Fanfics Brasil - Capítulo 25 (PARTE 1) No Mundo da Dulce(adaptada)

Fanfic: No Mundo da Dulce(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 25 (PARTE 1)

33 visualizações Denunciar


De volta ao apartamento, perambulei em frente ao guarda-roupa sem saber o que vestir. Nada parecia bom o bastante, sobretudo depois da visita da Tatiana e da situação com Christopher no corredor. Eu não estava nada bem. Fui para a cozinha preparar um suco de maracujá e lutei contra a tentação de acrescentar um pouco de vodca. Eu despejava a bebida no copo quando a porta da frente bateu.


— Any?


— Sou eu — veio a voz da minha amiga. Larguei o copo do liquidificador sobre a mesa de fórmica azul para ir a seu encontro, mas ela foi mais rápida e surgiu sob o umbral da porta.


— Ei, pensei que só fosse voltar amanhã.


Ela entrou na cozinha, me deu um beijo rápido e se largou na cadeira, puxando uma revista.


— Surgiu um imprevisto, uma reunião de última hora com um cliente importante. O Alfonso não conseguiu cancelar.


— Que pena, mas e aí? Você se divertiu? — Abri o armário em busca do adoçante que eu sabia que tinha ali, em algum lugar.


— Demais. Foi um fim de semana perfeito. Pena que acabou mais cedo.


Encontrei o vidrinho e, com um suspiro desanimado, desenrosquei a tampa e despejei algumas gotas no suco.


— O que você tá fazendo?! — Anahí perguntou, horrorizada, erguendo os olhos do exemplar da Casa Vogue. — Por que tá usando meu adoçante? Você detesta essa coisa.


— Pois é, mas... Any, você acha que eu tô gorda?


— Você tá ótima, linda como sempre.


— Mas uma linda magra ou gorda? — insisti.


— Uma linda normal. Nem uma coisa nem outra.


— Então gorda! — gemi, me largando na cadeira e apoiando a testa no tampo da mesa. — Não acredito que não me dei conta disso antes. Quer dizer, dá uma olhada nas modelos das revistas! Você acha que elas nasceram magras assim? Acha que comem de verdade? Elas, no máximo... cheiram a comida!


— Do que é que você tá falando, Dulce?


— Preciso emagrecer pelo menos uns... dezoito quilos! — Levantei a cabeça.


— Você ficou doida? — Ela fechou a revista e me encarou. — Se emagrecer quatro, vai parecer magra demais.


— E existe magra demais, Any?


Ela franziu o cenho, meditando.


— Tem razão — cedeu, pegando o suco e dando um gole. — Mas você tá linda assim. Para de se preocupar com isso, é perda de tempo.


— Não é, não! Eu comi quase meia pizza agorinha e tomei mais da metade de uma garrafa de vinho. Vinho engorda pra caramba! Até mais que pizza!


Minha amiga riu de leve.


— Não acredito que você comeu antes de ir para um encontro. Você precisa parar com isso. E vinho não engorda nada.


— É claro que engorda — insisti. — Cada garrafa tem mais de mil e seiscentas calorias. Isso é quase o valor do que eu devia comer em um dia! E eu tomo fácil, fácil, duas garrafas.


— Você endoidou. Uma garrafa tem pouco mais de seiscentas e cinquenta calorias.


— Não! São mil e seiscentas! — teimei.


Ela revirou os olhos, bufando.


— Dulce, uma taça de vinho tem um pouco mais de calorias que um iogurte.


E, pelo modo como ela falou, segura e tal, titubeei.


— Tem certeza? — Christopher era perito no assunto, já que teve como mestre a deusa da magreza, também conhecida como Alexia Pele e Osso Aremberg. Ele não podia ter se enganado tanto assim.


— Esqueceu que fui cheinha até os quinze anos? Fiz dieta por quase dois anos para perder quinze quilos. Pode acreditar em mim, você não tá gorda e vinho não engorda.


— Mas... eu não entendo. O Christopher disse que cada garrafa de vinho tem mil e seiscentas calorias. E que cada fatia de pizza tem em média quatrocentas e oitenta. Ele conhece o assunto. A mulher... ex-mulher... ex-namorada dele...


— Ele se enganou — ela me interrompeu, retomando a leitura.


— Não, ele não se enganaria. A menos que... — Tivesse algum motivo. Algum que valesse a pena. Como... como... — Aaaah, aquele cretino! — Bati a mão na mesa, fazendo o suco de maracujá com adoçante (eca!) sacudir e espirrar sobre o tampo. — Vou matar aquele ladrão de comida mentiroso!


— Quem? — Anahí perguntou, me fitando confusa.


