Fanfics Brasil - Capítulo 21 (PARTE 2) - Maratona No Mundo da Dulce(adaptada)

Fanfic: No Mundo da Dulce(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 21 (PARTE 2) - Maratona

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A oficina, que funcionava na garagem da casa do seu Nicolau, era pequena e escura, mas ao menos não havia pôsteres de mulheres nuas nas paredes. Dona Maria nunca permitiria. Avistei meu carro em um canto do espaço. O capô estava aberto e o seu Nicolau estava com metade do corpo dentro dele. Deixei Christopher na entrada e me juntei ao mecânico.


— Dulce, bom dia! — seu Nicolau me saudou, endireitando as costas. Sua bochecha estava suja de graxa.


— Bom dia, seu Nicolau. Tudo bem com o senhor?


— Quase, querida. Meu ciático voltou a incomodar. Essa semana ele tá mais chato que nunca.


— O senhor tentou aquela pomada que falei? Funcionou bem com a minha vó.


— Tentei, mas não resolveu. — Ele pegou uma bolota de estopa e esfregou nela os dedos sujos. — A Maria marcou umas massagens, mas acho que não vai virar nada. A carcaça tá velha e não tem peças de reposição, igualzinho ao seu carro. Se bem que o seu carro tá um pouco pior — acrescentou, franzindo a testa.


— Ai, seu Nicolau, não fala isso!


— O radiador furou, vou ter que trocar. As velas estão muito ruins, a correia dentada tá um pouco avariada. Seria bom substituir antes de dar problema.


— Isso tudo parece muito caro. — Fiz as contas de quanto eu tinha no banco.


Não dava nem para pagar a troca da luz de ré que estava queimada já fazia uns três meses.


— Barato não vai ficar — avisou o mecânico de meia-idade, se apoiando na lataria do meu Twingo.


— Faz só o mais urgente pra ele voltar a andar, seu Nicolau. Tô com o orçamento meio apertado esse mês.


— Você que manda — ele concordou com um aceno de cabeça.


— Não, peraí. — Christopher se aproximou do carro. Aparentemente, ele ouvira toda a conversa. — Por que você não faz tudo e fica livre de uma vez por todas dessa dor de cabeça?


— Agora não dá — respondi.


— Eu pago pra você, se esse é o problema — ele ofereceu.


— A troco de quê? — perguntei, surpresa.


— De nada. — Ele exibiu uma expressão ofendida. — Você pode me pagar depois. Aos poucos.


E isso me ligaria a ele pelos próximos vinte ou trinta anos.


— Obrigada, Christopher, mas não precisa. Faz só o que é emergência, seu Nicolau. No mês que vem eu trago o carro para trocar a correia. Quando fica pronto?


Ele coçou a cabeça grisalha.


— Bom, Dulce, você sabe como são as coisas com esse seu carro. Vou ter que procurar um radiador que encaixe. Pode levar cinco minutos ou cinco dias. Eu ligo pra avisar.


Eu gemi, desamparada. Ficar sem carro era péssimo. Especialmente porque eu tinha um encontro com Viny e não queria dar a impressão de que esperava algo mais aparecendo de táxi no restaurante.


— Dulce! — chamou a mulher do seu Nicolau, se aproximando com um sorriso enorme no rosto salpicado de sardas e cheio de rugas. — Que bom te ver de novo, querida! Eu fiquei tão contente quando o Nicolau me contou que o seu carro tinha quebrado outra vez! — Ela me deu um abraço carinhoso. — Como você está bonita! Esse é o seu namorado? — ela quis saber, olhando para o Christopher.


— Ah, não. Ele é meu... — Achei que não pegaria bem dizer que ele era meu chefe. Sobretudo porque o Christopher não parava de me olhar e sorrir. — ... vizinho. Ele me deu carona hoje.


— Christopher Uckermann — ele estendeu a mão para ela, se apresentando.


— Maria, muito prazer. Você é bem bonito, meu rapaz — ela concluiu, depois de uma breve análise de corpo inteiro.


— E a senhora é muito gentil. — Christopher lhe exibiu um sorriso meio tímido, aquele com meias-luas que fazia meu coração tropeçar uma batida e meu rosto esquentar.


— Que pena que vocês não sejam um casal. Combinam — a Dona Maria lamentou por um instante, mas logo mudou de assunto. — Acabei de assar um bolo. Como sabia que você vinha, fiz o seu preferido, Dulce. Vocês não gostariam de entrar e tomar um cafezinho?


— Ah, não, dona Maria, a gente tá meio em cima da hora. Mas obrigada! — expliquei. — Fica pra próxima.


— Vocês, jovens, estão sempre correndo! — Ela sacudiu a cabeça. — Vou separar uns pedacinhos para vocês levarem, então.


Dona Maria entrou por uma porta estreita que levava à casa nos fundos da oficina.


— Você é amiga deles há muito tempo? — Christopher perguntou num sussurro, quase colando a boca na minha orelha, me fazendo estremecer de leve.


— Desde que ganhei meu carro. — Dei um passo para o lado, querendo impor certa distância entre nós. — Por quê?


— Por nada. — E começou a rir.


— O que foi?


— Parece que você faz parte da família — disse ele, entre uma risada e outra.


Franzi a testa e acabei rindo também.


— Venho aqui bem mais do que gostaria. — Ou do que meu bolso podia aguentar. — Não me entenda mal. Gosto muito do seu Nicolau e da dona Maria, mas preferia passar só para visitar, ir e vir com meu carro sem que ele desse um ataque e tudo o mais.


— Troca de carro, Dulce. — Ele ergueu os óculos para secar os olhos.


— Agora não.


— Você devia ao menos...


Ele se interrompeu assim que a dona Maria apareceu com um pote plástico retangular embrulhado em um pano de prato com motivos natalinos, ainda que estivéssemos longe das festas de fim de ano.


— Espero que goste de bolo de laranja com glacê de açúcar, Christopher. A Dulce adora.


— Ela não é boba — ele respondeu, um sorrisinho repuxando seus lábios. — Bolo de laranja sempre foi meu predileto.


— Eu devolvo isso quando voltar pra pegar o carro — falei, apontando para o pote.


Nós nos despedimos e eu acomodei o bolo dentro da bolsa com cuidado, para não acabar com os documentos melecados de glacê. Subi na garupa da moto e me agarrei às costas do meu chefe, com mais familiaridade do que gostaria. Por alguma razão obscura, essa segunda parte da viagem foi quase divertida. Eu sentia o vento batendo na pele, a camisa do Christopher tremulava, me fazendo cócegas, o ronco da Ducati se tornando uma melodia contínua e quase prazerosa.


Exatamente quando eu começava a me divertir, chegamos ao prédio da revista e eu tive que descer.


Murilo estava estacionando seu sedan e viu a gente chegar. Ele arqueou uma sobrancelha ao passar por nós, e eu sorri de volta, me esforçando para parecer à vontade e deixar claro que não estava dormindo com o chefe. Porque, tecnicamente, não estava mesmo. O que acontecera foram acidentes isolados que nunca voltariam a se repetir. Jamais!


Christopher tirou o capacete e seus cabelos estavam ainda mais desgrenhados. Ele correu os dedos pelos fios, em uma tentativa inútil de domá-los. Acabei sorrindo.


Aquele era o mistério do penteado do Christopher. E, olhando bem para seu rosto cheio de ângulos, até que ele ficava bem daquele jeito, meio selvagem.


Consegui me livrar sozinha do capacete e entreguei a ele.


— Bom, obrigada pela carona. Não que você tenha me dado chance de recusar.


— Disponha.


Achei melhor me adiantar e não ficar esperando por ele como se fôssemos, sei lá, um casal, e segui direto para a redação. Murilo estava empoleirado na mesa da recepção, onde havia pelo menos seis pessoas ao seu redor, ouvindo atentamente o que ele dizia. Ninguém notou quando eu entrei.


— Estavam juntinhos. Vocês tinham que ver como ela estava colada nele na moto. Certeza que o Christopher tá pegando a Dulce.


— Para de inventar, Murilo. O cara acabou de se separar. — A Júlia foi categórica.


— E daí? — Murilo contrapôs. — Você já reparou nela, Júlia? A menina é uma delícia! O Christopher deve estar indo à forra depois de tanta pele e osso. Aposto cinquenta paus que eles estão transando.


Que inferno!


— Duvido — a Adriele rebateu. — Você tá inventando isso só pra arrancar dinheiro da gente.


— Sei não, hein? — a Michele ponderou. — O Christopher faz aquele tipinho nerd, mas, pela minha experiência, esses sãos os melhores e mais atenciosos amantes. E a Dulce é sempre tão séria, deve estar sozinha há um tempão. Tô dentro. Aposto que estão transando.


— Ah, eu também tô dentro — a Karen avisou.


— Dulce! — Natacha gritou, saltando do assento cor-de-rosa. Seu tutu negro enroscou na cadeira, que caiu com o movimento, levando um pedaço da saia junto. — A gente não te viu chegar.


— Percebi — resmunguei, irritada. — Nova aposta, Murilo?— Só uma brincadeira inocente, boneca. — Ele deu de ombros, enfiando as mãos nos bolsos da calça social, calmo e abusado como sempre.


— A gente só estava se divertindo.


— Fico lisonjeada que estejam especulando quem frequenta a minha cama.


Murilo teve a cara de pau de sorrir.


