e realmente não tava dando pra vir aqui postar. Bom, mas pra recompensar vocês eu decidi fazer uma maratona no domigo. Então domingo às 20:00 eu começo a posta, espero vocês aqui ;)
A casa dos pais de Christopher ficava na beira de uma enorme represa. A gigantesca construção branca de dois andares contrastava com o verde do gramado e os pequenos arbustos que a cercavam. O imenso lago ao fundo deixava tudo com um quê de conto de fadas moderno. Já era fim de tarde quando Juca nos deixou ali.
Havia uma grande movimentação para os preparativos da festa daquela noite, e Christopher me arrastou para dentro logo depois de Cássio encostar a Ducati na garagem.
A sala era maior que meu apartamento, e a decoração, minuciosa e requintada, em tons de bege, que dominavam as paredes, os sofás e tapetes. As cores ficavam por conta de peças específicas. Anahí teria caído de joelhos ao avistar o par de suas tão sonhadas poltronas Swan vermelhas. O aroma de assado que preenchia o ambiente me fez pensar em noites de Natal.
No entanto, não me senti nada à vontade ali. No fundo, eu esperava que os pais de Christopher estivessem ocupados demais para me notar.
Mas eu estava completamente enganada, e isso já nem me surpreendia mais.
— Ah, querido, você chegou! — A mulher minúscula, de cabelos loiros na altura do queixo, veio em nossa direção. — Cheguei a pensar que não viria. — Ela o segurou pelos ombros.
Christopher se inclinou para beijar o rosto da mulher.
— Prometi que viria, mãe.
— Você está com uma aparência ótima. — Ela o analisou com atenção. — Muito boa mesmo! Não te vejo tão bem assim há... nossa, nem consigo lembrar. Eu disse ao seu pai que não devíamos nos preocupar. Você não perdeu nada, na verdade, ganhou na loteria com o fim daquele relacionamento. Seu pai não acreditou em mim e queria passar uns tempos com você. Mas que bom que eu estava certa.
— Agradeço pela preocupação. — Christopher clareou a garganta, visivelmente desconfortável. — Mas está tudo bem comigo.
— Deu pra notar. — Ela sorriu... e então me viu. — Ah, que bom! Você trouxe uma amiguinha! Como vai, querida? — ela me saudou com um abraço educado.
— Dulce, essa é a minha mãe, Alexandra — Christopher nos apresentou. — Mãe, essa é a Dulce, e ela é minha namorada.
A mulher congelou, o sorriso alegre se transformou em algo esquisito, as mãos ainda em meus ombros se contraíram.
— Namorada? Mas já?
Ele confirmou com a cabeça. A mãe de Christopher engoliu em seco.
— Bom... fico feliz que tenha vindo, Dulce. — Mas sua expressão desmentia suas palavras.
— Obrigada — murmurei, desviando os olhos da mulher que me analisava atentamente, e, pela cara, não estava nada contente com o que via.
Merda. Eu devia ter pegado um pente na bolsa. Meus cabelos deviam estar parecendo uma escultura renascentista depois do voo.
— Seu pai está na cozinha — ela avisou ao filho, forçando uma expressão animada. — Ajudando a equipe de garçons a colocar as bebidas no gelo.
— Vou falar com ele antes de levar nossa bagagem lá para cima.
Christopher soltou a mochila sobre o sofá e me pegou pelo cotovelo.
— Sua mãe não foi com a minha cara — resmunguei, enquanto ele me arrastava para a cozinha.
— Ela só ficou surpresa.
— Você tá tentando me convencer disso, ou a si mesmo?
— Relaxa, Dulce. Sei o que estou fazendo.
A cozinha de Alexandra era um espetáculo. Toda branca e preta com armários de madeira espalhados por todas as paredes. Uma grande ilha no centro ocupava boa parte do cômodo. Havia pelo menos oito pessoas ali, entre elas um homem muito alto, com os cabelos cinzentos e ligeiramente despenteados. Foi difícil não sorrir.
