Fanfic: No Mundo da Dulce(adaptada) | Tema: Vondy
Querendo um pouco de conforto, procurei Christopher e o encontrei falando com os PMs. Nosso olhar se encontrou, e ele me lançou um discreto aceno de cabeça, como se dissesse “Tudo bem, tudo vai acabar bem. Fique calma”. Um dos policiais ao lado dele saiu de vista, enquanto o outro vinha em direção ao cara de bigode. Ah, que seja algum plano!, rezei.
O bandido pareceu notar a mudança sutil na confiança da PM e virou ligeiramente a cabeça na direção do homem que se aproximava do comandante, então, com medo de que ele percebesse que algo estava em andamento e, sei lá, se descontrolasse e me matasse, abri a boca e deixei escapar a primeira coisa que me veio à cabeça.
— Você já tem a imprensa, a garantia de que ninguém vai te matar. Por que não acaba logo com isso?
— Tá com pressa de morrer, neném? Porque pra mim parece que tá. — Ele apertou o cano de encontro à minha pele.
— Não, não, mas pensa um pouco. Quanto mais tempo a gente fica aqui, mais tempo dá pra polícia elaborar um plano pra te pegar, entendeu? — Ai, droga, cala a boca, Dulce!
Ele franziu a testa, percebendo a lógica da coisa.
— O negócio é ser rápido — assentiu, afrouxando um pouco o revólver. — Tem razão.
— Tem muita gente aqui dentro — continuei. — Acho que você devia liberar as pessoas. Pra facilitar a sua fuga. Você não tá pensando que a polícia vai te deixar ir embora com seis reféns, tá? Nem caberia todo mundo num carro.
— Um carro. Isso, neném! Um carro! — Ele sorriu, um pouco desvairado, e gritou: — Quero um carro com o tanque cheio aqui.
— Não posso fazer isso se não cooperar comigo, filho — avisou o policial, me olhando feio, como se tivesse ouvido a conversa. E provavelmente ouvira.
— O carro! Com tanque cheio! — pontuou, pressionando a arma em minha testa. — Depois vejo se libero alguém.
Tá legal, meu plano não era dar ideias ao assaltante, mas tudo bem. Ao menos ele concordara em libertar alguém.
Seis minutos e meio depois, um carro preto com as portas abertas estacionava em frente à loja.
— Agora faça sua parte — pediu o policial.O rapaz olhou para as cinco pessoas ali dentro, decidindo quem delas ganharia a liberdade. Ele escolheu a moça que havia me preparado o café com leite.
Ela ficou de pé, trêmula, mas estável o bastante para se colocar em frente ao bandido e eu, como ele ordenara, e caminhar a passos lentos até a saída. Um PM a amparou assim que ela colocou os pés do lado de fora da loja.
— Ótimo! — falei, mais animada. — Agora mais um.
— Assim, sem exigir nada em troca? — ele me perguntou, pasmo.
Lutei para não revirar os olhos.
— O que mais você quer, além de sair daqui inteiro?
Ele pensou um pouco.
— A grana que vim buscar. Você. — Ele apontou o nariz para o rapaz do caixa.
— Enche a mochila e não tenta nenhuma gracinha. Coloca uns cigarros junto. E essas trufas. Coloca todas.
O garoto não tentou nada. Eu duvidava que conseguisse fazer outra coisa além de soluçar e tremer. Quando ele terminou de encher a bolsa, o assaltante pediu que a passasse para mim, o que achei um péssimo sinal, mas a peguei sem discutir. Em seguida, ordenou que o rapaz deixasse a loja, andando sempre em frente, tapando a mira dos policiais, caso decidissem fazer algo.
— Essa é a primeira vez que você tentou assaltar? — perguntei.
— Loja, sim. Carro é mais fácil. Sem testemunhas, sem vítimas. Só roubo carros na rua.
— Por que decidiu trocar de área? — eu quis saber, a jornalista em mim aflorando de um jeito inesperado.
— Cala a boca.
— Só tava aqui pensando se você tem família e que susto eles devem ter tomado, te vendo na TV assaltando uma loja e... fazendo reféns.
Ele ficou calado, empurrando a arma contra a minha cabeça, e, quando eu achei que fosse morrer, ele relaxou um pouco, mas me manteve sob a mira.
— Só tenho uma irmã — ele contou. — Ela é doente, não trabalha e tem uma penca de filhos. O pai dos moleques morreu tem um tempo.
— E você ajuda ela como pode — adivinhei.
Ele assentiu.