— É minha função descobrir a verdade. Mas não precisa se preocupar. A menos que você esteja fazendo serão na cama do chefe. — E arqueou sugestivamente uma sobrancelha.


— Vai pro inferno, Murilo — rosnei e marchei para minha mesa.


Joguei a bolsa no encosto da cadeira com raiva. O pessoal começou a voltar para os seus lugares, mas captei olhares curiosos recaindo sobre mim. E o Christopher adentrar a redação assobiando, todo alegrinho, não ajudou muito a dissipar a fofoca.


— Não falei? — Murilo piscou para Adriele.


Gemendo, cruzei os braços sobre a mesa e enterrei a cabeça neles.


— Dulce — Júlia chamou.


Ah, merda! Ela tinha a prova do layout da edição da semana nas mãos. Fiquei de pé imediatamente. Ela ia me matar.


— Júlia, desculpa — comecei, recuando um passo. — Eu não queria...


— Você escreveu um artigo e colocou meu nome.


— Eu não pensei direito. Eu fiquei com medo de o Chris...


— Obrigada, Dulce! — Ela se pendurou no meu pescoço. — Muito obrigada, mesmo! Você me salvou. Salvou a Bibi! Nunca vou poder retribuir o que você fez por mim.


— Sério? Você não está brava comigo? — eu quis saber, assim que ela me soltou. — Eu juro que não quis te prejudicar. Mas é que você estava apavorada com a possibilidade de o Christopher te pôr na rua e de perder a guarda da sua filha...


— Para com isso. O artigo é fantástico. Você tem muito talento. O Christopher não sabe a joia que tem nas mãos.


Eu sorri de leve, corando. Um elogio de uma profissional como ela não era pouca coisa.


— Eu sei que você escreve de outra forma — falei —, mas eu não tinha tempo. Escrevi esse texto faz um tempo e ninguém leu, aí achei que podia quebrar o galho. 



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Autor(a): leticialsvondy

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— O Christopher achou razoável e deixou passar. Só que eu disse que você não tinha entregado o artigo ainda porque estava trabalhando numa matéria explosiva. Ela riu alto. — Como ele caiu nessa? Eu escrevo sobre cultura! — Não sei, mas ele acreditou. Desculpa. — Eu me encolhi. — Acho que você vai ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 76



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  • anne_mx Postado em 09/10/2022 - 23:32:35

    Eu amei! Apesar de não curtir isso de cigana pq eu nao acrdito, mas a história de amor foi lindaaaa <3

  • roro Postado em 26/05/2020 - 22:24:53

    Amei parabéns

  • candydm Postado em 10/09/2017 - 02:05:49

    Meu Deus, eu não sei o que exatamente falar/escrever. Primeiramente, obrigada por voltar a postar, senti muita falta mesmo, meus olhos brilharam ao ver o tanto de capítulos novos que tinha para ler. Me desculpem por estar ausente nos comentários e consequentemente fazer você desanimar com a fic. Tentarei ser mais ativa daqui pra frente. Por fim, por favor, eu tô em choque querendo saber o que aconteceu com a Dulce, já estou (literalmente) chorando e sofrendo por antecipação. Posta mais, eu te imploro!

  • Juju Uckermann_ Postado em 07/09/2017 - 15:48:18

    voltou a postar FINALMENTEEEE <3!!!!!!!!! Continuuuuaaaaaaaaa!!!

  • tati0905 Postado em 06/09/2017 - 21:10:02

    Ahhhhhhhhh que bom que vc voltou a postar.....amei amei

  • Lilly Perronita Postado em 13/07/2017 - 15:41:56

    essa fic é tão maravilhosa!!! cade vc???

  • tati0905 Postado em 30/06/2017 - 21:49:38

    Como assim????Vai nos abandonar e nos deixar curiosas??? Postado mais.... não para não

  • drysouza Postado em 22/06/2017 - 02:24:26

    como vc para logo nessa parte? estou surtando, posta logo...

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 04/06/2017 - 16:48:02

    Chocada que a Alexia terminou com o Christopher pq leu o horoscopo da Dul *0* Espero que a Alexia ñ tente volta com o Christopher!! O horoscopo funciona, Dul podia escrever no dela assim: 'Vc casara com um maluco por LEGO e vivera feliz sem nenhuma vara pau no caminho', perfeito gente!! Continua!!

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 01/06/2017 - 20:42:55

    Não acredito que o Poncho tava enganando a Annie, que safado e ainda tem noiva! Annie ñ devia fica braba com a Dul só pq ela escreveu aquilo do signo dela, ahh ñ quero as duas brigadas :( To vendo que essa historia do 'Na mira' vai trazer problemas pro casal vondy!! Afff la vem a vara pau da Alexia -_- Continua!!


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