— Cheguei, pai — Christopher anunciou.
— Ei! — O homem abandonou as garrafas que tinha nas mãos e abraçou o filho, beijando seu rosto de leve. — Como você está?
— Inacreditavelmente bem.
Diferentemente da mãe, o pai dele me notou de imediato. Ele sorriu para mim, segurando Christopher por um dos ombros.
— Não tão inacreditável assim. — Ele soltou o filho e pegou minha mão, fitando meus olhos com intensidade. — “São verdes da cor do prado, exprimem qualquer paixão, tão facilmente se inflamam, tão meigamente derramam fogo e luz do coração.”
— “Mas ai de mim!” — completei.
— Você conhece Gonçalves Dias, querida? — perguntou, parecendo extasiado.
— Não muito — admiti. — Meu pai às vezes lia esse poema pra mim, antes de me colocar na cama. Era o favorito da minha mãe. Ela também tinha olhos verdes.
— Seu pai então é um homem duplamente sortudo. Sou Vitor Uckermann.
— Dulce Saviñon. É um prazer conhecer o senhor.
— O prazer é todo meu, acredite. — E me mostrou um sorriso caloroso. — Seja bem-vinda à nossa casa.
— Obrigada.
— Quer ajuda, pai? — Christopher indicou as garrafas espalhadas pelo chão.
— Não. Eu só estava ajudando o pessoal do bufê pra ficar longe da sua mãe. Ela vai me enlouquecer antes dessa festa começar. Sua irmã me deixou sozinho nessa.
— A Mai tem um senso de autopreservação fantástico — Christopher comentou com ironia.
— Está com fome, Dulce? Quer beliscar alguma coisa? — seu Vitor ofereceu.
— Não, obrigada. Meu estômago ainda está meio revirado. O Christopher me levou para voar de asa-delta — expliquei, passando a mão por minha juba descontrolada, para que ele não pensasse que eu saía na rua daquele jeito.
— É mesmo? — Ele estudou o filho com algo brilhando no rosto bonito, ligeiramente marcado pelo tempo. — Curioso.
Era? Corri os olhos de um homem para outro, tentando entender, mas Christopher não me deu tempo.
— Se não subirmos agora, vamos acabar nos atrasando. — E me empurrou de volta para a sala. — Te vejo depois, pai.
Alexandra já não estava mais a vista. Christopher pegou a mochila no sofá e, me puxando pela mão, subiu as escadas de dois em dois degraus. Foi difícil acompanhar suas passadas largas. A decoração do segundo andar era tão sofisticada quanto à do térreo. Tapetes e pinturas deixavam o ambiente acolhedor e elegante. Christopher abriu a primeira porta do corredor e me empurrou para dentro.
Prendi a respiração. Aquele quarto era definitivamente masculino, mas não pertencia a um adulto. E revelava muito sobre o antigo dono. Uma gravura enorme de uma Harley Davidson cobria quase toda a parede onde ficava a cama de casal.
Miniaturas de carros, aviões, barcos e motos praticamente dominavam as superfícies; uma pilha de revistas esportivas se projetava para fora da mesa de cabeceira. A poltrona preta ao lado da janela contrastava com o suporte branco lotado de CDS, que se erguia como uma torre quase até o teto. Em molduras brancas espalhadas pelas paredes da mesma cor havia dezenas de revistas em quadrinhos de super-heróis, e uma TV não muito grande se equilibrava em uma pequena estante. Um milhão de videogames estavam plugados a ela.
— Sua mãe não redecorou o quarto depois que você saiu de casa — comentei, fazendo Christopher rir.
— Acho que ela ainda tem esperança de que um dia eu volte a morar aqui.
Parei em frente à escrivaninha abarrotada de bonecos e...
— Eu sabia! Eu sabia! — Peguei um bonequinho. — Sabia que você brincava de Lego!
— Aaaah... todo menino brinca de Lego — resmungou, corando e coçando a cabeça de um jeito muito fofo que me fez querer, entre outras coisas, beijá-lo.
— Quando ganhou esse?
— Comprei.
— Quando?
Ele me encarou por um longo minuto antes de responder, hesitante e muito sem graça:
— Tem uns cinco ou seis... meses.
Gargalhei mais ainda, até minha barriga começar a doer. Apesar de constrangido, Christopher acabou rindo comigo.
— Você é muito nerd, Christopher.
— O que posso fazer? — Ele deu de ombros, sorrindo. — Deixa isso aí, a gente vai acabar se atrasando.
Mordi o lábio, olhando para o bonequinho meio quadrado, de cabelos escuros e óculos na cara, terno azul com a camisa entreaberta revelando o traje de Super-Homem. Para mim, o boneco não se parecia com o super-herói, mas com o Christopher.
E ele era muito mais incrível que qualquer super-herói, me fazendo voar mesmo sem ter superpoderes.
— Mas eu gostei do miniChristopher. É meu agora. — Escondi o boneco nas costas.
Ele arqueou uma sobrancelha, algo novo brilhou em seus olhos.
— É o Clark Kent. Agora solta o meu boneco e ninguém se machuca — falou com a voz empostada e ameaçadora, tentando parecer sério.
— Não! É meu! — E dei um passo para trás.
Christopher saltou para frente e eu corri para a porta, mas ele me pegou pela cintura antes que eu alcançasse a saída.
— Ah, não! Nem pense nisso! — avisou, enterrando a cabeça em meu pescoço.
— Solte o sr. Kent, Dulce. Foi difícil encontrar esse modelo.
Eu me retorci envolvida em seu abraço, rindo e tentando manter o boneco longe dele.
— Que pena pra você, porque agora ele é meu.
De algum jeito, consegui escapar e fugir para o outro lado do quarto, mas, antes que eu pudesse me esconder atrás da poltrona, Christopher me içou do chão, e eu voei por um segundo ou dois antes de aterrissar no colchão macio. Quiquei uma vez e ele se jogou sobre mim, me imobilizando.
Minha respiração estava curta e eu até que tentei me livrar dele, mas não deu.
— E agora, vai libertar o sr. Kent?
— Olha, tô ficando muito irritada por você ficar chamando meu miniChristopher de outro nome. — Eu me contorcia sob ele. — E a resposta é não. Se quiser o boneco de volta, vai ter que lutar por ele.
Christopher sorriu, provavelmente se recordando de uma situação semelhante, na qual o objeto em questão era meu sutiã velho. Ele ficou me encarando com os olhos em chamas antes de abaixar a cabeça e me dar o troco na mesma moeda.
Seus lábios passearam por meu queixo, a língua deslizou pela pele sensível, me deixando toda arrepiada. Ah, droga, eu perderia meu miniChristopher se não agisse rápido.
— Christopher, temos que nos arrumar para a festa e...
Ele me calou com um beijo. Lento. Profundo. O mesmo tipo de beijo daquele no gramado, depois da aterrissagem. Percebi que Christopher não estava começando nada. Estava terminando o que já havíamos começado. Ele prendeu uma mão em meus cachos bagunçados, e a outra passeou ociosa por meu tronco, parando algumas vezes para acariciar partes de mim que imploravam por seu toque.
Soltei o brinquedo. Christopher o empurrou para fora da cama com descaso, se acomodando melhor entre minhas coxas. Deslizei as mãos para dentro de sua camiseta, fazendo-o estremecer de leve. Ele pressionou os quadris contra os meus, gemendo baixinho em minha orelha.
Ah, que se dane o boneco!
Eu tinha o original.
***
Quando saí do banheiro, Christopher estava me esperando, barbeado e todo arrumado em um jeans escuro, a camiseta branca lisa gola V deixava entrever os pelos macios de seu tórax, o paletó negro se moldou com perfeição aos ombros largos. Os cabelos domados à força tentavam se rebelar. Ele não usava os óculos.
— Oi — suspirei. Você é lindo!
— Sou? — Ele me mostrou aquele sorriso com as minúsculas meias-luas que fazia minhas entranhas se contorcerem.
Ai, droga! Eu disse isso em voz alta?
— Você sabe que é bonito. — Corei um pouco. — A Anahí acha que você foi modelo antes de ser jornalista. E poderia ter sido, sabe? Se quisesse. Você é muito... bonito. — Especialmente sem tanta roupa...
— A gente pode resolver isso agora mesmo. — E me puxou mais para perto.
— Isso o quê?
— A questão da roupa. Você acabou de dizer que prefere me ver sem elas.
Arfei, arregalando os olhos.
— Não disse, não! — Ou disse?
— Disse com esses olhos de azeitona. — Suas mãos passearam por minha silhueta envolta em cetim preto, e um gemido de aprovação lhe escapou dos lábios.
— Você realmente sabe elogiar uma garota — brinquei, enrolando os braços em seu pescoço.
Autor(a): leticialsvondy
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— Você está linda, mas isso não é novidade. Você é linda ao acordar, quando está alegre, furiosa, dormindo... Mas sabe quando te acho mais linda? — Não. — Quando fica constrangida ao receber um elogio, como agora. Desviei o olhar, sorrindo. — Quando fica constrangida — ele continuou &mdas ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 76
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anne_mx Postado em 09/10/2022 - 23:32:35
Eu amei! Apesar de não curtir isso de cigana pq eu nao acrdito, mas a história de amor foi lindaaaa <3
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roro Postado em 26/05/2020 - 22:24:53
Amei parabéns
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candydm Postado em 10/09/2017 - 02:05:49
Meu Deus, eu não sei o que exatamente falar/escrever. Primeiramente, obrigada por voltar a postar, senti muita falta mesmo, meus olhos brilharam ao ver o tanto de capítulos novos que tinha para ler. Me desculpem por estar ausente nos comentários e consequentemente fazer você desanimar com a fic. Tentarei ser mais ativa daqui pra frente. Por fim, por favor, eu tô em choque querendo saber o que aconteceu com a Dulce, já estou (literalmente) chorando e sofrendo por antecipação. Posta mais, eu te imploro!
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Juju Uckermann_ Postado em 07/09/2017 - 15:48:18
voltou a postar FINALMENTEEEE <3!!!!!!!!! Continuuuuaaaaaaaaa!!!
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tati0905 Postado em 06/09/2017 - 21:10:02
Ahhhhhhhhh que bom que vc voltou a postar.....amei amei
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Lilly Perronita Postado em 13/07/2017 - 15:41:56
essa fic é tão maravilhosa!!! cade vc???
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tati0905 Postado em 30/06/2017 - 21:49:38
Como assim????Vai nos abandonar e nos deixar curiosas??? Postado mais.... não para não
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drysouza Postado em 22/06/2017 - 02:24:26
como vc para logo nessa parte? estou surtando, posta logo...
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AnazinhaCandyS2 Postado em 04/06/2017 - 16:48:02
Chocada que a Alexia terminou com o Christopher pq leu o horoscopo da Dul *0* Espero que a Alexia ñ tente volta com o Christopher!! O horoscopo funciona, Dul podia escrever no dela assim: 'Vc casara com um maluco por LEGO e vivera feliz sem nenhuma vara pau no caminho', perfeito gente!! Continua!!
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AnazinhaCandyS2 Postado em 01/06/2017 - 20:42:55
Não acredito que o Poncho tava enganando a Annie, que safado e ainda tem noiva! Annie ñ devia fica braba com a Dul só pq ela escreveu aquilo do signo dela, ahh ñ quero as duas brigadas :( To vendo que essa historia do 'Na mira' vai trazer problemas pro casal vondy!! Afff la vem a vara pau da Alexia -_- Continua!!