— Ela deve estar muito preocupada com você... — segui dizendo, tentando distraí-lo, pois mais dois PMs trocavam gestos, e um deles sumiu pouco depois. —Te vendo na TV com toda essa gente apontando armas pra você e tal. Eu também tenho um irmão, sabe?
Ele não respondeu, apenas bufou no meu pescoço e fixou os olhos numa câmera. Lancei uma olhada rápida para Christopher. Ele tinha os olhos fixos em mim, o pânico ainda dominava suas feições. Ele me observava tão fixamente, como se pudesse me tirar dali. Tive a impressão de que me perguntava: “Que merda você pensa que tá fazendo, meu anjo?”
— Você, sai daqui — o assaltante falou para a mulher de cabelos curtos, que chorava em silêncio desde o início do assalto, escondida atrás de uma prateleira.
Meia hora depois, só havia duas pessoas na loja. Eu e o assaltante.
— Nós vamos sair — ele gritou, alertando a polícia. — Ninguém vai seguir a gente, ou vou matar a mulher na mesma hora.
— Tudo bem, só mantenha a calma, filho.
— Vamos lá, neném. Seja boazinha e me ajuda a sair daqui.
Ele começou a me empurrar em direção à saída da loja, seu corpo suado se grudava ao meu. Então, em meio ao medo, percebi uma coisa que de começo me pareceu insignificante, mas que mudava tudo. O cano da arma não era frio. Era quase morno.
— Ah, seu cretino! — Virei-me tão depressa que o rapaz, pego de surpresa, não teve tempo de reagir.
Eu o ataquei com a mochila cheia de dinheiro, cigarros e trufas.
— Não! — ouvi um coro atrás de mim.
A voz de Christopher foi a que soou mais alta.
Autor(a): leticialsvondy
Este autor(a) escreve mais 15 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Pulei sobre o assaltante, que, sem esperar meu ataque, perdeu o equilíbrio e caiu comigo. Ele tentou apontar a arma para a minha cara, mas atingi seu nariz e soquei sua cabeça com toda raiva enquanto berrava, furiosa: — Idiota! Vou acabar com você! Alguém me tirou de cima dele e eu esperneei mais um pouco, revoltada. Um policial se jogo ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 76
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
anne_mx Postado em 09/10/2022 - 23:32:35
Eu amei! Apesar de não curtir isso de cigana pq eu nao acrdito, mas a história de amor foi lindaaaa <3
-
roro Postado em 26/05/2020 - 22:24:53
Amei parabéns
-
candydm Postado em 10/09/2017 - 02:05:49
Meu Deus, eu não sei o que exatamente falar/escrever. Primeiramente, obrigada por voltar a postar, senti muita falta mesmo, meus olhos brilharam ao ver o tanto de capítulos novos que tinha para ler. Me desculpem por estar ausente nos comentários e consequentemente fazer você desanimar com a fic. Tentarei ser mais ativa daqui pra frente. Por fim, por favor, eu tô em choque querendo saber o que aconteceu com a Dulce, já estou (literalmente) chorando e sofrendo por antecipação. Posta mais, eu te imploro!
-
Juju Uckermann_ Postado em 07/09/2017 - 15:48:18
voltou a postar FINALMENTEEEE <3!!!!!!!!! Continuuuuaaaaaaaaa!!!
-
tati0905 Postado em 06/09/2017 - 21:10:02
Ahhhhhhhhh que bom que vc voltou a postar.....amei amei
-
Lilly Perronita Postado em 13/07/2017 - 15:41:56
essa fic é tão maravilhosa!!! cade vc???
-
tati0905 Postado em 30/06/2017 - 21:49:38
Como assim????Vai nos abandonar e nos deixar curiosas??? Postado mais.... não para não
-
drysouza Postado em 22/06/2017 - 02:24:26
como vc para logo nessa parte? estou surtando, posta logo...
-
AnazinhaCandyS2 Postado em 04/06/2017 - 16:48:02
Chocada que a Alexia terminou com o Christopher pq leu o horoscopo da Dul *0* Espero que a Alexia ñ tente volta com o Christopher!! O horoscopo funciona, Dul podia escrever no dela assim: 'Vc casara com um maluco por LEGO e vivera feliz sem nenhuma vara pau no caminho', perfeito gente!! Continua!!
-
AnazinhaCandyS2 Postado em 01/06/2017 - 20:42:55
Não acredito que o Poncho tava enganando a Annie, que safado e ainda tem noiva! Annie ñ devia fica braba com a Dul só pq ela escreveu aquilo do signo dela, ahh ñ quero as duas brigadas :( To vendo que essa historia do 'Na mira' vai trazer problemas pro casal vondy!! Afff la vem a vara pau da Alexia -_- Continua!!