Mas, tudo bem, eu tinha entendido tudo, e ia acabar com o Christopher. Bem lentamente.


Atravessei o corredor sem enxergar nada, ouvindo de longe algo que Anahí começou a dizer. Parecia muito com “você não tem que se arrumar?”. Sim, eu tinha, mas primeiro eu acertaria as contas com Christopher.


Ergui a mão para socar a porta dele com força, mas, antes que eu pudesse fazer isso, ela se abriu, e Christopher, falando agitado e com pressa ao celular, colidiu comigo.


Madona estava em seu colo e ganiu com o encontrão.


— Já estou indo. Me espera, por favor! — falou ele, antes de desligar.


— Você é desprezível! — comecei. — É um mentiroso, cretino, e eu nunca mais...


— Tudo bem, sou tudo o que você disser. — Ele me entregou Madona e a mochila preta que usava todos os dias. — Coloca ela aí dentro. — E voltou para a sala caótica, pegando os capacetes sobre a mesa de centro.


— Por que eu colocaria a Madona aqui dentro? — E então olhei para a cachorrinha. O focinho e as patas dianteiras estavam pintadas de azul-royal. —


Meu Deus! O que você fez ago... Aaaaah! — Ele me puxou pela mão, me arrastando, e começou a correr em direção às escadas.


— A Madona comeu minha caneta Pilot. Encontrei todas as partes do que ela foi um dia, menos a tampa. Acho que ela engoliu — ele explicou, sem diminuir o passo.


— O quê?!


— Já liguei para a veterinária do meu cachorro. Ela está indo para a clínica. Vai esperar a gente lá. Olhei para a Madona, tão quietinha que nem parecia a cachorra que fazia um pequeno show ao menor ruído no corredor. Engoli em seco.


— Christopher, ela pode... pode...


— Eu não sei — murmurou, aflito. — Ela parece estar respirando normalmente, mas não sei, Dulce.


Ele corria tão rápido que me fez tropeçar várias vezes, e eu só não caí porque ele segurava minha mão com força. Assim que chegamos à calçada, ele me soltou e colocou o capacete. Eu acomodei Madona dentro da mochila, fechando o zíper e a prendendo lá dentro, deixando apenas sua cabeça de fora. Em seguida, passei as alças pelos ombros, acomodando a bolsa sobre a barriga. Madona tentou lamber meu rosto. Fiz um carinho em sua cabecinha, num gesto para assegurar a ela — e a mim — que tudo ficaria bem.


Christopher se virou para me ajudar com o capacete e, assim que terminou, subiu na moto e deu a partida. Subi logo em seguida, dessa vez sem hesitar, passei um braço na cintura dele e, com a mão livre, prendi a Madona contra o peito. Christopher arrancou. Tão rápido que meu cérebro não conseguiu registrar o movimento de imediato. A pizza ameaçou voltar, mas obriguei meu estômago a ignorar a náusea e meus olhos a fechar. Era assustador ver os faróis vindo ao nosso encontro.


Ele pilotou como um alucinado, mudando de faixa o tempo todo, nos espremendo entre os veículos, costurando como um camicase. Eu segurava Madona e a cintura de Christopher cada vez com mais força, tentando me manter no lugar conforme ele fazia curvas muito fechadas e a moto se inclinava demais.


Vinte minutos depois, estávamos do outro lado da cidade. Ele estacionou na calçada, desceu rápido, me ajudou a saltar e retirou meu capacete. Eu estava pronta para correr quando ele tomou meu rosto nas mãos e olhou bem dentro dos meus olhos.


— Você está bem?


— Não fui eu que engoli uma tampa. Vamos logo!


Ele assentiu, liderando o caminho com passos acelerados. Foi entrando no sobrado todo iluminado e chamando por Nicole. Eu tratei de pegar a cachorrinha dentro da mochila. Uma mulher bonita, na casa dos quarenta anos, pequena, os cabelos e a pele marrom contrastando com as roupas claras e elegantes, surgiu.


— Vamos levá-la até a sala de exames — a veterinária falou. Eu os segui, entrando em uma das saletas, onde tudo era verde. Christopher pegou Madona dos meus braços com muito cuidado, como se a cachorrinha fosse a coisa mais preciosa do mundo, e a colocou sobre uma bancada de madeira branca com o tampo de inox.


Nicole calçou luvas de borracha, abriu sua maleta preta e se aproximou de Madona, que no mesmo instante se pôs a latir e rosnar. Christopher tentou mantê-la quieta, mas não foi nada fácil. Por fim, ele segurou o focinho dela contra a bancada, trancando as pequenas mandíbulas, e conseguiu deitá-la de lado.


