Fanfic: No Mundo da Dulce(adaptada) | Tema: Vondy
Eu estava a uns vinte minutos de casa quando meu carro começou a tremer. O volante parecia estar tendo convulsões. Aquilo não devia ser nada bom. Uma fumaça estranha começou a sair do capô. A princípio, era apenas uma linha fina, mas, em questão de segundos, uma nuvem densa se formou e eu mal podia ver a rua à minha frente.
— Droga! — liguei a seta, encostando no meio-fio. Desengatei e desliguei o motor, acionando o pisca-alerta. Continuava saindo muita fumaça.
Peguei o celular e liguei para o meu irmão, explicando detalhadamente o que tinha acontecido.
— Ih, Dulce. Acho que seu carro já era.
— Não fala isso, Raul. Não posso ficar sem carro. Você não pode vir aqui dar uma olhada?
— Não dá, tô no meio de uma aula, e, se o motor do seu carro fundiu, não ia adiantar nada. Ele estava fumaciando?
— Número um, essa palavra não existe no dicionário. Número dois, eu acabei de dizer que estava saindo fumaça por tudo que era lado, lembra? — Às vezes, falar com meu irmão era como falar com a Madona.
Não, a Madona conseguia me entender, o Raul não.
— Tô falando do escapamento, Dulce — cuspiu ele, impaciente.
— Ah! Por que não disse logo? Não estava... Bom, acho que não.
— Humm... Você já deu uma olhada no motor?
— Não, mas posso fazer isso agora. O que eu devo olhar?
Eu estava em uma avenida bastante movimentada. Alguns passavam buzinando, irritados por meu Twingo estar ali, atravancando o trânsito, outros só olhavam. Abri o capô pesado. Um bafo quente sapecou minha cara. Tossi e abaneio rosto para dissipar a fumaça branca, mas ela não desaparecia. Fui para a lateral do carro e tentei analisar o motor.
— Tô olhando pra ele agora — falei ao Raul.
— Você consegue ver de onde vem a fumaça?
— Consigo. Ah, merda! Acho que é do radiador.
— Ferrou então. Escuta, não liga o carro, ou vai fundir. Chama o guincho e vai pra casa.
— Ai, Raul! Não posso tentar consertar? Guinchos cobram uma fortuna! Eu ainda não recebi meu pagamento.
— Não tem jeito. Vai ter que trocar o radiador.
Meeeerda! Trocar peças era ruim. O cabeçote tinha me custado os olhos da cara.
— Me liga quando chegar em casa, pra eu saber que tá tudo bem — ele pediu.
— Tá. Beijo. — Desliguei e fiquei encarando a fumaça, que continuava subindo.
Talvez, se esperasse aquela nuvem desaparecer, eu pudesse levar o carro até a oficina do seu Nicolau sem ter que pagar pela viagem.
Foi aí que uma moto barulhenta passou a centímetros de mim, me fazendo gritar e pular para o lado. O motoqueiro estacionou a pouca distância. Ele não precisava tirar o capacete para eu saber quem era. Quando Christopher o pendurou no guidão da moto, eu gemi. Ele deu alguns passos largos, o rosto sério, e parou em frente ao motor.
— O cortador de grama pifou?
— Se foi pra isso que você parou, pode dar meia-volta e ir embora.
— Foi o radiador? — ele quis saber, ignorando meu comentário.
— Parece que sim.
— Você já chamou o guincho?
— Não é da sua conta.
— Sem seguro? — Ele arqueou a sobrancelha.
Eu abaixei a cabeça, traçando desenhos aleatórios na carroceria azul.
— A seguradora não quis fazer. É um carro fora de linha e não há peças de reposição no mercado. — Eu o observei de canto de olho.
Então ele alcançou o celular, procurou algo na agenda e discou. Inclinando-se sobre o motor, Christopher apertou mangueiras e peças, como se soubesse o que estava fazendo. Então começou a falar ao telefone, solicitando um guincho enquanto estreitava os olhos, como se tivesse dificuldades para enxergar. E provavelmente tinha mesmo, já que não estava usando os óculos. Ele tateou os bolsos até encontrar aquela monstruosidade e a colocou na cara. A perna estava no lugar de sempre, embora desse para ver uma fina rachadura. Ver aquela marca me trouxe sensações estranhas.
— É, o radiador estourou. Tudo bem, vamos aguardar. Obrigado. — E desligou.
— Em cinco minutos eles estarão aqui. Você tem preferência por algum mecânico?
— Eu costumo levar no seu Nicolau. Fica lá no bairro mesmo. Ele não cobra muito caro e sempre dá um jeito quando não encontra as peças no mercado paralelo.
Ele contornou o carro e me pediu uma caneta. Eu peguei uma na bolsa. Em seguida, ele puxou um cartão de apresentação do bolso e quis saber o endereço do mecânico. Depois colocou o cartão entre o limpador e o para-brisa e fechou o capô.
Puxando-me mais para o canto, ele ficou ali comigo, calado, o rosto impassível, esperando o socorro. Em impossíveis quatro minutos, o guincho nos encontrou. E, em poucos segundos, meu carro estava sobre a plataforma e Christopher pagava ao motorista o valor cobrado pelo socorro.
— Obrigada, Christopher. Pode descontar do meu salário.
— Esquece isso.
— Tudo em ordem, sr. Uckermann? Posso ir? — o motorista quis saber.
— Sim. Obrigado.
— Espera — pedi —, eu vou junto.
— Não vai, não — Christopher interveio, me olhando com uma cara estranha. — Você vai pra casa comigo.
— O quê? Naquilo? — Apontei para a Ducati. — Nem pensar!
— Você realmente prefere ir de caminhão até a oficina do que aceitar a minha carona? — ele perguntou, ofendido.
— Eu prefiro chegar viva em casa.
Ele me olhou espantado.
— Você tem medo de andar de moto, Dulce?
— Eu tenho medo de andar com você, é diferente.
Rindo, ele bateu na porta do caminhão com a mão espalmada.
— Pode ir. Ela vai comigo — avisou ao motorista.
Autor(a): leticialsvondy
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— Não! — objetei. — Eu não quero ir com você a parte alguma! Não quero ficar... sozinha com você. Isso o fez ficar sério e, coçando a cabeça, um pouco sem graça, ele falou: — Entendo. Então vou chamar um táxi. Não quero que você fique sozinha aqui. Tá fica ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 76
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anne_mx Postado em 09/10/2022 - 23:32:35
Eu amei! Apesar de não curtir isso de cigana pq eu nao acrdito, mas a história de amor foi lindaaaa <3
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roro Postado em 26/05/2020 - 22:24:53
Amei parabéns
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candydm Postado em 10/09/2017 - 02:05:49
Meu Deus, eu não sei o que exatamente falar/escrever. Primeiramente, obrigada por voltar a postar, senti muita falta mesmo, meus olhos brilharam ao ver o tanto de capítulos novos que tinha para ler. Me desculpem por estar ausente nos comentários e consequentemente fazer você desanimar com a fic. Tentarei ser mais ativa daqui pra frente. Por fim, por favor, eu tô em choque querendo saber o que aconteceu com a Dulce, já estou (literalmente) chorando e sofrendo por antecipação. Posta mais, eu te imploro!
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Juju Uckermann_ Postado em 07/09/2017 - 15:48:18
voltou a postar FINALMENTEEEE <3!!!!!!!!! Continuuuuaaaaaaaaa!!!
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tati0905 Postado em 06/09/2017 - 21:10:02
Ahhhhhhhhh que bom que vc voltou a postar.....amei amei
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Lilly Perronita Postado em 13/07/2017 - 15:41:56
essa fic é tão maravilhosa!!! cade vc???
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tati0905 Postado em 30/06/2017 - 21:49:38
Como assim????Vai nos abandonar e nos deixar curiosas??? Postado mais.... não para não
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drysouza Postado em 22/06/2017 - 02:24:26
como vc para logo nessa parte? estou surtando, posta logo...
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AnazinhaCandyS2 Postado em 04/06/2017 - 16:48:02
Chocada que a Alexia terminou com o Christopher pq leu o horoscopo da Dul *0* Espero que a Alexia ñ tente volta com o Christopher!! O horoscopo funciona, Dul podia escrever no dela assim: 'Vc casara com um maluco por LEGO e vivera feliz sem nenhuma vara pau no caminho', perfeito gente!! Continua!!
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AnazinhaCandyS2 Postado em 01/06/2017 - 20:42:55
Não acredito que o Poncho tava enganando a Annie, que safado e ainda tem noiva! Annie ñ devia fica braba com a Dul só pq ela escreveu aquilo do signo dela, ahh ñ quero as duas brigadas :( To vendo que essa historia do 'Na mira' vai trazer problemas pro casal vondy!! Afff la vem a vara pau da Alexia -_- Continua!!