Fanfic: No Mundo da Dulce(adaptada) | Tema: Vondy
— Não, ela não está brincando. — Christopher passou as costas da mão na boca, limpando um fio de sangue que escorria.
Raul me encarou.
— Eu acabei de bater no seu chefe?
— Está mais para acabou de apanhar do meu chefe... — apontei, ao notar o inchaço em seu olho. — Coloca um pouco de gelo nisso aí.
— Por que você não me disse nada? — Raul censurou.
— Eu tentei! Mas vocês dois estavam muito entretidos esmurrando a cara um do outro pra ouvir alguma coisa. Até a Madona vocês assustaram! Deviam ter vergonha disso. Dois marmanjos rolando no chão como dois pirralhos de seis anos.
Eu me levantei sob os protestos dos dois e, gemendo um pouco, fui até a cozinha apanhar um saco de batatas congeladas. Encontrei Madona assustada e escondida entre o fogão e a geladeira.
— Ah, Madona, não liga pra eles. São machos. Machos são bobos mesmo. — Eu a peguei no colo e voltei para sala, jogando o saco de batatas para o meu irmão.
— Coloca no olho.
Raul pegou as batatas congeladas automaticamente, mas as abandonou sobre a mesa de centro, que a essa altura já estava quase na porta.
— Christopher, cara... — ele começou, sem graça — eu não sabia que você era o chefe dela. E... fico feliz que tenha alguém por perto pronto para ajudar a minha irmã, caso ela precise.
— Eu não preciso! — protestei.
— Eu disse caso — meu irmão frisou, impaciente.
— Tudo bem — disse Christopher. — Eu não sabia que era briga de família, ou não teria me metido.
— Bom, eu preciso ir — Raul falou. — A Lorena vai ficar preocupada com a minha demora. Eu passo outra hora, Dulce.
— Tá bom. Espero que você descubra o que quer da vida. Me liga mais tarde pra contar.
Ele assentiu e se curvou, passando a mão na minha testa dolorida e fazendo uma careta.
— Passa uma pomada nisso. E... eu não estava falando sério antes. Desculpa. — Meu irmão beijou de leve o topo da minha cabeça.
— Você podia ter dito isso antes.
— É, podia. Se eu não fosse tão babaca. — E me mostrou aquele sorriso debochado, que me fez rir. Ele se virou para encarar meu chefe, bastante sem jeito.
— Tchau, Christopher. Desculpa pelo queixo. — Raul deu um tapinha no ombro de Christopher, que permaneceu sentado.
— Sem problemas. Desculpa o olho roxo.
— É, beleza.
Raul saiu, fechando a porta suavemente depois de passar por ela. Madona já estava mais calma, então a coloquei no chão e, com um suspiro aborrecido, comecei a recolher os cacos da bailarina antes que ela os comesse.
— Foi mal — Christopher resmungou, se agachando ao meu lado e me ajudando a pegar os cacos de cristal.
— É, foi mesmo, mas obrigada por tentar me ajudar. Nem todo mundo faria o que você fez.
Recolhemos os pedaços maiores e me dirigi até a área de serviço para apanhar a pá de lixo e a vassoura. Varri o chão até que nem um único ponto brilhante ficasse visível. Depois de jogar tudo na lixeira e lavar as mãos, voltei para a sala e encontrei Christopher analisando atentamente os óculos. Ele tentava encaixar uma das pernas no lugar, mas não estava dando certo.
— Eu acho que não vai adiantar — me sentei na ponta do sofá. — Você vai ter que comprar outro. — E quem sabe um bonito dessa vez, eu quis acrescentar.
— Eu gosto desse. — E, ao que parecia, ele era o único. — Tenho uma cola muito boa pra esse tipo de plástico — ele sorriu e, quando o fez, vi seus dentes tingidos de vermelho.
— Ah, droga! — reclamei, me levantando de novo. Peguei dois copos e enchi um deles com gelo e o outro com água. Ofereci ambos a ele ao voltar para a sala.
— Toma. Sua boca tá sangrando.
— Já parou.
— Confie em mim — insisti.
Ele aceitou a água e bebeu um pouco, mas não sem fazer uma careta. Depois tomou outro grande gole e bochechou antes de cuspir a água de volta no copo, tingindo tudo de vermelho.
— Pronto — ele disse, mas uma pequena poça se formou outra vez em seu lábio inferior.
— Deixa de ser teimoso. Por que homem é tão bobo quando se machuca?
— Eu não me machuquei. Provavelmente foi meu queixo que machucou a mão do seu irmão.
Revirei os olhos, pegando uma pedra de gelo e colocando-a sobre a ferida.
Christopher silvou alguma coisa e tentou recuar, mas não permiti, segurando a gola de sua camiseta surrada. A estampa do dia era uma caveira de óculos escuros. Sério, onde é que ele comprava aquelas coisas?
— Ixo dói — resmungou sob meus dedos.
— Aguenta aí. Já vai parar de sangrar.
Segurei o gelo por um minuto ou mais, até que a pele dos meus dedos começou a arder. Soltei o gelo no copo e observei seus lábios.
— Viu só? Eu disse que... que... que já ia... humm...
Não sei bem o que eu pretendia dizer, mas o fato é que naquele instante não importava mais. Nada importava.
Exceto a boca macia do Christopher.
Acompanhei o desenho perfeito de seus lábios com a pontinha do indicador, sentindo algo revirar dentro do estômago enquanto meus pensamentos se embaralhavam. Um calor repentino se espalhou pelo meu corpo todo, atingindo os pontos mais remotos e me deixando com a sensação de estar viva. Muito viva. E quente!
Consegui desviar o olhar, não sem muita força de vontade, ainda que não fosse capaz de parar de tocar sua boca suculenta. Eu não devia ter feito isso, foi um grande erro, porque, quando ergui os olhos, encontrei os dele, e aquele entendimento estranho, aquela ligação que eu pensara ter visto outras vezes, me atingiu em cheio. Minha respiração acelerou, e eu não era a única com dificuldade para levar o ar para dentro. O peito de Christopher subia e descia rápido, as pupilas se tornaram maiores, os lábios se entreabriram sob meus dedos.
Não sei dizer quem tomou a iniciativa, se ele ou eu, ou os dois ao mesmo tempo. Mas quem se importa? O fato é que em um minuto estávamos nos encarando, e no seguinte estávamos nos braços um do outro, grudando nossa boca e nosso corpo em um desejo desenfreado. A sensação daqueles lábios e daquelas mãos sobre mim não me era familiar, e era exatamente do que eu precisava.
Ele me puxou para cima dele, encaixando minhas coxas ao redor de seus quadris e pressionando os meus com dedos famintos. Eu me soltei de seu pescoço e me livrei bruscamente de sua camiseta, e ele não pareceu nem um pouco preocupado ao se ver livre dela. O fogo e a fome em seus olhos me fizeram explodir por dentro, e, quando ele alcançou os botões da minha camisa e foi abrindo um por um, afoito, quase rude, eu não pude me sentir mais grata. Um sussurro, quase um rugido, reverberou por sua garganta antes de ele enterrar a cabeça entre meus seios, abrindo com os dentes o fecho frontal do meu sutiã de renda branca, me deixando boquiaberta. Não por eu permitir que Christopher se livrasse da peça, nem por ele se manter meio curvado, me dando livre acesso ao botão de sua calça, mas porque eu queria muito, muito mesmo, que a gente fosse mais depressa com aquilo.
Eu tentei manter a coerência, um pouco de razão, e parar de beijá-lo, afastá-lo, mas ele deslizou a mão quente por meu tórax até reivindicar um dos meus seios enquanto o outro recebia carícias de sua língua e dentes, e eu não pude mais acessar a parte lógica que eu sabia que estava escondida em algum lugar dentro de mim. Em vez disso, me dei conta da necessidade insana de ter Christopher ainda mais perto. Pareceu tão certo comprimi-lo de encontro ao meu corpo, como se de alguma maneira eu pudesse colocá-lo sob minha pele.
Eu queria seus beijos. Queria seu toque. Eu o desejava por inteiro, tudo o que ele pudesse me oferecer ou tomar de mim. E, pela urgência com que sua boca me consumia, ele se sentia da mesma forma. Nós não iríamos parar até terminar o que tínhamos começado, isso era certo.
E nenhum de nós estava bêbado dessa vez.
Maratona amanhã às 20:00, até ;)
Autor(a): leticialsvondy
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Eu encarava o teto do meu quarto, o lençol esticado até o queixo, e tentava entender o que acabara de acontecer. Eu tinha ido para a cama com Christopher, o meu chefe. Duas vezes em menos de uma semana. Ele estava deitado ao meu lado e, de canto de olho, vi que também contemplava o lustre. — Não consigo entender como isso aconteceu — ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 76
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anne_mx Postado em 09/10/2022 - 23:32:35
Eu amei! Apesar de não curtir isso de cigana pq eu nao acrdito, mas a história de amor foi lindaaaa <3
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roro Postado em 26/05/2020 - 22:24:53
Amei parabéns
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candydm Postado em 10/09/2017 - 02:05:49
Meu Deus, eu não sei o que exatamente falar/escrever. Primeiramente, obrigada por voltar a postar, senti muita falta mesmo, meus olhos brilharam ao ver o tanto de capítulos novos que tinha para ler. Me desculpem por estar ausente nos comentários e consequentemente fazer você desanimar com a fic. Tentarei ser mais ativa daqui pra frente. Por fim, por favor, eu tô em choque querendo saber o que aconteceu com a Dulce, já estou (literalmente) chorando e sofrendo por antecipação. Posta mais, eu te imploro!
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Juju Uckermann_ Postado em 07/09/2017 - 15:48:18
voltou a postar FINALMENTEEEE <3!!!!!!!!! Continuuuuaaaaaaaaa!!!
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tati0905 Postado em 06/09/2017 - 21:10:02
Ahhhhhhhhh que bom que vc voltou a postar.....amei amei
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Lilly Perronita Postado em 13/07/2017 - 15:41:56
essa fic é tão maravilhosa!!! cade vc???
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tati0905 Postado em 30/06/2017 - 21:49:38
Como assim????Vai nos abandonar e nos deixar curiosas??? Postado mais.... não para não
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drysouza Postado em 22/06/2017 - 02:24:26
como vc para logo nessa parte? estou surtando, posta logo...
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AnazinhaCandyS2 Postado em 04/06/2017 - 16:48:02
Chocada que a Alexia terminou com o Christopher pq leu o horoscopo da Dul *0* Espero que a Alexia ñ tente volta com o Christopher!! O horoscopo funciona, Dul podia escrever no dela assim: 'Vc casara com um maluco por LEGO e vivera feliz sem nenhuma vara pau no caminho', perfeito gente!! Continua!!
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AnazinhaCandyS2 Postado em 01/06/2017 - 20:42:55
Não acredito que o Poncho tava enganando a Annie, que safado e ainda tem noiva! Annie ñ devia fica braba com a Dul só pq ela escreveu aquilo do signo dela, ahh ñ quero as duas brigadas :( To vendo que essa historia do 'Na mira' vai trazer problemas pro casal vondy!! Afff la vem a vara pau da Alexia -_- Continua!!