— Há quanto tempo ela pode ter engolido a tampa? — a veterinária perguntou.


— Não sei. Eu a encontrei gemendo quando cheguei em casa, aí vi que ela estava toda manchada e entrei em pânico.


A mulher assentiu e começou a examinar a cadelinha. Madona se contorceu toda, gemendo, assim que Nicole apalpou sua barriga.


— Não consigo sentir o objeto. Acho melhor levá-la ao raio x, mas vou ter que sedá-la.


Christopher inspirou profundamente, como se Nicole tivesse acabado de dizer que precisaria amputar uma pata da cadelinha.


— Tudo bem — ele falou, por fim. — Faça tudo o que achar necessário para que ela fique bem.


Nicole já tinha um frasco nas mãos e uma seringa pronta para aplicar o anestésico.


— Vou fazer. Fique tranquilo.


— Vai ficar tudo bem, menina — Christopher falou em voz baixa, brincando com uma das orelhas de Madona. — Você vai dormir só um pouquinho para a doutora cuidar de você. Vou estar aqui quando acordar.


Um nó se fechou em minha garganta. Christopher falava com tanto carinho, com tanto... amor, que me peguei pensando na sorte que Madona tinha. Nunca nenhum homem — além do meu pai e, raras vezes, meu irmão — falara comigo daquele jeito. Tudo bem que eu nunca engoli uma tampa de caneta, mas mesmo assim, eu queria aquilo também.


Então me dei conta de que um homem tinha sim agido daquela maneira comigo, e naquela mesma noite, nas escadas. E esse homem por acaso estava bem na minha frente. 




AnazinhaCandyS2: Sim, ele realmente ficou feliz com isso. Muito fofo, né *-*


Lilly Perronita: Pelo menos isso né



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): leticialsvondy

Este autor(a) escreve mais 15 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Madona relaxou segundos depois que o sedativo foi aplicado. Os ombros de Christopher ficaram tensos no mesmo instante. Nicole pegou Madona, toda molenga, a língua para fora, com extrema delicadeza e profissionalismo e avisou que voltaria assim que terminasse com as radiografias. A porta se fechou, Christopher apoiou as mãos na bancada, deixando a cabeça ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 76



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • anne_mx Postado em 09/10/2022 - 23:32:35

    Eu amei! Apesar de não curtir isso de cigana pq eu nao acrdito, mas a história de amor foi lindaaaa <3

  • roro Postado em 26/05/2020 - 22:24:53

    Amei parabéns

  • candydm Postado em 10/09/2017 - 02:05:49

    Meu Deus, eu não sei o que exatamente falar/escrever. Primeiramente, obrigada por voltar a postar, senti muita falta mesmo, meus olhos brilharam ao ver o tanto de capítulos novos que tinha para ler. Me desculpem por estar ausente nos comentários e consequentemente fazer você desanimar com a fic. Tentarei ser mais ativa daqui pra frente. Por fim, por favor, eu tô em choque querendo saber o que aconteceu com a Dulce, já estou (literalmente) chorando e sofrendo por antecipação. Posta mais, eu te imploro!

  • Juju Uckermann_ Postado em 07/09/2017 - 15:48:18

    voltou a postar FINALMENTEEEE <3!!!!!!!!! Continuuuuaaaaaaaaa!!!

  • tati0905 Postado em 06/09/2017 - 21:10:02

    Ahhhhhhhhh que bom que vc voltou a postar.....amei amei

  • Lilly Perronita Postado em 13/07/2017 - 15:41:56

    essa fic é tão maravilhosa!!! cade vc???

  • tati0905 Postado em 30/06/2017 - 21:49:38

    Como assim????Vai nos abandonar e nos deixar curiosas??? Postado mais.... não para não

  • drysouza Postado em 22/06/2017 - 02:24:26

    como vc para logo nessa parte? estou surtando, posta logo...

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 04/06/2017 - 16:48:02

    Chocada que a Alexia terminou com o Christopher pq leu o horoscopo da Dul *0* Espero que a Alexia ñ tente volta com o Christopher!! O horoscopo funciona, Dul podia escrever no dela assim: 'Vc casara com um maluco por LEGO e vivera feliz sem nenhuma vara pau no caminho', perfeito gente!! Continua!!

  • AnazinhaCandyS2 Postado em 01/06/2017 - 20:42:55

    Não acredito que o Poncho tava enganando a Annie, que safado e ainda tem noiva! Annie ñ devia fica braba com a Dul só pq ela escreveu aquilo do signo dela, ahh ñ quero as duas brigadas :( To vendo que essa historia do 'Na mira' vai trazer problemas pro casal vondy!! Afff la vem a vara pau da Alexia -_- Continua!!


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais